Tumgik
mateus-meu-colibri · 3 years
Conversation
O amor não tem DNA - 83
O Mateus me olhava e eu tenho certeza que queria perguntar algo, mas seu desejo foi interrompido pelo momento em que chamaram as crianças para a consulta.
[…]
Já em casa eu dei banho no Joel e supervisionei o banho da Júlia que logo foi fazer a lição de casa enquanto eu corrigia algumas atividades na nossa sala de estudo, o Joel estava ali no cercadinho dormindo.
- Você tem um minuto? -o Mateus disse entrando-
- Claro -eu larguei o que estava fazendo e voltei todas as minhas atenções para ele-
- Vamos lá no nosso quarto -ele disse e direcionou seu olhar a Júlia-
- Entendi -eu disse levantando- Filha, mamãe vai resolver uma coisa com seu pai e já volta. Fique de olho no seu irmão e qualquer coisa chame sua vó que deve está na cozinha -eu beijei o alto de sua cabeça e ela apenas concordou-
Saí da sala e o Mateus passou o braço por cima do meu ombro me levando para perto dele e beijando a lateral do meu rosto, nós fomos assim até nosso quarto.
Narrado por Mateus
- Seu Mateus, tem uma moça aqui que quer falar com o senhor -minha nova secretária disse ao telefone-
- Qual o nome dela, Lia? -eu questionei-
- É Carla -a Lia disse-
- Já sei de quem se trata, pode deixar entrar -eu disse e respirei fundo já imaginando o que ela queria-
Assim que a porta se abriu a Carla apareceu com um sorriso largo, mas os olhos escondiam uma grande tristeza, que só quem a conhecia de verdade conseguiria enxergar.
- Pensei que não me deixaria entrar igual não está deixando eu ver minha filha -a Carla disse e logo se sentou em uma das cadeiras em minha frente-
- Queria que te apresentar a minha filha fosse tão fácil como você imagina -eu disse e me escorei no encosto da minha cadeira-
- Você e sua mulher que estão dificultando as coisas -ela disse-
- Você que dificultou tudo quando foi embora e agora resolve voltar como se nada tivesse acontecido -eu disse e me apoiei em minha mesa- A culpa disso tudo está acontecendo é exclusivamente sua.
- Eu já sei, Mateus e você não precisa ficar me lembrando isso toda vez que nos encontrarmos -ela disse e ocupou uma postura de vitimismo-
- E e a minha mulher estamos buscando a melhor forma de falarmos para a Júlia da sua existência -eu comentei- Nós, eu e a Giselle, enquanto pais da Júlia estamos pensando somente no bem estar dela e não queremos traumatiza-la com sua chegada repentina.
- Vocês não podem me colocar como um monstro na vida da minha filha -ela disse querendo chorar- Eu errei em ir embora, mas agora estou buscando meu espaço na vida dela, espaço esse que é meu por direito.
- Você não tem direito a nada, Carla -eu levantei farto- Você perdeu todo e qualquer direito quando decidiu ir embora e nos deixou para trás -eu lhe encarei- ou você achou mesmo que eu estaria esperando por você com balões e flores?
- Não, claro que não. Não sou tão ingênua assim -ela disse- Mas eu mereço uma segunda chance.
- Segunda chance? -eu a questionei incrédulo- Você deu uma segunda chance a nossa família? -eu questionei- Você deu uma segunda chance a Júlia antes de ir embora e dizer que não era isso que você queria pra sua vida, como se a Júlia fosse algo descartável?! Você deu uma segunda chance? -eu perguntei lhe encarando-
- Não. -ela disse em um fio de voz-
- Então não me venha cobrar nada, você não tem esse direito. Eu e a Giselle ainda não chegamos em uma conclusão para falar de você para ela, assim que falarmos você será comunicada pelos meus advogados. -eu disse caminhando até a porta-
- E enquanto isso não acontecer, vou ter que ficar adiando ainda mais a convivência com ela? -ela questionou levantando vindo na minha direção-
- E agradeça de eu ser obrigado a acatar essa ordem judicial, porque se fosse por mim a Júlia não ia ouvir nem seu nome perto dela, quem dirá lhe conhecer -eu disse e abrir a porta- Agora por favor, faça o que você está acostumada a faze - eu indiquei a saída da sala- Vá embora.
- Você não deveria me tratar assim -ela disse saindo da sala- Eu não vou esperar a boa vontade de você e da Giselle para me deixarem falar com a Júlia, vocês têm até o final dessa semana para tomaram uma decisão, caso contrário eu vou à justiça outra vez e aí se for por bem, será por mal. -ela disse em um tom de desafio-
- O mal você já fez o suficiente, mas nada vindo de você me surpreende -eu disse- Aguarde o contato do meu advogado.
- Aguardarei -ela disse e só então saiu em definitivo da minha sala e caminhou em direção ao elevador-
Voltei a me sentar em minha cadeira e girei em direção a grande parede de vidro que me dava vista de uma avenida movimentada de Goiânia, meu pensamento era somente em como falar com a Giselle sobre a vinda da Carla aqui e mais como falar com a Júlia sobre ela.
Logo em seguida lembrei que da consulta das crianças no pediatra e eu tinha que levar o Joel ao encontro da Gi e da Júlia na clínica, assim eu fiz.
Assim que cheguei na clínica e encontrei as mulheres da minha vida, pude observar que ali também estava alguém que eu tinha certeza que conhecia e para a minha surpresa a Giselle estava me observando o suficiente para me confirmar que era que eu estava pensando, sem eu ao menos perguntar alguma coisa.
A Vanessa e Giselle entraram no banheiro e a demora delas estava me deixando apreensivo, afinal a Vanessa não era uma das melhores pessoas para cruzar com a Giselle. Mas logo a Gi saiu do banheiro com um semblante leve, o que me deixou aliviado. Em seguida as crianças foram chamadas e assim que a consulta terminou fomos todos para a casa.
9 notes · View notes
mateus-meu-colibri · 3 years
Text
a verdade é que eu endureci o coração pra não ser machucado como fui nas primeiras vezes que amei. algo sobre a vida adulta que não te contam é que quanto mais desiludo você é, menos você se permite à entrega. menos você se joga de cabeça. e eu não tenho culpas pra colocar na mesa. não tenho quem acusar de ter me tornado uma pessoa mais razão e menos coração; de ter me tornado alguém que apaga qualquer faísca, chama, incêndio que a adrenalina do gostar traz. eu não tenho pra quem apontar ao dizer que hoje me sinto insuportavelmente incapaz de me jogar cem por cento em uma relação. porque eu estaria mentindo, eu estaria transferindo a responsabilidade das minhas decisões em pessoas que ficaram no passado. eu construí tantos muros de proteção pra não sofrer. tantas camadas pra que as pessoas não chegassem em uma parte minha que é dolorosa é suscetível a quedas. tantas barreiras que ergui pois ser responsável comigo e com a minha saúde mental também era uma maneira de demonstrar amor. mas eu tô cansado de conviver com essa força o tempo todo. eu tô cansado de conviver com tantos muros porque desse lado é bastante solitário. as barreiras são paredes que devolvem o eco quando eu peço ajuda. os muros são caminhos difíceis pra quem quer me amar e só desta vez eu quero ser amado, verdadeiramente amado, sem pensar ou racionalizar tanto. eu não quero pensar nas inseguranças nem tratar meus medos como reis: soberanos, donos de mim. também não quero pensar no passado e no quanto já me machucaram: o presente é uma resposta do universo me dizendo que tenho o direito de tentar novamente. então eu quero. muito. me jogar, me entregar e ser menos sozinho. eu quero deixar de estar sozinho do lado de cá do medo.
603 notes · View notes
mateus-meu-colibri · 3 years
Conversation
O amor não tem DNA - 82
As crianças tinham consulta com a pediatra, eu iria sair de lá da escola direto com Júlia para a consulta. Então liguei para o Mateus, para que ele fosse nos encontrar no consultório levando o Joel que estava em casa.
Após irmos almoçar em um restaurante ali próximo, e ao chegarmos no consultório fiz a ficha dela e do Joel e estava aguardando o Mateus chegar com ele.
- Mãe, eu quero ir ao banheiro -a Júlia me chamou-
- Vamos lá -nós levantamos e eu a levei até o banheiro-
Assim que voltamos para a sala de espera vejo uma moça sentada em nossos lugares, ao lado dela tinha um rapazinho que parecia ter mais ou menos a idade da Júlia, a moça era conhecida e eu tinha certeza que conhecia ela de algum lugar, eu olhei bem para ela e ela sorriu, um sorriso cínico, e claro que era ela a Vanessa.
“Não é possível” -eu pensei-
Procurei por outro lugar para eu a Júlia sentarmos e a moça continuava a nós olhar, logo eu vi a porta da clínica se abri e vi meu marido entrando carregando o Joel e no ombro vinha uma bolsa a tiracolo.
- Oi -ele disse sorrindo e me beijando e em seguida beijando a Júlia- Demorei?
- Não, tem duas pessoas na frente deles -eu disse e peguei o Joel, e a Júlia foi para o lado do Mateus-
- Você quer que eu fique com vocês? -ele me perguntou-
- Eu gostaria, mas se você tiver que voltar pra empresa tudo bem -eu falei e toquei seu rosto-
- Tá tudo tranquilo lá, vou ficar aqui com vocês então -ele disse me dando um selinho e depois deu uma olhada em volta-
Eu fiquei esperando pelo momento que os olhos dele encontrassem os da Vanessa e assim aconteceu, e ele me olhou surpreso.
