Tumgik
hcnia · 4 years
Text
☾ — ⋆ flashback. cosmos party ❜ ❫
oceancoralie​:
hcnia​:
Vindo de uma tribo, as roupas ao mínimo necessário, Hania achava graça de momentos assim. De ficar sentado, esperando um amigo colocar diversas peças diferentes enquanto ela já estava pronto, a calça e a blusa mais alinhada bem assentada no corpo relaxado.  ☾ — Sempre tem um contra feitiço para tudo. Tinta mágica não vai fugir à regra. ⋆ O modo como podia interpretar aquele encontro podia vir de diferentes fontes, diferentes influências espirituais. E a sugestão dela, tão fechada nos pontos soltos, foi acatada com relativa facilidade; com direito ao mesmo divertimento em forma de risada.  ☾ — Esse narrador escreve de maneiras  muito complexas coisas tão simples. Eu voluntariamente ofereceria-me como tela para seus talentos, Coralie. ⋆ O elogio não passou despercebido, contudo, o ralieno escondeu o rosto quente com o virar na direção da área de pinturas, guiando na frente e abrindo caminho. Puxando a amiga pela mão entrelaçada. Na mais pura sensação de dejá vù, o índio puxou um banquinho e sentou-se perto da mesa com as diversas tintas.  ☾ — Não se atenha ao meu rosto. Use sua criatividade. ⋆ Porque ele tirava a camisa pesada e incômoda, a postura ereta oferecendo o tronco como extensão de sua tela.
Sorriu com a confiança dele, e assentiu com a cabeça pensando que naquele momento não era apropriado ficar se preocupando com a peça de roupa. Coralie dificilmente era tão calma e serena perto de alguém que tinha algum interesse. Normalmente ficava nervosa e gaguejava, até evitava ficar a sós, por isso era bom que na presença de Hania conseguisse ficar tranquila, sorridente e até mesmo fazer brincadeiras. Ao ouvir sua resposta, as bochechas ganharam uma tonalidade mais rosada, demonstrando sua timidez, e mordeu o lábio inferior como forma de reprimir o sorriso largo que queria escapar.  ❛❛ — É bom saber. ❜❜  Foi o que consegui antes de sentir seus dedos serem entrelaçados e então deixou-se ser guiada até a área da pintura. Observou as tintas, pensando em qual usaria e já pensando em que desenhos poderia fazer. Estava genuinamente animada, não só por se tratar de Hania, mas porque adorava pintar, por mais simples ou amadora que fosse a situação. E então, ao olhar de volta para ele, já com as pontas de dois dedos sujos com uma tinta verde, percebeu ele retirar a camisa, e seus olhos se arregalaram. Desviou o olhar, envergonhada, sem saber direito como não encarar, por mais que quisesse. Então voltou-se para ele, e passou os dois dedos em seu nariz, a mão trêmula e o desenho completamente diferente do que havia imaginado. Percebeu logo que a Coralie animada e espontânea não estava mais ali, e sim a Coralie tímida e que não sabia como agir.  ❛❛ — Hania, na verdade, eu acabei de lembrar que eu preciso encontrar a Anika. A gente se fala depois. Desculpe. ❜❜  Então deixou a tinta na mesa, e saiu andando rápido para a direção oposta, sem nem lhe dar chances de dizer nada, ou ficaria ainda mais envergonhada. 
[ encerrado ]
33 notes · View notes
hcnia · 4 years
Text
maleficcnym·:
Ela teve de rir da confusão do amigo, pensando, antes de dar uma resposta rápida e tranquila demais. “— Lanterna verde era o nome que nós, Feéricos, dávamos aos Kelpies, pois eles sempre tinham olhos brilhantes e isso atraia os humanos.” Para os afogar e devorar, pensou, não concluindo a frase como deveria. Principalmente para não deixar claro a apatia em relação a tal assunto, como se não fosse nada. Porque para ela, era. Mas voltou a rir com a resposta em relação a maquiagem, cruzando os braços, agora que Hania mantinha certa distância. Era perceptível a vergonha. “— Falando assim, você parece um príncipe. Mas está certo, nem as melhores magias iam mudar seu rosto para algo…melhor.” Comentou, em análise, inclinando a cabeça para o lado e observando os traços do rosto mais novo. E sem interesse, respondeu a última frase. “— Simples, porque não se trata de mim. A proposta era te deixar tão bonitinho quanto um vagalume. Mas já que não quer, podemos falar de outra coisa.” Foi rápida para desviar a tentativa de cair o assunto sob si, saindo do colo do índio e se sentando ao lado, o olhando com mais curiosidade. “— Você…anda recebendo muitas mensagens espirituais? Sabe que sempre posso ajudar com isso.”
Tumblr media
☾ — Faz sentido. ⋆ Porque ele entrava no grupo de fascinados por olhos diferentes. Quando seus olhos tornavam o cinzento de tempestade, os dos espíritos ganhavam cores e brilhos etéreos; dificultando a tarefa de não se envolver em seus problemas. Hania ergueu o queixo de leve para poder rir para o céu, para longe da amiga, e olhá-la pelo canto dos olhos. Alguém tinha dito que os ângulos do seu rosto ficavam melhor assim - e se tivesse um sorriso... ☾ — Príncipe e vagalume associados a minha pessoa? O que foi que eu fiz para você? Hm? Eu esqueci alguma data importante? ⋆ A mão foi de encontro ao rosto delicado da amiga, encaixando-se na curva do queixo e deixando o polegar alisar a extensão superior da bochecha. Isso é, é o que queria ter feito, se não tivesse sido interrompido pela visão assustadora. Frio e escuridão, as bordas esmaecidas como se esticadas demais e no meio... No meio o corpo sem vida estava ainda mais pálida. O tom de alabastro com a doentia coloração azulada e roxa. Hania piscou para aliviar a névoa da visão, desesperado em afastar o sacrifício do poder para vê-la novamente. E não podia. NÃO PODIA. O índio teve pouquíssimos segundos para reagir e disfarçar, e achava que tinha falhado quando conseguiu falar qualquer coisa.☾ — Toda hora. Agora, por exemplo, tive uma. É... Desgastante. ⋆ Ela ofereceu ajuda. Ajuda. Ajuda significava-☾ — Como você vai me ajudar dessa vez? Vai ser minha babá de novo? ⋆
Tumblr media
4 notes · View notes
hcnia · 4 years
Text
sxweselton​:
Tentava não lembrar. Tentava afogar as memórias que rondavam sua mente sobre aquela noite na floresta. Toda a dor. Todo o medo. Apesar de ser de dia, e a sensação próxima ao lago não ser nada comparada ao que aconteceu naquela noite, ela ainda sentia os arrepios se formando na base da sua coluna só de ter aquele papel entre os dedos. Se não tivesse perdido alguém importante para ela, era possível que Saxa nunca tivesse ido atrás de descobrir o que aquilo era. “Ouvi algo assim também.” Acontece que Saxa não era cética por natureza, e confiava apenas no que tinha acesso, se outros clamavam ter certas pistas ela só acreditaria vendo. No entanto, era estranho que Hania não tivesse recebido, de certo devia ser porque os espíritos estavam lhe protegendo, aquela noite tinha sido uma das piores de sua existência. “Como assim?” As sobrancelhas loiras se arqueando em dúvida. “Como não querem que você veja?” Não entendia bem como aquele vínculo funcionava, mas ao sentir a brisa gélida que passou por si, ela soube que o quer que fosse, falava a sério. Percebeu então, pela maneira com que ele falava e pela sensação no ar, que o indígena não falava com ela mais, e sim com os espíritos que o cercava. Ela deu um passo para trás, olhando ao redor, mesmo que seus olhos verdes fossem incapazes de chegar o mundo espiritual. Algo parecia se agitar na floresta, havia sons de pássaros, e outras criaturas, como que fugissem do que quer que estava acontecendo ali. Saxa se assustou com a movimentação ao seu redor e quase perdeu o momento que o moreno caiu no chão, conseguindo segurá-lo apenas para que não batesse a cabeça no chão, apoiando-o em seu colo. “Hania! Hania, fala comigo!” Pediu, a sensação era de puro pânico, estava gelada, e enquanto tocava no moreno ela esperava que seu novo dom fizesse o que tinha que fazer demorou alguns segundos para que ela suspirasse pesadamente, se concentrando em tentar alinhar os próprios pensamentos, domá-los, até enxergar a fonte se poder que dançava, fugindo dela. Ela então conseguiu alcançá-la, puxando de dentro para fora, tocando no rapaz em seu colo, esperando que o que quer que tivesse machucado ela pudesse curar. “Vamos, não me deixa assim!”
