Tumgik
pgrave · 6 months
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22/11/2023 Boa 4a feira! -Hoje comento duas noticias locais, a primeira é o teste de um autocarro a hidrogénio pela região do Médio Tejo, com inicio no nosso município. Realço pela positiva o propósito de eliminar os combustíveis fosseis, mas fico com algumas duvidas em relação ao projecto. É que muito recentemente vi noticias sobre autocarros movidos a hidrogénio, no município de Pau, em França, pioneiro na sua utilização europeia. Diz-se na peça que teriam desistido deste tipo de autocarros depois de 4 anos de testes, optando por eléctricos a baterias. As razões apontadas foram os custos operacionais elevados, devido ao custo do hidrogénio e aos problemas nos próprios veículos, com avarias constantes e manutenção cara. Também em França, o município de Montpellier desistiu de um projecto já parcialmente subsidiado, para 51 autocarros a hidrogénio, em favor de eléctricos a baterias, mais simples e baratos de manter. Segundo a vice-presidente da câmara de Montpellier, os custos operacionais são de 95 cêntimos/km para o hidrogénio e de 15 cêntimos/km para o eléctrico. Mesmo com financiamentos da União Europeia, os apoios são para a instalação dos sistemas, com a operação a ficar totalmente a cargo de quem gere o transporte. O que não consegui perceber pela noticia do nosso teste é se aqui em Portugal, no Médio Tejo e na minha região, se está a contar com algum factor diferenciador positivo que permita alterar significativamente os números desfavoráveis dos casos pioneiros europeus. Os autocarros podem ser de tecnologia mais moderna e não ter tantos problemas, o hidrogénio pode ter custos de produção, transporte e armazenamento mais baixos ou ser mais subsidiado. Não sei, mas parece-me que quase sempre avançamos com atraso em relação a outros e sem ter em conta a informação de experiências anteriores, de forma a evitar problemas idênticos. O tempo dirá, mas com tanta informação a dar sinais não animadores para o hidrogénio, pelo menos que ainda é uma opção a amadurecer, enquanto as baterias têm cada vez mais autonomia, faria algum sentido haver um projecto com dois autocarros idênticos a fazer as mesmas rotas, um a hidrogénio e um eléctrico a baterias, de forma a perceber qual sistema seria mais rentável ou possível. Mas isto sou eu a dizer. A segunda noticia fala de uma suposta medida de redução do numero de javalis no município de Abrantes, envolvendo a colaboração de uma associação local de caçadores e respectivo apoio monetário da câmara municipal. Não sou especialista no assunto, mas na generalidade sei que há, ou deve haver, nas medidas para atingir um determinado fim, procedimentos que permitam avaliar a eficácia das referidas medidas. No caso em apreço não tenho duvidas que os números de indivíduos se podem reduzir com a caça. Mas já não consigo perceber quanto é a redução em relação ao numero total de indivíduos dessa espécie. Chega para travar a taxa de reprodução, seja a quantidade de novos indivíduos da espécie a cada ano, por exemplo? Para se perceber a eficácia de qualquer medida de controle de espécies é necessário saber pelo menos 3 vectores do problema: quantos indivíduos da espécie existem quando começa a medida, quantos se conseguem eliminar com a prática da medida e em quantos aumenta o seu numero a cada ciclo reprodutivo. Pelo menos os últimos 2 vectores para perceber se há eficácia na redução do ritmo reprodutivo. Se não for conhecida a real dimensão do problema podem chover chumbos e euros sem que a resolução fique mais próxima. Medidas avulsas, sem verdadeira estratégia e planeamento, digo eu, mas tirem as vossas conclusões.
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pgrave · 7 months
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#15 – “Palestina, ainda e outra vez”
8/11/2023
Boa 4a feira aos ouvintes da Radio Antena Livre!
Na anterior ocasião de vos falar, resumi a origem do conflito israelo/palestiniano. Relembro, data de 1948 a auto-proclamação do estado de Israel e o inicio da deslocação forçada de palestinianos, uns para fora da Palestina, exilados e refugiados, outros empurrados ora até uma pequena faixa entre o mar e a fronteira com o Egipto, a Faixa de Gaza, ora até à Cisjordânia. Gaza já é um território estreito, mas encolhe cada vez mais a cada conflito aberto entre o IDF (Israel Defense Force, a força de defesa Israelita) e os grupos de suposta libertação da Palestina. Parece que a cada ataque sobre Israel fazem um favor aos governantes israelitas, que em nome da “defesa”, passam ao ataque e aproveitam sempre para agregar mais território ao que já possuem.
Sobre o IDF, o exército de defesa israelita, teve a sua fundação a partir da associação de milícias de colonos armados, que passaram a ser forças militares regulares mas mantiveram em grande medida os hábitos e os métodos antigos. Aliás, este exército é o único que conheço que tem bulldozers blindados da Caterpillar, nada menos. Qual é o tipo de defesa que pratica este curioso material bélico? Arrasar edifícios palestinianos, bairros inteiros, aldeias, cidades, vilarejos, o que estiver no caminho. Em seguida aparecem os colonos israelitas e nascem novos colonatos. Tem sido assim a expansão territorial do estado de Israel, às costas da Caterpillar! Ah e estes bulldozers blindados também servem para esmagar pessoas, incluindo activistas pela Paz, como a americana Rachel Corrie em 2003. Aqui não há tolerância com pacifistas, até porque para Israel o conflito tem sido um meio, talvez o mais eficaz, para alcançar os seus interesses de expansão.
Tudo o que se sabe da história recente da Palestina tem que causar incómodo nas pessoas, quando ouvimos e lemos que, aparentemente, só há vitimas israelitas e só o Hamas é que é o mau da fita e a única parte que tem sangue nas mãos. Não é, Israel até leva avanço e tem muito mais recursos e mais letais. E tem também o apoio de grande parte da opinião ocidental. É fácil tomar partido pelos mais fortes, mas para mim e muitos, mesmo tantos judeus, a justiça e a democracia não têm cor, nem religião, nem partido. São para todos, sem excepção. E foi neste aspecto que, com alguma surpresa, dei por mim em sincera admiração por António Guterres, pelo seu discurso na Assembleia da ONU onde aponta o mal cometido de ambos os lados. E realmente Israel não se pode apresentar como a vitima que se tem de defender, enquanto tem a maior quota de responsabilidade sobre os acontecimentos na Palestina, desde 1948 até ao presente. E não há nenhuma solução, nenhum principio de paz viável, sem esta assunção, portanto chega de paninhos quentes sobre o assunto!
