Tumgik
Caras mulheres tradicionalistas, não nasci para ficar só em casa
Vamos lá, para começar eu não sou feminista e muito menos leiga celibatária, que não precisa de um marido para sobreviver. No entanto, diante de tantos extremos, apesar de antigamente isso não ser extremo, vim aqui fazer meu humilde desabafo.
Aos 22 anos e eu penso: quero um emprego para ter meu dinheiro e comprar minhas coisas. Sei que o homem tem que prover a casa e pagar as coisas mais importantes. Mas tem certos luxos que eu pago para mim que não acho justo que ele pague. Como produtos profissionais de cabelo ou Uber para poupar minha coluna de caminhadas longas.
A verdade é que a maternidade e ser dona de casa é muito lindo, e não tiro aqui a liberdade de quem quer só ser isso. Ótimo, toda casada é chamada a isso naturalmente.
Mas hoje não vejo o mercado de trabalho sem a mulher também. Elas têm o poder de harmonizar, de tornar as coisas mais humanas, diferente dos homens. E eu quero ser esse tipo de mulher. Eu quero mesmo trabalhar e como me dói não ter conseguido um estágio ainda, dói muito. Por vezes me sinto inútil quando vejo que outras pessoas conseguiram bem antes de mim.
Fico feliz de pensar que serei a rainha do lar, que serei o mundo para meus filhos. Mas eu também gostaria de fazer jus ao meu diploma no meio do mundo, e Deus na pessoa de Sua Igreja não vai me excomungar por isso.
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Imortalidade X imoralidade
A alma é imperecível e imortal
Posso até concordar com Platão
Mas não posso generalizar
É verdade que a imortalidade da alma
Deságua
Principalmente da Foz
E a Foz é um espírito criador
E não um mágico de Oz
É verdade que a alma pode ser imortal
Visto que é chamada a santidade
Mas para tal
É preciso prática e vontade
O homem é livre para escolher se quer ter alma mortal ou imortal
Com certeza ele quer a segunda alternativa
Mas sonha com as baixarias mundanas
E acaba ficando com a segunda opção
Por falta de iniciativa
Eis que por conta de um T
Se esvai a bondade
Imortalidade, imoralidade
Que desapego com a Verdade!
É o que o homem não quer
Mas é o que homem faz
Quer ser imortal sendo carnal
E quer ser deus para não ter que lidar com Tal
Quer cultuar a si mesmo
E acaba não cultuando nada
Porque o homem sem Deus não passa de uma desgraça
E desgraça cultuando desgraça
É tipo um bêbado
Falando bem da sua cachaça
Oh homem, fostes feito para a imortalidade
E vives sem o T tão importante entre o R e o A da palavra imoralidade
Que triste, que baixo
Querer ser elevado
Pela iniqüidade
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À você que dá aval a carne.
Esses quatro dias
que lembra a morte de Lázaro
não é ironia
De fato, já cheiras mal
“Senhor, já cheira mal...”(Jo 11,39)
Mas não é só teu corpo que cheira mal
de orgias, alcoolismo e perversões
É tua alma que é raiz disso tudo
achando que pode buscar alegria numa festa sem Deus
numa festa pagã e com satânicas invenções
Quem te escreve isto não é o bom odor em pessoa
mas quem já enxergou a própria miséria
e quer que você seja uma pessoa séria
Não sentes tua alma afundando no teu corpo putrefato?
Com aplausos do mundo pelas tuas curvas, nádegas e biceps
tu não sabes quem no teu bonde diriges
é um espírito nada santo
que aparece muito sensual
te dá prazer, te dá alegrias passageiras
e quer que você sempre seja imoral
Quem criou teu corpo sabe sua limitação
e você se pondo no lugar do Autor
fica fazendo mutilação
mais um copo de cerveja, mais uma dancinha até o chão
para ser aceito na sociedade
ninguém se importa em ir ao inferno
se tiver likes desse mundo moderno
Sinto muito pelas verdades
mas sua vida é um escarro
um espectro 
um resto mortal do diabo
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A hombridade segundo a visão de uma mulher
Eu já vinha pensando em escrever sobre isso, agora decidi concretizar por conta de uma situação que vivi e após ler um artigo que fala sobre isso, no qual o autor também passou junto comigo pela situação difícil.
Atualmente as famílias não criam os homens para agirem como tal. Criam seres mimados, sem decisão própria e autenticidade. Na primeira dificuldade, a família cobra do rapazola uma atitude de Macho, mas o coitado foi criado a vida toda para concordar com as opiniões dos mais velhos e reproduzi-las.( Esse exemplo não é para alguém específico, é um relato do cenário atual pelo que vi de muitos jovens).