A escuridão que o envolvia era diferente de tudo o que já tinha visto, e disso Hania tinha mais do que certeza. O âmago denunciando cada ponto brilhante e disperso, longe demais para ser acessado pelo poder do filho de Pocahontas. Não queria ser lido, não queria ser descoberto e, o pior de todos, não queria ninguém xeretando aquela parte dos cosmos. O mundo invisível e morto mostrando uma porta, a linha brilhante da frame, mas afastando a cada segundo. Um passo Hania deu e um empurrão recebeu em troca, uma ressuscitação depois de quase afogar num lago de águas frias. Os olhos que abriram de supetão eram castanhos e verdes, e azuis. Pontos remanescentes da linhagem paterna e representantes do uso verdadeiro do dom que o consumia a vida. ☾ — Nakho! ⋆ A palavra na língua materna saiu sem querer, e o assustando mais do que o despertar repentino. Levantou as mãos para enxergá-las e as viu. Viu mesmo. Tossiu e a voz se fez presente. Olhou para cima e viu o rosto assustado de Saxa, assim como sentia a maciez que não era de grama ou terra abaixo de si. Mais confusão no rosto, mais uns segundos sem saber onde estava, como tinha parado ali e por que ela tinha o rosto daquele jeito. Ela não te conhece direito, Hania. A voz melodiosa era serena, mas urgente; incitando-o a entrar no estado de explicação rápida e sucinta. ☾ — Eu devia ter avisado, me desculpe. É... normal, isso. E, você não me segurou no ar, certo? Você não pode se esforçar assim. ⋆ Aquela última informação o colocando sentado, a mão levada a cabeça para esfregar a têmpora que pulsava com a dor de cabeça, amplificada pela forma como tinha levantado rápido demais. ☾ — Normalmente não fico tão funcional assim, enxergando e falando. Acho que foi um pouco de sorte. ⋆ E crescimento pessoal. Depois do incidente na ilha, vento e água o sacudindo por inteiro, parte da jornada na floresta tinha finalmente entrado em curso. Finalmente colocando o poder como algo a ser usado e não se deixar dominar. ☾ — O que você fez comigo? ⋆ Porque ele conseguia sentir algo diferente na pele, dentro de si, só não sabia exatamente o quê. Nem sequer tinha passado pela cabeça perceber que não tinha mais marcas no corpo, nem das mãos roxas nem das pancadas do último treino de remo. Ou o arranhão das unhas afiadas de Rocket logo abaixo das longas mangas da camisa. ☾ — Eu vi. Merlin invocando alguma força do lago com o crânio daquele cervo. Não consegui ver exatamente o que ele pdiu para ser visto, mas pude sentir a presença. O que quer que Merlin tenha pedido, não veio de um lugar bom. Os espíritos não gostaram e não se sentem confortável com aquilo. ⋆
5 notes · View notes
hcnia · 4 years
Text
primeirotavio​:
//: 𝒇𝒍𝒂𝒔𝒉𝒃𝒂𝒄𝒌
                  O que pode fazer que não apontar? “Como que não ‘tá vendo? É do tamanho de uma vaca- AH! Correu…” mas se ele tivesse realmente prestado atenção, teria entendido a cena: um aprendiz que finalmente decidiu sair do chão e levar o cacho enorme de balões. Ao menos o inseto continuou por ali. “Eu não ‘tô, eu não ‘tô, não! Ai, ai, ai…” mania pega do pai. “Ei, tu deve entender… Su- Sua cabeça não ‘tá doendo?” Primeiro poderia jurar que o cabelo do índio parecem chamas, mas a considerar que o rapaz de madeixas longas não demonstra qualquer incomodo, o coelho prossegue. “Sua deve entender, né? É um sinal. Se um bicho de lá da sua casa aparece na tua frente depois de tanta coisa ruim acontecer, não é um sinal? Sinal de voltar para casa!”
Tumblr media
Foi involuntário a linguagem materna sair dos lábios inquietos do filho de Pocahontas. Afinal, sua mente já embaralhada não demonstrava nenhuma aptidão para acompanhar o raciocínio do aprendiz. E, bem, nervosismo podia levar a duas saídas clássicas: língua estrangeira ou de sinais. As mãos ocupadas dando a primeira opção de resposta. ☾ — Minha cabeça não dói, de jeito nenhum. E eu tenho Rocket comigo o tempo todo. Não todo o tempo mas é mais um lembrete de casa do que um passe de volta para tribo. Shafka, é melhor suspender o que você estiver tomando. Não preciso dos espíritos para ver que já passaste do limite. ⋆ Em outro momento, Hania teria visto o duplo sentido da frase, evitado a dúbia previsão de morte. Mas estava um tanto quanto exasperado, querendo sair dali o mais rápido possível. ☾ — Sério, vai beber uma água. Comer algo normal. ⋆ A sorte dos espíritos veio com o reconhecimento de um rosto, um amigo. O índio apontou para a pessoa e pediu licença para o aprendiz, afastando-se com o peso da consciência afogando nas bebidas que tinha consumido.
