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Crítica: Como criar crianças doces num país ácido | Taís Araújo | TEDxSaoPaulo
https://www.youtube.com/watch?v=H2Io3y98FV4
Em sua palestra, Taís Araújo começa falando que é mãe de dois filhos: João Vicente, o mais velho, na época com 6 anos e Maria Antônia, na época com 2 anos. Ela em seguida diz que mesmo mentindo às vezes para as pessoas que perguntam, ela sabe: existe uma grande diferença entre criar meninos e meninas.
Obviamente por conta das questões que sabemos: vivemos em uma sociedade completamente machista, onde a mulher exerce a mesma função que o homem e recebe menos, é alvo de abordagens indesejadas e inadequadas… enfim, claramente não é a mesma coisa.
E ela diz que na teoria, sabendo desse cenário da nossa sociedade, o filho dela não sofreria das mesmas coisas que a sua filha sofreria. Mas essa “teoria” cai por terra graças à um único fato: os seus filhos são negros. E isso implica que sim, João Vicente vai sofrer muito na sua vida ainda… desde agora. Simplesmente pelo fato dele ser negro.
Como a própria Taís diz: “Liberdade não é um direito que ele vai poder usufruir se el andar pelas ruas descalço, sujo, saindo da aula de futebol… ele pode ser apontado como um infrator, mesmo com 6 anos de idade”
“No Brasil, a cor do meu filho é a cor que faz com que as pessoas mudem de calçada, escondam suas bolsas e que blindem seu carros.”
Há quem diga que o Brasil não sofre com o racismo. Bom, as postagens deste blog que vos fala já nos prova que isso não é uma verdade.
Quando você prova uma fruta, só sente o gosto dela quem realmente prova o seu sabor.
Seria coincidência que as pessoas que insistem em dizer que não existe racismo no Brasil, são aquelas que nunca sentiram isso na pele?
Bom, sabemos que realmente a vida de João Vicente, desde os 6 anos de idade realmente será difícil se levarmos em conta a cor da sua pele. Mas, como Tais afirma: “a vida dele só não vai ser mais difícil que a da minha filha”.
Ser mulher em um país como o Brasil, já é suficientemente complicado. Agora, imagine ser mulher e negra…
Poderíamos dizer que é o dobro mais difícil, mas talvez seja até mais. Todo sofrimento e os sapos que as mulheres são obrigadas à engolir, misturado e mixado com a luta diária de ser negra.
Taís se questiona Como criar crianças doces, em um país tão ácido? Como fazê-las entender que pluralidade e diversidade são riquezas num país plural, diverso… mas também desigual.
E Como não jogar sobre elas uma vivência e até uma mágoa nossa, mas ao mesmo tempo não permitir que ela enfrente o mundo de uma maneira ingênua, para evitar que fossem atropeladas pela sociedade?
Essas talvez sejam perguntas que não tem resposta… até que o mundo mude. E isso realmente tornam: a desigualdade social, a desigualdade de gênero, o racismo e o preconceito com a condição sexual, todo esses, um problema de TODOS NÓS. Um problema da SOCIEDADE, que literalmente não consegue viver em harmonia, como deveria ser, justamente porque essas coisas existem e estão sim presentes no nosso cotidiano, mesmo que a gente não perceba.
Eu tenho mesmo sonho que você, Taís. Eu quero que os filhos dessa geração, e os filhos deles cresçam livres e se tornem potentes! Independente das escolhas que fizerem pra sua vida, de suas cores e seu gênero. Mas você mesma sabe Taís: para isso acontecer, temos que começar à olhar para o outro com AFETO, com atenção. Devemos viver todos em harmonia. Temos todas diferenças, e de certa forma que bom que temos. Se fossemos todos iguais, o mundo não seria a mesma coisa. Mas essas diferenças ficam e devem ficar em segundo plano porque estamos todos no mesmo barco. Somos realmente a extensão do outro. E o outro, também é uma extensão de nós.
Desejamos e cobramos um mundo melhor. Talvez isso demore gerações até chegarmos em um cenário utópico sem desigualdades. Mas devemos começar por algum lugar. O que estiver no nosso alcance, faremos. Não tem como mudar um bairro se não começarmos mudando nossas ruas. E não tem como mudarmos nossas ruas, sem antes mudar a nossa própria casa. Devemos começar a mudar a nós mesmos, nas ações, nas atitudes, para isso ir se espalhando, nem que somente nossos filhos recebam a herança de nossas mudanças. O importante é começar a mudança. Por algum lugar.
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pequenozumbi-blog1 · 5 years
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DOCUMENTO: TED da Taís Araújo, "Como criar crianças doces num país ácido?"
Título: Como criar crianças doces num país ácido?
Palestrante: Taís Araújo
Tipo: Vídeo-documentação de palestra
Oferecimento: TEDx - organização conhecida por promover palestras curtas de grande impacto.
Data da palestra: 12 de agosto de 2017
Data da publicação: 14 de novembro de 2017
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=H2Io3y98FV4
Descrição: Taís Araújo fala do desafio de criar filhos no Brasil de hoje. Primeira atriz negra a ser protagonista de novela brasileira. Por esse trabalho, tornou-se conhecida internacionalmente e foi eleita um dos 50 rostos mais lindos do mundo pela revista People. Foi também a primeira protagonista negra de uma telenovela da Rede Globo em Da Cor do Pecado, a novela brasileira mais vendida para o exterior até 2012. A atriz é um ícone do empoderamento negro e militância por igualdade racial.
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pequenozumbi-blog1 · 5 years
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CRÍTICA: SOBRABOS E MUCAMBOS (CAPÍTULO III)
 O capítulo selecionado entre os doze do Livro SOBRADOS E MUCAMBOS, de Gilberto Freyre, é o terceiro e está intitulado como “PAI E O FILHO” vai ressaltar a enorme diferença hierárquica existente,na época,entre os adultos e as crianças, e que querendo ou não pode acabar se estabelecendo até hoje.
Mostra também o antagonismo entre o homem velho e o homem novo;as duas fases do menino na sociedade patriarcal: o menino “ANJO” (até os 6 anos) e o menino “DIABO” , que é a fase da razão (dos 6 aos 13 anos) nessa fase começa o questionamento dos poderes superiores, seja do pai, da Igreja, etc, e que os bons costumes eram cobrados das crianças e que se não fossem seguidos, castigos aconteceriam. Castigos esses que podem ser comparados à violência sofrida pelos escravos. Não era tolerado quaisquer questionamentos, não era tolerado questionar a autoridade paterna, faminta pelo ideal de justiça.
