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November 29, Crying in the rain.
Talvez tudo o que eu precisasse fosse alguém que me amasse de verdade.
Talvez tudo o que eu precisasse fosse ela. "
Acordei escutando o barulho da chuva e me senti mais cansado que o normal. Olhei para o lado, mas ela não estava lá. Ela nunca estava. Na verdade ela nunca esteve. Ela jamais estará.
Hoje são 29 de novembro. Já faz dois anos, mas tudo se repete na minha cabeça como se tivessem ocorrido ontem.
Lembrei das lágrimas dela depois das palavras rudes que eu lhe disse, lembrei do rosto de seu algoz, frio, calculista. Ele era o meu melhor amigo, mas destruiu a minha vida quando, impiedosamente, atirou nela.
Um barulho na cozinha me despertou dessas lembranças dolorosas.
Não deveria haver ninguém em casa a essa hora, principalmente hoje. Fui até a cozinha ver o que havia acontecido, e o vi lá.
Ele estava parado e encharcado, com a mesma expressão de dois anos atrás.
Ouvi aquele barulho ensurdecedor novamente. Senti meu corpo bater contra o chão frio da cozinha e meus sentidos se apagando.
À medida que meus sentidos se apagavam, eu sentia aquela presença inconfundível ao meu lado. Depois de dois anos, eu a senti do meu lado novamente.
O chão não me parecia mais tão frio. Aos poucos tudo ia se apagando e eu não sentia nada que não fosse o calor reconfortante de um abraço.
O calor do abraço dela.
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Lidar com a morte nunca é fácil.
Principalmente com a morte de alguém tão próximo. Ainda assim, Laurel precisa lidar com a mudança de escola, os problemas típicos da adolescência, amigas, o primeiro amor e a morte de sua irmã mais velha.
A partir de cartas escritas para pessoas já falecidas, Laurel tenta lidar com o passado e os conflitos internos que assombram.
Assustador e belo, Cartas de amor aos mortos é uma leitura marcante, mostrando o amadurecimento e a fragilidade da vida e das relações com aqueles que mais amamos.
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