Para muitos pais por aí ser homem é dizer ao filho que ele tenha duas mulheres ao mesmo tempo, que ele use camisinha com a namorada, que ele veja pornografia, e consequentemente que ele tenha o hábito da masturbação.
Para outros pais, o filho tem que segurar um copinho de cerveja para provar sua hombridade. Ou ser grosseiro, rude, avassalador com sua companheira para dizer que quem manda no pedaço é o Macho Alfa.
Mas para as mulheres, e falo aqui mulheres-mulheres, não as feminazis e que cortam para o outro time. Para nós mulheres, seres delicados, passivos e sentimentais, hombridade é defesa, é zelo, cuidado, fidelidade e principalmente: sacrifício.
Amor é sacrifício, nós mulheres sofremos nas dores do parto o que um homem jamais pensará em sofrer. Mas em compensação, a segurança da casa depende do homem. E ele precisa renunciar muitas vezes do excesso de raiva dele e defender com seriedade e bravura, mas lembrando que está fazendo isso para salvar seus corações.
Imagina que horrível os filhos e a esposa que se sentem com medo, ao invés de se sentirem protegidos, eles sentem medo do homem que tem em casa. Porque este homem destemperado acha que para ser homem ele tem que gritar, fazer suas vontades próprias, justificar as besteiras que faz e não saber pedir desculpas. Esse homem na verdade se aproxima mais de um animal, e pior, o animal já nasceu assim e não pode pensar em ser diferente, porque animais são irracionais. Mas o homem escolhe as decisões dele. (Mais um vez explico que não estou falando de alguém específico, mas de tantos homens que já presenciei na casa das pessoas e dos homens da minha família).
As mulheres esperam dos homens uma segurança e não o contrário. Quando as contas apertam no fim do mês, as mulheres desesperadas, tristes, esperam de seus pais, maridos ou seja lá quem for, uma ajuda racional, um equilíbrio na relação.
Elas esperam que eles tomem a frente, afinal, prover a casa é tarefa principal do homem. Elas não esperam que o homem diga "Tudo sou eu, a vida só é contas e eu só sou cobrado por isso."
(Com perdão da expressão, mas não tenho outra para o momento)
Aja como homem, porra!
Não era para uma mulher ter que dizer isso, mas o mundo está pelo avesso.
O mundo está pelo avesso, meus senhores, e nós mulheres esperamos ser protegidas e não humilhadas por sermos mais sensíveis e frágeis.
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O que eu e Dona ânsia ouvimos
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Vamos colocar algumas frases aqui do que eu e a ansiedade ouvimos ao longo desses 4 anos:
"Essa garota não é normal. Chorando assim do nada."
" Pode chorar, eu não retiro o que disse. Quer saber, vou embora. Sua mimada birrenta!"
"Vou fazer ela queimar a matrícula dela em praça pública."
"Vou fazer essa criatura estranha voltar do inferno de onde ela veio."
"Olá, você tem um minuto para ouvir a palavra de Marx?"
"Fascistas não passarão. Esse recado vai especialmente para você, aluna de RP!"
"Jubilamentoooo!!" ( Enquanto eu passava pelo começo do bloco sozinha a noite)
" Que mente congelada para uma pessoa que faz comunicação!"
" Eu te conheço, garota. Você tá fazendo cena para chamar atenção. Esse negócio que você tem no coração não é nada. Quem manda fazer as coisas na doidice?"
"Me deixe em paz, me deixe em paz! Se resolva, eu não sou seu terapeuta!"
Quando eu pedi um abraço:
1) "Não, eu não quero dar um abraço agora."
2) "Eu não gosto de muita melação não, eu sou assim, não reclame. "
"Você está assim por falta de Deus."
"Está assim porque vive essa ditadura de castidade proposta pela sua igreja. Freud diz que isso é repressão. Se liberte, e se descubra nas novas possibilidades."
Etc, etc e etc
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Aniversário da ânsia
A ânsia está com idade nova. Isso foi só um trocadilho ruim para dar um ar leve a um assunto sério. A tal da ansiedade.
Há 4 anos eu tive o primeiro sintoma de ansiedade num culto de dia dos pais( eu sou católica, meu pai é protestante, fui por amor a ele). Eu tive o coração acelerado, falta de ar e um desespero jamais visto antes. Nada me acalmava. Neste dia pedi para ir ao Hospital, os exames deram normais e me deram Rivotril. Cheguei em casa ouvindo dos meus pais que eu havia inventado dor para chamar a atenção.