E Freyre fala que uma das coisas que contribuiu para o enfraquecimento do poder do pai foi a religião, já que a criança já não servia um mestre se ele não fosse Deus, nesse caso a leitura dos jesuítas dele.
Freyre aborda o fato de terem havido dois tipo de educação,com destaque para o Colégio com suas especificidades.O autor ainda aborda o patriarcalismo,como o domínio rural da casa grande sob o senhor de engenho; e o semipatriarcalismo,um período de transição,no qual ocorre o declínio do patriarcalismo com o desenvolvimento dos sobrados.
Ainda é abordada a “questão da infância”,que só se torna especial,com a burguesia no século XVIII. O filho é sempre mais importante e aos 6 anos de idade já possui a autonomia sobre o corpo.
Um tema muito importante e super atual é a precocidade em se tornar adulto, é comum as crianças terem a vontade de crescer. Desde pequenos sonhamos com a data que nos tornaríamos realmente adultos para termos autonomia e etc, mas isso também é algo complicado pois, quando etapas são puladas e uma criança é tornada um adulto de forma muito rápido, e realidade é exposta essa criança, que às vezes pode a chegar a estimular a precocidade da vida adulta
Algo que é um importante contraponto com os dias atuais é a forma de ensino do Colégio Jesuíta, quando falamos em competitividade entre os garotos, já que os melhores alunos eram exaltados. Nos dias atuais, o sistema de ensino não engloba à todos, e desde sempre existiu-se uma pressão para que se você quer ser alguém na vida, você precisa tirar notas boas. Sendo que, por exemplo, uma prova de português não prova o quanto um aluno pode ser simplesmente um gênio em artes plásticas.  Isso se aplica desde o inicio do  colégio até a fase pré-vestibular dos alunos, em que a meritocracia ganha uma força e um peso muito grande.
O capítulo é muito importante para entendermos como certas relações, principalmente as de poder conduziram a sociedade à ser o que é nos dias de hoje, como nos exemplos citados acima.
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pequenozumbi-blog1 · 5 years
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DOCUMENTO: “Sobrados e Mucambos”, Gilberto Freyre
Título: Sobrados e Mucambos
Autor: Gilberto Freyre
Páginas: 1008
Idioma: Português
Editora: Global Editora
Sinopse:
Depois de analisar, em 'Casa-grande & senzala', a formação da família e da sociedade brasileira, Gilberto Freyre expõe em 'Sobrados e mucambos', toda a decadência do patriarcado rural entre os séculos XVIII e XIX que, enfraquecida com o declínio da escravidão e pressionada pelas forças da modernidade vindas do exterior, perde espaço, prestígio e poder. A aristocracia se vê obrigada a trocar as casas-grandes por sobrados urbanos, enquanto seus ex-escravos se alojam em casas de pau-a-pique nos bairros pobres da cidade.
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pequenozumbi-blog1 · 5 years
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                                     Crítica: Raízes, Negra Li (2018)
Normalmente as músicas de Negra Li têm uma forte batida do hip hop mesclada com vários elementos da música brasileira. E nesse álbum não é diferente: um boom-bap ao seu maior estilo com uma pitada sutil e muito agradável de samba e em algumas faixas, a batida e sensação lembra um pouco à do reggae. O ritmo é envolvente e de fácil agrado, além das músicas que ficam facilmente na cabeça: como “Venha”, a primeira faixa do álbum.
O álbum todo tem uma carga muito positiva sobre autoestima e autoaceitação, já que em vários episódios, Negra Li enfatiza o poder de se sentir bela e fazer o que bem entender enquanto mulher e enquanto negra. Por conta disso, o disco conta com uma pitada de sensualidade nas letras e no ritmo, e tudo isso se encaixa perfeitamente na bela voz de Negra Li.
Logo no primeiro verso da primeira faixa, “Venha”, Negra deixa isso bem claro:
“E quando eu chego na balada baby, é normal parar a pista // Eu sou tipo sexta feira, dia de maldade, capa de revista
Se não achou tudo isso tá de brincadeira, então por favor nem insista”
E se compara á grandes musas negras:
“Não acreditou, cola no meu show que é pra você ver que eu consigo ser um pouco de Beyonce, Lauryn Hill com Natalie King Cole”
Mostrando que as mulheres negras se ainda não se sentem, devem se sentir lindas, como essas musas, mesmo com todas as questões sociais favorecendo para o contrário.
Em “Mina”, 3ª Faixa do álbum, isso continua:
“Hoje eu acordei, me olhei no espelho // E ele me disse que eu tava tão linda
Botei aquele meu batom vermelho // Soltei o cabelo e fiquei mais ainda”
O ato de soltar os cabelos, cacheados, ou crespos, como eles realmente são, e se tornar mais linda ainda, implica em muita coisa enraizada dentro da nossa cultura e da tentativa do “embranquecimento”, alisando os cabelos e escondendo os cabelos afro.
E completa, dizendo para a “Mina” por mais que ela não “controle a previsão do tempo”, ela ainda pode ser uma Maju Coutinho, uma líder como Winnie Mandela, ou simplesmente quem ela bem quiser ser, pois isso está dentro dela.  
“Você pode até não controlar a previsão do tempo // Mas ainda dá tempo de ser Maju
De ser sol como a América do Sul // Diva como Érika Badu
Líder como Winnie Mandela, quem manda é ela //Viemos pra quebrar tabu
Pois a riqueza de ser mulher // É a beleza de poder ser o que bem quiser”
Na faixa “Malandro Chora” ela evidencia isso tudo e afirma “o poder que a preta tem”:
“O malandro chora ao me ver passar // Ele tenta e não consegue disfarçar
Com meu charme, eu faço ele se entregar // A preta te fisgou”
É a afirmação de que ela vai passar por um lugar e vai chamar a atenção por ser bela, por ser linda. Todos querem se sentir bonitos, e quando se tratam de negros, em uma sociedade onde o padrão de beleza é o branco… isso ganha ainda mais força.