Tumblr media
ENCERRADO
13 notes · View notes
hcnia · 4 years
Text
darinlier​:
hcnia​    ::    flashback
Aquele beijo era um sonho distante que alimentou por anos, Hania estava naquela sua lista de pessoas impossíveis, era assim que gostava de nomeá-las, onde podia admirar a vontade e nunca poder toca-las. O descendente de Pocahontas tinha tudo o que mais admirava em um ser humano, mas não podia negar, a aparência ajudava e muito, o nativo tinha traços fortes e sempre uma expressão suave no rosto, músculos firmes e era sempre tão delicado em seus toques, uma mistura de contradições que Daren amava e não podia ter, mas naquela noite, agradeceria depois o álcool estar correndo por suas veias e as dele, onde podiam compartilhar do sabor amargo misturado a doce dos lábios dele, naquela troca de salivas que não seria esquecido tão cedo. Daren viu a oportunidade de explorar muito o que não poderia fazer, as mãos espalmadas contra a pele macia, sentindo na ponta de seus dígitos cada músculo firme enquanto sua boca se deliciava em um movimento sensual de abrir, fechar, sugar e morder. Mas sabia que precisaria respirar, mesmo que por meros segundos ele precisaria ter seus pulmões cheios de novo e quando afastou milímetros do rosto dele, mesmo com a escuridão, Daren viu como o nativo poderia ficar ainda mais bonito com os lábios inchados e as maçãs de seu rosto avermelhadas. “Eu sempre quis isso” Movimentou os lábios lentamente para que as palavras fossem compreendidas. “Mas você parecia não querer”
A expressão desolada durou os poucos segundos que o corpo precisou para suprir todas as necessidades negligenciadas. Um respiro, um sugar do ar, uma volta à vida real a qual pertencia, e não pelo portal aberto que eram seus lábios roçando nos de Daren. Incitando uma nova visita a um mundo que mais queria explorar. Hania leu mais com os olhos do que escutou com os ouvidos, mesmo sendo impossível não parecer escutar a voz do melhor amigo arrepiando o espaço logo abaixo da orelha - a sensação fantasma. A imaginação criativa e fotográfica colorindo de uma maneira realística demais. Contudo, mesmo com tanta atenção aos detalhes, o filho de Pocahontas não tinha pressa em responder o que tinha sido dito. O olhar focado para baixo, para os dedos hesitantes e confiantes (era possível?) descer pelo pescoço e traçar um caminho sinuoso pelo corpo esguio, de encontrar um novo lugar na cintura reduzida e entrelaçar os dedos na base da coluna alheia. ☾ — Eu não sei o que eu quero, Daren. Quando não conhecemos o que precisamos, como podemos ansiar alguma coisa? Como podemos querer algo que, para nós, não existe? ⋆ A sinceridade promovida pela bebida era dura e fria na voz melodiosa e quente de Hania, abria um caminho doloroso para ser tão bela. Tão sedutora no contato do ar. E ele não estava falando sobre o aprendiz, ah não, estava indo ainda mais fundo. No lugar que não ousava mexer, junto da jornada não dita na floresta maldita. A bebida foi batalhada, o cenho franzido para o sorriso largo de olhos desaparecidos em finas linhas. ☾ — Mas eu sou irresistível, não sou? Pena que não tanto quanto você. Que a sua pele, seus olhos, que seu gosto são do tom exato do chocolate que eu prefiro. ⋆ O pressionar contra a parede foi mais da cintura para baixo do que encostar os peitos desnudos ainda mais. Hania roçando a ponta do nariz pelo rosto de Daren, colando as bocas para capturar a respiração do hálito pesado. Divino. ☾ — Eu sinto falta dos dias que dormíamos juntos... Podemos voltar esse hábito hoje? ⋆
33 notes · View notes
hcnia · 4 years
Text
nevinhaholmes·:
•••• a surpresa era visível nas feições de nevaeh depois que ela parou de tagarelar e recebeu seu transmissor de volta. sempre tinha aquele um décimo de segundo que ela demorava para sair dos próprios pensamentos e se reconectar com o mundo real, mas, depois desse curto tempo, sorriu para ele. “muito obrigada! você me salvou do transtorno de ter que arrumar outro transmissor e ainda ia perder todas as minhas gravações e… é, você me salvou.”  agradeceu, olhando apenas rapidamente para o número de notificações antes de, com uma careta, guardar o aparelho em sua bolsa. “onde você o encontrou?” perguntou por pura curiosidade, porque realmente não lembrava onde tinha deixado o transmissor.
Tumblr media
Hania balançava a cabeça em concordância a cada sentença, realmente fazendo um esforço para se mostrar compassivo e entendedor de tudo. Seu transmissor, nesse exato momento, estava em algum canto esquecido do quarto.☾ — Gravações? O que você grava? ⋆ Aquela pergunta era mais complicada, não esperava continuar por aquele caminho depois da resposta inicial. Coçou a parte de trás da cabeça, os olhos indo do espírito para a garota bem real. Quando abriu a boca tinha um dos olhos cinzento de tempestade, cego para o mundo dos vivos.☾ — Me deram uma dica. Alguém queria muito que você encontrasse e não vai ser eu que impedirá uma coisa assim. Foi... Do lado de fora de uma Sala do segundo andar? ⋆ A verdade é que tinha estado no meio de uma visão, sendo guiado pelo guaxinim que não podia ser visto agora.
Tumblr media
21 notes · View notes
hcnia · 4 years
Text
aieuliana·:
➳ Antes mesmo que pudesse dizer mais alguma coisa, os olhos se arregalaram ao ouvir o grito da criatura e a maneira que ele havia subido nos braços de Hania, o arranhando por todo o percurso. Achava que era errado, mas não pode conter o riso ao ver a cena e nervosismo do garoto com o acontecimento. “Está tudo bem. Não precisa se desculpar.” Falou assim que as risadas permitiram e balançou a cabeça com um sorriso nós lábios. “Esses são Umbra e Pryne. Acho que nem todo mundo no instituto sabe sobre eles ainda. Ainda são filhotes.” As mãos repousaram nas cabeças dos irmãos enquanto ela as acariciava. “Mas… Você está bem? Ele fez um caminho e tanto por você quando se assustou.” A mão apontava para o próprio corpo, enquanto ela reproduzia com os dedos o caminho que o guaxinim teria percorrido no moreno. Mesmo com a aparente animação de Hania para saber mais sobre os lobos, não podia deixar de se preocupem com ele.
Tumblr media
A etiqueta mandava olhar para o rosto do locutor quando este estava falando consigo, mas tais regras não se aplicavam ao herdeiro de Pocahontas. Seus olhos estavam nos lobos quando os nomes foram pronunciados, associando cada qual com seu respectivo dono.☾ — São filhotes incríveis e isto é só uma observação superficial. ⋆ O tom baixo do índio tinha duas razões, a voz em desuso e a experiência com os animais da floresta onde sua tribo estava. O chão ganhou um novo ocupante quando Hania, sem cerimônias, apoiou um joelho no chão e se colocou no nível dos animais.☾ — Já estou acostumado, nem foi nada. Você tinha que ver a proeza dele debaixo das minhas roupas. Esse guaxinim parece água às vezes. ⋆ Uma mordida e o ralieno teve que soltá-lo. Rocket subiu em seu ombro e saltou para o daemon, escondendo por baixo da crina voluptuosa de Laineyel.☾ — Uma vez, depois de uma tempestade, encontrei uma ninhada de lobos. A mãe tinha saído para caçar. Foi um período bem curioso, cuidando dos filhotes, e com certeza não vou ser aceito como da matilha por esses dois carinhas tão rápido. ⋆ Olhava os lobos nos olhos, o medo inexistente no indígena, até que se lembrou. Ergueu o olhar para a ruiva, o pequeno sorriso brilhando nos lábios.☾ — Me desculpe, nem me apresentei. Hania, muito prazer. ⋆ 
Tumblr media
37 notes · View notes
hcnia · 4 years
Text
notmaddiecine·:
—Passou mesmo? Passar parece não… — Comentou chateada ainda mais após ele ter afastado a mão dela, mas como poderia o culpar quando a raiva fora tão má? Ainda assim, ele tinha de entender que a raiva era bem difícil de controlar e conter. —Por que triste está você… Isso tristeza a mim traz também, gostar de magoar outros não. 
