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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ CAMPUS DE CURITIBA II/FACULDADE DE ARTES DO PARANÁ BACHARELADO EM CINEMA E AUDIOVISUAL
                         GIOVANA BIANCONI
                     RAFAELA BIAZOLI PANCHORRA
                          NAÇÃO CONSPIRAÇÃO
  Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Cinema e Audiovisual pela Universidade Estadual do Paraná, campus Curitiba II/ Faculdade de Artes do Paraná - FAP.
Orientador: Prof. Me. Fábio Allon dos Santos
                            CURITIBA 2021
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RESUMO
         O presente memorial constitui uma reflexão a respeito do processo de criação e desenvolvimento da websérie Nação Conspiração. Apropriando-se do estilo filme desktop, a série pretende mostrar o envolvimento e transformação do protagonista com a teoria da terra oca, hipótese que propõe que o planeta Terra possui um interior vazio e habitável, além de, com esse formato, proporcionar uma aproximação com a personagem, utilizando uma linguagem próxima de sua faixa etária, que vem crescendo muito atualmente, a dos vlogs e redes sociais e tratar da suscetibilidade das pessoas aos conteúdos presentes na internet. Este memorial pretende apresentar a construção da primeira temporada da série e seu universo, expondo referências, tom e opções estéticas.
Palavras-Chave: Websérie; Internet; Filme Desktop; Conspiração; Teoria da Terra Oca.
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APRESENTAÇÃO                                                          > Sobre Nação Conspiração
         Nação Conspiração é uma websérie ficcional idealizada para conter 4 episódios de em média 12 minutos cada. Em sua primeira temporada, ela acompanha o envolvimento do protagonista, Paulinho, com a teoria da terra oca, sua busca por respostas e como isso irá afetá-lo. O público alvo são adolescentes e jovens adultos, que estão mais familiarizados com a linguagem dos vlogs. O conteúdo no geral é leve, mas a classificação indicativa foi pensada para espectadores acima de 10 anos pois pode conter, eventualmente, linguagem inapropriada. A série será composta por imagens de desktop, mostrando imagens de arquivo do youtube e páginas da internet como redes sociais e portais de notícias.
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Filme Desktop e Websérie
         Screen films ou filmes desktop, em português, é um subgênero de filmes em que a ação se passa inteiramente na tela de um computador ou celular. No início, era considerado do gênero found footage, entretanto, ele difere desse gênero pois não se trata de um material de filmagem encontrado, mas sim, as imagens da própria tela do computador, um acesso direto aos personagens através de seus dispositivos pessoais, como celulares, tablets e computadores. Ele passa a ser considerado como um subgênero com o crescimento da internet e principalmente das redes sociais, e foi inserido no mainstream por Timur Bekmambetov, produtor dos filmes de terror Unfriended (2014) e Unfriended: Dark Web (2018), e criador da expressão “Screen Life”, termo genérico para identificar filmes produzidos utilizando a interface de desktop. Os filmes desktop estão cada vez mais populares e englobam várias temáticas, exemplos disso são o longa Face2Face (2016), um drama adolescente; o episódio Connection Lost (2015) da série de comédia Modern Family e o mais conhecido, o longa de suspense Searching (2018).
        Uma das particularidades desse subgênero é proporcionar uma aproximação com a personagem, primeiramente porque a tela que se vê já faz parte, justamente, de um dispositivo pessoal do personagem, então além do que será retratado nas câmeras, têm-se as informações adicionais que esse meio nos mostra tanto propositadamente quanto pequenos detalhes escondidos, como notificações, imagens de tela de bloqueio e área de trabalho, entre muitos outros. Criando assim, a sensação de que se está entrando escondido, ou hackeando o computador ou celular da personagem e tendo acesso exclusivo de conteúdos que não seriam compartilhados normalmente. Quem afirma isso é o produtor já citado anteriormente, Timur Bekmambetov: “No geral, o que o Screen Life oferece é nos colocar dentro da personagem. Você está dentro do seu herói - não apenas visualmente, mas emocionalmente, porque você está cometendo erros, deletando e mudando de ideia” (tradução nossa).