E em um álbum desse, além da autoaceitação e do encorajamento para que as mulheres negras se sintam realmente maravilhosas como elas são, a crítica ganha bastante força:
Em “Raízes”, 2ª faixa do álbum, com participação de Rael, a música ja começa bem direta:
“Você ri da minha pele // Você ri do meu cabelo
Saravá, sou sarará, e assim quero sê-lo”
Evidenciando todo racismo sofrido desde sempre e logo em seguida a resposta: “Assim quero sê-lo”. É assim que eu sou, e assim que serei. Um grito de resistência frente à qualquer preconceito que possa ganhar força.
E essa resistência prossegue nos próximos versos:
“Minha dor é de cativeiro // E a sua é de cotovelo”
“Temos a cor da noite, filhos do açoite // Tipo Usain Bolt:
Ninguém pode alcançar… // E nada nos cala, já foi a Senzala
Já tentaram bala // Ninguém vai nos parar
Filhos de Luanda, vindos de Wakanda // Hoje os pretos manda”
Afirmando que eles são o povo que sofreram, passaram pelo inferno, mas nada calará as vossas vozes, e que se durante algum tempo, o negro sonhava em ser branco… isso não existe mais. É a força do negro ganhando espaço e o reconhecimento do quão rico é ser negro.
Já na faixa “Somos Iguais”, 9ª faixa, junto com Cynthia Luz:
“Reza a lenda, reza a lenda // Temos direitos, somos aceitos
Somos iguais
Reza a lenda, reza a lenda  // Mulher tem espaço, gay respeitado
E os pretos não sofrem questões raciais”
Uma resposta àqueles que insistem em dizer que no Brasil (e há quem diga no mundo), não existe preconceito, que todos têm as mesmas oportunidades e que são igualmente respeitados. Sabemos bem que isso simplesmente ocorre da forma inversa, principalmente no Brasil. E que apenas em lenda, que existe esse mar de rosas que insistem em nos fazer acreditar.
E terminam a música da seguinte forma:
“A voz não se cala, estamos cientes // Marielle presente
A mídia que fala, não faz nossa mente // Presente
A voz não se cala, estamos cientes // Marielle
A mídia que fala, não faz nossa mente // Presente”
Mostrando que podem tentar silenciar, igual fizeram com Marielle… sempre existirão outras Marielles, a causa sempre estará presente e elas nunca se esquecerão de lutar, mesmo que a mídia tente passar uma realidade que não condiz com a verdade.
Negra Li encerra o álbum com a faixa “Nossos Sonhos”, particularmente a minha música preferida do álbum pela sensação de se ouvir essa música. Só quem escuta, sabe.
E nela, Negra diz:
“As vezes me pergunto, olho pro mundo // E vejo todas essas coisas fora do lugar
E não é fácil entender a razão e o porquê // Pouco a pouco o sentimento pode se perder”
E posteriormente, completa:
“Eu sigo pensando // Quanto tempo
Deixamos nossos planos por coisas tão banais // Nossos sonhos valem muito mais
Só o amor constrói, unidos somos mais // Use a sua voz, declare a sua paz
Nossos sonhos valem muito mais”
De uma maneira linda, ela põe em questão que por mais que pareça que não existam mais esperanças para que as coisas mudem, devemos focar em espalhar o amor, nos unir em prol de uma causa comum, nos manifestarmos e pedirmos a nossa paz. Esqueçamos todas picuinhas, quaisquer chateações e foquemos na nossa felicidade, no nosso futuro e o que queremos pro mundo
Afinal, Nosso Sonhos valem muito mais.
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pequenozumbi-blog1 · 5 years
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Título: Raízes
Artista: Negra Li
Gravação: 2018
Data de lançamento: 23 de novembro de 2018
Gravadora: White Monkey Recordings
Gênero: Hip-Hop/rap
Formato: Digital
Faixas: 11
Duração: 37 minutos
(via https://open.spotify.com/album/1irjwg0aWECfnZkuTJLq6E?si=Cy85mm_jRvWPCXXC_YGr6Q)
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pequenozumbi-blog1 · 5 years
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Crítica: Cidade de Deus (2002)
Ágil, dinâmico, elenco entrosado, e sem furos no roteiro. O filme mostra como é a vida das pessoas que moram nas favelas, que desde pequenas já aprendem a ser criminosos.
as cenas mostram-nos a realidade da vida dessas pessoas bem como ela é.
Desde que nascem, os moradores da Cidade de Deus convivem com outros criminosos. Sua família, seus vizinhos, seus amigos, enfim, a grande maioria são bandidos e assassinos.
E à medida que vão crescendo, eles vão tomando o caminho do crime, da violência, do tráfico, e se tornando cada vez mais violentos.
O filme mostra cenas que nos deixam chocados, como mortes violentas, crianças marginais, entre outros.
A construção do filme é algo monstruoso, sua estrutura narrativa é sensacional, o roteiro simples e sólido é fortalecido por excelentes personagens e diálogos viscerais, sem contar a crueza das atuações e da brutalidade mostrada em cena, que é de um realismo tão impactante que ao mesmo tempo que choca, consegue ser em muitos momentos engraçado, justamente por seu realismo e por seus personagens 100% humanos e compreensíveis, além de ter uma reconstrução de época impecável, a transição de década é fluída e muito precisa.
Buscapé é um menino que não quer viver aquela realidade do tráfico, isso fica claro desde o início do filme, ele usa seu talento como fotógrafo para tentar fugir daquela realidade. Já Dadinho desde criança mostrou que ia seguir o mundo do crime, quando ele completa 18 anos, se torna Zé Pequeno, um traficante perigoso que também pode ser um assassino sangue frio. Cidade de Deus nos apresenta de forma muito realista o que os moradores da favela presenciam, e como crianças, que já nascem dentro daquela realidade dificilmente saem daquele lugar. Através de uma câmera que gira em torno do personagem, o relógio volta no tempo e somos levados aos anos 1960, quando tudo ainda era diferente e a violência dentro da comunidade não alcançava os níveis que vemos no desfecho da obra. A partir daí, em uma narrativa não-linear, acompanhamos a história dos criminosos da Cidade de Deus, do Trio Ternura a Zé Pequeno .