Já agora, não adianta chamarem-me anti-semita, um recurso muito utilizado contra quem critica Israel. Lembro que até Hannah Arendt, judia, foi acusada de anti-semitismo por se recusar a alinhar com o governo de Israel e seus interesses. E para tantos críticos pelo mundo fora, judeus e outros, a mesma receita e acusação, o tratamento de vitimização, sempre aplicado por lobos vestidos em peles de cordeiros.
Haja paciência e clareza, empatia e razão. Estejam de que lado estiverem, muita força para as verdadeiras vitimas, pouca para os opressores.
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pgrave · 7 months
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#14 – “Palestina”
25-10-2023
Boa 4a feira aos ouvintes da Radio Antena Livre!
A Palestina está em guerra há muito tempo, não é de hoje nem de ontem.
Os palestinianos são da Palestina, como a Palestina é a terra de nascença de qualquer palestiniano. E há palestinianos muçulmanos, judeus e cristãos. Já israelitas, só os há a partir de 1948, ano de fundação do estado de Israel em território palestiniano, por abandono do império Inglês que governava a Palestina com mandato da Liga das Nações, mandato esse que previa a emancipação da Palestina enquanto estado independente, sendo tarefa da administração inglesa criar condições para a eleição de um governo palestiniano. Falhou redondamente, assim como falhou em manter a paz, o que permitiu uma sangrenta guerra civil entre árabes e judeus, que culminaria na declaração unilateral da formação do estado de Israel.
Para permitir o aumento do jovem estado israelita, ao qual acorreram judeus de todos os cantos do mundo, os palestinianos são expulsos e as suas casas demolidas, dão lugar a colonos e colonatos israelitas, são usados soldados armados para reforçar a expansão e conter a população em zonas de exclusão cada vez mais reduzidas. Muitos palestinianos fogem para o exílio.
Estima-se que existam 4 milhões de palestinianos sem casa nem país, a viver em campos de refugiados noutros países. Muitos já nasceram refugiados e mantendo-se tudo como está, nunca serão outra coisa. Há nesta condição imposta pela força um terreno muito fértil para a radicalização. Mas a radicalização que dá soldados e causas aos grupos extremistas islâmicos é a mesma que dá ao estado de Israel a desculpa perfeita para se defender, numa situação que arrasta 2 povos em alerta constante, as vidas de todos entrelaçadas no drama da violência partilhada.
Assim como não podemos confundir o estado de Israel e os seus actos com o povo judeu, também não podemos confundir o Hamas e os seus actos com o povo palestiniano. Cada uma das partes nesta guerra é uma face da mesma moeda do radicalismo e extremismo. Quem apoiar um ou outro não está a apoiar nem o povo judeu nem o povo palestiniano, os que verdadeiramente sofrem com o conflito, mas apenas os dirigentes que têm interesse na continuidade do mesmo.
Polarizar o que acontece na Palestina entre “esquerda” e “direita”, entre “bons” e “maus”, entre judeus e árabes, é essencialmente errado. Este simplismo impede a visão do essencial, enquanto permite e promove o conflito. Israel pode ter sucesso em empurrar todos os Palestinianos para fora da Palestina, tem o poder para isso, ainda assim será um estado ilha, rodeado de países hostis, acossado por todos os lados, em permanente estado de alerta.
Para qualquer principio de paz faz falta um ou vários intervenientes fortes, com genuíno interesse pelo destino de ambos os povos e influência suficiente sobre os dirigentes, de modo a poder mediar alguma solução, ainda que imperfeita, pois as feridas são profundas e os lados muito extremados. Reduzido o assunto ao essencial, parece-me só haver um lado para defender, o lado do esforço pela paz, a paz que seja possível.
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pgrave · 8 months
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13 – “Mira Técnica” 11 Out 2023
Boa 4a feira aos ouvintes da Radio Antena Livre!
Hoje concluo que Abrantes é um concelho com algumas faltas importantes, mas bem abastecido de dificuldades técnicas. Vejamos: a iluminação publica apaga-se ainda de noite escura, uma complexidade técnica; há dias a transmissão em directo da reunião da CMA foi impossibilitada por problemas técnicos, esta noite, 11 de outubro, o sitio da CMA tem estado em baixo, talvez seja a maldição técnica do erro 404, ou talvez seja para poupança de energia, quem sabe. Se inquirido acerca de qualquer destes problemas, o Presidente da CMA responderia com “dificuldades complexas de ordem técnica”. Como já fez para a iluminação publica que se apaga quando ainda está escuro e para outros acontecimentos que parecem igualmente anormais para o cidadão comum, mas são perfeitamente justificáveis para quem aparentemente sabe de tudo. As dificuldades podem ser técnicas e complexas, concordo, mas as responsabilidades são sempre políticas e de quem tem o poder.
Sobre o poder e as vontades, assinalo que a geminação com a cidade francesa de Parthenay fez no passado dia 2 de Outubro de 2023 uns redondos 30 anos! Se aquando dos 20 anos de geminação ainda houve alguma evocação institucional, agora o silêncio instalado cá no burgo geminado em relação ao momento é que foi assinalável, em vez da data festiva. Esta é a mais antiga geminação de Abrantes, sendo que a de Hitoyoshi fez anos em setembro passado e a de Ribeira Brava em julho, com idêntico silêncio nas datas relevantes. Não me surpreendo com estas lacunas, resulta evidente que o atual poder municipal não encara como prioridade o intercâmbio cultural, empresarial e desportivo com outros povos, nem as potenciais benesses de tais intercâmbios. O que me deixa um pouco confuso são as palavras da ex-presidente da Câmara numa recente entrevista, deixando rasgados elogios à atual governança do município. Para quem defendeu e promoveu tão activamente os benefícios das geminações, ou não sabe do modo como são agora desprezadas (o que parece quase impossível), ou já não quer saber. São decerto pormenores sem grande importância para quem já cá não vive nem deve voltar. Já é mais “alfacinha” do que “miscara”, que por coincidência até são designações engraçadas para uma ministra da agricultura, mais engraçadas do que as que lhe são provavelmente atribuídas por alguns agricultores e associações dos mesmos, a fazer fé nas noticias.
