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{unattainablegaeul}

— Dizem que eu tenho uma voz fácil de reconhecer, de qualquer forma — deu de ombros e segurou no braço da outra para que ela soubesse que estava logo a sua frente. Tocou no rosto, já que acabou sentido-se envergonhada por conta do comentário da outra. — Se quiser, pode ver o meu rosto. Eu sou bochechuda. Característica de urso. Ninguém me mandou geralmente virar um panda, não é mesmo? 

— É verdade, seu timbre é diferente dos demais. —  Arescentou assentindo para a direção na qual a garota parecia estar, bem a sua frente. —  Ah não, Gaeul é muito invasivo sair tocando os rostos alheios só para ter uma ideia, nunca gostei de fazer isso. Imaginei assim, deve combinar direitinho e dar vontade de apertar suas bochechas.

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{unattainablegaeul}

MoonHee unnie? Sim, sou eu, como você está?

Yah! Não tenho uma voz fofa. 

— Eu mesma, fico feliz que seja você, ia ser um mico e tanto se eu tivesse confundido. — Sorriu para a outra. — Estou ótima, e a senhorita, como vai? Tem sim uma voz fofa, deve ser como seu rosto, pelo menos eu imagino que seja.

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Apertou a bengala na mão direita e sorriu brevemente ao reconhecer a voz. — Gaeul? — Indagou esperando pela confirmação. — É realmente muito fofinha, mas talvez seja sua voz!

Larilarilá, essa música é muito fofinha!

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A fada simplesmente se manteve parada apertando sua bengala, aflita com o que a desconhecida poderia perguntar uma vez que nem era capaz de ver tal, só se guiava pela voz doce, se surpreendendo com a pergunta vinda da mesma. — Hum... — Pausou a breve fala enquanto franzia o cenho tentando pensar em uma resposta plausível. — Creio que sim, só não há alguém que esteja ali para ouvir, mas isso não impede o barulho da queda.

— Vem cá, me responde uma coisa. — Mesmo que severidade inundasse o seu semblante, as palavras a seguir não possuíam alguma sobriedade, logo, estava séria apenas pelo show. — Se uma árvore cai no meio da floresta e ninguém está ali para ouvir, ela sequer faz som? — Queria uma resposta sincera, afinal, acreditava que poderia descobrir um pouquinho mais da personalidade alheia com perguntas incomuns.

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— Vai fazendo o quê? — A fada abriu a boca em um “oh”, não via os movimentos da garota por isso não entendia nada, apertando mais uma bengala como se procurasse um conforto. — De... Desculpe mas não consigo lhe ver.

Daí… Pra você ter pernas bonitas… Você vai fazendo assim… 

Uff, várias… Vezes…

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{unattainablegaeul}

— Treinar… — balançou a cabeça ao imaginar que isso poderia, até, alegrar a sua mãe, mas tudo que Gaeul queria era que aquela mulher continuasse mantendo distância dela e de seu pai. — Qual loja? Posso passar lá outro dia? Juro que não estou me prometendo como sua stalker, só que… você é legal — e não me julgou por ser híbrida, acrescentou mentalmente, já que havia se encontrado nesse tipo de situação algumas vezes. — Eu fico feliz que tenha gostado MoonHee-ssi — juntou suas coisas e se levantou da cadeira para que pudesse seguir seu caminho. 

— É, dizem que o melhor jeito de aprender algo é treinando, e pode fazer sozinha, tipo autodidatas, já conheci bruxas assim. — Aconselhou com um sorriso, apoiando a mão sobre a mesa para se levantar. — Se chama HelthStop, tem uma plaquinha verde com algumas flores desenhadas, bem ali na esquina, e não precisa se preocupar com isso, você também é muito legal, vou adorar receber uma visita. — Assentiu com cuidado, desdobrando sua bengala, se apoiando sobre a mesma. — Nos vemos por aí, tenha um bom dia!

