Tumgik
fearghasdan · 3 years
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fearghasdan · 3 years
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Naquela noite ele não sonha. Não há anjos caídos, sangue ou escuridão, não há um coração lamurioso a ser encontrado ou almas perdidas na eternidade. Não há nada além de uma paz desconhecida que o aquece tanto quanto as peles que cobrem seu corpo, um sentimento estranho, mas imensamente agradável. Esperança, é assim que ele chama, esperança de que talvez aquela seja a vida em que tudo mudará.
Quando acorda na manhã seguinte, ele nota o brilho de uma nova runa em seu braço, Força de Espírito, diz o pergaminho, garante determinação inabalável, força interior, runa de efeito contínuo. É a última a despertar, e ainda assim a mais necessária para ele naquele momento. Ele sorri ao enrolar o pergaminho, de alguma forma sabendo que a maré virou. E então, após anos de uma dança perigosa com a dama de cetim, ele toma as rédeas do próprio destino, pronto para finalmente viver uma vida longe das garras do medo.
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fearghasdan · 3 years
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A escuridão o abraça, fria e vazia, tomando cada parte de seu ser antes que ele se force a seguir a voz dela, cada vez mais distante, de volta para a luz. Ele sente que em breve não a ouvirá mais, e então não saberá como voltar, mas aproveita enquanto pode, respirando fundo quando a encontra, quando a vida é devolvida e seu coração volta a bater em seu peito. Quando ele acorda do sonho - e da morte - olha para o corpo dela adormecido ao seu lado, beija seu ombro e sussurra "Eu te amo", mesmo sabendo que ela não vai ouvir. Ele se recorda das palavras dela, sobre como saber que serão separados outra vez, no fim, torna tudo mais difícil, e sabe que precisa deixa-la antes que seja tarde demais, antes que sua partida definitiva cave um buraco tão grande no peito dela quanto o que foi aberto em outra vida. É por isso que ele não voltou a fazer o pedido, por isso que ele parece se distanciar, porque ele sabe que precisa ir, mas não vai, porque está tão preso a ela que sua mente não consegue ordenar ao corpo que se afaste. Então ele fica, e reza aos deuses nos quais não acredita para que eles a ajudem a proteger o próprio coração, e que não permitam que ela passe outra vida procurando por ele mesmo depois de ele partir. Mas ele também é egoísta, e termina todas as suas preces implorando para que possa encontrá-la novamente, uma vez mais que seja, porque sabe que seus dias contados ao lado dela ainda serão melhores que uma existência sem a mulher que amou em todas as suas vidas.
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fearghasdan · 3 years
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Maureen: Porque você só não... aproveita que tá tudo bem?
Mark: Não dá. Minha cabeça não para.
Maureen: O que você acha que vai rolar de ruim?
Mark: Eu não sei, é só a constante sensação de que algo vai dar errado.
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fearghasdan · 3 years
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O Coração de Mirana - Parte Um
— Alester.
O tom urgente de Hellena foi o suficiente para que o especialista despertasse com o primeiro chamado, sua mão agarrando prontamente o cabo de sua adaga enquanto levantava em um pulo, pronto para enfrentar o que quer que estivesse em seu encalço. Mas tudo que encontrou foi a especialista de cabelos platinados tentando não rir de seu desespero. Ele semicerrou os olhos e fechou a distância entre os dois, ainda em alerta, vasculhando cada centímetro do corpo da mulher à procura de algo errado.
— O que, em nome de Wenche, aconteceu?
Seus dedos deslizaram pelos ombros dela, descendo por sua clavícula até que pudessem traçar a fina cicatriz da runa de conexão, idêntica à que repousava no peito do próprio Alester.
— Eu encontrei. A pedra que a feiticeira pediu. Você precisa me contar como… Ou por quê…
Ela não terminou de falar, segurando a mão do rapaz e o puxando para fora de seus aposentos, mal dando tempo de calçar seus sapatos antes de passar pela soleira, fazendo um sinal para que Aodh garantisse que ninguém os seguisse. Era claro que ela havia encontrado, Hellena era curiosa por natureza, e se havia algo de que Ônix podia se orgulhar, era de esconder muitos mistérios a serem desvendados, o Coração Sangrento sendo um deles.