Depois fui ameaçada na Universidade e os sintomas pioraram. A cada vez que ia para a Universidade, dentro do ônibus, meus ouvidos ficavam aguçados e a cada chacoalhada do ônibus, zuada de gente conversando, ou algo do tipo me deixava ansiosa, com o pensamento acelerado e o ouvido super sensível. Eu ouvia detalhes chulos e me atormentava com eles. Por exemplo, eu ouvia o mastigar das pessoas, o amassado de um papel, etc.
Eu tinha a visão turva, e para piorar, o lugar que eu mais amava se tornou campo minado.
A fila da comunhão se tornou um martírio. Era impossível eu caminhar em direção a hóstia sem sentir medo de cair, sem me segurar pelos bancos e sem ficar engolindo trocentas vezes para ver se tava conseguindo respirar direito.
Toda comunhão eu dizia/digo. "Até quando sentirei isso? E se continuarei sentindo, me dê mais forças, não aguento mais."
Eu não conseguia encarar as pessoas. Meus familiares me viram assim e minha mãe sentia vergonha. Chegou a dizer que isso que eu sentia era falta de Deus.
Mas se não fosse Ele eu me vitimizaria, e eu não me vitimizo. Pelo contrário, quando eu venho estar muito péssima é que externo estar mal.
Recentemente eu ouvi um cachorro gritar até morrer porque bateram nele até isso acontecer. Eu não precisei ver a cena da morte, mas meus ouvidos sensíveis me fizeram ter a péssima sensação de criatividade negra numa hora daquelas.
Até agora penso como seria se não tivesse a tal da ansiedade. Provavelmente eu me chocaria da mesma forma, mas sem esses sintomas exagerados.
E dependendo do lugar e das pessoas, algumas diriam que é tática minha para mandar na situação, que eu choro por qualquer coisa e que eu preciso me tratar.
Pensei que não viveria para ver isto e que não suportaria isto. Até agora suportei, com muito pesar, mas suportei. O mundo não gira ao meu redor. A única coisa que peço dele é: me dê o direito de sentir o que eu sinto e me poupe das indelicadezas.
Mas nem todos querem me poupar disso, principalmente os que fazem grosserias justamente para me fazer mal. Não foi o caso do cachorro, apesar de me deixar tão impressionada ao ponto de não encarar quem fez tal ato com o cão.
Imagina que mesmo sabendo que você tá mal, e mesmo sabendo que não é mentira sua, a pessoa não entende tua ansiedade.
Não entende e nem tenta entender.
E sabe o que é pior? É que acham que isso é falta de Deus. Mas sem Ele isso seria bem pior. Eu não teria dado sentido nisso tudo e estaria pirado há séculos.
A visão turva, a angustia, a falta de ar já me fizeram meditar muito a paixão dEle.
Mas eu peço todos os dias para me livrar disso porque quero ser mais útil e vivaz na minha vida.
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"Filho é emprestado, a casa é minha!"
E lá vamos nós de novo. Recentemente eu tenho me sentido mais útil, conseguindo acordar cedo e no mesmo horário todos os dias, arrumando as coisas, dando conta dos compromissos.
Reencontrei Nosso Senhor de forma inusitada durante uma viagem, o que me ajudou bastante.
No meio dessa correria, minha mãe me pede favores e quer que eu cumpra naquele momento. Ou fica repetindo coisas que eu já sei que devo fazer. Pedi para que não repetisse, e que só deixo de ajudar quando estou com alguma coisa da Ufal para fazer.
"Repito quantas vezes eu quiser, a casa é minha, você está aqui como emprestada. Tudo aqui é meu: teto, parede, porta. Filho é emprestado, a casa não é sua, eu falo quantas vezes eu quiser."
Sei que não sou uma pessoa fácil, sei que o tom que me expresso às vezes é agressivo. Mas ouvir isso doeu. Muito.
Doeu mesmo.
Tá doendo até agora.
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“Você tá aqui como emprestada”.
A priori foi uma ofensa, e quando proferiram era pra ser uma ofensa. Graças a Deus eu tirei uma lição disso.
Doeu? doeu. 
Mas “Nós, porém, somos cidadãos dos céus. É de lá que ansiosamente esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3,20).
É, mãe, estou aqui como emprestada. Às vezes dói ser emprestada aqui, deveria não doer, já que tudo o que temos aqui embaixo não é coerente com o que tem lá em Cima.
Hoje mais cedo, antes de ouvir isso, olhei para aquele crucifixo de mármore de uma Igreja que nunca havia entrado. A missa não foi das litúrgicas, mas aquele Crucifixo hoje me lembrou uma coisa: “como eu sou mesquinha e Tu sofrestes tanto.” Disse eu pela manhã de hoje.