Certamente, como vimos em Cidade de Deus, eles não podem e não tem como viver a vida de outra forma, a não ser matando, roubando, ameaçando e procurando outras mil formas violentas e anti-sociais de viver.
Cidade de Deus, filme com a direção espetacular de Fernando Meirelles, transmite a quem assiste a realidade de um Rio de Janeiro que está além dos cartões postais, belas paisagens e que pouco interessa a mídia, ao Estado e as grandes empresas.
A direção de Meirelles é o pilar que mantém tudo isso unido, com uma decupagem que nos transporta para dentro desse cenário, ora com um olhar externo dos acontecimentos, quase documental, com closes em seus personagens, garantindo a humanidade em cada um deles. Nos sentimos como se estivéssemos ali no meio daquele problemático ambiente e a sensação de perigo nos assombra, transmitindo naturalismo à narrativa, que chega a nos deixar com um nó no estômago ao término da exibição. A realidade de uma gente que já nasce com seu caminho traçado pela violência e falta de oportunidade - ambos advindos dos locais em que vivem - que batalha todo dia para que o alimento chegue à mesa de sua família; uma gente que também trabalha, que tem dívidas, que também festeja e que se diverte como qualquer outra gente; uma gente que por falta de opção muitas vezes acaba tendo seu destino roubado pelo crime e a essa gente pouco resta a não ser continuar sonhando e lutando. Ao lado da direção temos a emblemática fotografia de César Charlone, que já nos planos iniciais tira o nosso fôlego. Charlone apresenta um verdadeiro domínio de sua arte, sabendo trabalhar nas diversas cenas noturnas. Sua retratação da Cidade de Deus apenas solidifica o naturalismo com uma paleta de cores que apenas realça a frieza dos criminosos dali. Os tons quentes vão abrindo espaço para cores mais frias, assumindo o auge após a morte de Bené. Em momento algum sentimos uma segurança ao assistir a obra e dá sempre a sensação e realmente nos prepara para que a qualquer momento, algo pode dar errado.
Um dos grandes sucessos de bilheteria e um dos marcos do Cinema Nacional, Cidade de Deus é um dos maiores sucessos comerciais e críticos do cinema nacional. Trata-se de uma obra que muito herda de filmes como Os Bons Companheiros, Scarface e Pulp Fiction, com alguns tons e estruturas narrativas similares, mas que, ao mesmo tempo, assume um caráter único por meio da representação nua e crua de um dos lados do quadro social do Brasil.
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pequenozumbi-blog1 · 5 years
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Título: Cidade de Deus
Baseado em: Cidade de Deus, de Paulo Lins
Direção: Fernando Meirelles e Kátia Lund
Roteiro: Bia Salgado, Bráulio Mantovani, César Charlone, Inês Salgado, Paulo Lins
Produção: Andrea Barata Ribeiro, Maurício Andrade Ramos
Coprodução: Marc Beauchamps, Daniel Filho, Hank Levine, Vincent Maraval, Juliette Renaud
Produção executiva: Donald Ranvaud, Walter Salles
Música: Antonio Pinto, Ed Cortês
Direção de arte: Tulé Peak
Direção de fotografia: César Charlone
Edição: Daniel Rezende
Narração: Alexandre Rodrigues
Ano de produção: 2002
Data de lançamento: 30 de agosto de 2002 (Brasil)
Duração: 130 minutos
Classificação: 16 anos
Idioma: Português
Gênero: Drama/Nacional/Policial/Ação
Países de origem: Brasil, França
Realização: O2 Filmes, Globo Filmes
Distribuição: Lumière Brasil (BRA), Miramax (EUA)
Elenco: Alexandre Rodrigues, Leandro Firmino da Hora, Phellipe Haagensen, Douglas Silva, Jonathan Haagensen, Matheus Nachtergaele, Seu Jorge, Alice Braga
Sinopse:
Buscapé (Alexandre Rodrigues) é um jovem pobre, negro e muito sensível, que cresce em um universo de muita violência. Buscapé vive na Cidade de Deus, favela carioca conhecida por ser um dos locais mais violentos da cidade. Amedrontado com a possibilidade de se tornar um bandido, Buscapé acaba sendo salvo de seu destino por causa de seu talento como fotógrafo, o qual permite que siga carreira na profissão. É através de seu olhar atrás da câmera que Buscapé analisa o dia-a-dia da favela onde vive, onde a violência aparenta ser infinita.
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pequenozumbi-blog1 · 5 years
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                Sobrevivendo ao Inferno - Racionais MC’s
O álbum, lançado em 1997 pelos Racionais MC’s é um dos mais importantes da história da música brasileira, e com certeza o mais importante do rap nacional.
Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue e Kl Jay transformaram um álbum musical em uma aula. O disco retrata o cotidiano do jovem negro na periferia, o sentimento de revolta e a luta para sobreviver num Estado que tira violentamente a vida de milhares de jovens por ano. As faixas escancaram o dia-a-dia emocional e social do negro periférico, dissecando a exclusão racial que existe no país.
O título “Sobrevivendo ao Inferno” já nos dá uma pista do que seria abordado nas letras dos Racionais: A Vida na Periferia… e porque não como sobreviver à ela.
Logo de início, na primeira faixa do disco, “Jorge da Capadócia”, os Racionais musicalizam uma oração à São Jorge, um dos santos mais populares tanto no catolicismo, quanto em religiões afro-brasileiras e até no espiritismo. É homenagem e conta com a participação de Jorge Ben Jor, que tem uma música lançada com o mesmo nome, em 1975.
A letra, implicita que os integrantes dos Racionais estariam se vestindo com as roupas de São Jorge para que pudessem transmitir a sua mensagem com proteção:
“Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge // Para que meus inimigos tenham pés e não me alcancem
Para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem // Para que meus inimigos tenham olhos e não me vejam
E nem mesmo um pensamento eles possam ter para me fazerem mal.”
E é em “Gênesis” em que ocorre a introdução ao álbum. Nessa faixa, Mano Brown resume que Deus criou tudo que há de melhor no mundo, mas o homem, graças à sua ganância, cai em tentação e visa apenas a vantagem própria. E que através de orações, e/ou da força da violência, Brown e todos os moradores da periferia tentam sobreviver ao cotidiano selvagem que é a realidade para todos eles.