A garota guiou o especialista para o subterrâneo da Fortaleza, uma rede de túneis que mais se assemelhavam a um labirinto, mas isso não pareceu nenhum obstáculo para ela, visto que seguia o caminho como se conhecesse cada uma daquelas curvas tão bem quanto conhecia o próprio corpo. Depois do que pareceram horas de caminhada, finalmente chegaram à imensa câmara onde o Coração havia sido guardado, sobre um bloco de mármore negro, entre fios prateados que se assemelhavam a uma prisão de espinhos. Um olhar bastava para perceber que o nome fazia jus a peça, uma pedra no formato de um coração humano, com um líquido negro que escorria entre os vincos, sem que uma gota sequer caísse dele.
— O coração de Mirana. — o rapaz sussurrou enquanto sua noiva seguia até o altar de mármore, os dedos deslizando pela prisão prateada sem tocar o objeto de desejo — Não toque nele, amor.
— Deixe de besteira. — Hellena semicerrou os olhos ao fitar Alester, logo dando um dos sorriso que sabia que desarmariam o especialista — Conte logo a história. Vocês tem uma para cada coisa aqui, estou curiosa sobre essa.
— Você fica curiosa sobre todas. — Alester respondeu com um sorriso, se aproximando de Hellena e envolvendo sua cintura com os braços, repousando o queixo em seu ombro enquanto observava a pedra — Mirana foi a esposa de Herman, o fundador de Ônix, eles tiveram dois filhos: Ragnar e Magne. Ambos eram especialistas, assim como o pai, e eram excelentes no que faziam. Mirana, por sua vez, era uma fada, um ser misto com dons raros. Ela amava os filhos, mas sua conexão com Ragnar era tão profunda que, quando ele foi morto em batalha, ela sofreu tanto que transformou o próprio coração em pedra para que pudesse se juntar ao filho do outro lado do véu. Dizem que quando os curandeiros trabalharam em seu corpo para prepará-la para o rito de passagem, encontraram a pedra ainda lamuriosa em seu peito. Herman pediu que a guardassem, e foi do coração de sua amada Mirana que a ideia da fortaleza surgiu, um lugar onde seus guerreiros fossem tão habilidosos, e reconhecidos por isso, que sua partida também fosse louvada ao invés de sentida com tristeza. Na época em que tudo aconteceu, Magne era criança, ele cresceu sem uma mãe e com um pai tão ausente quanto, mas se tornou o melhor entre os melhores guerreiros, quando assumiu a fortaleza escondeu o coração de sua mãe e liderou Ônix sob as próprias leis. Foi ele quem criou nossa regra sobre sentimentos, afirmando que o amor foi o que enfraqueceu Ragnar, e se a falta de afeto havia moldado o próprio Magne em um guerreiro excepcional, faria o mesmo com os outros da Fortaleza.
Alester fez uma pausa, sorrindo ao aproximar os lábios da orelha de Hellena, sussurrando em tom de confidência. — Mas Magne nunca teve a chance de conhecer você, se tivesse, saberia que estava errado. — ele sorriu, descendo os lábios pelo pescoço da garota — Eu te amo… — sua mão deslizou até que pudesse repousar sobre o ventre dela, seus dedos delicados acariciando o local, a pequena saliência indicando a urgência que possuíam em deixar a Fortaleza. — Você e nosso filho.
— Eu te amo. — Hellena sorriu ao se virar nos braços de Alester — Você e nossa filha. — fez questão de enfatizar em um tom divertido antes de ficar nas pontas dos pés e selar seus lábios nos dele.
Se qualquer um dos dois tivesse se preocupado em averiguar, teriam notado que, naquela noite, enquanto o coração de seu descendente retumbava em sincronia com o de sua amada, o coração de Mirana deixou de se lamentar pela primeira - e última - vez em todos os seus séculos de existência, pelo fio de esperança de que o amor que o fazia palpitar em vida ainda pudesse existir dentro das paredes daquela fortaleza. Mas como todos os esperançosos que já pisaram em Ônix, ela também estava errada.
