gabirusonacid

[gabirusonacid]

Acolhido pela decadência

Não sei como começar e nem como descrever, mas de qualquer forma, preciso expressar tudo mediante palavras.

Eu me sinto perdido.

Vago, vago, vago e vago nos meus pensamentos, contudo não faço nenhum progresso ou encontro um caminho de saída. Pensamentos vazios e recursivos assombram-me.

É como se eu não parasse de pensar, mas o conteúdo dessas indagações fosse nulo. O grande vazio me consumiu.

De certa forma, pode-se dizer que só continuo vivo e ativo por conta a minha programação prévia a estes eventos de morte do meu eu-consciente. Minha rotina e meus objetivos em realização estão me mantendo vivo.

No entanto, não é pelo gosto ou satisfação obtida por essas ações e sim por um conservadorismo da minha parte. Simplesmente porque era o que fazia e continuarei a fazer.

Sou como um autômato. Desprovido de consciência e seguindo meramente sua programação.

Como e por quê meu espírito morreu tão subitamente?

Como ressuscitá-lo?

Embora esteja me perguntando isso incansavelmente, somente ouço as respostas do silêncio.

A falta de solução ao meu problema se manifesta em desgaste e em inércia. A inação impera minha vontade.

Nenhuma ambição consegue se manifestar.

Tudo além da minha programação "pré-morte do meu eu" não se materializa em ações e movimento, porque devido a essa ausência de espírito, essas ambições se tornaram desnecessárias.

Isso inclui minha ambição, ou melhor, desejo de recuperar meu ânimo e ímpeto de viver e sonhar. Cheguei ao ponto de me privar até disso.

Ainda assim tento buscar uma saída, mesmo que em vão, porque no fim tudo se resume a ideias vazias e, consequentemente, exaustão mental.

Espírito inexistente. Mente vazia. Corpo exausto e desgastado. Foi isso o que restou de mim. Tornei-me um cadáver ambulante. Um estado de coma lúcido e ativo.

Acolhido pela decadência. Continuarei assim até atingir meu fim.

Talvez ainda seja capaz de encontrar a saída deste labirinto de desânimo. Talvez.

Se bem que todo o mísero restante de esperança que tinha se perdeu no limbo da decepção. Há muito tempo.

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Reminiscências perdidas no Oblivion

Minhas memórias são turvas e embaraçadas. Não consigo recordar-me de nada de forma clara e concisa.

Fico vasculhando por vários minutos dentro desse nevoeiro da experiência, no entanto não encontro aquilo que estou buscando. Não consigo resgatar aquela lembrança que me traria conforto nesta situação deplorável.

Vasculhando, vasculhando e vasculhando e nada. Em alguns casos, uma referência externa se torna a chave e a solução desta busca insaciável e árdua. Mas este não é o caso, porque não tenho nenhum registro ou informação relacionada a tal lembrança.

Não sei porquê diabos ainda estou imerso nessa tentativa em vão de achar essa recordação saudosista. Aliás, já não sei mais o quê e porquê estou vasculhando nas minhas memórias.

Muitas vezes pergunto-me se vale a pena acumular experiências se rapidamente acabarei esquecendo-as.

Será que existe algo que realmente perdurará e me acompanhará até meu fim?

Creio que perdi toda esperança por uma resposta positiva ou confortante para essa pergunta.

[gabirusonacid]

Test #01

All things degrade and that scares me.

It's an omen of my inevitable end.

I've accepted the fact that anything comes to an end. That's a natural rule.

Yet its manifestation through decay is slow and longstanding, it gives me anxiety.

Each day I'm closer to Death but feels like an eternity for her arrival. A painful sensation.

I know I'm dying but I don't feel like that. That way Death doesn't feel pleasant at all.

Even though I want to die, I don't want to degrade. What I seek is a satisfactory intense death, not a slow paced progressive one.

I'm afraid and there's nothing I can do to escape this fate.

[gabirusonacid]

[ - ]

Quando a neblina se intensifica, o véu que separa o material e o imaterial desaparece gradativamente. O momento em que os meus pesadelos tomam forma e cobram vida ocorre assim que essa tênue barreira desmorona. A realidade sensorial e o onírico se miscigenam.

