Tipo todo ano eu organizo um amigo secreto de desenho com meus camaradas arteiros cabulosos, aí esse ano eu tirei o Bressan e ele tinha pedido uma arte do carinha do jogo que ele fez: https://www.youtube.com/watch?v=Stsn7qKdJaw
Essa parada me assusta cada dia que passa. Quando eu fiz, durante a greve de filosofia, o Rodrigo Mickusme explicava atropelado uma síntese da palestra e eu tinha umas duas horas pra desenhar os cartazes.
Esse teve mais tempo e eu pude caprichar, mas mesmo assim foi um processo de ilustração passiva: só joguei umas generalidades que eu captava por aí com aquela exagerada básica pra impactar mas sem levar tanto a sério, porque nunca tinha sentido na pele aqui no meu retiro de artista (e continuo não sentindo), nenhuma experiência próxima do que tá ali.
Em seguida eu vi uns videos do que tava rolando na Venezuela e era praticamente meu cartaz em live action. E ele vem desde então deixando de ser uma charge, um cinismo satírico, uma representação exagerada e absurda pra ser quase um registro tão realista quanto uma foto. Do militarismo a militância, da insignificância da vida ao apedrejamento por esquizofrenia sem parâmetro e o congresso vendo o circo pegar fogo, tudo tudo que eu desenhei mais do que alude a situações que acontecem nesse mesmo instante.
Me faz borrar nas calças e engolir seco pensar que o que era pra ser um cartum fantasia está tão próximo e compreende o passado, o futuro e o presente simultaneamente
E agora eu tô animando o cartaz, vou ir atualizando a gif nesse post :)