- Sim, é ela mesmo -eu disse a ele antes que me perguntasse o óbvio-
- Ela falou com você? -ele perguntou-
- Não! Só sorriu do jeito cínico dela, o que me fez reconhecê-la -eu disse e revirei os olhos enquanto colocava o Joel para mamar-
- Será que esse menino é o filho dela? -ele parecia curioso-
- Com certeza, ele deve ter quase a idade da Júlia, já que descobrimos a gravidez perto dela completar um ano -eu disse olhando pra Júlia que estava entretida com uns livros de colorir em uma mesinha em nossa frente-
- Como o tempo passa rápido, né?! -o Mateus comentou e ainda olhava pra eles e logo em seguida olhou para o Joel em meu colo- Como será que seria se o filho dela fosse realmente meu? -ele perguntou tão baixinho que eu quiser não consigo ouvir, creio que foi mais um pensamento do que um desejo real de me perguntar aquilo-
- Eu não faço ideia de como seria, só não acho que teríamos tanta paz como temos -eu ri fraco- Se bem que depois da Carla voltar eu que não duvido que a Vanessa vá dizer que se o testa estava errado.
- Não há essa possibilidade -o Mateus disse- Vamos mudar de assunto.
- Eu acho bom -eu disse e ri-
Ele começou a usar o celular e parecia resolver algumas coisas da empresa e a minha mente ficou em “parafusos” pensando naquele dia do resultado do teste de DNA.
Tinha alguma coisa errada com essa história, porque para ser feito o teste com a amostra do bebê dela ela tinha que permitir isso, mas ela pegou uma amostra da Júlia, que no final deu um resultado negativo e já sabemos que a Júlia realmente é filha do Mateus.
“Se não foi a amostra dela de quem foi então?”
“Será que o filho da Vanessa pode ser do Mateus”?
“Mas se fosse porque ela não o procurou para que ele assumisse a criança”?
A minha mente não parava e eram muitas perguntas e eu queria a resposta de todas elas, eu as queria para hoje e para agora.
Eu a vi levantar e ir em direção ao banheiro e essa era a minha chance, eu deixei o Joel com o Mateus e a segui até o banheiro. Eu fiquei ali fora esperando ela saí de uma das cabines e notei a surpresa dela ao me ver escorada na porta de saída impedindo a sua saída.
- Me dei licença, por favor -ela pediu-
- Eu preciso falar com você -eu falei-
- Mas eu não tenho nada para conversar com você -ela disse tentando me afastar da porta- Se você não me der licença eu vou gritar.
- Não precisa fazer escândalo, eu quero só que você me responda uma coisa -eu lhe encarei- Só uma coisa.
- O que você quer saber? -ela disse se afastando e revirando os olhos pra mim- Não, eu não sou mais apaixonada pelo seu marido, na verdade nunca fui. -ela já foi logo falando-
- Não era isso que eu iria perguntar, mas já é bom grado saber disso -eu ri um pouco-
- Fala logo o que quer saber, meu filho tá lá fora sozinho -ela disse e parecia preocupado-
- É sobre ele que eu quero falar -eu disse e ela logo ficou meio assustada e isso me deixou preocupada- Me fale a verdade, ele é ou não filho do Mateus?
Eu notei a surpresa em seu rosto se tornar ainda maior com a minha pergunta, eu estava tão ansiosa pela resposta que não podia esconder meu nervosismo ao apertar minhas mãos umas contra a outra.
- Por que isso agora depois de cinco anos? -ela perguntou- Qual a diferença ?
- Toda a diferença. Se ele for filho do Mateus, ambos precisam saber disse e precisam conviver um com o outro. -eu falei tentando parecer calma com aquela situação-
- Você não precisa fingir que vai aceitar meu filho como se fosse seu, igual você fez com a Júlia, afinal você já está lá dentro da casa -ela riu-
- Eu jamais faria isso, Vanessa -eu disse incrédula com esse pensamento- Eu só acho que se for filho do Mateus, eles precisam saber disso.
- Você tem certeza que quer saber a verdade? -ela indagou-
- Sim -eu falei e tentei não parecer desesperada pela resposta-
- Tudo bem -ela disse e pegou na maçaneta da porta já para abrir- Não, o meu filho não é filho do Mateus -ela disse calmamente e eu soltei o ar aliviada e ela riu- Não parecia óbvio? Eu tentei forjar um exame de DNA com uma amostra da Júlia para que desse positivo, o que não foi o caso, se eu fiz isso era porque eu tinha certeza que ele não era do Mateus.
- E porque você tentou nos enganar se sabia que não era apaixonada por ele? -eu indaguei-
- Imaturidade, Giselle -ela abriu a porta mas permaneceu ainda dentro do banheiro- Eu queria um lugar que jamais conseguiria e queria da pior forma, eu queria a vida fácil. Mas hoje eu sou uma outra pessoa e estou tão feliz quanto vocês aparentam também estar.
-Eu fico feliz por isso -eu disse- Você não perguntou, mas a Júlia é realmente filha do Mateus.
- Mas no resultado deu negativo -ela parecia surpresa-
- Deve ter tido algum engano na hora de fazer o exame, nós refizemos o exame. -eu comentei-
- É, realmente não era pra acontecer -ela riu- Tinha que ser assim, do jeitinho que foi.
- Sim -eu ri-
- Eu preciso ir agora, até por aí -ela riu e saiu do banheiro sem esperar eu me despedi-
Após esse momento foi como se eu tivesse tirado um fardo de minhas costas, era como se minha vida tivesse voltado para o eixo naquele instante. Agora eu só precisava lidar com a ideia de ter que dividir a Júlia com a Carla mesmo que isso me cortasse o coração.
Sai do banheiro e o Mateus olhava apreensivo na direção dele e creio que tenha visto a minha demora e notou a Vanessa saindo de lá e com certeza já estava imaginando o pior. Eu sorri e caminhei até eles, lhe dei um beijo e ocupei meu lugar ao seu lado, pegando o Joel outra vez para meu colo.
3 notes · View notes
mateus-meu-colibri · 3 years
Text
Eu amo cozinhar ❤️
Tumblr media
250 notes · View notes
mateus-meu-colibri · 3 years
Photo
Tumblr media
67K notes · View notes
mateus-meu-colibri · 3 years
Conversation
O amor não tem DNA - 81
Narrado pela Giselle
Após colocar as crianças para dormir eu e o Mateus estávamos na área externa da casa, ele estava sentado ao meu lado com uma long neck e saboreava a Corona com bastante cautela, eu observava aquele gesto e estava achando a coisa mais sexy do mundo.
- O que foi? -ele me olhou rindo-
- Nada -eu sorri- Só tô admirando meu marido beber sua cerveja.
Ele sorriu e se aproximou deixando a cerveja de lado e encostando nossos lábios em um beijo calmo, ele colocou as mãos em meu pescoço e permaneceu com nossas testas encostadas mesmo após o beijo, ele estava de olhos fechados e eu podia observar a tranquilidade que ele sentia por estar perto de mim, era como se eu fosse o lar por qual procurava para viver, era como se todo o mundo tivesse se esvaziado e só tivesse restado nós dois e nosso amor, eu comecei a ver um semblante de um riso em seus lábios e eu sorri de volta, ele abriu os olhos e me olhou.
- Não há nada mais prazeroso do que estar aqui com você, exceto quando estamos com nossos filhos, não há nada que pague cada momento que vivo ao lado de vocês -ele acariciou minhas mãos e olhou meu anelar esquerdo, local que minha aliança fazia morada- Me casar com você e construir nossa família foi a única decisão sensata que eu tomei depois de muitos anos.
- Você sabe o que eu passei e eu cheguei a pensar que nunca mais me entregaria a outra pessoa, cheguei a imaginar que a felicidade não fosse palpável para minha vida -eu toquei seu rosto- Até você e a Júlia entrarem em minha vida, até eu dizer o "sim" que mudou minha vida e me abriu as portas para a felicidade -eu o beijei-
O beijo era tudo o que faltava para que todo nosso corpo se acendesse e quisesse mais, muito mais do que estávamos nos propondo naquele momento, em um movimento ágil ele me pegou no colo e levantou comigo, estávamos envolvidos entre beijos, abraços e juras de amor fazendo com que pouco víssemos o caminho que estávamos seguindo, mas eu tinha a certeza que ele sabia muito bem o qual fazer ou achei que sabia, quando dei por mim estávamos dentro da garagem de casa, ele me colocou no capô do seu carro e já foi abrindo a bermuda e eu ainda estava envolvendo sua cintura com minhas pernas e continuava lhe beijando.
-Quanto tempo faz que não fazemos uma loucura dessa? -eu perguntei rindo enquanto abria também minha bermuda e com a ajuda dele a vi ser tirada de mim e jogada de lado-
- Tem um pouquinho, acho que inclusive deveríamos fazer mais vezes -ele riu se encaixando perfeitamente entre minhas pernas e ocupando o lugar que sempre foi dele e mostrando o tanto que erámos feitos um para o outro, não havia espaço para mais nada a não ser para nossos desejos e o nosso amor-
[...]
Desci com a Júlia já pronta para irmos para a escola, ela estava estudando na mesma escola que eu dava aula. O Mateus estava sentado na cadeira de costume e após passar por ele lhe dei um beijo no rosto e sorri, a Júlia fez a mesma coisa e cada uma foi ocupar seu lugar para tomarmos café.