Continuação de boa 4a feira!
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pgrave · 8 months
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12 – “Entregues aos bichos!” 27 Set 2023
Boa 4a feira aos ouvintes da Radio Antena Livre! Sobre o problema dos javalis que tomam conta das cidades, trago-vos hoje um pouco do que consegui pesquisar sobre o assunto, incluindo causas bem como os planos e acções de mitigação usadas em outras cidades e países europeus, pois o problema partilha tanto causas como território. Em Itália, os especialistas estimam que a população de javalis ande por volta de 1M. Calculam-se em cerca de 22ME/ano os prejuízos só para a agricultura e o número de acidentes rodoviários causados por estes animais em 2000/ano. Em Portugal, os números conhecidos de 2022 apontam para prejuízos agrícolas de 8M Euros e 895 acidentes rodoviários. Em Espanha, o número destes animais duplicou em 20 anos para cerca de 1M. Em Portugal, os estudos indicam 300 mil na actualidade. As razões que explicam o aumento desenfreado de javalis são idênticas entre países: no início do século XX a pressão humana causada pela desflorestação e o aumento da actividade agrícola, levou à quase extinção desta espécie, como de muitas outras. Os javalis mantiveram números reduzidos em algumas zonas mais isoladas. Entretanto, com as mudanças na economia, as populações iniciaram um pronunciado êxodo para os meios urbanos, abandonando os terrenos de cultivo e as actividades agrícolas, o mato foi reconquistando espaço, facilitando o regresso da fauna selvagem. Os javalis, oportunistas, “bons de boca” e sem predadores naturais, tiveram um sucesso acelerado, revitalizando os seus números rapidamente. Há ainda um outro factor de grande importância para a forma como evoluiu o problema, das florestas até invadirem as cidades: os javalis perderam o medo dos humanos. Quanto aos modos de controlo, a caça mostra-se em geral como insuficiente, seja pelo número de caçadores, seja pelos modos e critérios como se caça. Para uma redução mais eficaz da espécie, teriam de ser alvos exclusivos as fêmeas, ou seja, deveria ser incentivada uma caça selectiva de fêmeas em idade reprodutiva. Em Itália, os caçadores caçam cerca de 295 mil javalis por ano, em Espanha 400 mil, e ainda assim a espécie aumenta, pois a taxa de reprodução pode ir até aos 150%. Em Portugal teríamos de eliminar uns 450 mil animais/ano, apenas para travar o crescimento! Daqui se percebe que em qualquer dos países seria necessário eliminar muitos mais do que agora, para uma efectiva redução da população. Algo que tem estado a mostrar resultados animadores, pelo menos na Alemanha e em áreas limitadas, são umas armadilhas especializadas, as “PigBrig”, que capturam até 60 animais de cada vez. São bastante leves, fáceis de transportar e armar nos locais escolhidos. São usadas várias destas armadilhas, concentradas em locais onde seja determinada uma necessidade especifica de redução. Em geral e como meios mais simples de dificultar o acesso a comida nas cidades, o recurso a comedouros para gatos e contentores de lixo à prova de javalis também tem dado resultados, embora modestos. Opinião comum entre os especialistas é que, se não se alterar radicalmente o modo como se lida com o problema, não será possível conter o aumento da população de javalis, pois a espécie adapta-se facilmente e tem uma capacidade reprodutiva excepcional. Também se conclui que terá de haver um entendimento na Europa para uma solução comum, pois as soluções isoladas só vão transferir o problema entre países. Em Abrantes o problema é bastante preocupante, como se tem observado pelo grande número de avistamentos e o à-vontade com que os animais se passeiam, inclusivamente em algumas zonas da cidade mais próximas do centro. O que também parece evidente é a inércia nas políticas que se exigem para a redução do problema, sejam locais, regionais ou nacionais. Parece que estamos entregues aos bichos?
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pgrave · 8 months
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11 – 13 SET 2023 – “Divina Comédia” Caro ouvinte da Radio Antena Livre, Boa 4a feira!
Por motivos de calendário, não consegui ainda falar das ultimas Jornadas Mundiais da Juventude. Embora tenham terminado há algum tempo, as discussões e os acontecimentos que vivemos por aqueles dias e motivados pelo evento mantém-se actuais e são relevantes para alguma reflexão. Começando pelas criticas feitas à Igreja, seja no caso dos abusos e ao modo desastroso como foi lidada a responsabilidade, seja aos gastos com o evento comparados às indemnizações às vitimas dos referidos abusos, partilho do mesmo sentimento de injustiça. O modo como a Igreja gere o seu dinheiro diz respeito à Igreja e porventura a quem lhe faça doações, mas resulta clara uma contradição para quem apregoa o apoio aos desfavorecidos, e entretanto gasta 80 milhões num evento festivo. E um evento que se repete de 2 em 2 anos. Quanto às criticas aos gastos públicos, aqui sim, temos de avaliar as acções dos decisores responsáveis pelos gastos avultados, principalmente recorrendo a ajustes directos. Também me parece evidente que a dinamização e execução do evento teve uma grande carga política, veja-se como o PSD ganhou influência, com Carlos Moedas à cabeça, qual beato-mor, o Presidente Marcelo, promotor entusiasta, e basicamente a direita a apanhar tudo o que pudesse de influencia sobre uma parte importante da população portuguesa. O PS, encostado às cordas, tinha poucas opções, devem ter pesado os prós e os contras, fizeram como Pilatos, não são conhecidos entraves aos autarcas do partido que utilizaram ajustes directos para apoio ao evento. Mais, nem podia ser de outro modo, lembro que em 2019 no Panamá, Fernando Medina estava presente na cerimónia de encerramento das JMJ, enquanto Presidente da Câmara de Lisboa. Casualmente acompanhado pelo conhecido devoto e Presidente da Republica, Marcelo Rebelo de Sousa, ouviram ambos com regozijo o anuncio oficial de que as próximas JMJ seriam em Lisboa. Em resumo, a Igreja lançou a escada, Marcelo promoveu e negociou, Medina disse que sim, Moedas levou a cruz da oportunidade às costas, o PSD surfou a onda, o PS esforçou-se para se manter à tona, a direita rejubilou e alguma esquerda protestou. Os portugueses viram esfumar-se mais uns milhões de euros por ajustes directos (um mecanismo facilitador, potencialmente malévolo, dá para muita coisa, mas não serve para as autarquias contratarem médicos de família, por exemplo), alguns tiveram uma festa, outros ficaram mais tristes e revoltados. Querem alterações para melhor? Não esperem que alguém as faça por vós ou que caiam do céu. Informem-se, assistam aos actos públicos onde as nossas vidas e as dos nossos filhos se decidem, participem sempre que acharem necessário, vão aos portais públicos e percebam como é gasto o nosso dinheiro, quais as decisões tomadas sobre as vidas de todos. O que fazemos depois de saber mais e melhor determina o nível de responsabilidade de cada um relativamente ao que fazem os governantes com o poder que lhes entregamos.