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{unattainablegaeul}

— Eu… até que posso ir — Gaeul franziu o cenho tentando se imaginar viajando para longe da família para que pudesse estudar mais sobre desenho. Um pequeno calafrio passou em sua espinha e ela puxou o capuz do casaco que usava sobre o uniforme da escola por causa das pequenas orelhas de panda que logo surgiram. Contudo, ela não podia negar que ficava feliz com a ideia. — Eu espero, sabia?  Porque é muito chato quebrar um monte de caneta de nanquim sem querer só porque você errou o desenho. Essas coisas são caras — brincou fazendo uma pequena careta, já que mesmo que a outra não estivesse vendo seu rosto, ela queria passar emoções verdadeiras para ela. —  Ah, se quiser que eu conserte alto é só dizer — encolheu os ombros um pouco envergonhada por conta dos elogios. Contudo, sentiu sua mochila tremer por conta do seu celular e logo atendeu a ligação de seu pai. — MoonHee-ssi, eu tenho que ir. Meu pai está quase mandando alguns primos meus atrás de mim de tanta preocupação. Tem algum problema? Precisa de ajuda com alguma coisa?

— Devia tentar, se não der certo pelo menos vai saber que tentou. — Sorriu brevemente, às vezes Hee soava como uma verdadeira velha, quando na realidade nem mesmo tinha um século de vida. A verdade é que gostava tanto de ajudar os outros, que tentava fazer isso até mesmo só com palavras por mais simples e bobas que soassem. — Imagino que não deva ser agradável, mas melhora sim, já conhecia pessoas em situações piores que a sua que melhoraram, basta treinar. — Completou com um belo sorriso, nunca tivera muitas habilidades mesmo sendo uma fada, não sabia como era o sentimento, mas já conhecera pessoas o suficiente para ter uma ideia. — Não precisa consertar nada, está maravilhoso. — Assentiu uma última vez, entendendo que era a hora da garota ir. — Não se preocupe, vou ficar muito bem, minha loja fica aqui perto chegarei a ela sem dificuldade. Vá atrás de sua família e tenha um bom dia, obrigada pela conversa, foi realmente incrível!

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{redqueeniex}

Estava com pressa para chegar em seu destino logo, algo que era perceptível para qualquer um que cruzasse pela coreana durante o seu trajeto. Sua melhor amiga estava precisando de si, então não podia se dar ao luxo de demorar para chegar no apartamento de MoonHee. Socializar e manter amizades nunca haviam feito parte de sua lista de talentos, o que apenas tornava mais especial a amizade que mantinha com a fada, de quem tanto gostava e se preocupava. Seria capaz de fazer qualquer coisa por ela, incluindo atravessar as ruas de Busan correndo, mesmo que corresse o risco de ser atropelada por algum carro no processo. Não evitou o surgimento de um sorriso discreto em seu rosto ao encontrar rapidamente a chave debaixo do tapete na entrada da loja, abrindo rapidamente a porta e se dirigindo o mais rápido possível em direção ao segundo andar, onde ficava o apartamento da amiga. Girou a maçaneta da porta com calma, pois temia acabar assustando a moradora se girasse a mesma muito rapidamente, entrando no apartamento e procurando a mais velha com o olhar. Encontrou-a em seu sofá, embrulhada em um cobertor, aparentando estar com a respiração um tanto quanto pesada. Se dirigiu até onde ela estava, ficando de joelhos no chão, esticando a destra e passando pelos fios do cabelo de MoonHee, em uma espécie de carinho. — Não se preocupe, mesmo… Eu sempre vou estar aqui para você, quando precisar. — Falou de modo sincero, sorrindo de canto em uma tentativa de transmitir seus sentimentos para a outra. — Como você está se sentindo?