         Outro aspecto interessante dos filmes desktop é a versatilidade orçamentária, pois há exemplos de grandes produções como Searching (2018) e Face2Face (2016), mas é um gênero que pode facilmente ser produzido com um orçamento limitado por não precisar de equipamentos muito elaborados - é possível fazê-lo apenas com um dispositivo eletrônico, podendo conter ou não uma câmera de vídeo.
         É interessante observar que, durante a pandemia da COVID-19, por causa do isolamento social, houve um aumento significativo das produções desse subgênero. Com as vídeo-conferências mais presentes no cotidiano, séries como Staged (2020), Social Distance (2020) e o longa Host (2020) trazem essa ferramenta em suas tramas,  junto com o tema da própria pandemia.
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Frame Modern Family
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Frame Searching
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Frame Host
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         As webséries são séries de episódios de curta duração, veiculadas principalmente em canais da internet cujo público alvo são, majoritariamente, os próprios internautas. Uma similaridade das webséries com os filmes desktop é no quesito orçamento, pois segundo López (2010), a maioria das webséries (não todas) são de baixo orçamento, por isso é notável a economia de locações, número de personagens e participação de atores renomados, o que não resulta em um produto de baixa qualidade. Podemos citar como exemplo Marias, elas não vão com as outras (2015), The Guild (2007) e Girls in the house (2014), esta última, feita totalmente por simulação do jogo The Sims.
         Outra importante característica a ser citada é sua similaridade com a televisão, vista no modo como as duas competem pela atenção do telespectador, já que é muito comum as pessoas assistirem à TV ou ao computador enquanto fazem outras tarefas, principalmente o uso do celular. Além de ambas acabarem contidas no formato ou dispositivo que são exibidas, no caso específico das webséries, muitas têm um site próprio onde são vinculadas, tendo que ser pensadas e adaptadas para esse espaço específico.      
         Por conta de seu público alvo, muitas produções acabam por relacionar seus temas e personagens com o próprio ciberespaço, exemplos disso são lonelygirl15 (2006) série apresentada como um diário pessoal, que ganhou a atenção da mídia após ser descoberta fictícia, e Web Therapy (2008), série que conta a história de Fiona Wallace (Lisa Kudrow), terapeuta que traz um estilo inédito, para a época, de terapia no modelo online.
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Frame Girls In The House
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Frame lonelygirl15
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A Teoria da Terra Oca
         De acordo com esta teoria, proposta por Edmund Halley em 1692, o planeta Terra não seria uma esfera substancial, preenchida pelo manto e o núcleo, mas sim um corpo oco. Com o passar dos anos, muitos cientistas e pensadores, como Ray Palmer e Amadeo Giannini, introduziram mudanças na teoria, alegando que a parte oca do planeta era supostamente habitada por uma raça muito avançada tecnologicamente, além da existência de diversas entradas para o centro da Terra, sendo os “buracos” nos pólos as mais conhecidas.
        Segundo Raymond Bernard (1975), nos anos 1926 e 1929, o almirante Richard E. Byrd, numa expedição norte-americana pelos pólos, teria supostamente viajado pelo interior destes imensos buracos que conduziam ao centro da Terra. E mais adiante, em 1970, esse fato foi ratificado quando, acidentalmente, a Administração do Serviço de Ciência e Meio Ambiente (ESSA), órgão do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, realizou um teste fotográfico que revelou uma imagem do Pólo Norte sem as nuvens que geralmente o encobrem, expondo um buraco onde deveria estar localizado o pólo.
 “A existência de mundos além dos pólos tem sido confirmada por explorações navais dos Estados Unidos durante os últimos trinta anos. A confirmação é substancial. O mais antigo explorador do mundo, o Contra-Almirante Richard Evelyn Byrd, chefiou a memorável expedição governamental àquela terra sem fim, além do Pólo Sul. Antes da sua partida de São Francisco, ele fez uma importante declaração pelo rádio de que ‘esta é a mais importante expedição na história do mundo’”.