- Bom dia -ele disse e nos olhou- Dormiram bem?
- Bom dia -eu e a Júlia respondemos juntas-
- Eu dormi muito bem, sonhei que estava brincando em uma praia -ela falou e eu pude ver o brilho em seus olhos ao contar o sonho- Podemos ir nas férias? -ela indagou e nos olhou-
- Claro que podemos -o Mateus respondeu- Será maravilhoso sair da rotina
- Já posso começar a arrumar minhas coisas? -eu falei rindo e entusiasmada com a ideia-
Terminamos nosso café fazendo planos para as próximas férias, saímos juntos de casa e ao chegar na garagem eu e o Mateus nos olhamos rindo e lembramos do que fizemos ali na noite passada. Entrei em meu quarto com a Júlia e seguimos para a escola.
2 notes · View notes
mateus-meu-colibri · 3 years
Conversation
O amor não tem DNA - 80
Narrado pela Carla
A vida realmente é uma caixinha de surpresas e não cansa de nos provar que não sabemos nada sobre ela e sobre o que ela é capaz de fazer com nossas vidas.
A uns anos atrás após um desentendimento com Mateus saí para a noitada, com umas amigas que não via a algum tempo, e quando chegamos na festa avistei no bar um cara muito bonito e ao me aproximar pude sentir o aroma de um perfume amadeirado com umas notas de vinho, o cheiro se misturava com o aroma dos destilados o que fazia tudo ficar cada vez mais atraente, ele tinha um olhar muito charmoso e com certeza deveria ter um bom desempenho na cama e eu estava disposta naquela noite saber o que o dono daquele corpo e sorriso era capaz de fazer.
Eu e Marcos saímos da festa na frente de todo mundo, nos permitimos uma noite incrível em um motel, mas no final foi cada um para um lado afinal tanto eu quanto ele tínhamos relacionamento e o bom desses casos é que dificilmente terá uma segunda vez e não precisamos lidar com ninguém interferindo em nossos relacionamentos. Na volta para casa o Mateus me encontrou cheio de vontade de uma reconciliação e eu acabei cedendo ao meu marido. No entanto, para a minha surpresa um mês após ficar com o Marcos descobri que estava grávida, uma aflição tomou conta de todo o meu ser, primeiro que nunca nem passou pela minha cabeça engravidar um dia, segundo que essa criança poderia ser fruto de uma traição e terceiro que eu estava completamente sem rumo e o jeito era dizer até o fim que essa criança era do Mateus afinal seria o mais certo, já que o Marcos foi apenas uma transa aleatória.
Os meses da gestação se arrastaram e eu não estava mais aguentando todas as mudanças físicas e hormonais que ela estava me causando, eu não sei como consegui chegar até o último mês sem fazer uma besteira, na verdade eu sei, O Mateus sempre quis ser pai e a felicidade dele era a única coisa que mantinha essa gestação. Os nove meses se passaram e o dia do parte foi ainda pior, a dor é inenarrável, depois o choro constante, as fraudas para trocar, eu não tinha mais tempo para mim e muito menos para o Mateus, meu corpo estava cheio de cicatrizes e definitivamente essa vida não era pra mim. Então fui embora quando a Júlia tinha somente 3 meses.
Se passaram 5 anos desde minha partida, eu vivi os cinco anos do jeito que eu gostaria e vivendo tudo o que a vida de uma mulher solteira permite, foram noites e mais noites, homens e mais homens, hotéis luxuosos, bebidas caras, festas vips, mas nada daquilo me preenchia e eu sabia que faltava algo só não queria assumir. Faltava a vivencia com minha filha.
Quando eu decidi procurar o Mateus eu sabia que ele já estava casado, sabia que tinha outro filho, mas não sabia que já havia tido uma discussão sobre a verdadeira paternidade da Júlia, afinal quando usei essa desculpa para intimidá-lo e dizer que eu teria mais autoridade que ele sobre ela, não houve surpresa da sua parte fazendo essa história toda ir parar no tribunal e revivendo tudo o que eu havia deixado para trás naquele quarto de motel com o Marcos. E a vida realmente não cansa de nos surpreender e nos mostrar o quanto o mundo é pequeno e nós somos insignificantes diante de todas as coisas que a vida nos faz passar, o Marcos era ex namorado da atual mulher do Mateus, a Giselle, que pelo o pouco que ouvi de sua história durante a audiência de custodia da Júlia, mostrou-se ser uma mulher forte e guerreira, afinal ela lutou sozinha para manter, o filho que o Marcos negou, vivo e naquele momento eu pedi para Deus que Ele fizesse com que a Júlia fosse realmente do Mateus, pois dele sim a Júlia teria todo o amor que ela sempre mereceu, amor inclusive que não veio de mim.
Ao final da audiência, resultado positivo para a paternidade do Mateus, e eu ganhei o direito de poder conviver com minha filha, esse último não foi bem aceito pela Giselle, mas ela precisa entender que eu sou a verdadeira mãe da Júlia e voltei para tentar recuperar tudo o que eu perdi durante esses cinco anos, não será fácil conquistar a confiança da Júlia, mas ela entenderá o porque tomei a decisão de deixa-la.
4 notes · View notes
mateus-meu-colibri · 3 years
Conversation
O amor não tem DNA - 79
Uma semana depois
É final de tarde e eu tinha acabado de chegar da empresa e encontro a casa somente com minha mãe, ela estava sentada no sofá usando o celular.
- Boa noite, mãe -eu digo e dou um beijo em seu rosto e espero para receber o meu-
- Boa noite, filho -ela sorri e após beijar meu rosto me indica o sofá-
- Cadê o resto da galera? -eu pergunto e olho na direção da escada e vejo tudo calmo demais-
- Foram até o shopping, a Gi foi levar as crianças para darem uma volta e a Rafa com o Heitor aproveitaram pra irem juntos -ela sorriu-
- E a senhora ficou por qual motivo? -eu indago-
- Seu pai ficou de chegar agora e não queria que ele chegasse e encontrasse a casa vazia -ela disse e seus olhos brilharam-
- Entendi -eu sorri- Então eu vou subi e me desfazer desse Mateus empresário pra esperar minha família -eu levantei e peguei minhas coisas- Já desço.
- Tá bom -minha mãe sorriu e me viu subi as escadas-
-Narrado por Giselle-
Fazia uma semana desde a audiência que nos obrigava a contar a verdade para a Júlia, eu e o Mateus estávamos tentando encontrar a melhor maneira de dizer isso a ela e para ser muito sincera eu estava morrendo de medo da reação que ela teria ao descobrir tudo isso.
- Mãe, olha que lindo esse vestido -a Júlia indicou um vestido na vitrine-
- Está lindo e é a sua cara -eu sorri e toquei o rosto dela que sorriu- Você quer experimentar? -eu perguntei-
- Eu posso? -ela perguntou feliz-
- É claro que você pode, meu amor -eu sorri- Vamos aproveitar enquanto os seus tios estão com o Joel para fazermos isso -eu sorri já puxando ela para dentro da loja-
Ela experimentou o vestido e ficou digna da princesa que era, compramos o vestido e saímos dali em busca de encontrar o resto da família para voltarmos para casa.
Assim que chegamos em casa vimos o Mateus descendo as escadas olhando no relógio.
- Mãe, você não acha que eles estão demorando muito? -ele perguntou a dona Ângela que estava sentada no sofá ao lado de seu Luci que tinha chegado de Itumbiara-
Nós nos olhamos e sorrimos da preocupação do Mateus.
- Fica tranquilo irmão, estavam todos em boas mãos -o Heitor disse passando por nós-
Só então que o Mateus nos viu e sorriu abrindo os braços para que a Júlia fosse ao seu encontro e eu me aproximei dele com o Joel no colo.
- Como é que eu chego em casa e minha família não está aqui para me receber? -ele perguntou carregando a Júlia e me abraçando de lado dando um beijo em mim e outro no Joel-
- Nós aproveitamos a minha tarde de folga da escola para irmos dar um passeio, não imaginei que chegaria cedo, se não tínhamos avisado você para que fosse nos encontrar lá -eu disse passando a mão em seu rosto-
- Tudo bem -ele sorriu e colocou s Júlia no chão e pegou o Joel do meu colo-
2 notes · View notes
mateus-meu-colibri · 3 years
Conversation
O amor não tem DNA - 78
[...]
Entrei no quarto da Júlia e a Gi estava colocando ela para dormir, eu me aproximei da cama e observei as duas, a Júlia me olhou sorrindo e por aquele sorriso eu seria capaz de qualquer coisa.
- Eu senti falta de vocês hoje -ela disse e nos olhou-
- Nós também sentimos a sua falta, meu amor -a Gi disse e passou a mão em seus cabelos- Mas eu e seu pai tivemos que resolver algumas coisas.
- Que coisas? -ela indagou-
- Você saberá em breve -eu disse e me aproximei da cama- Agora durma que eu e sua mãe estamos cansados -eu beijei o alto da sua cabeça-
- Tudo bem -ela sorriu e me beijou o rosto- Boa noite, pai.
- Boa noite meu amor -eu lhe beijei outra vez a testa- Eu amo você.
- Eu também lhe amo -ela sorriu-
A Gi logo se despediu dela e seguiu para nosso quarto, o Joel havia dormido mais cedo, então estávamos sozinhos.