Tumblr media
O arrependimento no rosto trouxe aquela chama acesa que simbolizava uma ideia. Uma associação fantástica. Estavam brigando, tirando de si a acusação de loucos, quando poderia... Quando percebia que podia ser algo proveitoso. Talvez alguém que pudesse entender seu lado da história, de um jeito que os melhores amigos não sentiam na pele todos os dias. ☾ — Não, realmente não passou, mas não é algo que desapareça com um pedido de desculpas e cinco segundos de sorriso. E, também, não quer dizer que é completamente sua culpa. ⋆ Tantas palavras ditas de uma vez que a pele escura do indígena arrepiou-se de leve, em animação, de querer mais daquela sensação quase libertadora.☾ — Quando se é- Quando se não é percebido como todo os outros. Quando não o notam do mesmo jeito- Mesmo num lugar com tantas diferenças, ainda é possível ser o diferente. Entende? ⋆ Hania pescou um dedo de Maddie, somente um para esfregar o polegar contra a primeira articulação. Algo rápido, mas cheio do significado.☾ — Tenho problemas com toque, só isso. Você não está impura nem nada. ⋆
Tumblr media
68 notes · View notes
hcnia · 4 years
Text
notsantc​:
“Mas e então? Será que posso te compensar?” o sorriso sugestivo enquanto se aproximava do nativo, sem qualquer cautela. “Levou algum tempo, mas devo isso a minha tutora que fez espinhos crescerem e se retorcerem pela minha perna machucada durante o treino” apontou para a panturrilha mostrando ao outro as marcas  do espinho, fora a cicatriz do corte que havia permanecido, 
Tumblr media Tumblr media
O menear de cabeça fez florescer um meio sorriso no rosto do indígena. ☾ — Não faço nada esperando por uma recompensa, Klaus. ⋆ Seus olhos analisando a aproximação, a forma como se portava. A sensação suspensa no ar, as energias mais fortes com os fantasmas que entendiam a mudança dos eventos. ☾ — É assim que você me recompensar? Com você? ⋆ Hania só não fechou a cara porque estava surpreso demais com a reviravolta. Quem em sã consciência condenaria o estado de uma perna machucada por um treinamento? Era irresponsável e muito, muito, perigoso. ☾ — Sua tutora tem métodos pouco ortodoxos de treinamento. Talvez um tanto quanto imprudentes. ⋆
4 notes · View notes
hcnia · 4 years
Text
upinflcmes·:
Estudar com Hania era sempre reconfortante, fazendo-a inclusive se lembrava da paz e da serenidade de se estar em casa. E naquele dia não fora diferente, tendo se afundado inteiramente nos próprios estudos até ouvir o suspiro que fez seus olhos correrem rapidamente em socorro ao colega. ❝ — O que…? — ❞ Começou, mas sequer teve de terminar a pergunta, recebendo o caderno e avaliando a questão sem resposta. Primeiro estreitou os olhos e depois sorriu: História da Magia. ❝ — Ah, sim! O acidente milagroso. — ❞ Empurrou o caderno de volta ao amigo para que ele respondesse com as próprias palavras. ❝ — Qual o feiticeiro responsável pela criação do primeiro feitiço de cura existente? Uma dica: começa com a letra S. Lembra… há quem diga que ele se usou da inteligência e de… feitiços elementais… — ❞ Conforme falava, agitou os dedos fazendo pequenas chamas brincarem ali, com um sorrisinho divertido. ❝ — E há quem diga ter sido um poder nato, que ele tinha sido abençoado por alguma entidade ou Deus… lembrou? — ❞
Tumblr media
☾ — O acidente milagroso... ⋆ A frase repetida com uma lentidão de quem testava as palavras na língua, forçando um formigamento nos pensamentos. Algo que indicasse que tinha associado a alguma memória antiga. Hania piscava, lentamente, a voz da amiga entrando por um ouvido e saindo pelo outro, porque... Porque nada vinha a cabeça, excetuando o idioma de Casa que nada tinha a ver com a História da magia. ☾ — O único nome que me vem à cabeça é Salazar Slythrin e eu nem tenho certeza de que foi um pessoa de verdade. Pode ter sido um feitiço que ouvi de uma amiga ou uma junção de palavras. ⋆ Porque não soava nem um pouco familiar, além da facilidade que tinha dito. ☾ — Por que você não me fala logo o nome? Acho que eu chego mais rápido com ele e, numa avaliação, é mais fácil perguntar dos feitos do que dos nomes. ⋆ Foi uma péssima justificativa, mas Hania estava desesperado. Cada fato era uma gota de suor juntando por baixo do longo cabelo. Com a canhota, começou a resposta com o S.
Tumblr media
2 notes · View notes
hcnia · 4 years
Text
anikastornieren·:
Sabia o quão estranho era ouvir aquilo, por que era ainda mais estranho para ela ter de falar tais palavras, parte dela ainda queria acreditar que tudo aquilo não passava de um sonho ruim e que ela ainda iria acordar e tudo estaria bem novamente. Porém, isso seria otimismo demais até para ela. —Eu sei, desculpe… — Se desculpou, pois já não sabia o que seria certo em situação tão esdruxula quanto aquela. —Também fico feliz em ver que se encontra melhor, definitivamente, acho que todos nos encontramos melhor sem sangue. — Deixou o último comentário escapar com um pequeno sorriso descontraído no rosto, uma forma de se acalmar também, aquele tipo de assunto sempre lhe deixava inquieta. —Seria bom, ele não me fala muito para ser honesta… Mas parece bem interessado em magia, provavelmente por que lidava com ela quando era vivo? Não sei dizer… 
Tumblr media
Hania cruzou os braços em frente do corpo, os dedos sobre o antebraço batucando num ritmo cadenciado, distraído. Nem ao menos percebia, mas tal hábito colocava a cabeça ocupada e diminuía suas chances de ser possuído sem a permissão.☾ — Ou lidava com ela ou era o que mais ansiava. Quanto maior o desejo por alguma coisa, mais forte são as amarras ao mundo terreno. ⋆ Dentre outros detalhes. Pormenores e minucias coletadas por anos e mais anos de sua vida. O sorriso que apareceu nos lábios tinha um quê agridoce para o índio, porque os tais ‘anos’ tinham sido toda a sua vida.☾ — Pegue o jeito que se veste, o modo como fala, o comportamento. Podemos chegar numa data ou época mais provável em que ele tenha vivido. E, se tivermos sorte, algum espírito deixou resíduo suficiente para eu conseguir alguma informação. Conhecimento é realmente poder. ⋆ E um que estava disposto a deixar o desconforto de lado para ajudar a amiga.☾ — Você acha que tem relação a sua nova magia com o aparecimento dele? Quer dizer, você consegue vê-lo por causa do poder, mas... o interesse. Segundas intenções, talvez? ⋆
4 notes · View notes
hcnia · 4 years
Text
Tumblr media
Task 5 - A Hero’s Journey
Loss is like a wind, it either carries you to a new destination or it traps you in an ocean of stagnation. You must quickly learn how to navigate the sail, for stagnation is death
Hania...