Hee odiava depender dos outros, havia prometido a sai mesma que mesmo sendo deficiente visual não passaria por isso, entretanto esse era o menor de seus problemas, com o tempo ela descobrira que era quase que dependente de Hayun. A garota conseguia acalmá-la em seus piores momentos e desde que deixara a Corte via ela como uma espécie de família, era a irmã que nunca tivera. Sabia que a outra viria independentemente de onde estivesse por isso chama-la pareceu óbvio, entretanto espera-la fora quase que uma tortura. A cada minuto tudo parecia pior, a falta de visão a qual deveria estar acostumada, as lembranças da noite em que fora atacada, não sabia como proceder, o que fazer para melhorar. Por isso que ouvir a chegada da outra fora como um alívio, poderia ser que demorasse a melhorar, mas ter Hayun ali já a acalmava e muito, como se estivesse segura. Podia ouvir os passos da mais nova que vinha até si, nervosa levou um pequeno susto ao perceber a mão da mesma perto de seu rosto, mas logo se acalmou. — Obrigada, Hayun... — Concluiu com a fala trêmula, respirando fundo antes de começar a explicar a situação. — Com medo... Não consigo levantar daqui, e respirar é difícil. — Acima de tudo estava aterrorizada por não ver nada ao seu redor, sua condição ainda era antiga mas ainda tinha momentos assim, dos quais tinha uma vergonha enorme. — Estou com medo por não ver nada, devia ter me acostumado, mas não sei o que está acontecendo.

— Scars and Souvenirs | Hee&Hayun —

#— even more complicated | small-para — #— Scars and Souvenirs | Hee&Hayun — #relaxa anjo <3

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— Scars and Souvenirs | Hee&Hayun —

@redqueeniex

MoonHee se encolhia cada vez mais no sofá de seu apartamento, embrulhada em um cobertor que escondia seu pijama de bolinhas, a mulher se recusava a dar um passo para fora dali. A respiração pesada e os olhos completamente fechados entregavam tudo, era o medo mais uma vez tomando conta de si, impedindo que ela descesse para trabalhar ou simplesmente falasse com alguém. Faziam anos que havia sido atacada mas ainda assim passava por situações como esta, raramente conseguia sair destas sozinha, mas por sorte tinha uma pessoa a qual chamar, Hayun. A bruxa era provavelmente o que podia chamar de sua melhor amiga, tinha perdido as contas de quantas vezes recorrera a mesma em seus piores momentos e hoje não fora diferente. Ligara para a garota como de costume, cerca de dez minutos atrás, deixando claro que a chave havia sido deixada debaixo do tapete logo na entrada da loja e que ela podia subir como sempre. No meio tempo que esperava a mesma se conteve em ficar tamborilando os dedos contra o braço do sofá, tentando respirar fundo para se manter no controle da situação. Estava uma bagunça,  a mulher que sempre parecia perfeita e feliz, mal conseguia se aguentar sem cair em prantos, por isso ela suspirou aliviada ao ouvir alguns passos que provavelmente indicavam sua pequena chance de melhora. — Hayun? Des.. Desculpa te chamar assim do nada, mas eu não sabia o que fazer.

#— even more complicated | small-para — #— Scars and Souvenirs | Hee&Hayun — #perdoa o título lixo não tenho capacidade de fazer um descente

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{unattainablegaeul}

— Entendi — uma pequena inspiração viera até ela, então acabou não escutando muito bem a pergunta da outra, e a respondeu tardiamente. — Ah, não se preocupe com isso. E, bem, se eu quero ser artistas? Por enquanto, parece ser a opção mais óbvia, mas não é por isso que eu desenho — A Sam já estava próxima de terminar seu desenho, então começou a reforçar os traços para que a outra pudesse vê-lo, mesmo que em partes. Parou por alguns segundos para olhar para outra e decidir se deveria falar sobre sua verdadeira natureza, e logo decidiu que sim. — Eu… sou híbrida. Eu nunca conheci a minha mãe, mas tudo que eu sei é que ela é uma bruxa bem malvada. Só que… é, eu herdei um poder dela, telecinese, e eu não tenho muito controle, entende? Então quando eu era pequena, eu ficava o tempo inteiro em casa para não machucar as outras pessoas com o meu poder. Eu comecei a desenhar quando comecei a conhecer o mundo, porque queria levar um pedaço dele comigo — olhou para o seu desenho e continuou a finalizá-lo, enquanto falava. — Esse é o meu jeito de enxergar o mundo — levantou o papel para que pudesse vê-lo melhor, e soltou uma risada tímida satisfeita com o seu trabalho. — Suas asas estão um pouco parecidas com uma pintura do Van Gogh, tudo bem? — tiro a folha e a colocou sobre a mão de MoonHee. — Eu espero que goste.  