Renovo os votos de boa quarta-feira!
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pgrave · 11 months
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10 – 26 JUL 2023 – “A Água”
Caro ouvinte da Radio Antena Livre, Boa 4a feira!
Nos últimos 10 dias percorri cerca de 2500 quilómetros, primeiro de Abrantes pela Nacional 2 até Chaves, seguindo para o concelho de Montalegre por uns dias, passagem para Espanha até Santiago de Compostela, regresso a Abrantes e partindo de novo pela Nacional 2 até Faro, com regresso pela Nacional 125 e subindo pelo litoral alentejano.
Não digo isto para fazer inveja, até porque foram dias cansativos, mas valeu bem a pena a viagem por tudo o que para mim era novo e fiquei a conhecer, aliás, para mim vale sempre bem mais a viagem do que qualquer destino.
Já agora e em relação às passagens por Espanha, para além do combustível mais barato do lado de lá, também as portagens das autoestradas são bem mais baratas e muito poucos quilómetros são a cobrar. Ainda assim e talvez também por isso, vi muitos turistas espanhóis nos mesmos locais de interesse portugueses que escolhi para visitar. Pelo menos um cidadão espanhol já tinha estado mais do que uma vez no mesmo local português e deu-me dicas de acesso sobre o local.
Do que vi, norte e sul, uma das maiores assimetrias tem a ver com a água, o seu uso, qualidade e a disponibilidade aparente. Enquanto no norte há bastante quantidade e qualidade, nascendo em qualquer encosta e quase correndo por todo o lado, com uma grande quantidade de barragens por área, no sul, Alentejo e Algarve, passa-se o inverso. Pouca e de qualidade menor, com muita extracção em profundidade, com todas as fragilidades e a exposição acrescida à contaminação dos lençóis freáticos pelas actividades agrícolas, industriais e também esgotos domésticos nas zonas mais habitadas. Os períodos de seca prolongados e o aumento das temperaturas médias também são factores de pressão acrescida a sul.
Ora ouvimos falar recentemente do arranque de uma obra importante para o Algarve, uma central de dessalinização a instalar na zona de Albufeira, com capacidade para fornecer até um terço das necessidades de água potável da região. É uma boa opção, apenas peca por tardia. E com o acentuar da crise climática, mais centrais deste tipo serão necessárias para suprir a maior parte das necessidades nas zonas próximas da costa sul/sudoeste.
Lembro que em Portugal só existe uma instalação destas, em Porto Santo, na ilha da Madeira. Tem capacidade instalada para 6 vezes acima das necessidades e já existe desde 1980. E em Espanha, com os problemas idênticos aos nossos, com cada vez mais secas e maior imprevisibilidade quanto às reservas de água? Na ilha de Lanzarote, a primeira central dessalinizadora existe desde 1964. E a essa juntam-se outras, para perfazer as mais de 700 instalações de dessalinização em funcionamento, que produzem mais de 4,5 milhões de metros cúbicos de água por dia. Espanha tornou-se um dos países do mundo com mais capacidade de dessalinização.
Como em muitas outras coisas relativamente aos nossos vizinhos mais próximos, estamos muito atrasados neste campo e vamos pagar caro esse atraso, ficando ainda mais para trás. Em relação à água, como em relação ao ordenamento do território e gestão de recursos, à escassez de médicos e outros profissionais, ao desprezo pela ferrovia de qualidade, continua-se por cá a assobiar para o lado e empurrar com a barriga, esperando por melhores tempos, mas na verdade pouco fazendo para inverter seriamente o caminho. Vamos esperando por melhores tempos, mas não podemos deixar de nos preparar para enfrentar os piores.
Renovo os votos de boa quarta-feira!
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pgrave · 11 months
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12 JUL 2023 – “Barbas de Molho”
Caro ouvinte da Radio Antena Livre, Boa 4a feira!
Através de uma noticia na Rádio Renascença, conheci o caso exemplar de uma herdade no Baixo Alentejo que se tornou auto-sustentável em agua para as suas culturas, só com o aproveitamento das chuvas, quando as haja, com cinco lagos distribuídos pelo espaço da herdade. Esta herdade consegue regar as suas culturas ainda que não chova por três anos consecutivos. O proprietário percebeu, há 40 anos atrás, que a região, já bastante quente e seca, ia enfrentar tempos mais difíceis no futuro, com as alterações climáticas de que já se falava, mas muito poucos acreditavam que viriam a ser reais. Como diz o provérbio antigo, quando vires as barbas do vizinho a arder, coloca as tuas de molho.
Pois o senhor Horst, alemão de Bremen, teve visão de futuro, sabia que o solo e a água eram os dois factores mais importantes para a sustentabilidade e mandou fazer reservatórios e plantar árvores e plantas autóctones pela herdade, ajudando a regenerar o solo das plantações intensivas de cereais. O processo não foi rápido, levou décadas, mas o mais importante foi o primeiro passo: apontar o destino pretendido e planear o caminho. Certamente foram necessárias alterações aos planos iniciais, algumas culturas não tiveram sucesso, mas os resultados estão à vista. Para o futuro estudam-se culturas adaptadas à seca, porque o cenário pode piorar. O verão ainda mal começou e nos concelhos vizinhos desta herdade já há agricultores a vender animais por falta de água e de alimento para os manter.