A voz suave não ultrapassava a barreira física da lança, sendo rechaçada antes mesmo de soar mais alta que um sussurro. As mãos habilidosas, calejadas pelo treinamento, giravam a lança como se fosse uma extensão do corpo. As lâminas não tinham resistência ao atravessar corpo indefinidos e quase translúcidos, brilhantes como se estivessem embaixo do sol mais alto do dia. Piscando como estrelas na escuridão que rodeava Hania por todos os lados. Em cima, embaixo. O cenho franzido não quebrando a concentração enquanto era empurrado para todas as direções. A pele suada congelando com o toque morto, o toque de outro mundo. Ao passo que esquentava, fervia, vaporizava tudo o que tocava com a santidade do gume afiado abençoado pelo xamã.
Hania... Hania...
O nome soou um pouco mais forte, mas não atingiu seu objetivo. O despertar do guerreiro indígena tinha sido a muito tempo atrás, em outro mundo cujo o tempo passava na velocidade de cavalos selvagens. Hania sequer lembrava se tinha vestido uma roupa quando as vozes ficaram fortes demais. Aquelas, terríveis em tentação, o chamando para o desconhecido que lhe era tão familiar. Quando colocou o primeiro pé para fora da cama foi por puro instinto, a perfeita memorização da disposição dos móveis e distância da porta. Os olhos era nuvens de tempestade cerrada, cegos como um de nascença, e imploravam por verem a lua. Sim, a lua. O corpo celeste reino de tantos espíritos antepassados exigia uma observação espiritual e confusa. O índio mal e mal tendo tempo de processar o caminho para fora do dormitório, correndo com a exímia habilidade de um ‘enxergante’. O frio da noite tocou-lhe a fronte suada e não foi o suficiente.... Nunca seria o suficiente.
Por que você faz isso, Hania?
A pergunta ficou sem resposta, assim como a floresta o recebeu de maneira misteriosa. As mãos encostavam nos cascos, os pés circulavam as raízes, e nada.... Nada tinha o cheiro ou a sensação de casa. O reino de Pocahontas não tinha como ser contido, não quando era a natureza e tudo era ‘natureza’. Seu pequeno pedaço de terra, habitado e protegido por sua tribo, nada mais era que um empréstimo. Uma boa vontade dos deuses para que pudesse ter onde deitar a cabeça e colher o alimento, e, em troca, devolver tudo que lhe era dado. Não, a floresta o agarrava e empurrava para frente. Incitava o movimento que a cada minuto tomava um quê hesitante. Um repensar sobre aquilo ser certo ou não.
Hania... Por favor...
Em algum momento adentrou a clareia sombria, os pelos do braço arrepiando no mesmo instante que o choro foi ouvido. Ah, ele sabia que aquilo era uma armadilha. Tinha conhecimento da artimanha espectral desde os últimos trinta metros. Contudo, como podia evitar de dar o passo final para dentro e a cúpula esfumaçada brotasse do chão? Névoa e fumaça escapando por entre os torrões de terra e pedra, fazendo o chão sumir e tudo ganhar cores azuladas, mortíferas. A lança, presente e herança da tribo, abriu-se ao primeiro toque do guerreiro; as duas pontas com suas lâminas duplas e assimétricas. E foi assim, depois que estava preparado, que a visão voltou sem nem pedir. Sem nem trabalhar o poder para que o liberasse mais cedo. O que viu, no entanto, acabou com a cor do seu rosto.
Criança, pobre criança...
O choro era de uma figurinha enrolada em si mesma, abraçando as pernas com todas as formas no meio de membros e roupas e mãos de tonalidade pálida. Vermelhos, azuis e verdes; o tom prata ganhando do dourado. E o preto corroendo cada uma das bordas iluminadas. O pulo foi definitivamente sobrenatural, porque em um só movimento estava sobre a criança e sussurrando. Falando. Gritando. Exigindo que os espíritos parassem ou ele teria que fazer alguma coisa. A voz alta era rouca, estranha em seu tom fora do usual, e algo sangrava por dentro. Uma barreira que não deveria ser ultrapassada. Hania tinha sido ensinado a respeitar os espíritos tanto quando os vivos, mostrando que a diferença entre eles era um detalhe perante aos deuses. Agora... agora precisava considerar outra possibilidade, uma eliminação forçada por meios que lhe foram confiados. Usar a benção da lâmina para exorcizar os aprisionados à terra, a este purgatório trazido a Aether. A criança ou os espíritos? A vida humana ou a passagem pacífica para o além? A resposta veio rápida e em forma de arco metálico, do chiado abrupto de uma alma deixando aquele plano.
Você não precisa...
A voz ainda era distante e sem força, mal conseguindo atrasar ou colocar hesitação na batalha do índio. E conforme ele girava a lâmina sobre a cabeça, aumentava o espaço para a criança respirar, notava algumas peculiaridades. 1) Não era atingido. Os espíritos quase ignoravam sua presença, os olhos opacos focados na figurinha protegida. 2) Eles voltavam. A benção não parecia definitiva, mas um pequeno ‘tempo’. Afastar e prender para soltar alguns minutos depois. 3) A sensação estranha no estômago perdurava. Tinha começado com um nó, depois uma sucessão destes, terminando com a tradução exata de: curiosidade. Curiosidade mórbida e exasperada. Mas ele não podia virar, não podia forçar. Não queria mexer em alguém se não sabia estar machucado e a extensão de seus ferimentos. Mais um balançar de lança, mais chiado, e, dessa vez, a solução veio. Hania aumentou o diâmetro do arco e arremessou a lança pelo ponto menos povoado dos círculos de fantasmas. O ‘Vamos’ pronto para sair da garganta, a mão posta sobre o braço fino e o rosto que levantou travou todos os seus movimentos.
O rosto que encarava... Riscado de lágrimas e enfeitado com o cenho franzido de concentração...
De aceitação de um destino...
Era o dele...
A criança era Hania.
Mais novo, tão mais novo. Os cabelos na altura dos ombros. Não precisava sorrir para saber que tinha a janelinha dos dentes da frente. Ou que o corte da última escalada da árvore ainda cicatrizava na coxa esquerda. E mesmo que fosse tão da tribo como podia ser, não tinha como se enganar nos olhos. Os cheios de vida e perguntas de Pocahontas com os tons azuis e claros do explorador e defensor John Smith.
E assim, tão veloz tinha sido seu reconhecimento, os espíritos mudaram. Não eram monstros, não eram indistintos ou ameaçadores. Seus rostos carregavam tristeza e ansiedade, a esperança brilhando nos olhos pálidos. Focados no pequeno Hania que tinha ficado de pé e esperava. As almas passavam por si com educação, formando filas lonas e organizadas, apesar de numerosas. Tocando as palmas abertas do pequeno índio, conversando e confessando suas vidas nos ouvidos. Pressionando-se e mostrando suas visões com o toque fantasmagórico.
Hania... Hania... Hania.... Por que faz isso, Hania? Hania.... Por favor... Criança, pobre criança...  Você não precisa...
Dessa vez ele ouviu tudo, de uma vez só. As palavras entrando pelos ouvidos e fazendo sua visão granular e desaparecer. Um piscar e estava em outro canto, olhando o cortejo interminável de cima. Parecia uma aranha, o corpo muito escuro e as inúmeros patas estendendo-se pálidas, esbranquiçadas. Hania olhou ao redor e viu...  Viu  um mundo belo e rico, cidades enormes e fervilhantes de vida. Viu pessoas conversando, o ruído de suas conversas e risadas salpicadas como estrelas. Enxergou oportunidades, aberturas tão claras quanto acessíveis, alguém igual a si conseguindo o que ele jamais tinha imaginado ser capaz. Hania enxergou um futuro paralelo, o resultado de uma escolha feita à muito tempo atrás. Ele enxergou a si mesmo mais ereto, mais sorridente, as linhas de expressão marcadas por sorrisos e felicidade, não a seriedade contemplativa. Hania enxergou um sonho que nunca teve e que ansiava com força, esquecendo que nunca o conseguiria.
