Tumgik
eu-nao-lirico · 1 month
Text
Rose-Rogério-Sávio
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
“Você tem quase 30 anos e nunca conquistou nada… você não tem nada.”
(Pai, abril de 2024)
0 notes
eu-nao-lirico · 2 months
Text
Parto(s)
12 de Abril.
Um calor de decisão certa se alastrava pelo meu peito. Depois de 9 meses eu pari a escolha certa: deixar o serviço público e ser possibilidade para as possibilidades. Maiêutica!
Neste mundo de imperfeições, as formas não se fecham, a falta não se preenche e os desejos não se saciam.
Pouco antes do referido dia, andei pensando nele. Sim, estranhei o pensamento involuntário: uma miscelânea de frases que ele me disse nos piores momentos nos últimos 5 anos. Veio do nada, veio de mim.
- “Perco o encontro, mas não perco a piada.”
- “Desculpa, esqueci que tinha marcado com você, estava desabafando com uma pessoa após o trabalho.”
- “Estou pensando em não ir.”
- “Apareceu uma menina dizendo que está grávida de mim.”
- “Eu me casei na semana passada.”
Frases lançadas contra mim, perfurando minha alma, transformando para todo sempre o meu ser.
E eu mudei.
Hoje, depois de tudo, me sinto mais realizado como pessoa. Mas a alegria se foi. Quem sabe um dia ela não volta?
Bom (essa palavra nunca mais foi a mesma), eu não entendi bem o porquê de tudo isso retornar. Até falei sobre o assunto na análise. Eu não penso nele há muito tempo… estive bastante ocupado em afiar a minha liberdade para tomar as decisões importantes dos últimos dias.
A minha intuição sabia.
Eu cheguei, inclusive, a pensar na possibilidade de ele se tornar pai mais uma vez. Seria tão perfeito agora, não é? Casado, imagino que apaixonado… um filho não seria uma má ideia. Logo combati este pensamento recordando o fato de os dois terem filhos de relações distintas… não teriam um outro, concluí. Ledo engano.
No dia 12 de abril, roubando o holofote de um momento que deveria ser só meu, ele me manda uma mensagem: “serei pai de um menino… a vida nunca teve tanto sentido quanto agora.”
Na sala verde, me despedindo do espaço que abrigou o que de mais sagrado posso fazer, vejo a realidade evanescer. Retirei os óculos. Fechei os olhos. Respirei fundo. O delicioso calor de decisão certa se dissipou. Senti a realidade parar. Senti-me preso a uma narrativa que não é minha, nunca foi. Por que ele sempre reaparece para me dar essas notícias? Não há mais nenhum resquício de intimidade… ele não sabe quem sou, eu não sei quem ele é. Por quê?
Eu me esforcei para não pensar e anestesiei os meus sentimentos.
Nunca esquecerei o cheiro, o abraço apertado e os olhos de criança. Eu não consigo odiá-lo e talvez este seja o prenúncio de uma verdadeira ruptura.
Eu só odeio o fato de não ser mais eu, de não conseguir me interessar pelo amor, de não pertencer a nada nem a ninguém… e tudo isso é culpa dele.
O chão congelou, o céu escureceu, o Tempo me pressiona…
Um dia saberei as resposta para todas essas questões. Um dia romperei esse laço.
Um dia…
Até lá, sigo aprisionado nos dias em que o fôlego titubeou, as pernas falharam, o calor se foi e o tempo parou.
12 de abril.
Eu parto.
0 notes
eu-nao-lirico · 2 months
Text
Na mansão dos mortos…
O caminho do ser não admite atalhos.
Nos últimos tempos, minha maior preocupação tem sido se estou pavimentando a estrada que me levará a ser quem devo me tornar.
E não estou.
Mais jovem, sabia na ponta da língua quem era, quem poderia ser e quem deveria me tornar.
Querer e dever se alinhavam.