“Eu? Eu tenho uma bíblia véia, uma pistola automática e um sentimento de revolta.
Eu tô tentando sobreviver no inferno".
A Faixa “Capítulo 4, Versículo 3” começa com Primo Preto dando estatísticas sobre a população negra e de periferia:
“Sessenta por cento dos jovens de periferia sem antecedentes criminais // Já sofreram violência policial
A cada quatro pessoas mortas pela polícia, três são negras
Nas universidades brasileiras // Apenas dois por cento dos alunos são negros
A cada quatro horas, um jovem negro morre violentamente Em São Paulo //
Aqui quem fala é Primo Preto, mais um sobrevivente”
Mano Brown então começa a música da forma mais “Racionais” possível: de modo agressivo e pesado. Como os Racionais sempre abordaram seus temas. E mostra como é o ambiente hostil em que vivem e como às vezes é necessário ser herói, e às vezes vilão.
Brown começa:
“Minha intenção é ruim esvazia o lugar // Eu tô em cima, eu tô afim um dois pra atirar
Eu sou bem pior do que você tá vendo // O preto aqui não tem dó é 100 por cento veneno”
E depois vem assim:
“Na queda ou na ascensão, minha atitude vai além // E tem disposição pro mal e pro bem
Talvez eu seja um sádico, um anjo, um mágico // Juiz ou réu, um bandido do céu
Malandro ou otário, quase sanguinário // Franco atirador se for necessário”
Fazendo o uso de muitas antíteses, para mostrar que não existem 0’s e 1’s e que às vezes é necessário virar até um franco atirador. É o bom e o mau vivendo em conjunto.
Mais adiante, Brown fala como o trabalhador na periferia rala, soa a camisa e mesmo assim vive quase miserável, ainda com contas à pagar e dívidas para quitar e assim é criado um monstro. Monstro esse que nasce da frustração de ser pobre, de viver sempre endividado, com a corda no pescoço, trabalhando para enriquecer os outros.
“Quatro minutos se passaram e ninguém viu // O monstro que nasceu em algum lugar do Brasil
Talvez o mano que trampa debaixo do carro sujo de óleo // Que enquadra o carro forte na febre com o sangue nos olhos
O mano que entrega envelope o dia inteiro no sol // Ou o que vende chocolate de farol em farol
Talvez o cara que defende o pobre no tribunal”
Para muitos, empunhar uma arma de fogo é um jeito mais rápido de prosperar e, além disso, se vingar daqueles que sempre tiveram tudo em mãos.
“Se eu fosse aquele cara que se humilha no sinal // Por menos de um real, minha chance era pouca”
E nesse trecho brown fala que não há como levar uma vida honesta morando na rua, e que caso se humilhasse no sinal em trocas de uns trocados certamente estaria morto.
“Diário De Um Detento” é uma composição inspirada no diário de Jocenir, ex-detento do presídio do Carandiru. Jocenir costumava escrever sobre sua rotina e devaneios em papeis que circulavam pelo presídio. É um relato forte, mas importante, por retratar como pensavam os presos, vítimas do massacre (mortos, feridos ou não, todos sofreram com o massacre que matou 111 presos).
“Rátátátá, Fleury e sua gangue // vão nadar numa piscina de sangue.
Mas quem vai acreditar no meu depoimento? // Dia 3 de outubro, diário de um detento."
• (Fleury era o Governador de SP na época do massacre à Carandiru e há quem diga que o Governador já sabia o que estava para ocorrer antes do massacre mas não interveio já que seria uma “limpeza” na sociedade. Transformando presos e pretos em estatística.)
Como é possível de ver, cada música do álbum tem muito à dizer e são muito ricas em sentidos, relatos, protestos e desabafos. Se eu for destacar todos os pontos importantes de cada faixa, eu escreveria um livro completo, de tão complexo e denso que é esse álbum. Não é a toa que é considerado o mais importante do rap nacional, e um dos mais importantes da nossa história musical, que é riquíssima.
Mas eu queria destacar alguns trechos que exemplificam bem, que desde criança o morador preto, da periferia é colocado em situações em que SOBREVIVER AO INFERNO é algo quase impossível (e as vezes, realmente é), levando-os à caminhos em que suas mães não se orgulhariam.
Edi Rock compôs a 10ª faixa do álbum: “Mágico de Oz” - uma referência ao personagem dos livros do escritor norte-americano L. Frank Baum. O título, remete á história “Mundo Fantástico de Oz” uma história que a maioria de nós leu enquanto crianças.
A música começa com uma intro de Pulga do ABC, um MC que na época ainda era criança:
"Comecei usar pra esquecer dos problemas  // Fugi de Casa.
Meu pai chegava bêbado e me batia muito. // Eu queria sair desta vida.
O meu sonho?  // Estudar, ter uma casa, uma família.
Se eu fosse mágico?
Não existia droga, nem fome e nem polícia."
E mostra como os problemas familiares, o abandono e a violência doméstica acabam resultando na fuga de casa e à procura pela vida da droga pelos menores.
E isso resulta em um outro verso de Edi Rock:
“Aquele moleque sobrevive como manda o dia a dia // tá na correria, como vive a maioria”
E para se aquecer na noite fria e para esquecer da sua realidade:
“A noite chega, e o frio também,  // sem demora e a pedra o consumo a cada hora,
pra aquecer ou pra esquecer, viciar,  // Deve ser pra se adormecer, pra sonhar”
Mostrando que o menor dá seu jeito para sobreviver ao dia a dia nas ruas de acordo com suas necessidades. “Na correria” (na esperteza, malandragem) como a maioria. O que muitas vezes pode resultar em cometer alguns delitos.
E além disso, expõe como esses moleques não tem nem as mesmas condições e oportunidades que uma criança da classe média, e que a sociedade vira as costas para ela. E só se lembram delas na hora do preconceito, na hora de pedirem para “limparem aqueles cracudos dali” E que talvez não exista salvação para eles:
“Ninguém liga pro moleque tendo um ataque,  // Foda-se quem morrer dessa porra de crack!”