Este é um caso de sucesso e adaptação exemplar, acontece no interior profundo do pais. Demonstra que havendo visão e planeamento se consegue alcançar o improvável. Talvez alguns tenham rido do alemão que comprou um terreno árido e decadente, mas os resultados provam o plano. Há que começar em algum lado e o passo mais importante de uma viagem de cem mil passos é o primeiro.
Tal como nas herdades e outras empresas, a gestão autárquica precisa de visão e estratégia, bons planos e analise constante dos resultados, avaliação das consequências e ajustes apropriados. O improviso e os actos avulsos, sem ligação a qualquer estratégia, ou apenas à estratégia da manutenção do poder pelo poder, levam a que as circunstancias negativas penalizem mais uns do que outros. Podem pensar que eu não sou gestor, nem tenho formação para ajuizar a gestão de terceiros, mas o senhor Horst, da tal herdade de sucesso, também não é gestor formado, é um capitão de navios que teve uma ideia e que se rodeou das pessoas certas para levar a bom porto o seu plano. E em analogia, quem tem um poder de decisão absoluto durante décadas e não nos traz a bom porto ou pelo menos a um porto melhor, ou não sabe como o fazer ou não quer.
Relativamente ao chumbado aeroporto de Santarém, com todo o respeito que me merecem as opiniões diversas da minha, era um nado morto ainda em projecto. A mim sempre me pareceu estranho, pois um distrito que nem uma ponte no Tejo consegue que seja feita, que tem na ferrovia uma tábua de salvamento que despreza, que não consegue a eliminação das portagens nas suas vias rodoviárias mais importantes, que perde profissionais e serviços médicos, como e porquê vai tentar alavancar influência para ter um aeroporto? Mais uma vez na minha opinião, apostar em Beja + Lisboa, com uma via ferroviária de alta velocidade a ligar as duas cidades e possibilidade de ligação a Madrid, seria uma melhor solução. Para o distrito de Santarém e concretamente para a nossa região, começar por construir a planeada ponte sobre o Tejo e melhorar seriamente o transporte ferroviário ajudaria muito mais a limitar a interioridade e a melhorar a economia local do que qualquer aeroporto. Nestas e outras medidas reais é que os autarcas da região deviam apostar e colocar o peso e a importância que possam ter junto do poder nacional.
Boa quarta-feira, boas férias para quem já está! Quem ainda não está é só aguardar pela vez!
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pgrave · 11 months
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28 JUN 2023 – “O Deus Das Moscas”
Caro ouvinte da Radio Antena Livre, Boa 4a feira!
Não me lembro de viver em ditadura, foi derrubada pouco depois do meu nascimento. Ainda bem, não sei como conseguiria lidar com a consciência da jaula que era esta “jangada de pedra” onde nos calha viver.
Apesar de não a ter conhecido, penso que durou muito tempo, tempo demais, por causa de algumas características muito nossas, enraizadas e ainda presentes no que dizemos e fazemos.
Diz-se que “quem se contenta com o que tem é feliz como ninguém”, mas esta é uma frase que tem uma capitulação implícita, algo que nos é tão próprio enquanto povo, como o “quando mal nunca pior” e o “ainda teve sorte, podia ser pior”. A resignação com que encaramos as adversidades, junta ao igualmente típico e tóxico “eles �� que têm a culpa de isto estar assim”, tira a responsabilidade a cada um de ser dono do seu caminho assim como tira a responsabilidade de contribuir para melhorar o caminho comum. A generalização do mal nos outros, o “são todos iguais”, contribui igualmente para afastar quem não seja igual a esses outros e tenha genuína intenção de servir em vez de se servir.
Igualmente tóxico e ainda bastante típico, é o abuso dos pequenos poderes, o funcionário que aprecia ser tratado com deferência, mais do que respeito; o que leva aos limites e tantas vezes para lá deles, a influência sobre os que dificilmente o conseguem contrariar; o que aplica uma lei justiceira em vez de justa; o que facilita ou dificulta por critérios pessoais, entre outros menos claros; o que se apropria ou gere abusivamente o que a todos pertence. Pode-se dizer e pensar que há mudanças, mas temos de enfrentar e lidar com o facto de que ainda não estamos suficientemente longe daquilo a que julgávamos ter escapado, pois na nossa ilusão de fuga parece que temos corrido mais em círculos do que em frente e para longe. Veja-se a ascensão de certos grupos de influência nefasta e o que apregoam novamente às claras e sem pudor.
Juntemos a este “caldo tuga” a mais global e constante pressão de ser “bom”, de ser o “melhor“, num conceito imposto de que a realização individual passa por uma constante competição em que só aqueles que vencem os outros merecem viver e ser felizes. Claro que é uma estupidez, não podemos todos vencer e ser os melhores. Não é que faltem opções para quem quiser melhorar o conjunto ao invés do individuo, mas é um carreiro muito mais estreito para quem o quiser trilhar. Reparem na quantidade de literatura de auto-ajuda, de ginásios, a crescente oferta para melhorar o “eu”, o indivíduo, a proliferação de chavões do tipo “deixe todos os outros para trás e voe como uma águia”. Matámos Deus e agora queremos todos ser pequenos deuses, perfeitos física e mentalmente, cada um melhor que o outro. Um conjunto de indivíduos em competição pela perfeição individual nunca poderá ser uma sociedade boa.
“O Deus das Moscas” de William Golding parece-me uma analogia apropriada, aproveito para vos deixar como sugestão de leitura.
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pgrave · 11 months
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14/06/2023 Boa 4a feira aos ouvintes da Radio Antena Livre!