(GIANNINI, 1959 apud BERNARD, 1975, p.40)
          A partir daí, com novos conspiracionistas e entusiastas, a teoria foi crescendo e hoje acredita-se que há entradas em vários lugares no mundo, inclusive no Brasil, localizadas na Serra do Roncador/MT e nas Cataratas do Iguaçu/PR.
        De uma forma ou de outra, a teoria da terra oca tem fascinado a humanidade há muito tempo. Além de mitos e histórias vindas de diferentes civilizações, vários escritores de ficção científica adotaram também este tema, sendo os mais famosos Júlio Verne e Edgar Rice Burroughs, com as obras Viagem ao Centro da Terra (1864) e a série Pellucidar (1914), respectivamente.
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Diálogos teóricos e estéticos
         Esse projeto propõe a construção de uma websérie baseada no atual cenário midiático, em que a distribuição de conteúdo audiovisual online, principalmente no youtube, vem se desenvolvendo amplamente. As webséries, como afirma López-Mera (2010), além de serem um gênero em ascensão, funcionam também como ferramenta essencial para fazer um experimento entre o que é bem recebido pelo público alvo, normalmente adolescentes e jovens adultos, e o que não é. Com isso em mente, Nação Conspiração pretende dialogar com a internet, trazendo uma websérie que utiliza da linguagem dos vlogs e rede sociais na sua trama e, ainda, conta tudo isso em formato de filme desktop, ou seja, mostrando tudo do ponto de vista do computador; seja da própria tela ou da webcam, aspecto que se aproxima ainda mais da linguagem tecnológica e online.
        De tal modo, as principais referências para a construção da série são os próprios canais do youtube, em formato de vlog, por exporem os fatos de forma roteirizada e organizada, por muitas vezes ilustrarem com fotos e vídeos de arquivo e por ter como enquadramento o espaço limitado da webcam. Ainda no próprio youtube, trazemos como referência o documentário Mix - Conteúdos para Canal no Youtube (2019), por também se tratar de um filme desktop e principalmente por construir, gradativamente com a montagem, um cenário caótico e poluído; o que pretendemos trazer no teaser e incorporar na websérie, para ilustrar o envolvimento do protagonista com a teoria da terra oca. Trazemos também o curta Camila, Agora (2013), que conversa com o filme desktop de uma maneira diferente, já que nos apresenta a imagem como sendo um reflexo na tela do computador e não a própria tela ou uma imagem da webcam. Vendo isso, tivemos a ideia de trazer para a série, não o reflexo, como faz o filme, mas sim a sobreposição da câmera que nos mostra o personagem, ou seja, a webcam, com a própria tela do computador, enfatizando a submersão do protagonista com a teoria. Dialogando também esteticamente com a websérie, temos o filme Searching (2018) que tem sua história contada sempre do ponto de vista de computadores e smartphones, usando de interfaces de webcam, redes sociais e programas de troca de mensagem instantânea. O diferencial desse filme é a exploração de outras facetas do computador além da webcam e das redes sociais, como as múltiplas interfaces de ferramentas de pesquisa, de organização de desktop e de aplicativos de localização, além de câmeras secundárias, como câmeras de segurança. Em Nação Conspiração, pretendemos abarcar também essas várias interfaces da tela, buscando envolver o telespectador em tudo que o protagonista faz dentro do computador e também fora dele, acompanhando pela webcam.
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PROCESSOS DE CRIAÇÃO                                                    > Nossa trajetória
         A nossa trajetória começa no segundo período do curso de Cinema e Audiovisual, onde começamos uma optativa juntas e realizamos um videoclipe para Estudos da Cor na Cinematografia Digital; no terceiro período co-dirigimos uma batalha de dança para Direção II e junto de mais dois amigos realizamos o stop motion Metanoia para a disciplina de Direção Fotografia II. No quarto e quinto período realizamos em grupo um documentário sobre a Roda de Samba Maria Navalha, e uma websérie em estilo falso documentário sobre DJs, respectivamente. Também no quinto período nós escrevemos um roteiro baseado na teoria da terra oca, intitulado Nova Atlantis.