Quando foi que me perdi? Hoje não gosto de quem sou, fecho os olhos para a possibilidades de mudança e me distanciei de quem deveria ser.
Ouço, ao longe, uma procissão de Páscoa, celebrando as alegrias da Ressurreição de Nosso Senhor. Estou triste. Triste por não ter vivido a minha fé nesta quaresma e semana santa. Eu só passei por esses eventos como Pilatos: indiferente e inerte diante da condenação injusta do Salvador. Eu não fui quem deveria ser, tampouco quem poderia ter sido. Eu fui quem eu sou, mas quem eu sou também não está em harmonia com quem eu fui.
O devir da existência, o próprio insurgir, dará conta de me transformar?
Eu sinto saudades de mim.
0 notes
eu-nao-lirico · 3 months
Text
Aforismo
O cair da noite de domingo evidencia as perguntas que abafo ao longo da intensa rotina semanal: “o que há de errado comigo?”
Por vezes pensei em me dar alta, não há nada de errado, eu sou o que sou…
desorientado, mas sempre encontrei o meu lugar em meio às cinzas.
Mas e se não tentasse abafar a fatídica questão com gastos excessivos, comilanças vertiginosas e benzodiazepínicos?
O que surgiria?
Psicólogo. Mestre em Psicologia. Autor de livros e artigos. Professor. Orientador de trabalhos científicos. Supervisor de estágio clínico. Servidor público. Conhecedor de filosofia, antropologia e religião. Autodidata. Poliglota. O avesso? Um menino medroso que precisa ser validado o tempo inteiro e que se sente sozinho e incompreendido.
Eu tenho meus momentos de felicidade.
Mas nos últimos anos a tristeza foi uma companheira fiel. Perdi amigos, as mensagens não chegam mais; os convites, apenas profissionais. O que me tornei?
O desejo dos últimos tempos tem sido o de sumir.
Produzir outras narrativas.
Desaparecer e olhar para mim… criar uma nova história.
A vida não pode ser só isso.
Queria despertar dessa sonolência.
Quero ver.
Se a existência é a liberdade como possibilidade para as possibilidades, eu quero explorar essa infinidade de “e ses…” que se desvelam no aqui-e-agora.
Eu sou uma contradição… mas não me sinto uma fraude por isso. Somos compostos de fragmentos. Somos ambivalentes.
Meu objeto preferido de estudo é o sentido da vida. O sentido, Sinn, que se encontra no mundo… é Aufgabe… é dádiva e incumbência.
Antes fosse Bedeutung… se déssemos significado às coisas, tudo seria mais fácil.
Meu erro está em mirar no sentido DA vida.
Talvez eu deva olhar mais para os sentidos NA vida. A circunstância custodia tesouros.
Que eu possa despertar e ver.
O que há de errado comigo?
Eu estou vivo… apesar de ter pedido o Norte e o Oriente.
Quero ser leve como um suspiro.
Suficiente como um fôlego.
Nada reter, nem meus medos com roupagem racional, tampouco a esfera de luz negra e contorno azul que passeia em meu peito e vísceras nas noites dominicais.
0 notes
eu-nao-lirico · 3 months
Text
Eu-Isso
Ontem nos vimos.
Como de praxe nos últimos 2 anos, você me procurou. E eu, que não me furto em parafrasear Taylor Swift, sou incapaz de te dizer “olá” e arriscar outro “adeus”.
Nossa relação se converteu na mais irretocável impessoalidade. Poderia até dizer que não há relação, não há hífen, não há entre. O eu-tu converteu-se em eu-isso.
Sabe que fiz questão de falar de Buber na supervisão? O filósofo do encontro existencial era necessário para a sua prática clínica capenga. Mas não só isso! Eu quis trazer a hermenêutica da nossa relação.
Você lembra quando nos falávamos todos os dias? Religiosamente! Não havia nenhum dia que eu acordasse sem suas mensagens; tampouco uma noite com ponto final. Eram vírgulas. Era hífen.