Eu, cativado por tal fenômeno, adentro esse pseudouniverso recém formado. Por mais que seja uma dimensão formada pela negritude do meu subconsciente e traumas da experiência e, por maior que seja meu terror e tensão sentidos por essa manifestação, não posso combater minha curiosidade e vontade de ir atrás dela.

Talvez seja por causa meu masoquismo emocional ou da minha necessidade de uma percepção extraordinária... Não interessa. Já estou imerso neste nevoeiro e não há volta atrás. Ponderar a respeito das causas não me levará a lugar algum. Muito pelo contrário, estarei no stasis da dúvida se continuar em questionamentos fúteis.

O dever de enfrentar meus medos e a busca pelo fim desta trilha são os únicos pensamentos que ocupam meu ser. Seguindo essas instruções mentais, vou apenas agir de acordo com elas. Afinal, é o ato que dá movimento às coisas.

O que me espera? Não faço a mínima ideia. Só sei que devo continuar e ver onde isto acaba.

Ou, onde eu acabo.

[gabirusonacid]

[Desolação cíclica]

Mais um dia corriqueiro. No entanto, hoje estou sentindo-me mais desolado que o habitual. Estou imerso em ações repetitivas e sem propósito na busca de alguma distração.

Pensamentos vagos e redundantes passam pela minha mente, mas não consigo acompanhá-los. Em círculos, meu eu-mental titubeia e se perde. Nenhuma ideia ou pensamento se concretiza, apenas fluem e desaparecem no limbo.

Meu corpo está ancorado e hesitante sobre o quê fazer. Imóvel estou. O tempo é consumido e eu acompanho minha degradação. Incapaz de raciocinar e me mover. A grande inércia da desolação tomou conta do meu ser. Tornei-me um objeto inanimado.

Meu cômodo se tornou uma espécie de cárcere. Contudo, é um prisão ridícula: as portas estão abertas, não há guardas e nada que impeça meu escape. É tão simples, basta apenas entrar em movimento.

Por quê não consigo me mexer?

Quero meu escape. Quero ser salvo.

Preciso de um propósito ou alguma razão. Não faz diferença se for verdade ou mentira, apenas quero alguma causa para me motivar a sair desta stasis. Incapaz de encontrar uma motivação, continuarei neste labirinto existencial indefinidamente.

[gabirusonacid]

[An escapist tale of some nihilistic Erebus's worshiper]

Since the middle of that cold and restless night, I was agonizing; Sorrowful thoughts and memories of self-shame immersed my mind. A misery that resulted from hope and expectations. Foolish thoughts that I had when I used to believe in the light.

As time was vanishing, my deplorable condition got worse; Then, The Dawn arrived.

Helio's radiance slowly dispelled the deep veil of my beloved Nix; Gratefully, the new day hadn't started as an usual morning full of deceptive light. That morning was cold and replete of mist; As if the atmosphere tried to match my negative mood; And no luminous ray could find me. A comforting sensation indeed.

My despair became one with the surroundings and scattered with the air. I was freed from my burden.

(No light will reach my soul)

Aversive to the sun, I marched to find a place; A place where I could reach Morpheus's realm, peacefully. So I could rest and then move forward;

In darkness.

[gabirusonacid]

[Anelo platônico]

Quando sinto tua presença, Você escapa dos meus olhos. Tento acompanhar teus movimentos, porém em vão. Você desvanece no Ether.

Será que um dia conseguirei te alcançar?

Enquanto ainda não seja possível, Permanecerei nesse mesmo lugar esperando que você passe por lá, Novamente.

E mais uma vez, perderei você de vista.

Quantas vezes terei que repetir tal cena até finalmente destruir a barreira situacional que nos separa?

Um dia... Quem sabe um dia.

[gabirusonacid]

[Titleless text related to Styx and stuff]

Immersed in darkness, I saw that light; A green mysterious light from beyond. As I was looking for the source of that light, phantasmagorical feelings impregnated the atmosphere.

Then I've found it.

Magnificent yet devastated ship, it got more and more opulent as it'd got close; It captivated my thoughts and senses.

Death, embrace me in your beautiful dark veil; Let me drown in the waters of Styx. I wanna merge with you, then interrupt the life cycle.

Don't want to reborn; Want to be dead for eternities.

Captain, let us be a member your crew; A crew made of those who don't want to feel the pain of being alive again.