        Em agosto de 2019 surgiu a oportunidade de estágio pela prefeitura de Piraquara, mediada pela Professora Solange Stecz. Com a demora dos trâmites de convênio com a FAP, as esperanças já estavam sendo abaladas e então, em dezembro, finalmente recebemos notícias e fomos contratadas. Nossa função seria a criação de uma oficina de cinema e cineclube no Centro da Juventude de Piraquara. Começamos o estágio em janeiro de 2020, ficamos meses planejando a oficina e pensando no cineclube, chegamos a criar uma propaganda/vinheta em stop motion para atrair o público. Finalmente no final de fevereiro conseguimos começar nossa oficina, e o cineclube, mas em março tudo acabou sendo paralisado pela pandemia da COVID-19.
        É maravilhoso poder ter alguém do seu lado que apoie suas ideias, entenda como você quer executá-las e torne o processo muito mais fluido e seguro, que é como nos sentimos trabalhando juntas. Nossa trajetória lado a lado nesse curso não se dá apenas na realização de trabalhos e projetos, mas sim na construção e evolução de um vínculo fraternal que durará a vida toda. Assim nasce a vontade de trazer para o trabalho de conclusão de curso a realização de uma pesquisa artístico-criativa, a execução de uma websérie ficcional.
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Trajetória da série
         Nação Conspiração começou a nascer em 2019 como trabalho final da disciplina de Roteiro III, inicialmente (e ainda atualmente) a ideia era de desenvolver uma websérie com a temática da teoria da terra oca, trazida como uma ideia de roteiro pela Giovana, que conheceu a teoria através de sua mãe, nossa primeira intenção era utilizá-la como uma verdade absoluta, um mundo completamente real, porém desconhecido pelos humanos da superfície. Queríamos mostrar, através de vlogs, um humano que “caiu” no centro da terra e foi adotado pelos atlantis (civilização nativa do centro da terra). Kleber contaria sua história através de vlogs e demonstraria sua vontade de retornar para a superfície a fim de conhecer seu povo e seu mundo de origem. Com isso em mente, começamos a nos aprofundar mais sobre a teoria, pensar em como seriam os seres nativos do centro da Terra, sua organização social e quais e como eram os portais que haviam na superfície. Pesquisando sobre esses portais, nos surpreendemos ao perceber que supostamente existem passagens para a terra oca em muitos lugares ao redor do mundo e de diversas formas, como lagos, cavernas, vulcões e até pirâmides.  
        Inicialmente demos à série o nome de “Nova Atlantis” e escrevemos o episódio piloto para a disciplina de Roteiro III. No primeiro semestre de 2020, decidimos revisitá-la  e produzir um episódio para a disciplina de Direção IV e, para tornar viável nosso mundo fantasioso, pensamos em utilizar colagens e animação stopmotion para representar o lado utópico da história. Infelizmente, nos deparamos com a pandemia da COVID-19 e esse projeto não conseguiu sair do papel. No finalzinho desse mesmo semestre decidimos realizar o TCC em dupla e acabamos escolhendo continuar trabalhando com esse projeto.
        De início, resolvemos continuar com a ideia de fazer um projeto híbrido, unindo duas formas diferentes para representar uma narrativa por meio de vlogs da personagem principal, Kleber, em imagens reais e adicionando inserções de colagens, animações e imagens de arquivo. Mas, ao longo do caminho, começamos a pensar em novas possibilidades de trama, e achamos que seria mais interessante para a série se o protagonista estivesse na busca por um dos portais, querendo entrar no centro da Terra, assim podíamos explorar as viagens da personagem até o portal e sua pesquisa sobre. Kleber agora seria um youtuber conspirador em busca da terra oca, que antes era real e agora passa a ser apenas uma hipótese. A websérie seria composta por vlogs e vídeos diários onde ele contaria sobre suas descobertas e mostraria suas viagens no seu canal “Nação Conspiração” e, no final da temporada, descobriríamos um segundo personagem. Paulinho, que estaria assistindo a esses vídeos, descobriria que Kleber estava desaparecido e possivelmente teria conseguido passagem para o centro da Terra.