Buber, filósofo existencialista, nos diz que a vida é feita de uma alternância rítmica entre momentos eu-tu e momentos eu-isso. O momento eu-tu é o encontro genuíno. Não se produz, encontra-se. Augenblick. Kairós. Não há como explicar. Só viver. É poiesis.
A nossa relação começou assim: naquela sala de plantão, em uma tarde de terça-feira, lendo o livro “Logoterapia e Análise Existencial - textos selecionados”, você me interpela: “esse livro ensina técnicas da Logoterapia?”.
O mundo parou. A existência em sonolência despertou. Eu vi. Eu te vi e vi a mim através de você. Tudo ao meu redor evanesceu. O tempo kronos já não ditava a regra. Um instante feliz!
Depois desse encontro, outros tantos trouxeram tonalidades dramáticas para a nossa história. Da mais sublime luz à mais tenebrosa sombra. Chiaroscuro. Uma história que Caravaggio poderia pincelar.
Hoje, no entanto, nada sobrou.
Aliás, nos restou apenas o eu-isso.
Buber vai falar do eu-isso como os encontros pautados no utilitarismo, no cotidiano, no trivial, no “nossa, muitos casos de dengue, né?”. E é essa a nossa relação hoje. Você me paga, eu te ensino, você gesticula, eu vejo sua aliança e levo um soco na boca do estômago. A sorte é que nos vemos só pela tela. Encapsulados.
Para não ser injusto, quando estávamos prestes a acabar a nossa supervisão, eu vi a sua expressão mais originária, mais genuína, quando você se irrompeu em uma risada, aquela risada jogando a cabeça para trás que me fez me apaixonar por você. Ali eu te vi. Ali você se revelou. Era o Douglas de sempre.
Eu não sinto mais nada por você.
Nada!
Eu sei que estou escrevendo um texto sobre você e dirigido a você. Eu também sei que isso depõe contra mim. Mas eu posso dizer que não sinto mais nada. Isso me dói. Não por ter constatado a perda da nossa relação, mas porque eu me perdi. Eu já não sinto nada. Minha capacidade de vinculação está prejudicada.
Eu não sou mais eu e essa foi a maior perda da minha vida.
Se é que te interessa, vou abandonar a análise. Você sempre dizia isso para mim, lembra? Mas eu sempre te convenci a continuar. Dessa vez serei eu. Cansei de me ouvir. Cansei. Eu vou silenciar. Me ouvir tem sido excruciante. E não, eu não tenho falado sobre você na terapia. Não mais.
1 note · View note
eu-nao-lirico · 4 months
Text
Gregor, Macabéa e Ana
Simples, leve, flexível, presente, grato e vivo.
Essas fotografias contrastam com os álbuns dos últimos 5 anos. De alguma maneira eu sempre volto para cá. Talvez por ser um espaço para livre expressão; ou porque denote a paupérrima vida social que tenho tido, como diz a canção, “meus amigos, cadê?”.
O que há de errado comigo? Por que não pertenço?
Nos últimos anos, fui um misto de Gregor Samsa e Macabéa: um autômato, sozinho, sensível, mas limitado por imposições do destino. A preocupação? O trabalho. O trabalho me fez ir além, me faz preencher o vazio que tenho carregado… me faz ter valor para aqueles deveriam me amar na gratuidade do que sou.
Pensando bem, nos últimos meses também fui Ana, Lispector. Mas Ana sonolenta, Ana cega para a vida. Quando viverei meu momento epifânico?
A profissão me cansa, as viagens me cansam, as portas que se abrem me cansam, as interações me cansam, olhar meu corpo no espelho me cansa; viver tem sido cansativo.
Eu não sei o que isso representa, mas a analista me encaminhou para o psiquiatra na última sessão. Não marquei. Ando rebelde, especialmente após a psicóloga reajustar o preço da consulta para o dobro do que eu pagava. Eu entendi, ela quis mostrar que devo “pagar alguns preços”. São tantos e eu só queria uma noite eterna.