Agora a noite sou chamada de emprestada, e me entristeço. E lembro que não nasci para este mundo, de fato. Sou cidadã do Céu. Antes de lembrar disso, infelizmente, eu fiquei irritada e disse para minha mãe que ela queria as coisas sempre do jeito dela e mesmo eu falando do melhor jeito, ela me interpretava mal. Decidi não questionar se ela entendeu quando disse que fiquei incomodada pelo quarto trancado. Para isso não ocorrer mais, levo as chaves comigo e deixo as janelas abertas. ponto.
O fato é que ser emprestada faz todo o sentido pra mim, apesar dela ter dito isso como se fosse “você é a filha aqui, a casa é minha e do seu pai, não tem direito de reclamar.” Apesar de sermos uma família e eu morar aqui, a casa não é minha. Se eu quisesse doá-la em meu nome, não poderia.
Hoje,a  única coisa que tenho para oferecer para Deus e para o próximo é minha oferta e minhas orações contempladas do sofrimento. Há 24h e algumas horas a mais eu não tenho tardado em Te louvar nas minhas chagas, pois encontro nelas Tu e minha alma está mais ligada a Tua.
Lembrei de umas burradas que fiz na infância, assim como Santo Agostinho, isso me remoeu por dentro, mas sei que não confessei porque não lembrava. Por via das dúvidas, farei uma confissão geral, como se fosse a última de minha vida, assim não terei de ficar tão temerosa numa viagem perigosa e pedir a intercessão recorrente à São Cristovão, e olha só, era o santo padroeiro da Igreja que entrei hoje, aquela do Cristo de mármore que idealizei a coroa de espinhos que não tinha nele nessa Arte Sacra. Aquela Igreja que, horas antes de eu entrar naquela cidade, naquela van, eu vi a Luz no fim do túnel. 
A Luz era Deus, o túnel era eu.
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Mas que bobagem, almas não dormem. Deo gratias.
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Tia?
Sei que no Céu e nem no purgatório existe Tumblr. Mas como estou escrevendo o que tem aqui no coração, antes mesmo de eu registrar isso tudo aqui, a senhora já sabe.
Muita coisa mudou por aqui, algumas coisas para bom, outras para ruim. Reza pela sua família daí, a senhora era uma santa, merece a honra de ter uma família à altura.
Minha doce tia, como esquecer do dia em que fui a seita protestante do meu pai e me pediram para tirar a Cruz do pescoço... E quando comentei contigo a senhora respondeu:
"Nunca tire sua cruz daí! Se mandarem você tirar diga que foi sua madrinha que mandou você deixar, porque você não vai negar Cristo pela segunda e terceira vez como Pedro negou."
Ah, minha tia... Como esquecer dos telefonemas inesperados que me repreendiam por algum pecadinho de estimação? Ou das nossas brincadeiras?
Como esquecer daquele nosso último encontro? Dia 10 de agosto de 2013.
Aquele dia que eu falei que tava querendo pintar o cabelo de azul, e que eu queria ouvir sua voz logo! E quase sem voz a senhora me disse: "Não pinte o cabelo de azul, isso não lhe faz reflexo de Maria".
E no mesmo momento, concordei. Naquele dia a senhora me viu pela primeira vez de saia e disse que eu parecia uma "hippona". Foi uma das primeiras saias que usei quando comecei a modéstia.
Naquele dia eu disse "Tia, volta a falar bem logo... Eu preciso que a senhora dê o seu testemunho para os jovens..eu preciso que a senhora diga aos meus pais que eu quero ser missionária, só a senhora me entende".
Naquele dia, tia, ouvimos Irmã Kelly Patrícia juntas. A senhora chorava, eu também. Tiramos uma foto e fui embora.
9 dias depois eu acordei às 4h da manhã e recebi da pior forma possível a notícia da sua partida. Ouvi no silêncio ensurdecedor da noite minha mãe atender o telefone e ouvi a voz da pessoa do outro lado da linha dizendo "Tia Valnia morreu."
Naquele dia eu blasfemei. Eu não entendi o porquê de Deus ter feito isso. Era minha madrinha, era minha tia, era minha mãe!
Por que?
Esqueci-me que antes de tudo ela havia sido criada por Ele e estava voltando para Ele.
Tu morrestes um dia após ao domingo da Assunção de Nossa Senhora
E neste dia, com uma bola na garganta, sem comer o dia todo, na tua lápide fria eu ainda consegui cantar assim:
" Tantas vezes consolados, por Teu amor.
Tantas vezes nos mostraste o Teu Senhor.