        Estávamos caminhando bem com essa ideia, até que na sabatina de TCC I fomos questionadas se a série se sustentaria apenas com esses vlogs, ou seja, uma narrativa muito linear sem reviravoltas. Com isso em mente, decidimos repensar nossa narrativa, surgindo assim ideias para incrementar a história. Nosso primeiro passo foi incluir mais ativamente Paulinho na trama, porém com o foco ainda no youtuber, Paulinho seria apenas uma ferramenta para nos aprofundarmos na busca por Kleber. Com o passar do tempo, quanto mais desenvolvíamos a história, menos sentido fazia ter o Kleber como personagem principal. Foi difícil desapegar, mas decidimos que seria muito mais interessante para a história ter Paulinho como o foco. Assim nasceu a estrutura mais atual da série e do projeto, que seria desenvolver a estrutura com personagens principais e secundários, loglines e sinopses de cinco episódios, arco da temporada, clima, referências e a produção do episódio piloto.
        A teoria da terra oca sempre foi uma constante no nosso projeto, permanecendo durante todas as mudanças e, com a personagem principal ainda sendo Kleber, nosso foco estava mais em explorar a teoria em si, com suas pesquisas, viagens aos portais, diários de bordo e afins, do que seu envolvimento pessoal com a mesma. Contudo, ao colocarmos Paulinho mais ativamente na narrativa e eventualmente o tornar personagem principal, percebemos que seria ainda mais interessante trabalhar o seu envolvimento e mudança de personalidade com a teoria, do que apenas a própria teoria.
        A mudança do protagonismo acabou reverberando na série inteira, e surgiram novas personagens: Tânia, que é mãe de Paulinho, e Zefa, que inicialmente seria a zeladora do prédio. Começamos a pensar em como explorar o desktop da melhor forma e decidimos que a maior parte da série se passaria através do computador de Paulinho e de sua webcam, mas também adicionaríamos outros dispositivos como o celular e câmeras de segurança para ampliar a possibilidades de espaços além do quarto.
        A partir da sabatina, definimos o que gostaríamos de entregar na qualificação, que seria o perfil dos personagens, o arco da temporada, as sinopses, as loglines dos episódios e o clima da série. Em decorrência da pandemia, todo esse processo de decisão e criação do projeto foi feito à distância, em reuniões semanais ficávamos horas conversando, criando e escrevendo o projeto.
        Para nossa qualificação chamamos para compor nossa banca, além do nosso orientador Fábio Allon, os professores Pedro Faissol e Arícia Machado. Escolhemos o Pedro Faissol principalmente por ele ministrar aulas de roteiro, e achamos que ele seria uma ótima escolha para nos guiar em relação à narrativa e construção de nossos personagens e trama, além de que ele acompanha esse projeto mais de perto desde o começo, pois o primeiro roteiro, intitulado “Nova Atlantis”, foi escrito para sua disciplina de Roteiro III. E ele também ministrou, junto com o professor Alexandre Rafael Garcia, a disciplina de Direção IV, onde iríamos produzir o piloto da série. No caso da professora Arícia Machado, por ser a professora responsável pelas disciplinas de Direção de Arte e também Realização I, pensamos que ela seria uma boa adição para nos guiar na construção do clima e cenário da série, nos ajudando no desenvolvimento de suas camadas, e o que poderíamos acrescentar aos nossos personagens e cenários, fazendo-os ficarem mais complexos, ricos e profundos.
        No nosso relatório de qualificação entregamos a série nesse formato:
-        Perfil de personagens:
KLEBER, 25/30 anos, sempre quis ser reconhecido na internet e tem canal no youtube sobre teorias da conspiração. Muito ambicioso, manipulador e egoísta, não mede esforços para conseguir o que quer, mesmo que isso envolva inventar histórias mirabolantes e fingir seu próprio desaparecimento.  
PAULINHO, 18/22 anos, é sustentado pelos pais e está fazendo cursinho, é preguiçoso e passa a maior parte do seu tempo na frente do computador vendo vídeos ou jogando. Ao assistir um vídeo de Kleber ficará obcecado pela teoria, o que o levará a dedicar todo seu tempo pesquisando.
TÂNIA, 45 anos, é mãe de Paulinho. Uma mulher de negócios forte e poderosa, muito trabalhadora, não passa muito tempo em casa e por isso não acompanha a vida do filho de perto.  