- Eu não sei nem como começar a pensar no jeito que iremos dizer a verdade a ela -a Gi disse e sentou na cama- Isso é tão injusto, nós dois fizemos de tudo pra que ela não sentisse a falta que a Carla pra agora do nada nós termos que dizer que ela tem uma mãe, que depois de cinco anos resolveu voltar pra ocupar o lugar que é dela.
- Fique calma, nós vamos achar um jeito de dizer isso a ela -eu puxei a Gi para perto de mim- E outra, a Carla não tem lugar nenhum na vida de nenhum de nós.
- Você sabe que não é assim -ela disse- A Carla é a verdadeira mãe da Júlia e isso ninguém pode negar, então esse lugar de mãe é dela.
- Mas foi você quem a criou, foi você que dedicou todos esses anos pra poder criar a Júlia da melhor forma possível, foi você que deu vida a Júlia quando a Carla não estava aqui.
- Eu sei, mas as vezes parece ser tão difícil -ela me apertou em um abraço- Eu fico pensando na confusão que vai ficar a cabeça dela, agora depois te tanto tempo acreditando nessa verdade que criamos pra ela crescer e viver que agora não é tão verdade assim -a voz dela estava falha- Eu tenho tanto medo dela mudar conosco, de achar que eu ocupei o lugar da mãe dela de propósito, que fiz vocês dois se deixarem.
- Isso não vai acontecer, a Júlia é uma meninas muito especial e vai entender a história e ela vai saber que você não fez nada além de se dispor a ser a mãe que ela sempre mereceu ter -eu beijei o alto de sua cabeça- Faca tranquila que nós vamos resolver isso igual resolvemos todas as outras coisas até hoje. Tá bom? -eu pergunto e me afasto um pouco para olha-la-
- Tá -ela disse e me olhou- Obrigada por tudo -ela encostou nossos lábios- Obrigada por estar aqui desde sempre -ela me beijou outra vez- Eu amo você -ela disse assim que terminou o beijo e encostou nossas testas-
- Eu também te amo. -eu a beijei-
2 notes · View notes
mateus-meu-colibri · 3 years
Quote
GEEEENTE, COMO VOCÊS ESTÃO? QUANTO TEMPO, NÉ??? SE AINDA TIVER GENTE AQUI DA MINHA ÉPOCA DE ESCRITORA, PROMETO QUE CONTINUO A ULTIMA FANFIC :)
3 notes · View notes
mateus-meu-colibri · 5 years
Conversation
O amor não tem DNA - 77
O Marcos e a Carla estavam conversando um pouco distante da gente e eles nos olharam, a Gi me olhou e em seguida olhou na direção dos dois.
- Eu quero ir embora daqui, quero chegar em casa e ficar com meus filhos -a Gi disse-
- Calma, já está acabando -eu a beijei- Logo estaremos com nosso filhos.
Nós vimos o Marcos se aproximar de nós dois e eu podia sentir os músculos da Gi se contraírem e era só mais um sinal do quanto esse cara fez mal pra ela e o quanto ela ainda sofria por ter que lembrar da maneira tão triste que o João partiu.
- Licença -o Marcos disse ao se aproximar da gente-
- Sim -eu disse e a Gi estava evitando olhar pra ele-
- Eu só queria pedir desculpas pelo o que fiz você passar -ele se direcionou a Gi- e mais ainda por ter surgido agora com todos esses acontecimentos, eu não fazia a menor ideia de que eu poderia ter uma filha afinal eu acreditei que meu único filho foi o João -o Marcos disse- E eu sei que se for comprovado que eu sou o pai, eu sei que perdi muito tempo e também sei que posso já ter uma imagem manchada pelo o que fiz no passado, mas eu mudei e eu quero poder fazer parte da vida da Júlia
- Eu vou rezar pra que isso não aconteça -eu falei- A Júlia é minha filha e eu tenho plena certeza disso.
- Eu entendo você e eu no seu lugar também não desejaria que ela fosse filha de outra pessoa, não depois de tudo o que vocês passaram e depois de tudo o que eu fiz a Giselle passar com nosso filho -o Marcos disse e nesse instante a Gi olhou pra ele-
- Se você tivesse um pouco de vergonha na sua cara, você não falaria do João como se fosse nosso filho - a Gi disse- Você sempre o negou e desejou que eu o abortasse, então você não deveria considerar que um dia foi pai.
- Eu me arrependo Gi, me arrependo muito do que eu fiz a vocês -ele tentou se aproximar dela e a Gi deu um passo pra trás e eu passei o braço impedindo que ele chegasse perto e com isso vimos ele recuar- e se eu pudesse voltar atrás eu juro que hoje teríamos uma família linda -eu vi escapar um sorriso dos lábios dele-
- Mas você não pode voltar atrás e em partes até agradeço o que aconteceu, pois hoje eu estou imensamente feliz com a família que eu tenho e com meus dois filhos -a Gi sorriu-
- Eu acredito que estejas feliz e eu fico mais feliz ainda -o Marcos disse-
Nesse instante fomos chamados outra vez para irmos de encontro ao juiz, ocupamos os lugares que estávamos antes e ficamos aguardando o veredito do juiz.
A Gi não escondia o quanto estava nervosa ao estalar os dedos, passar as mãos na roupa em uma tentativa de limpar todo o suor que sua mão transpirava.
- Fica calma, vai ficar tudo bem -eu disse tentando acalma-la ao segurar sua mão-
- Eu to tentando -a Gi disse e riu um pouco-
- Vamos dar continuidade na audiência de confirmação de paternidade vinculada a guarda da me Júlia Garcia -o juiz deu início a sessão- O exame de DNA em minhas mãos foi feito no laboratório de confiança do fórum e o seguinte resultado é que a menor Júlia Garcia tem como pai biológico o senhor Mateus Garcia.
Eu a Gi nos olhamos e nos abraçamos tentando conter a euforia por está recebendo aquela notícia que por tantas vezes me tirou o sono.
- Prosseguindo -o juiz continuou- E quanto a guarda foi decido que o mesmo permanecerá com a guarda total da menor.
- Isso não é justo, eu sou mãe dela -a Carla se alterou- Eu tenho direito de conviver com minha filha.
- Tivesse lembrado disso quando a abandonou -a Gi disse-
- Calma -eu segurei a mão dela fazendo ela se conter-
- Silêncio as duas -o juiz ordenou- A guarda definitiva será do senhor Mateus Garcia e a senhora Carla terá o direito de ver a menor uma vez ao mês com a presença de um responsável da confiança do senhor Mateus.
- Ah não -a Gi disse- Não podem fazer isso, como que vamos explicar agora depois de cinco anos que a minha filha tem outra mãe? Como que vai ficar a mente dessa criança? Não é justo com ela e muito menos conosco ter que expor ela a tudo isso, isso não é justo.
- A sentença é essa e a sessão está encerrada -o juiz disso e logo saiu dali-
- Isso não é justo -a Gi disse cada vez mais alterada-
- Calma meu amor, nós vamos recorrer -eu disse-
- Sim, mas a justiça não vai fazer isso de imediato -a Gi olhou pra Carla que tinha um riso fraco no rosto- Você não vai ocupar o lugar que é meu, a Júlia jamais vai ser sua filha, ela é minha filha -a Gi bateu no peito- minha filha.
- Você precisa aceitar que ela é minha filha e do Mateus, você foi só uma consequência -a Carla disse-
- Consequência do seu ato, bem ou mal o seu descaso com sua própria filha me colocou na vida dela e agora você é que tem que aceitar que pra ela você será sempre uma estranha -a Gi disse-
- Isso é o que veremos -a Carla disse e levantou da cadeira indo em direção a porta de saída-
- Isso é o que veremos -a Gi revidou-
A Carla deu tchau pra Gi e saiu dali acompanhada do seu advogado.
O Marcos se aproximou de nós dois e nos disse que mesmo querendo que a Júlia que fosse filha dele, ele agradecia por ela ser filha do Mateus e por saber que ela teria a Gi como mãe, já que ela foi impedida de ser quando esteve grávida do João.
Nós saímos do fórum e fomos direto pra casa, tínhamos passado quase a manhã fora e a Júlia com o Joel estavam ali brincando com meus pais, nos reunimos para conversar e contar qual a sentença da audiência e meus pais tiveram a mesma reação da Gi ao descobrirem como seria a convivência da Carla com a Júlia.
4 notes · View notes
mateus-meu-colibri · 5 years
Conversation
O amor não tem DNA - 76
- Senhora Giselle Garcia, qual a sua relação com o pai da menor Júlia Garcia?
- Bom, primeiro de tudo eu queria deixar registrado aqui a minha surpresa em encontrar esse senhor aqui nesse julgamento -ela olhou para o Marcos-
- Algum problema com o a testemunha da minha cliente? -o advogado da Carla perguntou-
- Só o espanto mesmo e creio que após o que eu tenho pra dizer todos vocês também ficarão espantados -a Gi disse-
- Prossiga -o juiz deu permissão a Gi-
- Pois bem, antes de eu conhecer o Mateus e a Júlia eu tive um relacionamento de três anos com esse senhor -ela olhou para o Marcos- e desse relacionamento eu tive um filho, o João, e ele ao saber da minha gestação deixou bem claro que nunca quis ter filhos, que os planos dele sempre foram somente para nós dois e por isso esse senhor pediu para que eu abortasse nosso filho, eu me neguei a fazer isso afinal eu nasci pra ser mãe e levei a gestação adiante e quando eu descobri que era um menino eu acreditei que ele ficaria contente em descobri que era homem e foi pura ilusão -a Gi começou a chorar- eu fui até o apartamento dele e nós brigamos outra vez e ao sair dali sofri um acidente o que resultou no nascimento prematuro do meu filho e foi aí que minha saga pra salvar a vida do meu filho que infelizmente não resistiu e acabou falecendo após seis meses de internação, e foi nesse processo que eu conheci a Júlia que foi levada pela mãe do Mateus até o hospital e a partir dali eu passei a fazer parte da vida da Júlia e da vida do Mateus, hoje nós somos uma família a Júlia é a minha filha mais velha e o amor que eu sinto por ela nem de longe está relacionado ao sangue ou ao DNA, a Júlia nasceu no meu coração e de lá ninguém vai me tirar ela.