Tantas vezes foste tu, que abriste o caminho,
Nos dando mais sentido de dizer: sim.
Mãe peregrina, Mãe rainha,
De tantos nomes, mais bela flor de Deus,
Mãe da ternura, Virgem Maria,
Para nós és Doce Mãe de Deus.".
A tua menina ainda não sabe andar sozinha, mas entendeu que quanto mais independente das pessoas, mais ela fica dependente de Deus. Por que tu fostes tão cedo? Para que eu pudesse dizer ao mundo que conheci uma santa! Mas apesar disso, o choro muitas vezes é inevitável.
Te amo, minha rainha.
Reza por mim e pelos meus filhinhos.
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À vossa proteção recorremos Santa Mãe de Deus...
Hoje consigo me olhar no espelho e me sentir bonita, normalmente. Mas há dez anos eu lembro de um fato nada agradável. Foi um dia que eu estava colando uma foto minha no meu caderno durante uma aula no colégio.
Eu era ingênua demais. E já havia saído de uma turma por sofrer bullying. Mas na outra eu sofri também.
Um repetente que tinha um nome bíblico, coitado do personagem da bíblia, não me merecia ser homenageado por um garoto tão imbecil.
Bom, o fato é que quando viram minha foto no caderno pediram para ver. E eu deixei. Passaram de mão em mão. Anos depois descobri que me apelidaram por um nome de um macaco que está em extinção.
Anos depois o apelido só mudou. Primeiro era processador lento, porque eu sempre fui voadora nas aulas, eu gostava de criar histórias e personagens na minha cabeça.
Depois veio essa de ser chamada de macaco, talvez o cabelo crespo. Creio que sim.
Depois me chamaram de vassoura, porque eu era magra, e os cabelos eram arrepiados.
Depois fui chamada de Madre Teresa de Calcutá porque me converti.
E entre isso tudo, há dez anos, minha mãe fazia penteados no meu cabelo. Certo dia ela fez duas tranças, lado a lado. Tinha uma menina da minha turma, uma emo/satânica/geek que só usava tranças.
Quando ela me viu de tranças, escreveu uma carta dizendo que ia fritar meu cérebro por eu ser invejosa. Que as tranças eram exclusividade dela. Ainda desenhou um cérebro todo estraçalhado no papel.
Eu tinha 11 anos. Eu gelei. Meu pai foi fardado no outro dia falar com a mãe dela que era funcionária do colégio. Assunto encerrado.
Quantos preconceitos ridículos eu tive que sofrer. Hoje, o cabelo totalmente natural, vejo que ele faz parte de mim e da criação de Deus. Foi assim que Ele me fez, e não é por brincadeiras ridículas que eu vou me excluir e dizer que não me acho bonita.
Eu fui chamada de macaca há dez anos. Eu ouvi de gente próxima que eu não seria jornalista com o cabelo que eu tenho, eu ouvi que ele tava ficando bonitinho quando eu deixava ele sem volume.
Eu tive que responder se estava doente por cortar o cabelo e deixar natural, eu tive que responder se ia ser freira.
Eu tive que ouvir de gente próxima que preferia como era antes.
À vossa proteção eu recorro, Virgem Mãe. Foi assim que Ele me fez, e apesar de eu não ter um modelo europeu de qualidade, e a Senhora também não tinha, me faz ter a essência protótipa da mulher católica: ser teu reflexo. Mesmo com os cabelos diferentes, mesmo com o jeito louco de ser. Que meu odor seja Cristo.
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Eu não tenho ossos de vidro, mas tô um caco.
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Eu havia escrito um texto mais cedo com o mesmo título. Eu não vou conseguir reproduzir exatamente a mesma coisa que estava nele. Mas o sentimento é o mesmo. Vamos aos fatos.
Ultimamente a minha vida deu um 360°. Que anozinho complicado. Como eu detesto ser tão sensível e franzina. Por isso uso a fúria como defesa. Eu tô o caco, mas nem tanto.
Não tanto quanto aquela senhora que eu visitei no hospital, aquela que está com várias granadas pelo corpo: as metástases. A mulher mesmo no meio de uma guerra conseguia sorrir mais que eu e dizer que quem Deus tem que viver alegre mesmo.
Ou eu acho que não tenho Deus ou eu não sou feliz ainda com Ele. E as duas coisas não são culpa dEle, são exclusivas e intrinsecamente minhas. Deus não é bode expiatório de ninguém. Se o Pai não é, os filhos também não deveriam ser. Ou seja, eu tô um caco, mas não quero que ninguém se corte ao passar por mim porque eu estou um caco. E muito menos quero ser cortada pelos que estão cacos também.