ZEFA, 60/65 anos, é a zeladora do prédio onde Paulinho e Tânia moram. Por trabalhar há muitos anos lá viu Paulinho crescer. É uma mulher muito simples, gentil e amorosa.
-        Arco da temporada:
Paulinho encontra o canal Nação Conspiração do youtuber Kleber e se interessa por um vídeo sobre a teoria da terra oca. Ao ser cativado por esses vídeos, ele decide procurar o blog do youtuber e se depara com uma notícia de que Kleber está desaparecido, mas não chega a dar muita importância e não abre a matéria. No blog, ele encontra várias informações sobre a teoria e acaba passando o dia inteiro lendo e procurando informações sobre em outros sites e vídeos. Com o passar do tempo, Paulinho fica cada vez mais obcecado com a teoria e isso transparece tanto em sua aparência, seu comportamento, quanto no ambiente ao seu redor.  Convicto de que a teoria da terra oca é real, Paulinho revisita a matéria que dizia que Kleber havia desaparecido e começa acreditar que o youtuber conseguiu entrar no suposto portal. Paulinho planeja-se para viajar e ir atrás da entrada para o centro da terra. Após se desentender com sua mãe sobre a viagem, o jovem decide pegar dinheiro escondido e seguir seu plano. Tânia percebe a ausência do filho e começa a se preocupar, contatando família e amigos que acabam não sabendo do paradeiro de Paulinho. Ela procura por pistas no computador dele e se depara com uma notícia recente de que Kleber fingira seu desaparecimento.
        Na banca de qualificação foi trazida sugestões que foram muito pertinentes e nos ajudaram a começar a pensar em questões para amadurecer a série. O professor Pedro Faissol nos trouxe os seguintes pontos: possibilidade do foco narrativo se deslocar para Tânia, no quinto episódio explorar potencial dramático dela descobrindo o sumiço do filho e pesquisando sobre a teoria, mostrando a dualidade da mãe superprotetora desesperada em um primeiro momento, suas forças para encontrar seu filho; repensar os episódios 2 e 3, porque no momento eles estavam muito fracos, tendo a possibilidade de juntar os dois e focar nessa transformação do protagonista; justificar diegeticamente as elipses utilizando-se de diários, vlogs ou cartelas; mostrar o protagonista já no episódio piloto, tendo esse salto do universo online de Paulinho para o quarto, seu universo físico e por fim construir o memorial pensando em um projeto de edital de produção ou desenvolvimento de roteiro como ponte para continuar o projeto futuramente.
        A professora Arícia Machado nos trouxe os seguintes pontos: trabalhar com elementos que mostrem a farsa, superficialidade das redes sociais, dar pistas na visualidade, principalmente pelo desktop, nas listas de favoritos, guias, papéis de parede, entre outros; pensar no contraste de como eles se mostram nas redes sociais em contraponto de como eles realmente são; uso do reflexo do monitor, mostrando o quarto de Paulinho; usar o monitor como janela e também como espelho, uma auto imagem; tomar cuidado com a visualidade do blog, para não parecer forçado demais, ser algo crível e não mal feito, levar a sério essa crença de Paulinho na teoria; imagens do quarto ficarem mais escassas no decorrer da série, a partir do tempo que ele fica mais na internet; o desktop poderia se preencher cada vez mais, igual ao quarto; ter tempos de respiro, contemplar o desktop, mostrar a vigilância dos eletrônicos.