“Ainda pode ser seu, Hania, você só precisa enxergar o que está bem à sua frente. ”  A voz masculina atiçava uma memória antiga, remota. Entrelaçava-se com mãos rechonchudas e olhos afogados nas nuvens cinzentas da cegueira. Acalentava um coração repousado aos pés de um salgueiro, sendo acariciado no rosto por uma mãe quente e calejada. Uma pressão na testa. Um pinicar da pele por se segurar e não olhar. Não ver o único espírito que tinha procurado e nunca achado. Nunca perto para ver só mais uma vez e que...  E que estava ali, tão distante quanto um toque. “Não tenha medo. Nós esperamos por isso a muito tempo. ” John Smith estava igual ao que Pocahontas descrevia com tanto amor e adoração. Os mesmos cabelos loiros como o metal reluzente, os olhos azuis como o céu de verão, o queixo forte e a robustez; o físico que Hania herdara com tanto gosto. E nem precisava de muito para que a conexão se estabelecesse, o reconhecimento passasse pelo assombro, rejeição e aceitação. Passos dados rápidos demais para se chegar à necessidade de tê-lo ali, abraçado contra si. “Você sabe que não podemos. ”  O índio bem sabia, mas não custava terminar à vontade com visões bem elaboradas e realistas. De sentir o toque paterno através das camadas e mais camadas que separavam os dois mundos justapostos, somente visto pelo poder concedido ao mais novo.
John aproximou-se andando na pequena nuvem formada sobre seus pés, os braços cruzados atrás do corpo projetavam uma parte que parecia encostar no de Hania. A sensação tão real que ele podia jurar sentir o tecido fazendo cócegas na pele exposta e suada. Não devia estar aqui, pai. Porque, por mais que se perguntasse do porquê de ele estar ali e agora, de se mostrado depois de anos do seu falecimento. De mostrar seu rosto e constituição ‘ao vivo’ só agora para o caçula, Hania já sabia. Quem ficava no mundo dos vivos, quem permanecia nessa realidade, eram pessoas ou animais com pendências. Seres que encontraram a felicidade em dar suas forças aos elementos da natureza, ou que queria terminar assuntos inacabados, ouvir preces e rezas em seu nome. Saber que estava tudo bem partir. Como John teria ficado se a vida ao lado de Pocahontas foi um sonho? Que ela cuidaria dos filhos ainda melhor do que com ele? Que não passaria por nenhuma dificuldade ou abstinência se não pela própria saudade? John e Pocahontas conheciam bem demais o plano espiritual para irem além do que fora ensinado por vovó Willow. Era...  Era a lei da vida. O ciclo natural das coisas. E uma promessa de que se encontrariam do outro lado quando chegasse a hora da índia na terra.
Hania aguardou a resposta com o cenho franzido, o olhar sobre o pequeno Hania focado no rosto do pai. Em decorar suas feições, dar um toque nos detalhes que tinha criado com a imaginação. “Nem você deveria estar ali, mas aqui estamos nós, realizando ações que vão contra o que o Destino nos reserva. ” Suas mãos espalmaram o ar e abriram, o espaço entre elas brilhando e condensando. Minúsculas gotas de água se tornando uma imagem ampliada do rosto riscado da versão mais nova de si. O choro não significava essencialmente uma coisa ruim. Se estava ali, ajudando inúmeros espíritos, era porque estava seguindo o caminho que foi trilhado para si. O que há de errado em ajuda-los? Não foi o poder que me foi abençoado? Não é meu- A interrupção do pai não veio de forma que esperava. Não teve risada, não teve negativa, não teve nada além da tristeza escurecendo as irises azuladas; a forma como os olhos se tornaram mais... penosos. “O errado você já sabe. O errado você já viu. Por que você defendia a criança com tanto ardor e agora a deixa no meio dos espíritos? O que mudou de uma situação para a outra? São os mesmos espíritos, o mesmo filho, meu filho, ali no meio. O que mudou na sua visão para interpretar a ameaça como conhecidos de tribo? “
O que tinha mudado, de fato? O que a confusão que precisava ser rechaçada ganhou sua permissão com tanta facilidade. Por que tinha ficado tão permissivo só pelo simples fato de reconhecer o rosto na vítima? Hania girava com aquelas perguntas, o coração e a mente brigando para ver quem ganharia. Para decidirem se liberavam o que já sabia ou deixava escondida por mais algum tempo – e, pelo visto, o tempo chegava na casa dos anos. John enxergava as engrenagens do cérebro do filho girando e soltando faísca, e via aquela teimosa que se recusava a deixar funcionar corretamente. “Sua habilidade é um dom, Hania, não uma obrigação. Você não nasceu para atender cada um dos desejos de nós, mortos. Você não deve nada a ninguém, ninguém além de você mesmo. E você sabe que eu falo é verdade ou não teria feito o que fez. Não teria feito distinção, de uma criança desconhecida ou você, se soubesse que o que está fazendo vai além do natural. É uma tarefa honrosa o que está fazendo, de ajudar os perdidos, mas não é a sua vida. Não é para desperdiçar a sua vida dando para aqueles que a perderam antes de você. “ A imagem de John ficou trêmula e estranha, um sinal sendo cortado. Uma transmissão enfrentando turbulências. “Hania, filho,-“
Não podiam ser consideradas dicas as informações que já estavam intrínsecas em seu ser, certo? Ou melhor, não era novidade nem grande revelação se lá dentro, bem dentro, a suspeita tivesse tornado realidade e todo o resto a abafava com um pano. Abafava seus gritos com força e escondia suas mensagens na parede. Quando tinha transformado as lições de conviver com os espíritos em descoberta de modos para ajuda-los? Vovó Willow, agora lembrava, em momento algum tinha o colocado no caminho de xamã. Sua presença era para acalmar e mostrar a saída, garantir que ainda tinha um mundo para a qual voltar depois de ter sido por uma visão de tirar todos os sentidos. Os ensinamentos.... Eles não tinham sido para ficar de joelhos e esperar, ser um condutor entre dois mundos, trazendo a mensagem dos mortos como lera em algumas histórias. Não tinha sido num livro, num conto tão próximo que seu descendente tocava seu coração, que um certo homem os usava ao seu favor? Não tinha sido outro em que navegara num rio e chegara ao outro lado?
Hania não queria, mas estava ali, revisando tudo o que tinha aprendido. Cada aula direcionada e dúvida externalizada. Elas.... Elas não tinham sido deturpadas daquela maneira. Uma interpretação diferente para uma situação que era tão simples quanto o piscar dos olhos. Uma respiração profunda depois de um treino extenuante de canoa. Cada dia aprendia a reduzir o preço do seu dom, tornar mais fácil ‘a vida’, não a capacidade de receber mais e mais espíritos. O aprendizado era para minimizar o dom, não para torna-lo mais efetivo. O...  A...  A cabeça do índio girava tanto que a tontura o fez balançar no próprio equilíbrio. A nuvem abaixo dos seus pés abrindo pequenos e traiçoeiros buracos. Seus pensamentos se repetindo de maneiras diferentes, todos com o mesmo conteúdo de jeitos diferentes. Línguas diferentes. Cada uma aprendida por ajudar um espírito colocando sua contribuição. Mais uma pedra sobre o descendente de Pocahontas que, àquela altura, estava enterrado em sete palmos delas.