Therefore I am, here in this ship, merged with other lost souls. Without resting, we're wandering in the river calling for new recruits.

[gabirusonacid]

[Vastidão monocromática]

Normalmente encontro-me entediado e apático com relação ao que me cerca. Devido à mesmice e a certo saudosismo, as coisas se tornam desinteressantes e "perdem as cores". Tudo ao meu redor é tão monótono e monocromático.

Permanecer imerso na estabilidade repetitiva e desprovida de vida me desgasta e retira qualquer motivação e empolgação com o mundo.

Então, vou na busca pelo dinamismo e Khaos para escapar desta estase moribunda e encontrar algum apego neste mundo. Não importa se isso for bom ou ruim para mim, apenas quero dispor de meios que dêem vida e recuperem as cores deste mundo miseravelmente belo - que pela minha trágica essência sou incapaz de apreciar na minha condição usual.

Felizmente, a aleatoriedade mundana sempre me indica a localização de pequenas fontes coloridas de entretenimento escapista.

Infelizmente, quando retorno à vastidão monocromática do dia-a-dia, essas lembranças cheias de vida e cor se tornam memórias enfadonhas, pois meu estado atual está longe daqueles das recordações, deixando-me insatisfeito e melancólico.

No fim, permaneço imóvel ansiando para que o acaso me traga alguma dádiva peculiar, aleatória e interessante para me tirar do tédio.

Enquanto nada acontece, mantenho-me na inércia e decadência vendo meu tempo ser destruído.

[gabirusonacid]

[Falsus mortis]

E por fim morri; Embora ainda permaneça; Afinal, meu tempo parou nesta forma em decaimento.

A Morte foi incapaz de pôr um fim nos meus laços com este mundo; Mesmo morto, não posso desaparecer completamente.

Com o passar dos dias; Esta carcaça de carne se degrada cada vez mais rápido. Apesar disso, não serei esquecido; As memórias daqueles que me conheceram vão me manter vivo; Se bem que de uma maneira diferente.

Nunca irei descansar; Eu não havia pedido por uma vida e nem pela minha existência; Este fardo que me foi outorgado obliterou qualquer oportunidade de sossego.

Gostaria de que este fosse meu último adeus; Mas não será; Jamais.

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[Mordido  por um Gabiru]

Estava escuro, frio e sufocante; Dentro dos esgotos maléficos do inferno icosaédrico Quanto mais adentrava no palácio fétido da decadência, Mais ouvia sons e sentia coisas se movendo ao meu redor; Mas não conseguia ver nada A escuridão dos túneis da podridão obscurecera até o fundo do meu ser; Minha alma foi consumada pelas trevas sulfurosas, Mas minha sanidade ainda lutava para sobreviver; Para não me tornar um horror nefasto; Um horror nefasto dos esgotos infernais... - Recuperei a consciência, ainda sou eu mesmo! - Continuei meu caminho pela hedionda passagem; - Ainda há esperança - A esperança de sair deste inferno verde Mas não havia como impedir... O inevitável estava prestes a acontecer, Mesmo que eu ainda não soubera Continuei ouvindo os sons macabros; Coisas se moviam ainda mais depressa e bruscamente, Mas não podia parar... - Devo sobreviver! - Pensei Movido pelo instinto e medo, corri; Não devia ter feito isso... Os gabirus ficaram furiosos; - É meu fim! - Um gabiru hediondo surgiu em um pulo das águas fétidas; Não havia como vê-lo; (Imensa escuridão verde) Não havia como desviar. (Se o profano tem uma cor, ela é a verde) O inevitável aconteceu. - Mordido por um gabiru - Eu fui. Uma dor mais intensa e cruel do que a da morte por Alcebíades. - Maldito gabiru - Braço infeccionado! Sangue jorrando! Braço infeccionado! Sangue jorrando! As águas do esgoto estão manchadas em vermelho - Mordido por um gabiru - Eu fui. Gabirus se concentrando ao meu redor; Gabirus se deliciando na mais desagradável orgia de sangue que já vi; - Maldito gabiru - Agora só me resta agonizar; Sentir minha alma ser exumada; Perder minha sanidade; Enquanto os gabirus fazem um banquete; Um sádico banquete com minhas vísceras. Até meu último grito de tormento ser ouvido, Terei que suportar este destino cruel. - Malditos gabirus -