— Ah sim, existem escolas de arte muito boas, tenho certeza que seria uma grande artista, parece gostar muito disso. — Acrescentou com um sorriso delicado, quase que invisível, Hee não precisava enxergar para saber que a garota era provavelmente apaixonada por desenhar, com os anos a fada tinha aprendido muito bem a reconhecer isso. Com cuidado colocou a mão direita na mesa, tamborilando a ponta dos dedos contra o móvel, assentindo para a fala da outra por mais surpresa que estivesse. — Sinto muito por isso Gaeul... Mas você vai conseguir controlar a telecinese, leva tempo, não exija muito de si, já parece estar indo muito bem. E você sem dúvida tem um jeito muito bonito de levar partes do mundo contigo! — Disse de maneira sincera e serena, Hee estava de fato encantada com o jeito da garota, era raro encontrar alguém assim e estava realmente gostando da conversa. — Entendo como é! — Aumentou o sorriso recebendo a folha da outra com todo o cuidado possível, começando a passar as pontas dos dedos pelo papel, formando com cuidado a imagem em sua cabeça. Jamais seria tão preciso quanto ver, mas era o suficiente para dizer que a outra parecia ter feito um trabalho incrível. — Parece... Incrível, Gaeul! — Sorriu brevemente, de fato feliz com o presenta dado pela garota. — Eu adorei! Muito obrigada por isso, não faz ideia do quanto me deixou feliz.

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{minkyungsoo}

Kyungsoo observou enquanto MoonHee se aproximava, com um pequeno sorriso no rosto. Ele gostava da presença da outra fada. Eram poucas as pessoas cuja companhia Kyungsoo realmente apreciava, MoonHee era uma delas. Talvez fosse essa mania de proteger quase qualquer pessoa que o lembrasse das coisas que seus pais passaram, sendo excluídos da corte; talvez fosse o jeito de MoonHee mesmo. Mas de uma forma ou de outra, ele gostava dessas visitas que fazia a fada. 

“Eu sabia que você iria gostar das flores. Acho que elas combinam com tudo por aqui”. Ele começou a abrir o pacote no qual tinha trazido os bolinhos que sua mãe fez, era um de seus favoritos. “É, foi ela mesma”, respondeu com uma leve risada. “Eu só precisei falar que vinha aqui te trazer as flores pra ela já começar a empurrar comida pra trazer pra você. Ela ficou toda ‘ah, será que a Hee está se alimentando direito?’. Se eu não tivesse parado ela, provavelmente teria muito mais comida aqui”. Kyungsoo empurrou o pote com os bolinhos na direção de MoonHee. Os ingredientes eram todos vindo da Corte Seelie, puramente comida de fada. Ele sabia que Hee costumava comer comida de humanos, agora que não era mais da Corte, e que isso deveria acabar afetando-a. Sempre que podia, ele gostava de trazer comida da Corte para ela, não gostava muito da ideia de uma amiga sua acabar virando humana. Mas isso se devia muito mais a aversão de humanos que ele tinha do que a qualquer outra coisa. Era por isso que nunca falava nada sobre esse assunto com MoonHee.

“Mas como você está? Teve muito movimento aqui na loja essa semana?”.

A fada possuía poucos amigos, não porque tinha muitas inimizades, era exatamente o oposto, após tudo que aconteceu na vida de Hee a mulher se tornou uma pessoa fechada apesar dos sorrisos doces e temperamento amistoso. Kyungsoo era provavelmente a pessoa em que de fato mais confiava, sabia tudo sobre o que lhe ocorreu e mesmo depois de Hee fugir da Corte ainda continuava sendo sua amiga, a mulher adorava a companhia de tal, era como a fmília que não tinha mais.