Eu não sei porque ainda planejo metas se na segunda dificuldade eu já desisto. Defeito de sanguíneos.
Mas eu esqueço das minhas mazelas quando vejo gente sorridente e que não tá só o caco, tá o pó. Como o sacerdote que casou meus pais e me deu a primeira comunhão.
Ele tá o pó, quase morrendo, e feliz. Mesmo sem forças e doente ele diz estar feliz.
E eu?
É aí que eu me senti um caco, não porque meu sofrimento me fez um caco, mas por ser tão mesquinha.
Óbvio que não tira o meu sofrimento olhar que tem gente que sofre mais que eu. Mas muda alguma coisa aqui dentro.
Eu esqueço de mim quando lembro dos filhos espirituais que tenho que rezar, eu só peço por eles. Sobre mim, Deus sabe o que fazer comigo. Como aprendi a amar essas criaturas que não nasceram de mim mas que eu acalento com orações.
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O aleitamento espiritual, eu, a primeira criança, recebendo as delícias de um Paizinho tão bom pelas mãos de uma mãezinha maravilhosa. O que me resta a não ser repassar essas delícias? Com certeza meus filhos são meus ventrículos, como bombeiam amor! Eu não estou tão caco assim.
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Mas sou humana e tem hora que mesmo com as delícias, apesar de me consolar, eu sofro. E muito. Eu criei um castelo forte dentro de mim, a maioria das pessoas estão na sala de estar. O quarto do ranger os dentes só quem conhece sou eu e Deus. E às vezes meu terapeuta medita por lá.
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Fora isso, a fúria tem sido a armadura perfeita. Muitas vezes eu prefiro ser temida que amada. Tem gente que não sabe amar, então é melhor ter medo de mim mesmo, porque eu não levo desaforo para casa. Na verdade eu levo.
Eu não deixo de responder o desaforo, mas ele me acompanha até o quarto do ranger os dentes.
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A ponte elevadiça está devastada. Ninguém entra, ninguém sai. Não sei como será. Geralmente quando o castelo ficava assim ele era reconstituído. Ainda não foi. Está devastado, não acabado, mas exausto.
Bom, por enquanto é só isso que tenho a dizer. Sei que sou hipócrita muitas vezes, superficial, mesquinha e soberba. Mas eu sou uma avezinha pequenina, não aguento voar até longe, meu corpo anda cansado, as dores aumentam, "canalizo" a dor pela conversão de alguém. E dos meus sacerdotes. Aí vejo que não estou tão caco assim, na verdade me sinto uma leoa.
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Já viu leão ferido baixando a cabeça? Pois bem. Sou eu. E a juba de leão combina com meu cabelo também. Mas sou uma leoa acobreada. É bom.
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Deus meu,
eu vou acabar me afogando em mim
se não me apegar à Ti
eu já tentei me calar
mas não posso censurar 
minhas angústias
mascarando ser quem não sou
E um dia,
quando eu me abri para o mundo
talvez deixem de me julgar errado
e comecem a me julgarem certo
Alguns vão continuar me odiando
quando eu for genuinamente.
E nessa cama de gato
eu resgato
meu Deus
eu me engato
com a fé
Seja o que Ele quiser.
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Onde estás Tu, pelo amor de Tu próprio?
Onde estás Tu, antigo amado meu?
eu pergunto dentro de mim
onde me afoguei por aqui
que não Te acho em mim
Onde estás Tu, meu Senhor?
Tua ausência me causa dor
E eu não sei mais o que fazer
Se estudar Você vai resolver
ou se deixo me levar pelos sentimentos do coração
Onde estás Tu, Jesus? ´
És o único que eu sinto mais perto
na Santa Eucaristia, no meu deserto do Teu sacrifício
Onde estás Tu?
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Talvez... Mas na Verdade é bem melhor
Talvez tem quem ache que Deus não ouve suas preces, ou está cansado, de saco cheio das murmurações dos humanos.
Talvez tem quem ache que Deus está morto, como afirmou Nietzsche e tantos outros pensadores.
Talvez tem quem ache que Deus seja um ditador.
Mas na verdade, Deus está ouvindo nossas preces, nós que somos impacientes demais e já saímos o acusando de n coisas.
Mas na verdade, Deus nunca esteve morto, Ele só não é tão chamativo e “cheguei” como os outros líderes. E olhe que Ele é o maior líder do universo. Deus é discreto, apesar de estar em todos os lugares, em cada parte do mundo, no coração de cada um de nós, na criação das plantas, dos animais, na pureza dos bebês e na pobreza dos mendigos.