A hora avança, os olhos pesam.
Qual é o meu lugar? Dormirei em negociações comigo mesmo para descobrir.
0 notes
eu-nao-lirico · 7 months
Text
Tomas
“hola”
Na pizzaria güerrín, absorvido pelas mesquinharias burocráticas do ir e vir, com sua mensagem, da cabeça aos pés, sinto-me gelar.
Tomas.
Eu sabia que quebraria várias regras, mas será que sempre preciso segui-las?
Pedi a conta.
Paguei o preço.
O coração explodia no ouvido.
O que eu estava prestes a fazer?
Já não poderia voltar atrás.
Tomei um táxi e rapidamente estava no hotel.
Depois de um banho, media o quarto em uma caminhada ruminante.
“O que estou fazendo? O que estou fazendo? Está feito!”
“llegué!”
Na penumbra, alto e bonito como o inferno, não se demorou em me envolver em seus braços.
Conversamos como se nos conhecêssemos há anos…
Seus olhos negros de menino me atravessavam.
- “Te gusta?”
Aceno com a cabeça que sim.
- “Mucho?”
Muito, Tomas… gostei tanto que quase disse “te amo”.
Deitados, falamos sobre a vida, sobre o futuro, sobre nós… não sobre nós dois, sobre nós. Tomas precisava ir, seu voo para a Espanha seria na madrugada.
Suas roupas estavam espalhadas no quarto.
Depois de um banho, pegou minha escova e penteou os cabelos; imponente como um santo, atraente como um herói.
Você me salvou, Tomas.
E se foi…
Eu fiquei ali.
Sorrisinho bobo, risadinha-assopra-nariz…Adormeci abraçado ao travesseiro com seu cheiro, em uma espiral de “te gusta? mucho?”.
No dia seguinte, ainda sentia seu cheiro em mim. A lembrança de sua voz aveludada me envolvia como um manto numa fria noite invernal.
Prometa não me esquecer?
Buenos Aires.
Barcelona.
0 notes
eu-nao-lirico · 11 months
Text
Convite
Com as bençãos de Deus e de seus pais
D&V
CONVIDAM PARA SEU CASAMENTO
A se realizar no dia 07 de Julho de 2023, às 15h, em Búzios.
Répondez S'il Vous Plaît!
_____________________________________
Hoje eu morri.
Talvez um dia volte a viver.
Mais alta, mais profunda, mais alta, mais profunda,
Como se a existência sufocada,
em desespero, buscasse
dos pulmões o ar.
Há pouco faltou o ar.
Empalideci.
Minha mãe e minha tia conversavam sobre o passado, sobre a família.
A alma se foi,
Deixando um corpo inerte.
Nos meus mais profundos devaneios,
na praia, com você me casei.
O linho das roupas nupciais acariciavam a minha pele.
Seu rosto escanhoado e o cuidado que a Vida tinha comigo.
Gotas do mar,
dos meus olhos, escorrem.
Sobre a tela, dou fim
ao que me destruiu.
Mas antes que o timer pudesse apitar,
Você se casou com a Vanessa.
Ela não se demorou em ostentar o seu sobrenome.
Eu teria feito o mesmo.
Ah, Pathos.
Já não tenho amigos para desabafar.
Todos casaram-se,
digo, cansaram-se de mim.
Até eu me cansei.
Sentada sobre a poltrona do suposto-saber, com mãos de pluma, segura a analista meu retrato de Dezembro de 2022.
Minha voz tornou-se insuportável para mim.
Calei-me.
Mas cá estou eu: mortinho da silva, sem bom nem buarque, da silva.
E isso é tudo o que tenho a dizer.
Cansei de esperar a reviravolta.
Ela nunca chegou, será diferente agora?
O que me resta é preparar as malas e partir… fazer a viagem que nunca tive coragem.
Não há mais lugar aqui.