- Mas você e o Mateus possuem outro filho não é mesmo? -o advogado da Carla indagou-
- Sim, nós temos o Joel que tem dois anos -a Gi concordou- Ele e a Júlia se dão super bem e ela é a irmã mais carinhosa e amorosa que o Joel poderia ter.
- Mas como fica sua relação com a Júlia já que tem o seu outro filho e esse realmente seu e do Mateus? -o advogado continuou a indagar-
- Não há distinção, eu amo os dois com a mesma proporção -a Gi disse já com um tom de desespero- Eu jamais poderia priorizar um ao outro, eu não saberia viver sem um dos dois.
- O que nos garante que você não vá abandonar a Júlia daqui com um tempo? -o advogado da Carla alfinetou-
- Não tem nem cabimento esse questionamento, eu estou com a Júlia desde que ela tem três meses de vida, não fui eu que abandonei ela com medo do que poderia ser uma vida de mãe -a Gi disse- Fui eu que segurei na mão do Mateus quando a vida dele estava desmoronando e graças a mim que a Júlia hoje está viva, eu sou mãe e eu jamais abandonaria minha filha, jamais.
- Senhor Marcos o que você tem a nos dizer após as declarações aqui expostas -o juiz deu a palavra ao Marcos-
- Eu e a Giselle realmente tivemos esse relacionamento de três anos, nós tivemos o João e sim eu pedi para que ela abortasse mas logo após o acidente eu me arrependi amargamente de ter pedido isso a ela, eu a procurei após a morte do João mas quando eu a encontrei ela já estava com o Mateus e já se intitulava mãe da Júlia -o Marcos disse-
- E quanto seu relacionamento com a Carla? Como vocês se conheceram? Você sabia que ela tinha um casamento? Ela procurou por você quanto tempo? -a Rafa questionou o Marcos-
- Nós dois não tivemos relacionamento algum, foi uma noite de balada apenas e depois disso nós nunca mais nos vimos, ela comentou apenas que tinha um relacionamento e que estava ali pra se desestressar e que o marido dela não estava correspondendo mais -o Marcos disse- Mas foi só aquela noite, afinal eu estava com a Giselle também.
- E como vocês se reencontraram agora? E o que te motivou a vim até aqui? Se você não quis um filho com alguém que estava a três anos, o que nos faz acreditar que você vai querer uma filha que você nem sabia que existia e que já tem uma família que a ama? -a Rafa questionou-
- A Carla me procurou e me contou sobre ter dúvidas da paternidade da filha dela e eu quase nem me recordava daquela noite, afinal fazem cinco anos e eu realmente não quis meu primeiro filho mas depois que eu o perdi eu mudei e realmente queria que a Júlia fosse minha filha e eu gostaria de ter a oportunidade de conviver com ela -o Marcos disse-
- Eu espero do fundo do coração que ela não seja sua filha -a Gi disse- Ela não merece ter um pai como você.
- Não é seu momento de fala -o juiz advertiu a Gi-
- Perdão -a Gi se redimiu-
- Agora eu peço que vocês se retirem, eu já recebi o exame de DNA e nós vamos voltar com 20min já com o parecer e a sentença final -o juiz disse batendo o martelo-
Nós saímos da sala e eu só tinha uma vontade e era correr pra abraçar a Giselle e assim nós fizemos, ficamos por um longo tempo abraçados e a Rafa veio conversar conosco e nos deixou tranquilos dizendo que dificilmente o juiz daria a guarda a eles dois, mesmo que o exame negasse a minha paternidade, afinal nossos depoimentos foram muito fortes.
3 notes · View notes
mateus-meu-colibri · 5 years
Conversation
O amor não tem DNA - 75
[...] Um mês depois [...]
É dia da audiência da paternidade e guarda da Júlia, ela ficou em casa com os pais do Mateus e o Joel.
- Você está bem? -eu perguntei ao Mateus-
- Sim -ele disse e me beijou- E você?
- Estou apreensiva -eu comentei-
- Fique calma -ele beijou minha testa-
- Vou tentar -eu disse e sorri-
Um oficial chamou o Mateus e a Rafa que era advogada dele, eu entraria depois como testemunha.
Narrado pelo Mateus
Estou frente a frente com a Carla e seu advogado, a Rafa ao meu lado esquerdo se mostra firme e convicta do que está prestes a fazer, o que me dá ainda mais segurança, ao meu lado direito um pouco mais à frente está o juiz que se mostra imparcial a toda a tensão que paira sobre o ambiente.
- Vamos da início a sessão de prova de paternidade da menor Júlia Pinheiro Garcia -o juiz iniciou a sessão- que atualmente mora com o então pai Mateus Garcia o qual entrou com o pedido do exame de DNA juntamente com o pedido de guarda definitiva da menor já citada. Pedimos que o senhor Mateus Garcia nos diga os motivos pelos quais ocasionou este pedido.
- Boa tarde a todos. Eu e a Carla fomos casados por três anos e desse casamento resultou no nascimento da nossa filha, Júlia que até então é minha filha e mora comigo desde que nasceu, quando a Júlia tinha três meses de vida a Carla abandonou nosso lar dizendo que não tinha nascido pra ser mãe, que seus planos eram apenas casar e viver viajando, curtindo nosso casamento e ser mãe não estavam em nenhum dos planos dela. Desde então eu e minha família criamos a Júlia com todo o amor do mundo para que nada faltasse a ela, hoje ela está com cinco anos e é uma menina linda e saudável. No entanto, nem sempre foi assim, logo que a Carla nos deixou a Júlia ainda era uma criança muito pequena e precisava de todo o amor e atenção que só a mãe poderia dar a ela e foi quando nossa saga pra salvar a vida da minha filha começou, buscamos em hospitais que tivessem o projeto da Ama de leite e encontramos um em que ela foi muito bem recebida e ali encontramos a Giselle, que hoje é casada comigo, e que cuida da Júlia até hoje como filha biológica. Mas a ideia de fazer o pedido de DNA veio quando a um mês a Carla apareceu na porta de casa querendo reivindicar seus direitos sobre a Júlia e disse que não tinha certeza se eu realmente era pai dela e pra acabar com as dúvidas de uma vez por todas decidi entrar com o pedido pra fazer o teste e da guarda definitiva já que desde sempre eu e a minha família estamos com a Júlia e nunca a abandonamos.
- Senhora Carla, agora a sua vez de justificar e contrapor o que o senhor Mateus disse -o juiz disse e lhe deu a palavra-
- Quando eu tive a Júlia eu tive medo do que eu enfrentaria daquele momento em diante, eu me desesperei e não consegui me ver naquela situação de mãe e esposa e por esse motivo eu os deixei. Mas hoje eu estou arrependida e por isso vim aqui implorar pro senhor me permitir ver minha filha, pelo menos ver ela coisa que ainda não consegui fazer desde que voltei -ela disse em tom de desespero mas não me convenceu-
- E como a senhora explica o fato de não saber realmente quem é o verdadeiro pai da sua filha? Você o traia enquanto estavam juntos? -o juiz indagou-
- Foi uma vez só, eu estava estressada e ele vivia trabalhando e acabei saindo pra uma balada e passei a noite com um cara, mas não tivemos mais contato -ela disse e me olhou- Eu juro que foi só uma vez.
- Isso não me importa, Carla -eu disse-
- E o que lhe levou a achar que poderia não ser o meu cliente o pai da sua filha e se não tinha certeza porque não procurou pelo outro suposto pai? Porque deixou todos esses anos todos acharem que o meu cliente era o pai da Júlia? -a Rafa questionou a Carla-
- Por que era melhor pra Júlia ficar com o Mateus -a Carla disse-
- Então você concorda que o melhor pra Júlia é ficar com o Mateus?! -a Rafa perguntou-
- Sim -ela tentou falar mais alguma coisa mas seu advogado à interrompeu-
- Minha cliente achava que era o melhor pra sua filha enquanto o seu ex marido era solteiro, hoje ele é casado e tem um filho com a nova mulher, o que nos faz crer que hoje suas atenções não são totalmente da Júlia o que pode causar grandes conflitos pra criança. -o advogado dela interviu-
- Isso não é verdade -eu disse-
- Que entre as testemunhas -o juiz pediu-
Nesse instante a Giselle entrou por uma das portas, ela me lançou um olhar cúmplice e sorriu, na outra porta saiu o Marcos seu ex namorado e pai do João. Eles se olharam e ela pareceu ficar impactada com o que estava vendo. Mas além de tudo isso eu vi medo em seus olhos e eu imaginava o que estava se passando em sua cabeça e realmente a Júlia não merecia ter ele como pai.