— Você acertou como sempre, devem combinar mesmo, e o perfume delas é simplesmente maravilhoso, obrigada! — Fez uma pequena reverencia sorrindo para o rapaz, no instante seguinte pode sentir o cheiro da comida que o amigo tinha trazido e não demorou para que seu estomago desse a resposta em um barulho, indicando sua fome. — Diga a ela que agradeço muito mas não precisa fazer isso. — Sorriu envergonhada. — Sua mãe é uma mulher maravilhosa demais para esse mundo, e a comida dela é realmente incrível, se não se importar vou comer agora mesmo, estou com um pouco de fome. — Riu baixinho, tateando o balcão até chegar no pote, pegando o mesmo com o cuidado costumeiro. Provavelmente era comida da Corte, algo que Hee não comia em muito tempo, tanto que nem sentia tanta falta muito menos sentia medo de virar humana, entretanto apreciava o gesto do amigo e de sua mãe. — Acho que estou com rinite alérgica por conta da mudança de clima, passei o dia anterior espirrando que nem uma louca, por sorte achei alguns remédios na farmácia aqui perto e estou melhor. — Reconhece apertando o pote em sua mão direita, decidindo onde iria comer. — Mas o movimento da loja está ótimo, mas me diga como você está, tudo bem? E a floricultura? Não sei se está com tempo livre, mas quer me acompanhar em um lanche?

sweet alyssum

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becarefulwithets

— Sim, o cheiro desse pessoal é muito ruim. Principalmente quando eles se embebedam com soju. Fica horrível! Mas espera… Você disse que “ouve”? Como assim? — piscou os olhinhos, sentindo-se um pouco confuso com a declaração dela. Não era exatamente a pessoa mais veloz do mundo quando se tratava de processar informações. — Ah, não. Está tudo bem. Já se tornou algo bem comum no meu dia a dia. E pra falar a verdade fazer bebidas é tão legal, se não melhor que bebê-las.

— Parece que tomaram banho em uma bomba de gasolina... Bom, eu sou cega, então aprendi a escutar praticamente tudo ao meu redor melhor que os outros, o modo como a fala deles se embaralha com facilidade, como tropeçam pelo lugar ou simplesmente parecem dizer as coisas em slow motion. — Sorriu delicada como sempre, esperando que não tivesse confundido o rapaz ainda mais. — Ah acho ótimo que esteja feliz em seu trabalho, não há nada melhor do que fazer o que se gosta!

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unattainablegaeul

— Ah, kamsahamnida — mesmo que a outra não pudesse vê-la, resolveu fazer uma reverência desajeitada, antes que voltasse a reforçar os traços de seu desenho para que pudesse cumprir com que havia prometido. Contudo, acabou se vendo incapacitada de continuar quando a outra lhe contou o que havia acontecido com ela. — MoonHee-ssi, como eram suas asas? — seu rosto e seu tom de voz estavam sérios, já que Gaeul estava disposta a fazer com que o seu desenho representasse algo bonito para a outra. — Pode não ficar igual, mas… eu já vi muito isso. Alguns membros da minha família já perderam membros do corpo ao lutar contra caçadores, já que somos responsáveis pela segurança dos skinwalkers. E, bem, eles gostam quando eu coloco as “partes que faltam” no desenho. Posso fazer isso por você também, se quiser, claro. 

A mais velha assentiu com breve sorriso nos lábios, a garota com a qual conversava parecia simplesmente um amor de pessoa, a maioria não tinha paciência com a deficiência de Hee e acabavam por maltratar ela, mas Gaeul mostrou um gentileza incomum que alegrou a fada. — Eram lindas... Tinham um tom azulado quase violeta que parecia ter sido pintado à mão, eram muito delicadas e detalhadas, mas nada chamativo demais. — Sorriu brevemente, se lembrando da última vez que vira as mesmas. — Eu adoraria, prometo que vou guardar o desenho com muito carinho... Você parece ser uma pessoa muito boa, Gaeul, a maioria não tem muita paciência para esse tipo de coisa, planeja ser uma artista? Trabalhar com isso, digo.

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becarefulwithets

— Você mal sabe como tem razão. É cada coisa que eu vejo o pessoal alto fazer aqui no bar. Tenho certeza que ficaria muito surpresa se você escutasse tudo. — Suspirou, negando com a cabeça, enquanto limpava o balcão mais uma vez. — Ainda bem. Eu sempre tento deixá-la o melhor possível. Assim conquisto mais clientes!!