No ultimo sábado, 10 de Junho, o primeiro ministro foi recebido em Peso da Régua por manifestantes, aparentemente professores ou seus representantes, alguns empunhando cartazes caricaturando António Costa com nariz de porco e com lápis espetados nos olhos. Não aponto qualquer intenção especifica ao autor, professor, que já disse que a sua caricatura não tem conteúdo nem intenção racista, mas digo que me parece de extremo mau gosto e até bastante violenta. Mais, ataques pessoais directos com recurso ou incitação à violência, são sempre criticáveis. Devemos e podemos criticar ideias e acções, de um governo, de um ministério ou ministro, mas nunca uma pessoa ou qualquer característica pessoal. Independentemente das causas, a democracia e a liberdade não se devem usar assim. No seguimento do caso, uma infame deputada municipal do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa, diz sobre Costa no Twitter que, passo a citar, “ No meio político onde me movo, a “cor” dele é usada como argumento. Os cartazes foram a expressão gráfica daquilo que circula nos bastidores. São a ponta do icebergue.” Isto é uma assunção séria sobre o meio político onde esta senhora se move, mas diz também algo sobre ela e outros do mesmo meio. Não entendo bem qual a intenção, mas se alguns apelidaram de denuncia corajosa, muitos mais apontaram a inércia em agir contra, a capitulação suave, o assumir do “chafurdanço” na lama comum, em vez do combate activo contra a mesma. Digo eu que seria coragem se a acompanhar as palavras viesse a declaração de que se iria afastar dum meio tão tóxico, por não se querer ver nele e associada a tais companhias. Seria coragem para ela e todos quantos discordassem de tais atitudes e delas se quisessem afastar.
Já Bordalo retratava a política como “ A Grande Porca”, e parece apropriada a caricatura para todo este caso.
No entanto, não podemos menosprezar as palavras da figura, pois são sérias demais, a ponta de um icebergue.
Hoje é um dia especial, Abrantes comemora a elevação a cidade! Parabéns a Abrantes e a nós, as suas gentes!
Entre os que podem festejar, lembremos os que sofrem e não têm animo para tal, seja por doença própria ou de familiar, ou por perda de alguém querido. Só por mero acaso uns são mais afortunados do que outros. Estes são tempos conturbados, tenho como muitos de vós terão, alguns amigos a lutar contra doenças complicadas, outros que recentemente perderam as suas lutas. Para os que resistem, bem como para as suas famílias, um abraço solidário, muita força para atravessar este tempo estúpido onde até os mortos têm de fazer fila, quanto mais os vivos.
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pgrave · 11 months
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31/05/2023 Caro ouvinte da Radio Antena Livre, boa 4a feira!
Hoje falo de uma grande mulher abrantina, alguém cuja vida e obra me enche de orgulho: Maria de Lourdes Pintasilgo, MLP!
Formou-se em 1953 no IST, em Engenharia Química, desempenhou funções de direcção na CUF, foi a primeira mulher secretária de Estado, a primeira a assumir um ministério, única primeira-ministra (segunda na Europa, 2 meses depois de Margaret Thatcher), primeira embaixadora e primeira mulher a candidatar-se à Presidência da República.
Mas para mim, o legado do pensamento de MLP é maior e mais importante do que o legado histórico das suas conquistas de carreira e profissionais. Do que mais cuidava o pensamento de MLP era o modo de alcançar um futuro melhor. Para isso defendia princípios de igualdade, de justiça social, de ética política, como essenciais para uma melhor sociedade.
Esse legado do pensamento para um futuro melhor, mais igualitário e socialmente justo, tem sido injustamente votado ao esquecimento, no que parece uma vingança do poder mesquinho e misógino que MLP sempre afrontou sem medos. Ouvi que a sua primeira entrada como Primeira Ministra no Parlamento foi marcada por uma pateada, mais por ser mulher, capaz e independente, do que por questões políticas. Não fosse a fundação “Cuidar o Futuro”, criada por MLP para promover o seu legado, e o risco de esquecimento da sua obra seria ainda maior.
Em Abrantes, a casa onde viveu está em ruína acentuada, apesar de ser propriedade do município e estar no centro histórico da cidade. Há planos para a mesma, mas são desadequados, pois impedem a visita. Digamos que qualquer casa servia para o planeado, mas aquela não é uma casa qualquer. As colaborações com a fundação “Cuidar o Futuro” têm sido escassas: na biblioteca António Botto em 2018, a 18 de janeiro, data do aniversário do nascimento de MLP, houve uma sessão de homenagem com convidados, e em 2021 uma exposição biográfica.
Há um prémio instituído para a igualdade com o nome da ilustre abrantina, que também deu o nome a uma rua e recentemente a uma escola, mas o prémio é bienal, só promove a igualdade de dois em dois anos. O nome na rua e na escola é apropriado, mas outras há com nomes de personalidades locais. Portanto, embora algo esteja feito, mais e melhor se pode e deve fazer para honrar devidamente a nossa MLP, que disse:
“O feminismo não é a luta das mulheres contra os homens: é a luta das mulheres pela sua autodeterminação; é o processo de libertação de uma cultura subjugada; é a conquista do espaço social e político onde ser mulher tenha lugar.
Luta, libertação e conquista que significam necessariamente uma maior riqueza para tudo o que é humano.”
Maria de Lourdes Pintassilgo
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pgrave · 11 months
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17/05/2023 Boa 4a feira aos ouvintes da Radio Antena Livre!
Falo-vos hoje do estranho caso de um desaparecimento em Abrantes, concretamente da Associação de Geminação de Abrantes. Quase certo que a causa principal se deve aos desaparecimentos das mesmas geminações que tratava a dita associação (inactiva há vários anos). Destes assuntos também nada actual se encontra nos sítios oficiais, nem tampouco no folhetim municipal de propaganda da maioria governante, o “Passos do Concelho”.
Adicionalmente, a página da referida associação numa conhecida rede social está sem administração responsável e mistura conteúdos impróprios com fotos de crianças de Abrantes e das cidades geminadas, bem como fotos e publicações de notáveis abrantinos, incluindo pelo menos uma a desejar longa vida à associação e às geminações. Face à actualidade, esta publicação envelheceu muito mal.
Mesmo querendo consultar os protocolos assinados, não consegui encontrar tais documentos no sitio da CMA. Como curiosidade acrescida, se alguém quiser consultar os protocolos de geminação de Torres Novas, encontra-os com relativa facilidade no local lógico, no seu sitio online. Para algo desaparecer basta não falar sobre isso e fazer de conta que não existe.
Do lado das cidades geminadas com Abrantes, há dinâmica nas associações, a de Parthenay elegeu em fevereiro passado novos dirigentes, Hitoyoshi tem sitio online próprio e informação sobre quase todas as “cidades irmãs”, sendo que Abrantes é uma das poucas excepções e quer-me parecer que o problema não será falta de vontade do lado japonês.