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fearghasdan · 3 years
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fearghasdan · 3 years
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fearghasdan · 3 years
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Ele socou a parede da cabine até que os nós dos dedos estivessem em carne viva. Embora fosse pouco saudável, o hábito adquirido no ano interior ainda era o mais rápido e eficiente em silenciar seus pensamentos mais cruéis. "Eu esperava que Dyamond fosse resolver muita coisa, mas acabei só ganhando uns desenhos no corpo e mais um problema", a confissão não era o x da questão, as palavras não ditas que eram, aquelas que ele havia escrito e apagado pelo menos dez vezes: Eu esperava que Dyamond fosse resolver algo sobre Alester e Hellena, sobre nós. Mas a grande ironia era que, agora que ela acreditava, ele mesmo já não tinha mais tanta certeza de que qualquer coisa ali fosse real. Passado ou presente, Hellena ou Katrina, tudo era uma incógnita. As vezes ele pensava que estavam avançando e, quando se dava conta, todos os passos haviam sido dados para trás. E embora a amasse mais do que a própria vida, já não tinha certeza de que poderia ficar por mais tempo. Talvez o pedido da Feiticeira fosse uma grande ironia, no fim, porque quando tudo acabasse seria o coração dele que sangraria.
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fearghasdan · 3 years
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"Detesto o ser que estou me tornando. Me odeio mais a cada dia, a cada flerte, a cada toque, a cada sorriso destinado a outra pessoa que não seja ela. Me odeio também ao pensar nos flertes, toques ou sorrisos que ela recebe de outras pessoas, mesmo sabendo que isso não é algo que eu possa tentar mudar. Ela é livre, e eu pensei que pudesse ser também, mas lutar contra as grades frias da gaiola que cerca meu coração só tem ferido ainda mais minhas asas, e eu receio que jamais conseguirei sair do chão outra vez, porque embora odeie tudo nessa história, não há mais como parar de escreve-la."
- Trecho retirado de uma carta enviada por Owen para sua mãe, Narcissa.
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fearghasdan · 3 years
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fearghasdan · 3 years
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fearghasdan · 3 years
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[...] Qualquer que fosse o demônio que atormentava seu sono, ainda era menos cruel que o fantasma de um passado que não voltaria para ele.
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fearghasdan · 3 years
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Naquela noite ele não sonhou.
Fosse pela grande quantidade de álcool que havia ingerido, ou por qualquer outro milagre, mas naquela noite não viu asas, tempestades de neve, runas ou quedas, não houve sangue ou dor e, acima de tudo, não houve qualquer sinal dela. A única coisa que permaneceu, sempre a espreita, foi a morte, presente na escuridão que preencheu cada canto do vazio de sua mente e de seu coração, ardendo tanto quanto os nós de seus dedos que ainda sangravam pelos socos desferidos contra a parede. Pela primeira vez ele desejou que os sonhos viessem, mesmo sabendo que não voltariam, e naquela noite, em meio ao silêncio do próprio vazio, Owen Fearghasdan foi vítima de um dos maiores clichês da história, percebendo que ele mesmo havia dado o pontapé inicial para afastar de si aquilo que mais lhe faria falta, mesmo que isso não fosse sobre sua queda.
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fearghasdan · 3 years
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fearghasdan · 3 years
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Behind my eyelids are islands of violence My mind ship-wrecked, this is the only land my mind could find I did not know it was such a violent island Full of tidal waves, suicidal crazed lions They're trying to eat me, blood running down their chin And I know that I can fight, or I can let the lion win I begin to assemble what weapons I can find 'Cause sometimes to stay alive, you gotta kill your mind
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fearghasdan · 3 years
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5 - ACEITAÇÃO
Com a tristeza, veio a sensação de que não poderia mudar nada, por mais que tentasse. Mas foi apenas com o ocorrido na Sala de Duelos que ele finalmente declarou que desistiria, que deixaria Katrina em paz e tentaria seguir a própria vida. Sabia que aquela dança estava ferindo a ambos, e embora não se importasse com os próprios sentimentos, ele se importava com os dela, e odiaria vê-la ainda mais ferida ou confusa por causa dele. No fim, Owen havia aceitado o próprio destino, por mais cruel que fosse.
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fearghasdan · 3 years
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