O que ele quer de mim?
Que eu diga que o amei desde o primeiro instante?
O que muda?
Ele ca(n)sou-se...
E eu vejo tudo agora.
Eu era só um garoto cheio de sonhos e com muita vontade de viver.
Mas hoje eu morri,
E que a morte realmente nos separe!
Nota de Pesar
Com profundo pesar, comunicamos o falecimento do autor deste texto. Mais uma vez. Foi a terceira morte nos últimos cinco anos.
Um homem que cansou de não se sentir parte do mundo dos vivos. Rogamos para que encontre um lugar onde não precise pedir licença para (in)existir. Neste momento semi-difícil, prestamos condolências aos familiares e aos amigos que ainda restam.
Informamos que pela insuficiência de quórum, o velório foi cancelado.
Nova Friburgo, 07 de Julho de 2023.
3 notes · View notes
eu-nao-lirico · 1 year
Text
É só o vinil de um grande álbum
Por que, afinal, seria coisa outra?
É um vinil.
O vinil de um grande álbum pop, barroco e cinematográfico.
Só isso.
O álbum chama-se Honeymoon.
Belo vinil.
Nostálgico, art-deco.
E foi só isso.
Enalteci um belo álbum de uma grande compositora.
Hoje.
Sim, 22 de Junho.
O dia no qual todos soubemos que não está em alta me amar.
Eu me pergunto se cinco dias após o casamento ainda é lua de mel…
Na terça pesquisei no Google proclamas nupciais para encontrar seu nome. Por quê? Não sei. Uma intuição.
Hoje, com a naturalidade de um demônio, você me diz que se casou.
Anestesiei meus sentimentos.
São 00h06min,
Mas ainda estou preso nas 13h23min.
Entalado de nada.
Um Vazio escorre em meu vazio.
E esse papinho de que “tive que casar no susto”?
Casar quem?
Ou casar-se?
Não foi só o pronome que você calou.
Estou fitando o nada, (que) a minha mente viva.
Repasso cada cena,
Mapeio todas as feridas.
Você levou muito.
Só queria reencontrar meu eu de 2018: leve, seguro, decidido, que amava e confiava na vida.
O que me tornei?
O que restou?
O casamento religioso ainda vai ocorrer.
Vá nessa(,) será Bom!
Eu não queria estar com você, eu só queria não estar da forma que você me deixou.
A sua vida? Segue, sempre seguiu.
No retrovisor,
a Estrada destruída e abandonada.
Pelo buraco da fechadura, espio meu passado.
Nenhuma lua de mel será mais gloriosa que meu passado no Éden.
E, no afã de me tornar um Adão recriado,
preencho um formulário.
Abadia Cisterciense.
Talvez um dia seja meu lar.
Mas, por hoje, é só o vinil de um grande álbum pop, barroco e cinematográfico. só isso.
1 note · View note
eu-nao-lirico · 1 year
Text
Depois do fim
Depois de tanto tempo, nos vimos. Sua mensagem me fez entender que o último contato só havia sido ruim para mim. Basta uma mensagem sua para, na noite seguinte, desbloquear um oceano de sonhos carregados de simbolismos. Eu nunca amei alguém assim.
Sinto saudades de você. Entre nós, um fio frágil que delimita, é lã, ela.
Os seus olhos ainda brilham quando traduzo os sofrimentos humanos. Os seus olhos… ainda guardam aquela pueril inocência de quem queria desbravar o mundo e viver por uma causa.
Nos conectávamos tanto, né?
Sinto sua falta.
Todos os dias.
Não há nada que me faça esquecer.
O fim guardou novos começos.
Que consiga seguir, sem você, por mim.
0 notes
eu-nao-lirico · 1 year
Text
Falta
Quando o alívio aparece no lugar da felicidade, de que valeu a conquista?
Numa espiral obsessiva, mais, ainda é pouco, você pode mais…
O que há de saudável neste processo?
