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Em geral, a literatura nos aproxima mais de nos mesmo o tanto que nos afasta das agonias do mundo. Tenho receio que as palavras se tornem tudo que me define e que meu corpo não seja mais capaz de falar por si só. Fico assustado ao pensar que minha alma em breve não terá nenhuma outra companhia há não ser a minha. Você já parou pra pensar no tanto de vezes em que terminou de ler um livro, olhou para o céu e pediu que qualquer força que conduza todos nos parasse de existir? A literatura tem esse poder paranormal, eu diria. De nos fazer perceber que tudo que nos cerca é ínfimo e paradoxal. Que nada nos pertence. Que nada é constante. Que nossa existência é esgotável. O corpo que habitamos irá se desfalecer. Talvez a única coisa que permaneça é a lembrança do que fomos. Algo como uma fotografia, onde estaremos mostrando os espectros de nossas vontades e anseios. Dessa forma, eu fico me perguntando: caso eu morresse hoje, como eu seria lembrado? Alguém falaria de mim daqui 10 anos? Eu causaria sentimentos de comoção, talvez algumas lágrimas incontidas e noites de insônia a base de café e propagandas de creme dental? A gente tem tanta certeza do que aconteceria. Tenta se convencer que a nossa ausência passaria despercebida quando se olha o tanto de gente que andarilha por essas estradas sem ser notada. A verdade é que tudo que a gente quer é que sintam a nossa presença. Porque parece que assim meio que provamos ao universo que nossa estada aqui na terra vale de alguma coisa. Ou vai ver que queremos provar pra nos mesmos que somos importantes. De minha parte, a maneira como eu vejo somos como um livro a espera para ser lido. A ânsia, toda aquele sentimento de primeiro encontro em não saber o que nos aguarda, a doce sensação do inesperado. A maioria acha que após acabada a leitura não há mais nada o que se fazer. Nossos corpos são que nem copos de bebidas a espera de reposição, mas no caso de livros a história nunca é a mesma, é preciso de outro. O que me fez compreender que o nosso mundo se move por pessoas esgotáveis. Ou seja, você é suficiente pra alguém até a pessoa esgotar todas as necessidades que o mesmo procura. Depois, somos jogados de lado. Quando eu olho para o céu eu busco um sentido para ver mais humanidade em meio a versos do que nos próprios olhos que vejo refletivos no espelho. Eu tenho medo que a literatura deixe de ser aquilo que nos do impulsiona para vida e se torne algo descartável. Eu tenho medo de deixar esse meu corpo sem antes permitir que ele sinta tudo àquilo que ela me mostrou. Eu tenho medo que não sejamos capazes de sentir com a alma nua.

KEHL, Luisa. (via cicloness)

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Não dá mais pra fingir que ainda não vi as cicatrizes que ela fez se desta vez ela é senhora deste amor. Pois, vá embora, por favor, que não demora pra essa dor sangrar.

Los Hermanos.  (via cicloness)

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https://www.facebook.com/Neologismo

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Pra que mentir, fingir que perdoou, tentar ficar amigos sem rancor? A emoção acabou. Que coincidência é o amor, a nossa música nunca mais tocou. Pra que usar de tanta educação, pra destilar terceiras intenções? Desperdiçando o meu mel, devagarzinho, flor em flor, entre os meus inimigos, beija-flor. Eu protegi o teu nome por amor, em um codinome, Beija-flor. Não responda nunca, meu amor, pra qualquer um na rua, Beija-flor. Que só eu que podia, dentro da tua orelha fria dizer segredos de liquidificador. Você sonhava acordada, um jeito de não sentir dor. Prendia o choro e aguava o bom do amor.

Cazuza   (via cicloness)

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“Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga. E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás.

Caio Fernando de Abreu.  (via quase-heroi)

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Pra você dar o nome - 5 a Seco

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Eu gosto dessa arquitetura cacofônica derramando claustrofobia por cada medianeira, eu gosto desse som abafado que lateja nas minhas próprias veias dormentes, por que Jesus Cristo é literatura, assim como a República de Platão, os monges não trazem a paz, não há paz, nem encanto, a simplicidade é vendida por trás de uma lente, e eu já não me importo, eu colho a sociedade em pencas de caldo escrotal, e bebo da tua boca suja de ideologias direitistas, eu já não escrevo sobre o homo, mas sim sobre o duo, já não caibo em apenas uma linha sem atropelar as palavras e trocar de assunto bruscamente, é uma terapia baby, que me arrasta dos meus apegos, e me liberta dos meus sete infernos, eu só quero ternura meu amor, quero descer de elevador sem que o assunto seja o mundo que anda uma merda, quero observar uma borboleta solta e tagarelar sobre nossos livros favoritos que não necessariamente são grandes obras, eu gosto de deitar a cabeça no travesseiro e desmaiar de felicidade, ou pelo menos gostava.

Larissa Céu (via oxigenio-dapalavra)

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