— Não vejo nada, mas ouço cada coisa, sem falar no cheiro de álcool que geralmente empesteia a respiração deles... Me pergunto como não tem problemas no fígado. — Sorriu com calma, assentindo para o rapaz. — Definitivamente me conquistou, se eu bebesse muito viria aqui. Aliais como você consegue? Trabalhar aqui com tanta bebida.... Deve ser meio estranho, não?

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stiillae:

Não podia evitar por sentir pena dela; pena por ela ter que conviver com aquela deficiência e pena pelo quê quer que a tenha cegado, mas parecia esvair todo aquele pensamento ao ver a habilidade da mesma quanto à encontrar-se naquele espaço. Após colocar o pacotinho sobre o balcão, Hongbin tamborilou os dedos no mesmo, suavemente – apenas um meio de aliviar a tensão. “Humm, iogurte!… Faz bastante tempo que não tomo isso, mas acho que é melhor em suco. Quer dizer, eu vou ver com o que eu melhor me adapto, mas muito obrigado pelas sugestões!”  E uma mesura, mais para si mesmo que para a outra, obviamente. Puxou do bolso do jeans a carteira, e da carteira o dinheiro, por mais que achasse caro precisava do item. “Kwenchanayo, eu vou ficar com as frutas. Comê-las puras parece ser de melhor efeito! De toda forma… Agradeço por ajudar. Tenha um bom trabalho!” Anunciou, após deixar o dinheiro no balcão, antes esperando que ela tocasse. Ainda assim, sentiu-se curioso… “Ahm, aliás… Como você sabe se eu não estou dando a quantidade errada?”

A fada não precisava que sentissem pena dela, do contrário que muitos podiam imaginar ela se virava muito bem sendo uma cega, tivera que aprender a viver com isso uma vez que mudar era impossível, então simplesmente seguia com a vida como todos os outros. Tateando o lugar de volta até o balcão ouviu o garoto colocar o pacote sobre o mesmo e já fechava a conta. — Iogurte é bom, devia tentar, para ser sincera, tem umas boas porções no pacote, pode aproveitar e fazer um pouco de cada coisa, ver o que combina mais com seu gosto! — Assentiu com um sorriso, colocando a mão ela esperou por uma resposta, sorrindo quando ouviu a confirmação. — Ótimo, tomara que goste delas, e eu que agradeço por ter vindo aqui, tenha um bom dia! — Disse colocando a mão sobre o balcão pegando o dinheiro que ouvira o outro colocar sobre o mesmo, parando subitamente ao ouvir o questionamento alheio. — Para ser bem sincera, não sei, estou confiando que me deu a quantidade certa!

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{unattainablegaeul}

— O prazer é meu — resolveu que o melhor que poderia fazer era se concentrar em sua arte, então tirou um caderno de sua mochila e logo começou a fazer alguns traços para começar o desenho. — Moon Hee-ssi, eu… posso perguntar quando você ficou cega? — perguntou mais por curiosidade, já que aquilo poderia acabar aparecendo em seu desenho de uma forma mais poética do que a dura realidade.    

— Você tem uma voz muito bonita! — Elogiou com um sorriso delicado, dobrando sua bengala e a colocando sobre o próprio colo, pousando as mãos na mesa à frente de si. — Claro... Foi há quase uma década... Tentei defender uma amiga de alguns caçadores e bom, eles não aceitaram muito bem, tiraram minhas asas e prejudicaram meus olhos a ponto de eu perder a visão. — Explicou com calma, sentindo um nó se formar em sua garganta.

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{becarefulwithets}

— Eu entendo perfeitamente. Mal consigo tomar dois sojus sem sair daqui todo vermelho e andando torto. — fez que sim com a cabeça e soltou uma pequena risada pensando em todas as vezes que já ficara bêbado. — O meu nome é Junsan, mas pode me chamar apenas de Jun! Muito prazer, Hee-ssi!

— O pessoal daqui bebe tanto, eu fico assustada às vezes, passo muito mal quando bebo muito... — Assentiu com um sorriso leve, que aumentou ao ouvir a risada do rapaz. — Muito prazer te conhecer Junsan, a bebida está ótima por sinal!

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