“Hey mano, será que ele terá uma chance? // Quem vive nesta porra, merece uma revanche”
“É preciso eu morrer pra Deus ouvir minha voz // Ou transformar isso aqui no mundo mágico de Oz” - sem droga, sem fome… e sem polícia, como pedia Pulga do ABC
Edi Rock ainda termina tendo empatia por todos esses moleques:
“Porque meu povo já sofreu demais, e continua sofrendo até hoje! // Só quero ver os moleque nos farol, na rua, muito louco de cola, de pedra,  // e eu penso que poderia ser um filho meu, morô?
Eu tenho fé…”
• Todo o álbum dos Racionais nos obriga a parar e refletir. Suas músicas são um exercício de reflexão, pois ao ouvi-las experimentamos um assombro: é um negro contando a sua história “de lágrima, sangue, vidas e glórias, abandono, miséria, ódio, sofrimento, desprezo, desilusão” - “Diário de um Detento”. Não é como nos livros didáticos, que na maioria das vezes traz a versão de um branco contando a história de um negro ou do povo negro, mas a narrativa da condição do negro narrada por um negro. O álbum faz uma crônica da violência, exclusão, discriminação, racismo e falta de oportunidades à juventude negra.
Deixo aqui um trecho da faixa ‘Salve”, a última do álbum em que Brown realmente manda um “salve” para todas as quebradas e todos aqueles que fazem música nas periferias:
“Todos os DJs, todos os MCs, que fazem do rap a trilha sonora do gueto
E pros filha da puta que querem jogar minha cabeça pros porcos, aí, tenta a sorte mano
Eu acredito na palavra de um homem de pele escura, de cabelo crespo, que andava entre mendigos e leprosos pregando a igualdade
Um homem chamado Jesus
Só ele sabe a minha hora
Aí ladrão, to saindo fora
Paz”
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pequenozumbi-blog1 · 5 years
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                                     Quando Me Descobri Negra
“Quando Me Descobri Negra” de Bianca Santa, é uma aula. De leitura fácil e que chama atenção, a obra é uma aula de consciência e de auto descoberta e eventualmente, aceitação.
Dividido em três partes, o livro está repleto de pequenos relatos, contados por Bianca que provocam e cutucam feridas envolvendo toda a questão da autoestima e da aceitação da negritude, principalmente aqui no Brasil, cenário onde todos os relatos ocorrem
DO QUE VIVI
São histórias que a própria autora viveu e conta, com toda paixão mas também com  dor os relatos passados por ela desde a infância. Nessa primeira parte do livro, são citados episódios sobre seus cabelos crespos, propostas para “ARRUMAR” os cabelos através de um alisamento, e a dificuldade que tinha para soltar o crespo que tinha em si. “Deduções” de que era uma funcionária, e não uma simples cliente em um restaurante...  Uma frase que é icônica deste livro é: “Tenho 30 anos, mas sou negra há dez. Antes era morena”. Essa frase simboliza bem como é crescer sendo uma negra. A palavra negra por si só já era evitada.
Ela conta: “Eu fui branqueada em casa, na escola, no cursinho e na universidade [...] Ainda em busca de identidade, afirmo com alegria que sou negra há dez anos”. É uma parte muito importante, pois é um grito de Bianca Santana, que durante muito tempo foi sufocada e silenciada de certa forma pelo racismo diário e comum que podem passar despercebidos para aqueles que o praticam… Mas para os que sofrem, apenas lhe restam marcas e feridas que demoram muito para parar de doer.
        2.  DO QUE OUVI
Já esses, são relatos de terceiros, que passaram pelas mesmas coisas, e às vezes piores que os relatos da própria Bianca, relatados através da autora. Mais preconceito, mortes, medo.”No país onde justiça ter cor, preto bandido não merece julgamento. Só caixão ou cadeia. E mesmo que faça tudo direito, tem sempre o risco de não voltar pra casa. Resistência seguida de morte.” Evidencia ainda mais como o racismo afeta a população negra desde o nascimento. Afeta psico e fisicamente. Seja com a própria pessoa, com seus irmãos, amigos, ou filhos. Não são casos específicos e isolados. É uma realidade para todos que sofrem diariamente. Para os que não, talvez passe despercebido.
        3. DO QUE PARI
Nesse trecho, Bianca faz uma mistura daquilo que ela viveu, com histórias que ela já ouviu. Adicionou um pouco de imaginação e crítica, e literalmente deu luz à esses novos relatos. E relatos que escancaram ainda mais tudo acima que ja foi discutido e relatado. Enquanto uma moça negra se envolve com um rapaz alemão, é obrigada a ouvir “É que uma mulata bonita assim como você consegue fazer um bom dinheiro com alemão, não é?” A dor de se considerar negra, enquanto outros insistem: “Você não é negra, você é MORENA”.
Enfim, segue aqui a minha dica: Leia “Quando me Descobri Negra”
Pra você negra, você negro: É uma grande obra que vai abraçar você, por mais que cutuque algumas feridas que se aprendeu a esquecer. Se descobrir negro é um processo que começa desde a infância. É preciso enfrentar tudo que te falaram sobre sua negritude, todas as vezes que você sentiu vontade de alisar o cabelo, ou por pressão social ou por falta de auto aceitação... as vezes que não ficou confortável em dizer: “Sou negro.”, que sentiu um tratamento diferente por desconhecidos, mesmo sem saber o porque.
Pra você branca, você branco: Leia… leia para entender o que são os pequenos racismos diários, que entram na cabeça da pessoa, que abafam e reprimem tanto a identidade, quanto a autoestima da pessoa. É um livro importante para todos. Minto. É mais que importante… é uma obra necessária.
Além do grande trabalho de Mateu Velasco, com suas belíssimas ilustrações, a forma de relatar de Bianca, como dito anteriormente, é um GRITO, mas de uma forma completamente pessoal e íntima que te coloca dentro de uma espécie de confessionário. Mas ao invés de pecados próprios, são pecados dos outros que são contados.
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pequenozumbi-blog1 · 5 years
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Título: Sobrevivendo ao Inferno
Artista: Racionais MC’s
Lançamento: 1997
Gravação: 1997
Gênero: Rap/ Hip-Hop
Faixas: 12
Duração: 1h 13min
Formato: LP, CD
Produção: Gertz Palma
Gravadora: Cosa Nostra
“Sobrevivendo ao Inferno” é o quinto disco dos Racionais MC’s, e lançado no final de 1997 o álbum alcançou a marca de 1,500,000 de cópias vendidas. O álbum foi considerado o 14º melhor da lista “100 Melhores Discos da música Brasileira” pela revista Rolling Stone Brasil. É de tanta importância que em 2015, o até então prefeito de SP, Fernando Haddad, presenteou o Papa Francsico, em uma visita ao Vaticano.  Em 2018, o álbum foi incluído na lista de obras de leitura obrigatória para o vestibular de 2020. Meses depois, a obra virou um livro de 160 páginas, que  traz fotos inéditas e informações do grupo.