Mas na verdade, nós que somos ditadores de nós mesmos. Se Deus fosse ditador não teria nos dado o livre arbítrio.
“Onde está o tesouro, aí também estará o teu coração”, já dizia Jesus no evangelho de S. Mateus.
Onde teu coração está, Deus está, mesmo que você não queira. É um fato, você só precisa reconhecê-lo.
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Introspectiva dois mil e dezesseis
Eu- como em 2013- não vou começar isso aqui dizendo que aprendi alguma coisa, porque daqui a alguns anos eu verei que essa fala foi refutada. Mas essa menina- que já virou moça, e talvez se deu conta disso este ano- é bruta e desaforada por genética do pai e chorona e emotiva por causa da mãe. É proativa e empática por causa de ambos. Mas não vou me ater à isto.
A verdade é que esse ano foi de descobertas, de muitas descobertas.
Aquele tão sonhado universo acadêmico que eu tanto sonhava foi motivo de muita alegria, orgulho, e decepção também.
Afinal, bem vinda ao mundo adulto, Gislayne Dias, ou Kíria Monteiro.
Aqui você não pode pedir ajuda da mamãe ou do papai, e tudo o que você disser vai ser usado contra você mesma. (literalmente).
Essa flor quase se evapora na dor, mas se solidificou no amor.
Essa flor conheceu pessoas maravilhosas,e  pessoas perversas também.
Essa flor teve que se virar sozinha sem um certo alguém que ela tanto estimava estar aqui para ajudá-la nesses primeiros contatos acadêmicos.
Essa flor chorou por saudade, sim, principalmente por lamentar a morte.
Essa flor pediu demissão desse mundinho sim.
Mas chegou para ela mesma e disse “qual é, não veio até aqui para desistir, deixa de ser covarde, menina- amélie, você não tem ossos de vidro”.
Meu Deus, como essa menina foi sonhadora e bombardeada.
Está recuperando a estima e a vontade de fazer as coisas que tanto ama agora, porque já lutou - e continua lutando- por elas.
Essa menina passou muitas fases em 4 estações, incontáveis fases.
Acreditava no amor, foi meio libertária, depois conservadora, reacionária, opressora, opressora nível hard, deprimida, mais deprimida, vergonhosa, e por fim- sem conceituação definida no momento-.
Mas ela pode definir as características que lhe aprouver:
Ela não olha para as coisas da mesma forma, até as coisas que ela acredita.
Ela não olha para as pessoas da mesma forma, mesmo sendo as pessoas que ela menos suporta.
Ela aprendeu a diferença entre fé, sentimentalismo e razão na prática. (Ok, eu disse que não usaria a palavra aprendeu, vou dizer que eu fiquei menos confusa, mais próxima de entender).
Gislayne teve tanta vergonha de alguns atos que fez esse ano que decidiu assinar suas ideias como Kíria agora. Mas sem sucesso.
Atos esses em que alguns católicos chegaram a dizer que ela não representava a Igreja, que ela já foi uma pessoa melhor.  Já foi, não é mais. Isso doeu.
Está em crise nominal no momento.
Acha Kíria mais artístico, mais forte e mais bonito... mais feminino e até mais pacífico.
Acha Gislayne um nome que carrega uma fama não muito boa em alguns aspectos, apesar de ser mais chamada assim.
Mas ela foi feliz, talvez um dos anos mais felizes da vida dela.
Ela se divertiu bastante, apesar dos pesares.
Gislayne se sentiu mais adulta, se tornou mais independente.
Gente, ela até pegou ônibus às 22 hrs sozinha para ir para casa.
Até o ex namorado dela da época de mimada se assustou com a cena.
Ela perdeu todas as suas poesias, áudios etc. do seu celular. Quase morreu quando soube. Mas ofertou a dor à Deus, o que lhe deu mais sentido no viver.
Ela anda meio desesperançada no amor, apesar de sonhar em ter uma família numerosa, um marido diácono e piedoso e que lhe ponha nos eixos com alguns mimos que ela tem desde pequena. (Afinal, a caridade é justa, quem ama corrige com amor).
Ela aprendeu a lidar consigo mesma em algumas situações, mas ainda fica triste com a realidade de sua casa. Queria ter a mãe mais perto.
Falando em mãe, queria sua mãe sadia, se pudesse lhe doaria a vida para vê-la feliz e curada.
Ela passou tanta força para sua genitora, que aparentemente ela se sente sem nenhuma.
Basta olhar para o altar que esse sentimento aparente passa. Mas às vezes ela perde o foco desse olhar.
Gente, ela também almoçou  comida sem ser feita pela mãe dela (e amou, acreditam?).