Ambos ocuparam os lugares a eles destinados e o Marcos parecia não entender nada ao nos ver ali, ele olhou pra Carla, olhou pra mim e por fim olhou outra vez para minha mulher e ela fez somente um sinal de negação com a cabeça e baixou a cabeça evitando qualquer tipo de contato visual com ele.
4 notes · View notes
mateus-meu-colibri · 5 years
Conversation
O amor não tem DNA - 74
- Mamaaaaãe -nós ouvimos a Júlia entrar chamando pela Gi e sua voz fazia eco enquanto vinha no corredor dos quartos- Cadê vocês? -ela indagou e eu e a Gi nos olhamos rindo dentro do nosso quarto-
- Aqui no meu quarto meu amor -a Gi disse e foi até a porta do quarto e antes que ela abrisse do outro lado nossa filha estava ansiosa por encontrar com ela- Nossa que susto -a Gi disse e riu- Tá tudo bem meu amor? -elas se abraçaram-
- Sim -a Júlia disse e saiu do abraço e veio até a cama onde estavam eu e o Joel- Estavam escondendo minha mãe, né? -ela disse e ficou com as mãos na cintura nos olhando e o Joel não estava entendendo nada e só ria-
- Mais ou menos -eu disse e ri- Vem aqui conosco, vamos aproveitar esse finalzinho de tarde já que você nós abandonou a tarde toda -eu bate na cama e ela logo subiu e me abraçou-
- Como foi lá na casa da tia Rafa? -a Gi perguntou e sentou na cama-
- Foi divertido, eu brinquei muito -a Júlia sorriu-
- Olha que legal -eu falei-
- E vocês o que fizeram sem mim? -ela perguntou e olhou pro Joel- Você mocinho como já aproveitou a mamãe, agora ela vai ser só minha -a Júlia disse e se sentou no colo da Gi- Tá mãe?!
- Tá meu amor -a Gi disse rindo e abraçou a Júlia- Hoje a mamãe vai te colocar pra dormir igual quando você era bebê.
- Tá bom -a Júlia disse e riu-
[...]
- O Joel já dormiu, agora vou lá com a Júlia -a Gi disse ao entrar no quarto- Daqui a pouco eu volto -ela me beijou-
- Leve o tempo que precisar -eu disse e a abracei- Eu lhe aguardarei.
- Tá bom -ela me beijou e saiu do quarto-
Narrado por Giselle
Eu tava entrando no quarto da Júlia e quando eu abri a porta vejo ela já descendo da cama.
- Eu já ia atrás da senhora -ela disse ao me olhar-
- Não precisa mais ir mocinha -eu disse rindo- Eu já estou aqui -eu fui em direção a cama e deitei junto com ela-
Ela se acomodou em meu colo e eu por hora viajei no tempo ao lembrar de quando ela era só um bebê, pensei em como que seria minha vida se o João estivesse vivo, se eu estaria aqui com a Júlia ou se eu teria conhecido o Mateus, são perguntas que eu jamais saberei a resposta e a única coisa que sei é que eu amo a família que eu construí, eu amo viver esse amor de mãe e de mulher.
- Mãe -a Júlia chamou minha atenção-
- Diga -eu perguntei e acariciei seus cabelos-
- Eu amo muito a senhora -ela me apertou- Você foi a melhor mãe que podia ter.
- Eu também amo muito você -eu beijei sua cabeça e quis chorar- Você e seus irmãos foram as melhores coisas que Deus poderia ter me dado.
- Eu queria ter conhecido o João -ela disse- Eu acho que a gente ia brincar muito.
- Sim, vocês iriam -eu sorri- Mamãe ia amar ver vocês três brincando.
- A senhora sente falta dele? -ela perguntou-
- Sinto meu amor, todos os dias -eu comentei- Da uma dorzinha aqui no fundo do peito todos os dias quando lembro dele, mas eu preciso aceitar que seu irmãozinho teve que ir fazer companhia pros avós dele, lembra que eu disse isso a você?!
- Lembro -ela disse e me olhou- Quando der a dorzinha a senhora chama eu e o Joel pra gente abraçar a senhora até a dor passar, tá bom? -ela perguntou-
- Tá bom -eu disse e a abracei deixando escapar uma lágrima- Eu amo muito você, tá bom?
- Tá bom -ela riu- Eu também lhe amo.
Eu permaneci ali por mais algum tempo cantarolando algumas cantigas para que ela dormisse e assim que isso aconteceu eu voltei para meu quarto com o Mateus, ele estava usando o laptop e assim que me viu entrar no quarto o fechou e me olhou sorrindo.
- Dormiu? -ele perguntou e deixou seu equipamento na escrivaninha-
- Sim -eu sorri e caminhei até a cama-
- Vem aqui -ele me chamou para seus braços- Agora é minha vez de mimar você -ele sorriu e me cheirou o pescoço-
- Eh coisa boa -eu sorri e lhe abracei- Obrigada por tudo o que você me proporcionou durante todos esses anos, obrigada por ter me dado essa família maravilhosa -eu disse e queria começar a chorar-
- Você não precisa me agradecer em nada, nós dois ganhamos com essa história toda -ele me beijou- Nós dois ganhamos.
- É -eu sorri fraco- A Júlia disse que queria ter conhecido o João, que queria que ele estivesse aqui pra brincar com ela.
- Ah meu amor -ele me abraçou- Eu também ia amar que ele estivesse aqui conosco.
-Ela perguntou se eu sentia falta dele e eu disse que sentia todos os dias e que dava uma dorzinha no fundo do peito e ela disse quando der essa dorzinha era pra eu chamar ela e o irmão pra eles me abraçarem até a dor passar -eu ri um pouco- Tem como não amar?!
- É, não tem -ele riu-
- Mas mudando de assunto, o que mais você e a Carla conversaram? -eu indaguei e vi ele mudar a fisionomia-
- Eu não quero falar disso -ele disse me beijando a fonte-
- Mas vocês falaram sobre a paternidade da Júlia? -eu indaguei e sentei olhando pra ele-
- Sim, ela disse que não tem certeza se eu sou o pai -ele disse e desviou os olhos dos meus- Eu disse que já sabia e que já havia falado com a Rafa e pedido uma audiência pra decidirmos sobre isso e com quem a Júlia vai ficar, se conosco que somos a família dela, com ela que a abandonou ou com o possível pai que nem sabe que ela existe.
- E ela? -eu perguntei e lhe encarei- Olhe pra mim Mateus, o que ela disse?
- Ela disse que não teve mais contato com o Marcos, que nem sabe por onde ele anda -ele disse e me olhou-
- Marcos? -eu perguntei espantada-
- Foi o que ela disse -ele segurou minha mão- Mas fica calma, pode não ser ele.
- Tem que não ser ele, a Júlia não merece ter ele como pai -eu disse triste- Ninguém merece ser filho dele -eu fechei minhas mãos nas cobertas da cama e as rodei com tanta raiva que senti naquele momento ao lembrar do que aconteceu comigo e com meu filho por culpa do Marcos-
- Calma -o Mateus disse e fez eu largar as cobertas e me levou outra vez para seus braços- Nós nem sabemos se é ele.
- Tamara que não seja -eu pedi e me deitei em seu peito-
- Não vai ser -ele disse e me beijou- Vamos dormir que hoje o dia foi longo.
- Tudo bem -eu concordei-
Após termos um momento nosso de carinho e afeto dormimos tranquilamente, eu acordei uma vez na noite pra dar de mamar ao Joel e trocar sua frauda mas logo voltei pra dormir ao lado do homem da minha vida.
4 notes · View notes
mateus-meu-colibri · 5 years
Conversation
O amor não tem DNA - 73
Narrado por Mateus
Dois dias depois que a Carla apareceu em casa ela voltou para nossa conversa, estou vendo ela sentada na sala de casa e ela observa tudo atenta.
- Mudou muita coisa por aqui -ela disse observando a decoração da sala completamente mudada-
- Eu e minha família precisávamos de uma vida nova e este é o resultado de uma das coisas que mudamos -eu disse-
- Hum, legal -ela disse- A Júlia está por aí? -ela perguntou e olhou para a escada-
- Não, ela foi passar à tarde com a Rafa na casa da mãe dela -eu disse-
- Você sabe que o que vocês estão fazendo é errado, né?! -ela questionou e olhou para mim, minha mãe e pra Giselle- Eu tenho o direito de ver minha filha.
Nesse instante a Gi levantou do sofá e foi em direção a cozinha e eu tenho certeza que sua vontade não era permanecer calada como prometera, ainda mais ouvindo a Carla chamar a Júlia de filha.
- É pro bem da Júlia que estamos fazendo isso -minha mãe disse- Ela não merece ser exposta a tudo isso que você está fazendo.
- Eu estou fazendo? -a Carla se pôs como vítima- Eu perdi cinco anos da vida da minha filha e me arrependo por isso, hoje eu to aqui e quero recuperar tudo o que perdi, quero poder ouvir ela me chamar de mãe, quero poder partilhar com ela coisas que mãe e filha partilham -eu podia crê que ela iria chorar, seria muito cinismo da parte dela se fizesse isso-
- Para Carla, você foi embora por livre e espontânea vontade -eu disse- Os cinco anos que você perdeu da vida da Júlia jamais voltarão e nem que você se faça presente na vida dela a partir de hoje, as coisas não vão voltar a ser como antes e a mãe dela não vai deixar de ser a Giselle.