Há dois anos iniciava um mestrado e talvez não fosse o melhor momento para isso, uma vez que estava submerso em um pântano de depressão, mas sublimei. Eu sempre sublimo. E isso não é de tudo sintomático… a etiologia do meu constante movimento é um ardente desejo de encontrar sentido, mas o destino que dou para este impulso é sempre o de receber validação externa. Aplausos. Ou tapinha nas costas.
Sabe que me surpreendeu o número de mensagens que recebi quando postei que havia concluído o mestrado?
Só não recebi de duas pessoas: meu pai e o garoto por quem me apaixonei. Sim, meu pai e eu estamos em um péssimo momento. De novo. Mas ainda assim, confesso que esperei uma simples congratulação. Nada. Fingiu que nada aconteceu enquanto a minha mãe fazia um high five e vibrava com a minha conquista. Esse é o meu pai. E eu sei que busco nos outros a validação que nunca recebi dele. Eu sei, eu sou analisado. Mas saber não é suficiente parar ordenar este caos. O rapaz por quem me apaixonei, por sua vez, sentiu-se [sic] ultrajado por eu não ter contado da aprovação no mestrado. Ele descobriu quando postei nas redes sociais. Eu não quis contar, embora estivéssemos patologicamente próximos na ocasião. Eu sabia que nos separaríamos de novo. Hoje, ele apenas curtiu, mas não mandou nenhuma mensagem. Nada. Talvez ainda esteja se sentindo ultrajado.
Meus olhos pesam, estou divagando demais, mas há tanto a conquistar… e há tanta felicidade para ser sentida. Não quero ser um realizador em série, não quero ser Sísifo, eternamente condenado a completar uma tarefa inesgotável. Meus desejos não podem ser blocos de pedras. A minha vida não é uma condenação. Eu não tenho culpa do amor que não recebi.
Que bom que posso dar o que não recebi… e tenho dado tanto de mim. Amado, trabalhado, entregado… como uma vela desgastada que não poupa esforços para manter a chama a dançar.
Já não há tanto para dar… talvez o tempo esteja chegando ao fim, seja lá o que isso signifique…
0 notes
eu-nao-lirico · 1 year
Text
Mais um, menos um
Hoje sonhei com ele.
Estávamos no colégio e havia, entre nós, um muro. Ficamos juntos, conversamos, mas ainda existia um muro. Depois, debruçados no parapeito, chega a mãe da filha dele. Que terror se tornou o sonho que já não estava feliz. Ela, em seu auge de carência e falta de amor próprio, se humilhando para receber um átimo de atenção dele. Ele desconfortável. Ela então diz: “Ele só fala bem de você! Seu fã!”
Aquilo me desceu torto.
Acordei com saudades, torcendo pra ver uma mensagem dele, com pena da mãe da filha dele, insatisfeito com a vida e com ódio de mim.
Por que estou vivendo isso?
Mais um dia representa menos um dia. Graças a Deus. No apogeu da minha juventude, cansei de viver. A vida me cansa. Esses problemas me cansam. E eu não sei exatamente o que isso significa, mas eu estou muito transpassado pelo que vivi com ele.
Eu já não sei se sou capaz de amar de novo.
Eu perdi muito nessa história.
Infelizmente não pude impedir a morte de partes do meu interior. Não há quem possa restituir a vida que perdi.
Os olhos pesam, são 4h da manhã.
Dou fim a este texto, subitamente, num reticente ato frente a o que não posso findar.
0 notes
eu-nao-lirico · 2 years
Text
Desassossegos
Como entender o que se não pode explicar?
Alguns dizem que o ser humano é um ser no gerúndio, está acontecendo, podendo, portanto, mudar o curso de sua existência a partir da liberdade da vontade. Esse pensamento traz esperança, especialmente depois de ter sido retribuído pelo olhar nulo do abismo que tanto fitei.
Tenho pensado na morte… e espero que ela me encontre vivo.