Vocês não estão entendendo a menina mimada que eu era.
Que só comia o feijão da “minha mãe”.
E agora come feijão do restaurante universitário.
Olha só que legal rs.
Ela não pegava ônibus à noite, fazia o maior escândalo com medo de ser assaltada (como se pelo dia ela fosse privada de ser assaltada).
Gislayne saiu bastante, voltou de madrugada, estressou sua mãe algumas vezes.
Não chorou no dia do seu aniversário este ano.
Teve muitos admiradores (nada secretos), alguns foram interessantes, outros só desenvolveram mais o dom de impaciência dessa pobre moça franzina.
Falando em franzina- coisa que eu era com maestria ano passado- Gislayne engordou quase 10 kg, evento que pela probabilidade calculada por seus amigos do passado era impossível acontecer.
Se apaixonou, perdeu a paciência, se apaixonou de novo, ficou confusa.
Se lamentou, perdeu a paciência, ficou confusa.
Agora ela perdeu a paciência de ficar confusa e se lamentar.
Agora só está sem paciência mesmo rs.
Uma palavra que resume este ano? treta, e das fortes.
Eu sou uma treta, eu sou tarja preta.
Aguenta quem sabe jogar
Só fica quem sabe mediar.
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Desafiei-me
Depois de uma tarde intensa de crise, de nervoso, de sensação de desmaio, saí de casa para ir até à casa da minha avó. Sabia o que estava por vir: pegaria um ônibus cheíssimo para ir até lá, pois bem, decidi evitar os ônibus por conta do horário. Passou um, ignorei. Quando o outro passou, eu pensei: “Quer saber? Eu vou, eu não posso parar minha vida por causa dessa síndrome, eu já sei que não vou morrer agora”.
Subi no ônibus,que estava pior do que o outro que ignorei. Comecei a passar mal, fechei os olhos, comecei a respirar lentamente e me veio tudo de bom na cabeça, a começar pela música instrumental “Há amor em mim”, pensei nos meus amigos, no Kássio, no Lucas, na Tamires,na minha tia, comecei a sorrir com os olhos fechados. Quando o ônibus parava nos pontos, dava para sentir o tremor dele por conta do motor... a cada “truuuuuu” o meu corpo tremia junto e eu ficava nervosa. Mas continuei pensando nos meus amigos, em Jesus, primeiramente foi Jesus, claro, ele é meu melhor amigo.
Foi quando decidi abrir os olhos e encarar as pessoas do ônibus, eu nem havia passado na roleta de tão cheio que o ônibus estava. Quando eu comecei a ver as pessoas, algumas inquietas... pensei “ São pessoas, porque ter medo de ficar junto de pessoas? Não é você mesma que diz que se sente tão só? Agora você tem um monte de estranho ao seu redor. Sorria para algum deles, denote sua fé”. Foi o que fiz, sorri para a cobradora, e ela retribuiu. Coisa maravilhosa, foi uma carta de amor do Pai.
Enquanto eu passava por tudo isso, eu imaginava esse texto sendo escrito assim que eu chegasse na casa da minha avó.
Eu desafiei minha síndrome, eu desafiei meu corpo, e eu venci hoje.
Eu venci dessa vez, porque Jesus estava/está comigo.
Eu pensei na paz do Kássio, nos presentes dele.
Pensei em Jesus com as mãos abertas, me acolhendo.
Pensei no Lucas me dizendo “Calma,moça, conversaremos sobre isso mais tarde”, e a possibilidade dele ler esse texto.
Pensei na Tamires dizendo “Você está indo bem, mana”.
Pensei até no meu antigo terapeuta dizendo “escreva mesmo, é uma forma de aliviar”, eu sinto falta dele nesse quesito.
Quando eu cheguei na casa da minha avó, minha mãe e minha avó tiveram que ir ao hospital e eu fiquei em casa, mais uma vez só. Mas tudo bem... Eu já fiquei só a tarde toda, já me desafiei no ônibus lotado. Ficar sozinha por algumas horinhas vai ser bom para conversar com meus amigos.
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Sobre a solidão e a velhice
Estou profundamente chocada e tocada pela situação que vi hoje. É verdade que nunca senti tanta pena da minha avó como hoje, que aos 68 anos já perdeu uma filha,  e vive há uns 10 anos com Parkinson.
É triste, eu nunca fiquei tão ressentida em não fazer algo por ela como fiquei hoje.
Sem contar que a minha mãe com câncer e tudo isso de ruim acontecendo no Brasil, com o acidente do avião e a quase legalização do aborto... Eu tenho ficado triste, muito triste mesmo, e sem fazer o que fazer além de rezar.
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