(via https://open.spotify.com/album/1UzrzuOmZfBgXyS3pgKD10?si=l4paWvm_QnSnz2y92VDEGg)
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pequenozumbi-blog1 · 5 years
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Título: Quando Me Descobri Negra
Autora: Bianca Santana
Ilustração: Mateu Velasco
Ano: 2015
Gênero: Biografias e Memórias
Páginas: 96
Coleção: QUEM LÊ SABE POR QUÊ
País: Brasil
Idioma: Português
Editora: SESI-SP
“Tenho 30 anos, mas sou negra há dez. Antes, era morena.” É com essa afirmação que Bianca Santana inicia uma série de relatos sobre experiências pessoais ou ouvidas de outras mulheres e homens negros. E o foco principal é o nosso racismo velado e enraizado de cada dia. Bianca Santana, através da experiência de si, consegue expor e exprimir como é a relação da população negra que vive e sofre com o racismo desde a infância e como isso os afeta até os dias de hoje.
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pequenozumbi-blog1 · 5 years
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Crítica: Museu Afro Brasil
O Museu Afro Brasil, se encontra dentro do Parque Ibirapuera e o escolhido para a visita foi um sábado, por volta das 11h30. Além de por ser no final de semana, escolhi esse dia porque aos sábados, a entrada é GRATUITA. Lembre-se disso, ou melhor, no final eu mesmo vou te lembrar. Por ser um sábado, o parque estava consideravelmente tranquilo, mas nada vazio, muito provavelmente o horário contribuiu para isso.
Com um caminho já percorrido do parque e ja tendo seguido todas as placas que existiam, tentei achar a entrada do Museu Afro Brasil. Fui de um lado para outro e não tinha nenhuma indicação. No mesmo dia, estava tendo algo que não me importei muito sobre o exército, e perguntei para uma das moças de uniforme onde era a entrada do museu: ela não soube me indicar. Depois de dar 2 voltas em um dos prédios do Ibirapuera, vi que não era ali e resolvi ir para um próximo. Dessa vez eu acertei.
Senti muita falta de indicações que me levassem à entrada. Ainda mais por ser algo importante como um museu. Isso já estava me desanimando, mas não me surpreendeu nem um pouco.
Entrei, e de cara já vi que a visita ia valer a pena. Me vi em frente à uma grande parede apresentando a exposição: “Isso é Coisa de Preto”. “ arte - história - memória ”. E no fim da apresentação: “Assim, para rebater a perversidade desse jargão (nome da exposição) e de outros na literatura e no falar da inconsciência preconceituosa, propomos essa exposição.”
E assim começou minha jornada. Coloquei os fones de ouvido para me concentrar mais, porém eles foram tirados em vários momentos já que em alguns locais, a música e o som também faziam parte da experiência da exposição.
Começando com uma grande homenagem à artistas negros: escultores, escritores, jornalistas e porquê não jogadores de futebol também? Muitos livros também estão expostos. Mestre Valentim, Luiz Gama, Pixinguinha, Clementina de Jesus, Paulinho da Viola e Pelé são algumas das personalidades que são lembradas entre tantas logo no início. E como a própria exposição admite em uma parede ao lado de tantos ícones negros, a sua intenção é a de resgatando memórias, que se resgate também uma autoestima do povo negro. E o reconhecimento do tamanho da sua contribuição para a construção e também para o desenvolvimento deste país. Seja no meio artístico-musical, mas também no ramo engenheiro-científico, mostrando a superação desse povo negro que conseguiu fugir das amarras não só no papel, mas na vida também, que é algo que ainda no século XXI, queremos que seja uma realidade vivida pela maioria do povo negro. E vamos continuar imaginando, querendo e lutando, até ser realmente verdade.
E é assim que vamos para a segunda etapa do passeio: “Design e Tecnologia no Tempo da Escravidão”. Pronta para mostrar como aqueles escravos, africanos inovaram com técnicas, instrumentos e métodos de trabalho, como na produção de ouro, por exemplo. Que com muito conhecimento, foi passado para as gerações futuras. A exposição mostra todos os tipos de instrumentos e como, em cada cenário eles facilitam a conclusão do trabalho. O que fica para quem visita é uma noção totalmente diferente e real de que a contribuição africana também é muito forte na construção do COTIDIANO. Muitos ofícios têm raízes ou no mínimo, aprendizados africanos.
Depois, o passeio segue para a Arte. Antiga e Contemporânea. E aqui, com muita cor, muito acervo e muitas peças inclusive de vestuário, a exposição passeia e expõe a arte afrodescendente vista por muitos ângulos diferentes.
Explica um pouco de religião, expondo Oxóssi, Ogum, Oxum e Exú, este último, rodeado de polêmicas e contradições, também explicadas e desmentidas na exposição.
Conta ainda com uma parte muito interessante: “A Importância Nacional do Negro”. Em que mais uma vez, figuras negras icônicas têm um pouco da história contada e com certeza enaltecida. É importante dizer que ainda foi mencionado “UM DÉBITO COLOSSAL” que despreza explicações. Uma dica? A única palavra em caixa alta neste espaço é ESCRAVIDÃO.
As Amas-de-Leite também foram lembradas. Aquelas mulheres que eram obrigadas à amamentar os filhos de Senhores, e que tinha como consequência a falta de leite para os seus próprios filhos. Isso SE fossem trazidas pra cá juntas às suas crianças. Muitos foram separados. Muitos filhos ficaram se mãe. Sem leite. Muitas mães ficaram sem seus filhos. E tiveram seu leite retirados, para crianças brancas.