Não sei se vou envelhecer, confesso que me assusta pensar em passar por isso sozinho.
Solidão, esse tem sido o dilema dos últimos tempos: as mensagens me não chegam, as curtidas minguaram, a mim, só requisitam quando de algo precisam… o que ocasionou esse quadro?
Nunca fui uma pessoa convencional e talvez as pessoas tenham se cansando de mim.
Sinto-me chato e inoportuno desde auge da adolescência, será que piorei?
Questiono-me se sou prestativo ou se essa característica é uma forma de manter a todos por perto…
As sextas-feiras, os sábados e feriados tornaram-se o termômetro de benquerença da minha vida. Nesse momento ele registra a minha insuficiência.
Nessa mesma época no ano passado, saí com algumas amigas do antigo trabalho. Fui aberto, queria matar saudade, conversar e ter uma tarde de sábado descontraída. Foi péssimo. Eu não era o mesmo. As insinuações sobre o meu peso e sexualidade penetraram o mais profundo do meu ser. Saí daquele restaurante desorientado, sentindo na pele a dor de não pertencer.
Em casa, comprei um cinta. Sim, violentei-me dessa forma.
Ela não é mais usada, mas me remeteu à época da escola, onde ia para a aula com um cíngulo apertado no abdômen, sinal de penitência pela dezena de pecados que tinha potencial de cometer devido à sexualidade que não escolhi. Eu nunca havia cometido nenhum.
O juiz tirano não descansa.
Afastei-me dessas amizades patológicas e fiquei ainda mais solitário.
Meus amigos, onde estão?
Felizmente tenho duas ou três pessoas que me amam como sou. Verdadeiramente. São as pessoas com quem posso ser eu… em essência. É leve.
Quando vejo uma notificação de um amigo do passado, já logo fico entusiasmado. Dois minutos de conversa são suficientes para desabrochar o pedido. Eu vou parar de atender.
Eu nunca escolho o caminho do meio.
Ontem saí com uma amiga para assistir a uma peça de outra amiga. Senti-me desconectado das duas.
Onde está o meu lugar neste mundo?
A morte me encontrará vivo?
Ontem tive uma extensa conversa com um homem que me ama. Sim, ele me ama como nunca alguém me amou. Ele é dócil, estável, previsível e um raio de sol. Dificilmente sofre, mas sofreu por mim. Sinto-me um ser humano péssimo por ter contribuído com o sofrimento dele, mas não me posso culpar por não sentir o que ele sente por mim. Quando ele decidiu se abrir sobre os sentimentos, eu estava no ápice da minha loucura amorosa pelo homem que pensei ser a minha metade. Eu não fui capaz de ouvi-lo. Não vou negar que pensei muitas vezes em tentar, em ser abraçado pelo calor que ele tem para me oferecer. Eu seria feliz ou só seria oportuno?
O homem por quem largaria tudo, não está mais por perto. Dói na alma saber que ele escolheu outra pessoa. Uma mulher, mais uma mulher. Dessa vez eu não sei como foi, como está e se ele a ama. É melhor que não sabia.
Eu só queria pertencer. Pertencer a alguém, pertencer a uma família, pertencer a este mundo.
Será que fui feito para pertencer?
Tenho lutado a vida inteira para isso, que a morte me encontre vivo e que viver seja mais fácil.
0 notes
eu-nao-lirico · 2 years
Text
Touchdown (2018) - sosseva
1 note · View note
eu-nao-lirico · 2 years
Text
Vá nessa…
Meus olhos fizeram uma aliança com suas mãos,
A morte desejei,
Não seria ela a condição?
Naquele pequeno cômodo, seu incômodo.
A porta só estava trancada para mim.
A chave se desfez no calor
Da chama dourada
Que uma vida gerou.
A escuridão me expulsou,
A chama dourada se apagou,
No seu dedo uma sombra
outra pessoa criou.
Vá nessa.
Diga o nome dela.