Este ano em que excepcionalmente se assinala o 30º aniversário da geminação com Parthenay, seria ocasião ideal para reavivar estes laços, avaliar o passado, mas mais importante, o futuro das geminações. Se os nobres propósitos das geminações são a partilha e o enriquecimento cultural, social, tecnológico, empresarial, procurando soluções mutuamente benéficas, porque não se mantém e destacam estas?
Para mim o exemplo das geminações desaparecidas caracteriza esta governação local, fechada sobre si mesma, a olhar para o próprio umbigo, a navegar à vista, sem qualquer arrojo, projecto ou estratégia visível para além do calculismo da reeleição. É assim que acabamos fechados para o mundo, para o país e para região, sem grandes atractivos que não sejam os naturais, históricos, gastronómicos e mesmo estes, não sendo energicamente bem divulgados, de pouco nos servirão para crescer. Felizmente são parte da terra e da água, dos monumentos, das pessoas, não são fáceis de destruir, mas também acontece ou pode acontecer, como lamentavelmente sabemos, basta poder e vontade. O que também serve para melhorar e dinamizar, assim havendo visão e capacidade.
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pgrave · 11 months
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03/05/2023 Boa 4a feira aos ouvintes da Radio Antena Livre!
Na reunião da Câmara de Abrantes do passado 18 de abril falou-se sobre eventos no Bairro do Lazareto em Abrantes, com a intervenção de um munícipe declarando-se prejudicado por uma acção da Câmara, que patrocinou uma obra que não necessitaria de projecto, mas da qual não fez o devido acompanhamento e fiscalização, até por se tratar de dinheiro publico entregue a um particular, tendo assim sido edificada uma construção ilegal no terreno do queixoso.
Antes de continuar, primeiro sobre Lazaretos, ou gafarias. Pela definição eram locais para onde eram enviados os leprosos ou outros pacientes de doenças infecciosas. Eram geridos pela igreja e em locais suficientemente afastados para garantir a distância entre os doentes, os indesejáveis, e os habitantes ditos saudáveis.
Em Abrantes, após a erradicação da lepra, ou doença de Hansen, o Lazareto continuou a servir o papel de afastamento de indesejáveis, tanto assim que um folheto de promoção de Abrantes datado de 1956 tem na legenda de um mapa da cidade a definição “2 - Bairro do Lazareto (indigentes)”. E ainda hoje lá vivem pessoas de frágil condição social.
Em qualquer lugar onde houvesse mais vontade de cumprir os objectivos da dignidade a que todos têm direito, este bairro já teria sido demolido e quem lá sobrevive poderia ter a oportunidade de uma vida mais digna. Talvez até se conseguissem evitar problemas subsequentes aos realojamentos, caso fossem bem interpretadas as conclusões de casos anteriores.
Mas a esperança cai por terra ao ouvir o Sr. Presidente da Câmara, que disse ser o plano comprar mais terrenos naquela zona, o que eliminaria o problema da propriedade e obra ilegal, mas não a indignidade e o problema social. E o problema social foi apenas aflorado numa perspectiva de caridade, dar dinheiro para construir uma casa de banho, que não existia e era necessária, mas não foi resolução da indignidade social na sua raiz, até porque aparentemente a tal instalação sanitária tem esgoto a céu aberto, correndo pelos terrenos adjacentes até ao rio Tejo.
O Sr. Presidente da câmara justificou o apoio da obra, num acto isolado de qualquer plano social ou estratégico, pela necessidade das crianças. As crianças das quais se apiedou por não terem casa de banho, ainda vivem e brincam junto a um esgoto a céu aberto, no bairro que foi lazareto dos leprosos, lugar dos indigentes. Mais, estranhamente a Srª. Vereadora com o pelouro da Acção Social não se manifestou, mantendo sobre o caso um silêncio ensurdecedor, nem nenhum dos vereadores da oposição a questionou, nem analisou ou foi critico do problema pela vertente social, pela indignidade.
Parece-me a mim que a resolução do problema social traz as soluções todas. E acrescento: prefiro dinheiro municipal, o meu e de todos vós, bem empregue em soluções sociais estratégicas do que em atracções de feiras e festivais.
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pgrave · 11 months
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PEDRO GRAVE – OPINIÃO – RADIO ANTENA LIVRE
DA LIBERDADE
4a FEIRA, 19 ABRIL 2023
Boa 4a feira aos ouvintes da Radio Antena Livre!
Como se aproxima o dia da Liberdade, 25 de Abril, trago-vos hoje algumas considerações sobre a mesma.
Nos Estados Unidos, a American Library Association (ALA), associação de bibliotecas e livrarias, registou em 2022 um número recorde de pedidos de remoção de livros dos escaparates das livrarias e bibliotecas, públicas e escolares, de 2571 títulos únicos, um incremento de 38% face a 2021, quando foram reportados 1858 pedidos de remoção.
Segundo comunicado da ALA, estes números em crescendo devem-se a grupos organizados de pessoas que chegam a fazer pedidos de censura com 100 títulos de cada vez!
As razões são as mais variadas, mas as temáticas raciais e de género são as mais visadas. Alguns destes pedidos alcançam o que pretendem e a lista de livros banidos aumenta também. Uma das autoras com livros censurados nos Estados Unidos é Toni Morrison, que disse sobre o assunto: “Há algum pânico associado com a ideia de leitura que é completamente desproporcionado com o que acontece de facto quando alguém lê”.
Ainda bem que na minha juventude tive acesso relativamente livre a todo o conteúdo da biblioteca publica que frequentava assiduamente, onde consegui ler todos os livros que quis ler, com algum critério sobre os conteúdos, mas não muita rigidez, devido ao meu interesse genuíno e prova de compreensão sobre o que entregava. Sou muito grato por tal e dou muito valor a quem se preocupou e interessou, quem valorizou as minhas leituras, assim como o que delas retirei. Sei o valor de um livro, de muitos livros, de qualquer livro. Para mim são portas para tudo, para qualquer tempo e lugar, para o concreto e o abstracto, para a beleza e o horror, sim, mas tudo controlado pela opção pessoal, pela capacidade de escolher o que lemos. Restrições etárias são compreensíveis, mas o que vá para além disso trata-se de censura, paternalismo, ignorância.
Escreve o nosso Alexandre O'Neill, no seu "Um Poema pouco original do medo":
“(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)”
Defendamos a liberdade de ler, de opinar, de escolher, sem medo. Morte à censura, Viva a Liberdade!