- A mãe da Júlia sou eu -a Carla disse já com a voz alterada- É meu sangue que corre dentro dela, é o meu sangue -ela disse e bateu no peito-
- Grande coisa o sangue que corre dentro dela, sangue não significa nada perto de todo o amor, carinho e cuidado que eu dei a ela, sangue não significa nada perto de todas as vezes que eu vi ela mamando em meu peito, me olhando fraternalmente e do jeito dela me agradecer por ter salvado sua vida -a Gi disse e caminhou em direção a sala- Você ao invés de vim aqui querer ocupar um lugar não é mais seu e querer arrumar uma confusão danada com isso, você deveria vim agradecer a todos nós por termos salvado a vida da filha que você tanto aparenta gostar agora.
- Você não tem o direito de falar desse jeito comigo, você não sabe o que eu passei e não sabe o tanto que eu sofri por ter deixado minha filha desse jeito, eu tive medo de assumir uma responsabilidade que eu sempre acreditei não ter -a Carla disse e levantou indo encarar a Giselle- Você chegou aqui de bandeja e pegou o trem andando, já juntou o útil ao agradável e está aqui desfrutando de tudo isso -ela olhou em volta- Assim é muito fácil falar que ama a filha de um cara que tem o que o Mateus tem, é muito fácil assumir essa vida de esposa perfeita pra não perder todas essas mordomias.
- Você é que não sabe o que eu passei, Carla -a Giselle lhe encarou- Eu não cheguei e peguei tudo de bandeja não, antes de eu conhecer o Mateus e a Júlia eu estava em um hospital a seis meses com meu filho na incubadora, o João nasceu com seis meses e precisou ficar ali pra tentar se salvar, ele lutou todos os dias pela própria vida e eu estive ali todos os dias cuidando do meu filho com a esperança de levar ele pra casa e depois de um tempo eu contar pra ele que ele havia sido um milagre na minha vida, mas eu não tive essa sorte Carla, dias antes do João morrer -nesse instante a Carla deu dois passos pra trás e sua postura de ataque passou para uma postura de observação e a Gisella já chorava- a mãe do Mateus chegou com a Júlia no hospital quase implorando por alguém que pudesse amamentá-la pois a mãe dela de SANGUE, -a Giselle enfatizou essa última palavra- que no caso é você, havia ABANDONADO ela e eu mesmo sofrendo com o estado de saúde do meu filho EU ESTAVA ALI TODOS OS DIAS PRA DAR VIDA A MINHA FILHA de coração, a Júlia nasceu no meu coração no exato momento em que ela teve seu primeiro contato com meu peito. Então não ache que você vai chegar aqui, vai dizer que tem sangue seu correndo na veia da Júlia que as coisas vão se resolver, as coisas não vão ser assim como você quer. E enquanto eu estiver aqui a Júlia não vai precisar de mãe nenhuma a não ser de mim e ela nem merece saber que foi abandonada, ela não precisa saber que foi rejeitada por você -a Gi disse chorando como eu não havia chorado a muito tempo, eu recordo de ter visto ela assim logo no início da nossa vida juntos quando ela contou que o João havia morrido-
- Calma meu amor -eu disse indo até a Giselle e fazendo ela olhar pra mim- As coisas vão se resolver, fique calma.
- Eu não quero mais essa mulher aqui -ela disse baixinho entre os soluços- Eu não quero perder mais um filho meu, eu não vou aguentar ter que perdê-la.
- Você não vai perdê-la, nós não vamos -eu disse a fiz olhar pra mim- Olhe pra mim -ela me olhou- Eu prometo a você, nós vamos continuar nossa família unida, eu prometo -eu beijei ela- Tá bom?!
- Aham -ela disse e me beijou outra vez-
A Giselle acabou nos deixando sozinhos e foi ficar com o Joel no quartinho dele, afinal ela já havia dado seu recado e ele com certeza precisaria muito mais dela com ele do que nós nessa discursão desgastante.
- Eu sinto muito pelo o que aconteceu com ela -a Carla disse após se recuperar da enxurrada de emoção e raiva que a Giselle havia despejado em cima dela-
- Pois é Carla, enquanto você tinha uma filha bem e saudável existiam mães e uma delas foi a Gi que lutava diariamente pra poder ao menos carregar seu filho no colo, o que foi lhe privado por diversas vezes, você não soube dar valor em nenhum momento em que esteve conosco -eu disse a Carla me observava- E não vai ser agora que você vai recuperar isso, pelo menos eu não tenho nenhuma pretensão de permitir isso.
- Eu já entendi Mateus, mas acho que antes de você se achar dono da Júlia você precisa saber que eu não tenho certeza se você é realmente o pai dela -a Carla disse e como isso já não era surpresa pra mim, me mantive imparcial- Você não vai falar nada? -ela indagou-
- Eu já sabia disso -eu comentei- E por esse motivo eu já marquei uma audiência onde será levado o exame de DNA meu e da Júlia e lá no tribunal diante de um juiz vamos decidir o que vai ser melhor pra Júlia, se será ficar conosco que já somos a família dela ou se vai ser entregue a você, a mãe que a abandonou, ou se vai ser entregue ao pai que nem sabe que ela existe.
- Eu nem tenho mais o contato do Marcos, não sei nem por onde esse cara anda -a Carla disse-
- Bela explicação pra se dar a um juiz -eu disse sendo irônico- Você ainda está morando no mesmo apartamento?
- Sim -ela disse-
- Então vai chegar lá a convocação pra audiência, enquanto isso eu quero você distante da minha casa, da minha família e mais ainda distante da minha filha -eu caminhei até a porta- Agora por favor -eu abri a porta- Vá embora.
- Tudo bem -ela disse e caminhou em saída da casa-
5 notes · View notes
mateus-meu-colibri · 5 years
Conversation
O amor não tem DNA - 72
Narrado pela Giselle
- Eu não posso aceitar isso, Mateus -eu disse entrando em casa após marcarem um encontro com a Carla em um outro dia- Essa mulher não pode chegar assim aqui em casa e querendo ocupar um espaço que não é mais dela, eu não vou permitir que ela tenha qualquer tipo de contato com a minha filha -eu estava furiosa e andava de um lado para o outro com o Joel no colo- Eu não vou permitir isso, não vou.
- Calma meu amor -o Mateus disse e se aproximou de mim- Ela não vai ocupar lugar algum aqui pois o lugar de mãe da Júlia é seu, fique calma -ele pediu- Vamos, vá buscar suas coisas pra eu ir deixar você no seu trabalho.
Eu deixei o Joel no cercadinho e subi pra pegar minhas coisas, quando voltei vejo o Mateus debruçado no cercadinho brincando com nosso filho.
- Estou pronta -eu disse e me aproximei deles- Mamãe tá indo meu amor -eu disse e o beijei- Sogra, estamos indo.
- Vão com Deus -ela disse e entrou na sala- E podem deixar que cuidarei muito bem do meu netinho -ela disse rindo e olhando pro Joel-
- Eu sei que sim -eu disse e sorri-
Nós saímos de casa e após entrarmos no carro eu estava em silêncio até o Mateus puxou o assunto.
- Nós adiamos todo esse tempo pra não fazermos esse exame e eu estava bem quanto a isso, mas se a Carla apareceu é porque realmente precisamos de respostas e hoje eu as quero -o Mateus disse-
- Por mim ela não teria voltado, ela não pode chegar assim como se nada tivesse acontecido Mateus -eu disse e estava extremamente nervosa com essa história vindo à tona depois de cinco anos-
- Você precisa se acalmar quanto a isso meu amor -o Mateus tentava me tranquilizar segurando minhas mãos- As coisas vão ficar tudo bem, se ela fizer qualquer coisa pra nos tirar nossa filha eu entrarei na justiça, vou falar hoje mesmo com a Rafa e vamos resolver isso o quanto antes e eu não tenho dúvidas que ganharemos qualquer causa que ela queira mover contra nós.
- Eu sei que eu preciso me acalmar, mas só de pensar em como vai ficar a cabeça da Júlia no meio dessa confusão -eu respeitei fundo- Ela não merecia passar por isso, não agora depois de tudo o que fizemos pra suprir a falta que essa mãe fez, não é justo conosco e muito menos com ela.
- Nós sabemos meu amor, mas fique calma que vai da tudo certo -ele disse e beijou as juntas dos meus dedos-
- Não sei como você consegue está tão calmo -eu disse e quis ri- Não sei mesmo.
- Tem que haver o equilíbrio, né amor?! -ele riu e se inclinou para me beijar e eu encontrei seus lábios no meio do caminho- Eu amo você.
- Eu também amo você -eu sorri pra ele e acariciei seu rosto-
Ele me deixou logo em seguida na escola e após cumprimentar todos na sala dos professores cada um seguiu para sua sala, na hora do intervalo encontrei a Thaís próxima a cafeteira e caminhei até ela.
- Ei como você tá? -ela disse me cumprimentando e me beijando o rosto-
- Ah amiga, tô mais ou menos -eu sorri- E vocês? -eu disse e acariciei a barriga da Thaís que estava com 4 meses e estava consideravelmente grande por carregar gêmeos ❤️-
- Tirando a dor na costa, nos pés e não conseguir dormir à noite -ela riu- Nós estamos bem. Mas o quê aconteceu?