        Passada a qualificação já tínhamos a base da série (personagens, trama, formato e universo) bem formada, então os próximos passos seriam desenvolver e amadurecer os episódios e a partir disso as nuances e detalhes da série. A começar pelos perfis dos personagens, Paulinho antes estaria no cursinho pré-vestibular e teria entre 18 e 22 anos, mas achamos que seria mais crível se ele fosse mais novo, com 15/16 anos e estivesse no ensino médio, assim ele seria mais ingênuo. Ainda sobre os personagens, decidimos mudar a profissão de Zefa, que seria a zeladora do prédio, e passa a ser funcionária na casa de Tânia, criando uma proximidade maior com o protagonista, além de que, na época, tiramos o ponto de vista das câmeras de segurança, deixando apenas a webcam. No entanto, resolvemos voltar com essa perspectiva, tendo uma quebra no último episódio, e mostrando Paulinho fora de seu quarto. Já no primeiro episódio, nossa intenção era apenas revelar que havia alguém assistindo aos vídeos de Kleber, mas sem mostrar seu rosto, ou seja, apenas ações na própria tela do computador. Porém, concluímos que seria mais impactante para o piloto revelar esse alguém, no caso Paulinho, com a imagem do ponto de vista da webcam, dando o gancho para o segundo episódio, que é majoritariamente visto pela webcam. O segundo episódio foca na imersão de Paulinho na teoria, e nele continha uma passagem de tempo bem brusca, em um momento o quarto estava de um jeito e no próximo corte já estava tudo diferente. Notamos que esse episódio estava muito raso, as coisas aconteciam muito rápido e tudo muito direto ao ponto, só focando nessa pesquisa. Decidimos expandir esse tempo, adicionando ações cotidianas e trocas de roupa para dar profundidade a essa passagem, mostrando que os dias mudaram e ele ainda estava interessado na terra oca. Inicialmente, definimos que a série contaria com cinco episódios, tínhamos certeza do enredo do primeiro e do último, mas o miolo da temporada parecia um pouco fraco, assim decidimos juntar o que acontecia nos episódio 3 e 4. Depois disso, começamos a pensar se seria ideal diminuir o número de episódios ou acrescentar mais coisas a história, e chegamos a conclusão que seria melhor reduzir para quatro episódios do que tentar ficar encontrando outros acontecimentos só pra encher espaço. Assim, no terceiro episódio, Paulinho decide ir atrás do portal de entrada pro centro da terra, briga com sua mãe após pedir ajuda financeira para a viagem e por fim decide pegar o dinheiro e ir viajar escondido. No quarto e último episódio mudamos o foco narrativo para Tânia, mostramos ainda do ponto de vista da webcam ela preocupada com o desaparecimento do filho. Paulinho só aparece no final do episódio e da temporada, através de uma câmera fora de seu quarto, deixando um gancho de suspense do que acontecerá em seguida. Como mencionado anteriormente, nossa ideia inicial era roteirizar e filmar o episódio piloto, entretanto, por conta de tempo e da pandemia decidimos, para o melhor desenvolvimento da série, descartar essa ideia e escrever os argumentos dos quatro episódios e produzir um teaser.
        Por fim, nosso memorial artístico-reflexivo apresenta uma contextualização sobre o tema e formato da série, nossas referências e todo o trajeto de construção e idealização até este último momento. Além de toda a estrutura formal da série composta por: clima da série, perfil de personagens, arco da temporada, loglines, sinopses e argumentos.
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NACÃO CONSPIRAÇÃO                                                     > O clima da série                                                       > Cenário
         Podemos pensar em três cenários principais que se destacam na série, sendo eles: o desktop (área de trabalho, guias de navegador, arquivos, programas do computador, entre outros), o ambiente em que Kleber grava seus vídeos para o canal Nação Conspiração e o quarto de Paulinho.
         O ambiente de gravação dos vídeos de Kleber é pensado para ser um local fixo de gravação de conteúdo para canal do youtube, com um cenário mais arrumado e montado para isso. Para dar mais credibilidade, pensamos em dar um tom mais sério e sóbrio ao canal, mas ainda sim com elementos voltados para o misticismo e a ficção. Por isso, esse ambiente contará com uma estante de livros, alguns posters e possivelmente elementos de decoração que sejam referência de séries e/ou filmes que tenham conspiração e ficção na trama, como The X Files, Viagem ao Centro da Terra, Twilight Zone, entre outros. Os vídeos do canal serão majoritariamente nesse cenário pré-definido, porém ao longo dos episódios em um vídeo ou outro terão cenários externos de lugares que Kleber visitará.
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Frame O Feminismo Radical e os Homens Trans
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Frame Coronavírus e 5G...TEM A VER_ #OlharesSobreaCovid19
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