Pedro Grave
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pgrave · 11 months
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05/04/2023 O Senhor dos Passos
Boa 4a feira aos ouvintes da Radio Antena Livre.
Ao a ler o Boletim Passos do Concelho d´Abrantes nº 124, de Janeiro/Fevereiro de 2023, verifico que, como das vezes anteriores que o fiz, o mesmo boletim ainda é propriedade do Município de Abrantes, e que é um meio informativo da Câmara Municipal de Abrantes.
Também sei que a Câmara Municipal de Abrantes é constituída por mais vereadores sem serem os da maioria, assim como sei que há mais forças autárquicas no nosso concelho a representar os munícipes que não elegeram a maioria. Ora neste boletim há pelo menos 17 fotografias com o Sr. Presidente da Câmara, em cerca de 40 páginas. Há páginas com 3 ou 4 fotos idênticas, sempre repetindo o sujeito, variando apenas quem o rodeia, em algumas também aparecem os vereadores da equipa da maioria, quase todo o espaço de imagem ocupado em exclusividade. Dos vereadores da oposição, nada, salvo a menção na ficha técnica.
Estou certo que outros sentirão o mesmo que eu, ao pensar que todos somos munícipes desta autarquia, logo co-proprietários da publicação em apreço, que se faz financiada pelos impostos de todos, mas não inclui imagens ou alusões à presença dos vereadores da oposição em nenhuma das actividades reportadas pelo boletim informativo da Câmara Municipal da qual são parte indivisível!
É obra, digo-vos eu, obliterar assim a existência de oposição, bem como a sua actividade ou participação na vida do município. Fica mal servido de informação, com uma visão muito estreita, quem não tiver outros meios de acesso à realidade, ou não os procurar.
Voltando ao inicio, saltam-me à vista no editorial do boletim as palavras em destaque do seu director, que, coincidentemente, é o Sr. Presidente da Câmara:
e cito, “...exemplos de valorização do nosso passado como meios de conquistarmos o nosso futuro…”, fim de citação.
A ver por vários exemplos conhecidos e visíveis do estado do nosso passado abrantino, como o edifício do nosso antigo mercado diário ou a casa da nossa ilustre Maria de Lourdes Pintasilgo, entre outro património degradado do nosso município, parece-me muito baça e tremida qualquer visão da conquista do nosso futuro, pelo menos eu não vejo como unanimemente nosso ou sequer apetecível, qualquer futuro que não inclua a devida e muito merecida valorização dos referidos marcos históricos.
Votos de Boa Páscoa e muito cuidado na estrada para quem viajar nesta quadra.
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pgrave · 11 months
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PEDRO GRAVE – OPINIÃO – RADIO ANTENA LIVRE
IP (ILUMINAÇÃO PUBLICA), ENERGIA E PLANOS
4a FEIRA, 22 MARÇO 2023
Bom dia aos ouvintes da Radio Antena Livre! Aceitei com entusiasmo a proposta de vos trazer a minha opinião a este espaço quinzenal, agora as cartas estão lançadas e veremos como corre!
Hoje falo de um serviço publico muito importante, pelo menos eu e muitos assim o entendemos: a iluminação publica! É de tal forma importante para a segurança publica que, apesar de representar uma fatia significativa do consumo total de electricidade, ainda assim e face aos benefícios de segurança, tem sido globalmente consensual assegurar e melhorar o seu funcionamento. Também face a esta fatia importante do consumo total, vem sendo prioridade o melhoramento da eficiência dos sistemas.
Já agora, ressalvo que a iluminação publica também tem algo menos bom: contribui para a poluição luminosa, com efeitos nefastos sobre os ecossistemas e a saúde humana.
Ora talvez já tenham notado ou ouvido falar que, de há algum tempo para cá, a iluminação publica da responsabilidade municipal em Abrantes tem sido desligada quando ainda não há luz natural suficiente para assegurar as condições de segurança que todos desejamos e pelas quais também pagamos os nossos impostos.
Aparentemente trata-se de uma medida de “poupança”. Poupar é muito importante, mas mais importante que poupar é a segurança publica. E poupar sem critério também pode não ser um beneficio e trazer riscos desnecessários, não acautelados ou limitados com outras medidas.
Mesmo havendo algum critério, por exemplo um estudo que dissesse em que horas de escuro há menos actividade nas vias, qualquer acaso que modificasse as condições normais traria imprevistos e aumento do risco, portanto parece-me que o único critério lógico para haver iluminação publica é estar escuro. No limite do absurdo, se podemos estar “às escuras” uma hora qualquer por dia, sem critério, apenas por “facilitismo”, podíamos poupar mais ainda não ligando nunca a iluminação publica! Nem se acendia, pensem o que se poupava!
Mas, admirem-se ou não, já há no nosso país medidas diversas e muito mais inteligentes para poupar na iluminação publica. Algumas, intermédias e simples, aqui bem perto. Por exemplo, em Constância, a cada três luminárias, uma fica apagada. Já estamos nos 33% de poupança, mantendo 67% da iluminação. Se as luminárias fossem alteradas para LED, a relação seria ainda melhor, mais poupança, mais e melhor luz.
Mas há melhor: em Santa Cruz, na ilha da Madeira, a autarquia muniu-se de um Plano Director de Iluminação Pública, coisa a sério, mesmo “smart”, para poupar 300 mil euros anualmente e ainda minorar o impacto sobre a biodiversidade local! Um investimento de 650 mil euros traz 300 mil de poupança anual, para além da mitigação dos impactos ambientais sobre a biodiversidade local.
Outro exemplo, em Viseu, na reabilitação do Mercado 2 de Maio, este foi totalmente coberto com telhas solares, que vão produzir energia limpa para três edifícios municipais! Com financiamento europeu a 97% do investimento, 53% deste a fundo perdido e o restante com taxa de juro a 0%.
Afinal há melhores opções do que apagar a luz aos “nossos” munícipes!
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pgrave · 1 year
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Quinta do Furadouro, jardim (Atentem na data, no frontispício!) Sobre a quinta e seus proprietários: https://www.olhomarinho.net/Quinta_do_Furadouro https://www.instagram.com/p/Co0gGy9q4jV/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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