Repita até convencer o seu olhar de me esquecer.
Nós estávamos ali, mas você fugiu.
Vá nessa.
Conversa fixada, conversa fiada.
Ela nunca conseguirá falar sobre Shakespeare e Frankl.
Por isso você ainda olha para mim,
Por isso você foge de mim.
Douradas, pretas e pratas.
Alianças não deveriam ser algemas.
Ela não estava lá.
Vá nessa estrada, ela te levará para o lugar mais distante
À mesa, ao lado do padre,
seus demônios não sairão.
Mas, vá nessa!
Não(,) deixe de ir.
Minha casa nunca será um lar.
Minha caneta não suportará essa dor.
Eu cortei as minhas asas,
Eu calei as suas preces.
Nos seus braços encontrei pouso,
Mas sua hora já chegou, vá nessa…
não há despedida para o que jamais se encontrou.
2 notes · View notes
eu-nao-lirico · 4 years
Text
fim nãoconvicto
Não há mais a ser dito.
Finalmente, eu cansei. Talvez tenha demorado para chegar a uma conclusão óbvia que me neguei a enxergar desde o primeiro mês.
Não me chame de criança... não é um jogo. Aliás, essa histrionice não é peculiar a mim. Todos os meus amores terminaram antes que terminassem comigo. Não este.
Eu fui à profundeza mais abissal da tristeza. O tempo sempre me curou, não será diferente agora.
Você nunca saberá o que eu pensava enquanto, em silêncio, subíamos os 22 andares daquele imponente prédio.
Eu precisei de um alarme para acordar. Em meio aos lençóis, ainda me reconduzindo à realidade, percebi que você não estava ao meu lado. Nunca esteve. Nem do dela, nem do dele, nem do de ninguém. Você sempre se sentiu Bom o bastante para se entregar.
Eu elegi o meu apogeu.
Um amor em Autobahns, acabou antes de começar.
Acabou comigo.
Agora só há suspiros e desejo de reconstrução.
Não brigamos, não rompemos... um fim coerente com a pessoa que eu sempre fui.
Nos falamos na segunda-feira, você me procurou. Não conversaremos mais sobre Shakespeare, nem sobre Michelangelo. Talvez falemos sobre Frankl... mas de maneira rasa. Estamos voltando para a superfície depois de nos desencontrarmos nas profundezas.
Você parou e me mandou entrar em seu carro. Em um olhar, dissemos o que nunca fomos capazes de verbalizar.
- Adieux.
- “Vou indo lá.
晚上好”
- Gute Nacht!
1 note · View note
eu-nao-lirico · 4 years
Text
Don’t call me kid, don’t call me baby
A tarde era fria,
Você atravessava a praça dos eucaliptos centenários com a jaqueta verde que mais tarde me ofereceria para me aquecer.
Nossa história foi escrita no mesmo livro, mas o enredo não foi capaz de nos fazer caminhar juntos.
Você nunca foi meu, mas eu te perdi.
No rádio “cruel summer”, você dirige. Esse momento poderia ser a eternidade para mim.
Suas idas são sucedidas de retornos. E isso nos mantêm ligados. O quão destrutiva se tornou essa relação?
Eu me arrumei por duas horas. Coloquei o perfume que você gosta. 15:15. Você me espera com o seu carro na minha porta. “Eu quero te emprestar uns livros”. No seu carro nos olhamos. Eu corei. Você sabia que eu não estava ali pelos livros.
Tudo começou com apenas um olhar e evoluiu para a entrega mais intensa que vivenciei.
Hoje é difícil viver falando um idioma que só você entende.
Queria viver de novo os dias de bochechas rosadas e desenhos nas suas costas desnudas sob o Sol.
Nunca nos separaremos.
Aliança ou corrente?
Você nunca foi meu, mas eu te perco todos os dias.
Eu te amei em tons de vermelho, preto e dourado. Agora eu preciso me amar.
0 notes