- Eu acho melhor sentarmos -eu disse rindo e indo até um dos sofás da sala dos professores-
- Meus pés agradecem -a Thaís riu ao sentar-se- Mas me conta o que tá acontecendo.
- Hoje depois que o Mateus deixou a Júlia na escola e voltou em casa pra me buscar, a Carla estava esperando ele na porta de casa -eu falei e ela me olhou surpresa-
- É a Carla que eu to pensando? -a Thaís perguntou-
- A própria e acredita que ela me afrontou ao perguntar se eu me achava mãe da Júlia, minha sogra disse que ia chamar a polícia e ela mandou chamar que ela queria saber a quem dariam razão, que ela tinha mais direito sobre a Júlia do que todos nós -eu disse ao mesmo tempo que estava indignada eu estava irritada com tudo isso-
- Meu Deus, Gi -a Thaís disse e me puxou pra um abraço- Essa mulher não tem um pingo de vergonha na cara de aparecer depois de cinco anos achando que vai ocupar o lugar que ela mesmo deixou vago. Eu não sei como reagiria se fosse comigo.
- A minha vontade real foi enfiar a mão na cara dela -a Thaís me olhou assustada- É, eu sei que não sou e nunca fui disso, mas é minha filha e com a minha família que ela veio se meter, Thaís e eu não vou permitir que nada abale isso. Nada.
- Não vai acontecer nada, mana -ela disse tentando me tranquilizar- Fica calma.
- O Mateus me disse a mesma coisa, mas eu não to conseguindo me acalmar, ele tá calmo até de mais -eu comentei-
- Ele está certo e com certeza já deve tá mexendo os pauzinhos pra entrar com um pedido de guarda e pra fazer realmente esse exame de DNA e acabar com essa história de uma vez por todas -a Thaís disse-
- Mas e se ela não for realmente filha do Mateus? -eu questionei- E se a justiça achar melhor deixar ela com quem tem laço sanguíneo com ela? -eu perguntei desesperada- Eu não posso perder mais um filho Thaís, eu não posso perder mais alguém que eu amo -eu comecei a chorar- Eu não posso.
- Calma Gi -ela me abraçou outra vez- As coisas vão se resolver e fica tranquila que mesmo a nossa justiça e nosso sistema sejam uma verdadeira merda não é possível que eles deixem a Júlia com quem a abandonou quando ela ainda tinha três meses de vida, se isso acontecer eu desisto da humanidade -ela deu um riso no final- Fica calma, vai dar tudo certo. Confia.
- Obrigada mana -eu abracei forte-
- De nada -ela limpou meu rosto- Agora vai lá se arrumar que o sinal tá pra bater.
- Tá bom -eu ri-
6 notes · View notes
mateus-meu-colibri · 5 years
Conversation
O amor não tem DNA - 71
A árvore estava quase pronta, as fotos estavam todas ligadas por um fio vermelho, na base da árvore ao lado direito tinham as fotos dos pais da Gi e do lado esquerdo estavam as fotos dos meus pais, a foto da Gi estava logo acima das fotos dos pais dela e igualmente estavam as fotos minha e do Heitor em cima das fotos dos meus pais, um fio vermelho saiu do Heitor e ligou até a Rafa e deles saía um fio vermelho e na ponta colocamos um coração vazio significando que ainda aguardávamos um bebê deles, já da minha foto saía um fio vermelho que se encontrou com a ponta do fio vermelho que saía da foto da Gi e ali estavam as fotos dos nossos filhos, a foto da Júlia e do Joel.
- Mãe, temos que colocar a foto do João também -a Júlia disse nos pegando de surpresa- Aí a gente coloca uma asinha nele, né?!
- É meu amor, vamos colocar a foto dele e uma asinha pra mostrar que ele é um anjinho -a Gi disse sorrindo e orgulhosa-
Eu dei a foto do João a ela e colamos uma asinha e finalmente a árvore genealógica e do amor estava pronta, o olhar de satisfação da Júlia era tanto que ela estava pra explodir de tanta felicidade.
- Prontinho, sua árvore ficou pronta meu amor -eu disse orgulhoso vendo o trabalho que fizemos juntos-
- Ficou tão linda -a Júlia colocou as mãos no rosto e fez uma carinha fofa olhando pra árvore exposta no chão- Vó, Vô -ela correu até a área externa para chamar meus pais- Venham ver nossa árvore do amor -eu olhei pra Gi sorrindo e vi ela puxando eles dois pra sala- Tá linda, né?!
- Meu Deus -meu pai disse sorrindo- Ficou linda mesmo, meu amor.
- E você vó o que achou? -a Júlia olhou pra minha mãe-
- Eu achei maravilhosa minha linda -minha mãe disse rindo- Uma verdadeira árvore do amor -minha mãe abraçou a Júlia-
- A tia Rafa e o tio Heitor vão demorar? -a Júlia perguntou-
- Eu acho que não meu amor, acho que antes de você dormir eles já chegaram e você mostra a eles -a Gi disse-
- Tá bom -a Júlia disse-
- Mas vamos bater uma foto com você e a árvore meu amor -eu disse-
- Vamooos -ela disse empolgada-
Após o registro a Gi subiu com ela pra fazê-la tomar banho e arrumar suas coisas para o dia seguinte de aula e quando desceu com ela o Joel já vinha em seu colo, ela o deixou no carpete da sala e ficamos observando suas peripécias enquanto brincava com a Júlia.
Pouco tempo depois a Rafa e o Heitor chegaram e a Júlia não sossegou até mostrar a árvore a eles dois.
- Ficou a coisa mais linda a sua árvore meu amor -a Rafa disse-
- Você gostou, tia? -a Júlia perguntou-
- É claro que gostei -a Rafa disse rindo-
- Eu só não entendi o porque de ter um coração vazia em cima das nossas fotos -o Heitor perguntou e piscou pra todos nos fazendo entender que ele gostaria de ver a reação da Júlia com a indagação-
- Tio -ela disse e olhou pro Heitor- Tá vazio por que vocês ainda não tiveram bebê e aí a gente tá esperando pra poder colocar a foto do bebê de vocês -a Júlia disse- O senhor entendeu agora?
- Aaaah, entendi -o Heitor disse rindo- Falta um bebê -o Heitor disse e olhou pra Rafa- Está ouvindo amor, está faltando um bebê -ele disse enfatizando as últimas palavras da frase-
- Ouvi bem -a Rafa disse rindo-
[...]
Eu deixei a Júlia na escola e voltei em casa pra buscar umas coisas que havia esquecido e aproveitaria pra levar a Gi no trabalho dela.
- O que você está fazendo aqui? -eu perguntei ao chegar em casa e me deparar com a Carla ali na porta-
- Vim ver como está minha filha -ela disse sorrindo-
- Vá embora daqui, eu não vou deixar você ver a Júlia -eu disse bravo-
- Você não pode me privar disso, eu sou a mãe dela -a Carla disse-
- Lembrou disso agora? -eu disse alterando a voz- VOCÊ SUMIU POR CINCO ANOS, CARLA. VOCÊ SABE O QUE SÃO CINCO ANOS PERDIDOS DA VIDA DE UM FILHO?!
- Que gritaria é essa? -nós vimos a porta de casa ser aberta e vejo minha mãe e a Giselle, com o Joel no colo, nos olhar espantadas- O que essa mulher tá fazendo aqui? -minha mãe perguntou-
- Essa mulher é mãe da sua neta -a Carla disse- E eu vim ver ela.
- Mas você não vai mesmo, o tempo que você poderia ter tido com ela você desperdiçou -minha mãe disse brava- Vá embora daqui se não eu vou chamar a polícia.
- Chame -a Carla desafiou minha mãe- Eu quero ver pra quem a polícia vai dar razão -ela disse e olhou para a Giselle com nosso filho no colo- E você é quem? -ela indagou-
- Eu sou a mãe dos filhos do Mateus -a Giselle encheu o peito de falou com orgulho cada palavra daquela frase-
- Dos filho? -a Carla riu- Você tem mais algum filho além desse de colo e além da Júlia? -a Carla perguntou e me olhou- Não vai me dizer que você se acha a mãe da Júlia?! -a Carla disse em um tom de deboche-
- Eu não me acho não, eu sou a mãe dela e sou reconhecida desse jeito pela própria Júlia -a Giselle a enfrentou- Já que eu fui quem a alimentei quando ela mais precisou da presença de uma mãe, eu fui quem dei colo, amor, carinho e velei todas as noites o sono dela -eu observei a Gi defender sua maternidade como uma verdadeira leoa- E eu não admito que você venha até a porta da minha casa, depois de cinco anos procurar minha filha -ela disse batendo no peito- como se nada tivesse acontecido, como se você tivesse ido até a padaria e voltado, as coisas não são assim Carla e não serão do jeito que você quer que seja.
- Você não tem o direito de falar desse jeito comigo -a Carla disse-
- Você é que não tem o direito de aparecer aqui desse jeito, a Júlia já está criada e todos os lugares que tinham na vida dela estão ocupados, ela tem avós, tem tia, tio, tem o pai, o irmão e tem a mãe que sou eu -a Giselle disse séria-
- Mateus eu acho que você precisa controlar sua mulher, pois eu tenho mais direito na Júlia do que vocês todos juntos -a Carla disse-
- O que você quer dizer com isso? -eu indaguei já imaginei o que se referia-
- Eu acho que teremos que marcar um encontro pra isso e que estejamos com os ânimos mais calmos -a Carla olhou pra Giselle-
5 notes · View notes