Eu não estou citando uma outra ENORME quantidade de coisas que estão presentes no Museu. Ficou curioso? Visite-o. É uma grande aula sobre a cultura afro-brasileira, suas influências e sua importância. Além de ser enorme (confesso que fui surpreendido aqui), é de encher os olhos. Não tem como não se interessar por qualquer coisa à 10 metros de distância. Muita história, muita beleza, muita dor, mas tambèm muita superação. Muita inspiração, com certeza. A história negra está muito bem representada e exposta no Museu Afro Brasil.
O passeio valeu muito a pena. Fiquei até um pouco depois das 14:00. Eu vi tudo! Mas mesmo assim, me deu vontade de ver mais. Realmente valeu muito a pena... e conseguiu alcançar em mim o seu propósito: Resgatar a auto estima de todos aqueles que têm pelo menos uma gota de sangue africano em suas veias, ou em sua melanina, seu cabelo, na família...em sua história. Afinal, Isso É Coisa de Preto. E eu disse que eu viria te lembrar de que aos sábados, um dia tranquilo para se visitar o Museu e passar o dia no parque, a entrada é GRATUITA. GRÁTIS.
Leve a família, os amigos, colegas do trabalho. Para serem enaltecidos, conscientizados ou simplesmente ensinados. :)
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pequenozumbi-blog1 · 5 years
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Museu Afro Brasil:
Localização: Avenida Pedro Álvares Cabral, Portão 10
• Parque Ibirapuera
Funcionamento: De Terça-feira à Domingo, das 10hs às 17hs, com permanência até às 18hs.
Ingresso: R$ 6,00 - Meia Entrada: R$ 3,00 // Gratuidade aos sábados
Inauguração: 2004 
Contribuições: Foi inaugurado partir da coleção particular do Diretor Curador: Emanoel Araujo.
Acervo: o Museu conserva, em 11 mil m² , um acervo com mais de 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje. O acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.
Incentivos: Foram utilizados recursos advindos da Petrobrás e do Ministério da Cultura através da Lei Rouanet.
Administração: pela Associação Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura, é subordinado ao Governo do Estado de São Paulo.
O Museu Afro Brasil para os eventos dispõe do Teatro Ruth de Souza, um auditório que recebe artistas brasileiros e internacionais e que promove encontros com intelectuais e políticos.
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pequenozumbi-blog1 · 5 years
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Crítica: África Brasil, Jorge Ben (1976)
O álbum de Jorge Ben é um clássico e contém músicas que por mais que não se conheça tanto da obra do artista, já se foi ouvida pelo menos uma vez pela grande maioria dos brasileiros. Como é o caso de “Ponta de Lança Africano” e “Taj Mahal”.
Com muito ritmo, as músicas são muito contagiantes e tem a presença de instrumentos e de procedimentos rítmicos usualmente presentes nas músicas de matriz africana desenvolvidas no Brasil. Com isso, podemos identificar que a proposta de Jorge Ben foi de realmente fazer uma conexão África-Brasil como o nome do álbum já diz.O resultado disso é um “afro-samba” que é dificil de não se deixar levar. Os tambores, a guitarra elétrica e a cuíca são fortes e contribuem muito para a construção de todo esse cenário.
Jorge Ben Jor tem ascendência africana por parte da mãe: Etíope. O artista já divulgou isso diversas vezes, e no álbum “África Brasil”, Jorge reverencia e valoriza suas heranças africanas louvando modelos idealizados do que seriam os africanos, como a construção que faz de Zumbi como “Senhor das Guerras e  Senhor das Demandas” e “Umbabarauma”: um jogador de futebol africano caracterizado como “Homem-Gol” e “Decidido”.
A narrativa que permeia suas canções de maneira mais forte é a da sua identidade negra.  A ancestralidade africana, essa ideia de “Mãe África”, é evocada constantemente pelo artista e ressoa de modo mais forte em suas composições.
Em “Xica da Silva” por exemplo, Jorge faz alusão à Chica da Silva, personagem histórica da região de Diamantina: Uma escrava, posteriormente alforriada e que alcançou uma posição de destaque na sociedade. A letra à homenageia assim:
“...Muito rica e invejada // Temida e odiada
Pois com as suas perucas // Cada uma de uma cor
Jóias, roupas exóticas // Das Índias, Lisboa e Paris
A negra era obrigada a ser recebida
Como uma grande senhora da côrte
Do Reis Luís...”
“África Brasil” também conta com a presença de algo culturalmente muito presente na vida dos brasileiros: o futebol! Em “Ponta de Lança Africano” com Umbabarauma e em “Camisa 10 da Gávea” em que Jorge faz homenagem à Zico, ídolo do Flamengo, apelidado de “Galinho de Quintino”:
“...È falta na entrada da área // Adivinha quem vai bater
É o camisa 10 da Gávea (2x)
O galinho de Quintino chegou ô ô ô
Com garra fibra e amor ô ô ô…”  
O álbum é realmente muito bom e rico de referências e conta ainda com um mix da musicalidade brasileira com a africana. Vale muito a pena conhecer esse premiado trabalho de um dos maiores nomes da música brasileira.
Deixo aqui também a minha recomendação pessoal e a minha música preferida do álbum (fugindo um pouco do “mesmimo”): “Cavaleiro do Cavalo Imaculado” - por seu ritmo, percussão e pela alusão à um ligeiramente africanizado São Jorge, caracterizado como “Leão do Império” e “Príncipe de toda África”.
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pequenozumbi-blog1 · 5 years
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Título: África Brasil
Artista: Jorge Ben
Ano de Lançamento: 1976
Gravadora: Philips Records Polysom / Universal
Produção: Marco Mazzola
Gênero: Samba, Samba Rock, Soul, Funk
Lançado em LP, o disco é o 14º do artista, que na época ainda se intitulava “Jorge Ben” e contém 11 faixas. Foi eleito como o 22º melhor álbum do mundo pela revista Rolling Stone US (este foi o único disco brasileiro na lista compilada pela revista norte-americana em 2002), e o 67º maior álbum da música brasileira pela Rolling Stone Brasil. O álbum marcou a trajetória musical do artista, pelo fato de trocar o violão acústico pela guitarra elétrica. Munido de uma nova sonoridade, Jorge Ben consolidou seu estilo mundialmente.
Em 2002, foi relançado em versão masterizada pela produtora Universal em formato de CD
No LP, as faixas de 1 à 6 ficavam do LADO A e as faixas de 7 à 11 ficavam do LADO B.
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