Eu pensei... Eu achava... Mais um buraco aberto, mais um saltar para longe do pai. “Eu também achava isso, quando estava na Virgínia Companhia. Todos os indígenas são iguais. Selvagens e assassinos, sem inteligência e facilmente ganhados com presentes. Eu era bom, muito bom, mas quando conheci sua mãe...” John tinha seus lá muitos anos de companhia, de exploração e assassinato. Assim como Hania tinha toda a sua vida dedicada a um propósito diferente de seu nascimento. Dois homens com grandes dons, dons em que eram reconhecidos por todos, e seguindo pelo mesmo caminho ignorante de uma faceta somente explorada. Pai, e- A garganta travou ao mesmo tempo que o pai levantou a mão, o interrompendo. O seu rosto não exibia mais o viço da juventude, os traços assumindo o rosto que nunca tinha conhecido em vida. A velhice, as linhas de expressão, e o mesmo amor pela figura paterna crescendo em seu peito. “Nunca é tarde demais para ninguém, Hania. Nunca duvide de si mesmo, porque és sim, capaz de mudar.”  Porque ser medo estava distante, na visão da vida da cidade e na incapacidade de se adequar a ela.
“E você não está sozinho. ”  Não só tinha amigos, grandes amigos, apesar de tudo como era diferente com eles. A facilidade de agir com eles era tão estranha quanto excitante, o sorriso automaticamente aparecendo no rosto e a risada louca querendo sair. De correr quando estava perto, de provocar a mesma sensação de felicidade quando estava perto. E ele foi percebendo, notando, que não era só com eles. No remo era sim. Escalando era assim. Como Rocket era assim. Com cada uma daquelas pequenas atividades e prazeres, Hania se tornava mais leve e distraído. Menos conectados com os espíritos. Não que estivesse completamente alheio a eles só...  Uma aura diferente cercava-o e não era incomodado. Quantas tinham sido as vezes que tinha sido interrompido com Felicia? O número decrescente de episódios conforme ia conhecendo-a? E Daren? Mesmo tão semelhantes no dom, menos o usava para ficarem juntos... Hania sabia, sabia. Sempre soube.
Quando olhou para o pai, ele não estava mais lá, e seu corpo descendia dos céus com suavidade. Elegância. No ar, o espírito do vento e do calor rodeando seu corpo com o ‘eu te amo’ compartilhado no cálido sentimento. De expressão não dita. Ao tocar o chão, a lança se recolheu e foi guardada. Hania desviava dos espíritos com o porte régio de um príncipe, de um filho do chefe pronto para assumir seu cargo. Os corpos pálidos se afastavam sem necessidade do toque, os que permanecendo acabando por conhecer a solidez do guerreiro de dois mundos.
Não precisava de violência, nenhum movimento brusco. O índio chegando perto da criança e a tomando no braço, o corpo diminuto envelopando ao redor de si com força. Temendo se soltar, morrendo de medo de voltar a um trabalho que não tinha sido instruído corretamente. E assim, tão simples quanto dar o primeiro passo, os espíritos foram desaparecendo. Miragens evaporando conforme se afastava e saía da clareia. Cada um dos pequenos chiados do sumiço diminuindo um arrepio na pele exposto do pequeno índio. O peso ficando mais leve nos ombros, nos braços, facilitando cada passo para transformar em corrida. A floresta puxando e empurrando para a frente e para longe. Potencializando a velocidade com a canalização da brisa entre os troncos, os pássaros cantando e indicando o caminho mais rápido.
E quando saiu. Quando o sol amanhecendo tocou-lhe a face, Hania caiu de joelhos e chorou. Chorou por tudo. Chorou por cada espírito. Chorou por cada um dos perdidos e dos salvos.
Chorou, principalmente, por si mesmo. Por tudo o que tinha perdido. E por tudo o que tinha sido aberto para si.
3 notes · View notes
hcnia · 4 years
Photo
Tumblr media
Task 7 - Laineyel
And so I grew from colt to stallion, as wild and as reckless as thunder over the land. Racing with the eagle, soaring with the wind. Flying? There were times I believed I could.
● Nome: Laineyel ( beautiful rain ) / Chuva ( lain = beautiful / eyel = rain. Chuva, o par de Spirit: O corcel Indomável).
● Sexo: Feminino
Animal representante: Puro-sangue de uma raça antiquíssima e rara, um ser superior entre os cavalos.
Características: Por mais jovem que seja em idade equina, Laineyel está no auge da forma. Pernas musculosas, características da raça notável pela resistência e velocidade. A pelagem curta e lustrosa não é tem um único tom. Manchada de marrom e creme, a crina contrasta nos tons mais loiros e brilhantes; uma mistura única que a difere de todos os demais. Não é incomum vê-la com algum acessório, uma flor ou um ramo enrolado no meio dos longos pelos. Enfeitado a cauda basculante. Hania mantém cada aspecto da vaidosa égua nas mais perfeitas condições, desde a limpeza dos dentes até o aparar e polir dos cascos.
Personalidade: O temperamento da égua segue à risca o nome: chuva. Aquela chuva pequenina e serena no fim do dia, refrescando as plantações e umedecendo o solo depois de um dia de sol rachando. Paciente, tranquila e solícita, gosta de permanecer ao lado de Hania sempre que possível e usar sua presença para ajudá-lo a controlar os espíritos. Protetora, é um bom adjetivo, zelando por todos os que envolvem Hania em suas vidas. Pouco tempo tivera com ele, mas a história estava impressa nos olhos, na fisionomia, na alma do indígena. Eyel não é mãe nem irmã, não é família; porque todas essas relações envolvem um termo de ‘obrigação’. A égua é amiga, a confidente, o porto seguro quando está tarde demais da noite e o descendente de Pocahontas se encontra envergonhado, culpado, para chamar seus amigos. Seu passatempo preferido é tomar Rocket, o guaxinim, na garupa e passear pelo terreno do Instituto; soltar a risada cavalar que mais parece um relincho quando está com seus dois meninos. A voz é terrona e melódica, aquele tipo que faz o sorriso aparecer no rosto e os olhos fecharem como numa cantiga de ninar.
Relação do seu personagem com o daemon: A relação é tão serena quanto as expressões gêmeas de ambos os rostos. Hania busca Laineyel sempre que possível, usando os minutos livres entre as aulas para conferir como está a égua. Apaziguar o crescente sentimento de distanciamento que o deixa sem fôlego, um pouco perdido em seus trejeitos. Sua sorte, e que veio a perceber com o tempo, o tamanho de seu daemon permitia uma distância maior que os menores; uma forma de compensar pelas instalações do Instituto não serem largas o suficiente para cavalos. Com a égua, a voz do índio se tornou mais ouvida, mais fácil de ser usada com outros de seu tipo. Como... Como um animal de apoio, mesmo Hania não associando sua imagem a nada que não seja “ser vivo como eu”. Grandes amigos, gosta de pensar assim, e que se oferecem apoio sempre que possível. Afinal, ambas personalidades só não ganham o adjetivo de idênticas porque Hania teve um passado diferente.
Primeira reação do seu personagem ao encontrar o daemon: Hania está sempre nos estábulos, cuidando dos cavalos e de sua alimentação. Escovando, dando banho, penteado e polindo cascos. Não tinha sido um dia diferente, nem parecia enquanto carregada o balde com as escovas e um fardo de feno. Tinha sido peculiar a forma como tinha sido atraído até a última baia, a que deveria estar vazia pois seu último ocupante tinha ido encontrar seus antepassados. Hania pousou os objetos na entrada, abriu a porteira e perdeu o fôlego. Chuva é um belo animal, bem cuidado e saudável. “Está tudo bem, querida, vim aqui para cuidar de você”. Foi o que tinha dito na voz mais calma e tranquila, a mão erguida no ar para mostrar suas intenções benevolentes. O que não esperava era a resposta imediata, da égua animada empurrar sua mão para o lado e encostar o rosto comprido contra a linha de perfil do índio. “Eu estava te esperando, pequeno”. De início pensou ser um espírito, alguma alma equina presa ao mundo terreno, mas... Mas suas patas faziam buracos no chão, os cavalos reagiam a sua presença e ele ainda ‘enxergava’. A explicação de chuva foi sucinta, nem ela entendendo muito bem, mas promoveu uma conexão tão rápida e forte quanto as visões intrusas. Hania associou depois, mas, depois daquele dia, se sentia cada vez mais confiante com seus poderes.
Como foi o primeiro contato do seu personagem com o daemon e como está agora? Hania já está acostumado a ter animais como companhia, desde o momento em que nascera sob circunstâncias auspiciosas. Então não foi muito diferente ter uma égua em seu encalço. A relação só melhora a cada dia, assim como a confiança e o bem-estar entre eles. Rocket segue com inveja.
HC secreto: Hania, sim, tivera uma namorada na tribo. Inteligente, paciente, uma personalidade que casava em harmonia e se completava nas divergências. Talvez pudesse ter sido seu amor verdadeiro, alguém que compartilharia o resto da vida, se não fosse uma doença que a levou. Algumas foram as pessoas afetadas pela estranha infecção, mas Lain permaneceu no plano espiritual. Secretamente vigiando Hania, esperando uma oportunidade de aparecer. Com a Magia de Merlin e as reais intenções por trás do feitiço, Lain encontrou a paz e seu espírito foi usado na criação da égua especial. Hania provavelmente nunca vai saber porque a Égua não carregou consigo as memórias da índia. Mas... Talvez... O destino lhe seja caro e dê uma dica sobre suas origens.
4 notes · View notes
hcnia · 4 years
Photo
Tumblr media
237 notes · View notes
hcnia · 4 years
Text
Se ao menos ela deixasse um tempinho para que pudesse falar Hania não estaria com aquela cara. Ansiedade e um tiquinho ínfimo de impaciência - se é que tal palavra existisse em seu vocabulário. ☾ — É justamente disso que eu estou tentando falar. ⋆ Aproveitou a oportunidade no mesmo momento em que a viu, o transmissor em mão logo colocado ao alcance alheio. ☾ — Eu encontrei seu transmissor tem um tempo e essa deve ser a razão por você não tê-lo encontrado ainda. Estava comigo, tentando te achar. Aqui. Por favor, pegue, ele não para de tocar. ⋆
Tumblr media
•••• “eu não tenho ideia do que você está falando.” nevaeh interrompeu a pessoa, balançando a cabeça. “eu meio que perdi meu transmissor depois de passar três horas num vórtice de informações sobre as conspirações sobre a organização secreta dos reinos de mítica… quero dizer, sobre a suposta organização secreta. enfim, o que você queria me falar? prometo que quando achar meu transmissor, eu respondo suas mensagens mesmo assim.”
Tumblr media
21 notes · View notes
hcnia · 4 years
Text
O lápis pendurado entre os lábios subia e descia conforme o caçula de Pocahontas respirava pesadamente. Pontuando com o significado doloroso de que não tinha avançado nada em mais de meia hora. Apoiou o cotovelo na mesa, o rosto amassado contra a mão fechada em punho. E aquele suspiro. O de que estava cansado e queria chamar a atenção de @upinflcmes​. ☾ —Estou a trinta e sete minutos nessa questão e não sei mais o que fazer para resolvê-la. ⋆ Virou o caderno para a amiga, o rosto escondido só mostrando os olhos por cima. ☾ — Me recuso a deixar os espíritos responderem. ⋆ Trapaça seus olhos diziam, veja aqui era o que recebia em repostas, um dos lindos olhos avelã desaparecendo na tempestade cinzenta e cega.
Tumblr media
2 notes · View notes
hcnia · 4 years
Text
A égua encontrara um passatempo peculiar para o crescimento exagerado dos fios do caçula de Pocahontas. Um detalhe que correlacionou o enorme comprimento com os dias em que mais usava seus poderes. Ela fechava a boca em grandes pedaços de cabelo e mascava ser realmente morder. Puxando os cabelos do índio carinhosamente enquanto o incitava a passear consigo pelo gramado. Rocket, por outro lado, corria entre seus pés e enfiava as patinhas nos buracos, em busca de qualquer alimento.  ☾ — Eu sou grato por você, não interprete isso errado, mas ainda não consigo acreditar que- ⋆ O guincho assustado veio do guaxinim coberto de terra. O corpo subindo pelo de Hania e se enroscando no pescoço, arranhando tudo pelo caminho. Foi uma luta, a égua rindo ao fundo, até que o caçula ganhou a batalha o prendendo bem contra o peito - o abraço forçado. ☾ — Desculpe, eu não- Não era minha intenção. Rain Spirit quis sair dos estábulos e dar uma volta. ⋆ Rocket soltou uma patinha e recomeçou a arranhar seu pulso. ☾ — Pare com isso! Rocket se assustou com seus lobos. Não que eles sejam assustadores, esse guaxinim é que tem dificuldade de conhecer novos animais. ⋆ Se tinha algo que Hania não sentia era medo e os olhos brilhantes para os animais diziam tudo sobre seu estado de animação.
Tumblr media
➳ Aquele momento sempre a deixava animada, mas, depois de todos os acontecimentos do último semestre, precisava os ver mais do que qualquer coisa. A ansiedade logo de tornou em felicidade ao ver as figuras correndo até si como borrões preto e branco, fazendo com que a ruiva abrisse os braços para os receber.
As costas agora estavam no chão e elas mãos acariciavam os pelos de Umbra e Pryne. “Assim eu não vou conseguir respirar!” Falou em meio aos momentos em que conseguia escapar do afeto dos lobos e do seu riso. - Sentimos sua falta, Ally!- A voz de Pryne era animada como sempre, apesar de apenas ela estar sendo capaz de ouví-la na maioria das vezes. “Eu também senti falta de vocês.” Estava prestes a contar tudo oque havia acontecido e matar a saudade que tinha deles quando foi detida ao sentir a presença de alguém atrás de si. “Ah… Eu não te vi aí.” A ruiva logo tratou de levantar-se ajeitando as roupas e cabelo, com suas bochechas levemente vermelhas como os fios ruivos.
Tumblr media
37 notes · View notes