Tumgik
diarioemtela-blog · 3 years
Text
Que tipo de poesia é essa?
Que tipo de poesia é essa que faz da morte um quadro?
Que tipo de poesia é essa que estampa a ferida em camisetas de noventa e nove reais?
Que tipo de poesia é essa que cabe num pote lacrado?
Do que ela fala? O que ela teme? Pelo que ela luta?
Que tipo de poesia é essa que vai da norma à conduta?
Que tipo de poesia é essa que dispensa o poeta?
Que tipo de poesia é essa que no escuro desperta?
Que tipo de poesia é essa que não encontra, mas acha?
Que tipo de poesia é essa que, quando me encontra, disfarça?
0 notes
diarioemtela-blog · 4 years
Text
Fazer pouco para as pessoas certas, nos lugares certos, é fazer muito.
0 notes
diarioemtela-blog · 4 years
Text
Às vezes nós nos atraímos pelos nossos opostos para poder enxergar com mais nitidez quem nós somos.
0 notes
diarioemtela-blog · 4 years
Text
TRANSparência
Quando a gente rejeita um nome, ele rejeita a gente também?
0 notes
diarioemtela-blog · 4 years
Quote
A vida é uma dança de ritmos descompassados.
0 notes
diarioemtela-blog · 4 years
Text
E se a vida fosse mais sobre a vida do que sobre o amor? E se fosse mais sobre a liberdade de não pertencer a lugar algum do que sobre encontrar o seu lugar? E se tudo o que te separa, te torna aquele que não pertence, te exclui e te rejeita de alguma forma, te coloca em um lugar de julgamento de caráter, for o que te torna interessante? E se fosse mais importante ser interessante do que ser aceito?
0 notes
diarioemtela-blog · 4 years
Quote
O silêncio coça como se dúvida dançasse pela minha pele.
pensamentos de outra galáxia
0 notes
diarioemtela-blog · 4 years
Text
Quem eu sou?
Eu sou isso daqui. Eu sou as cicatrizes de arranhões nos meus pulsos e os roxos de mordidas que eu dei pelos meus braços. Eu sou os hematomas dos socos que forcei contra minhas pernas e o punho fechado dos meus dedos contra a pele tentando abrir uma estrada pelas palmas das minhas mãos. Eu sou o choro que rasga meu peito todas as noites. Eu sou o medo, a raiva e o amor. Eu sou a mulher que, às vezes, só vai ter um corpo meio bambo e um sorriso meio forçado pra oferecer. Eu sou aquela que vai sentar na sua mesa e que só vai conseguir te escutar enquanto toma uma água ou, no máximo, um suco. Eu sou o grito de socorro preso, eu sou a solidão de estar cercada por pessoas de palito e cabeças de pontos. Pontos que calam minhas frases e dão início aos meus silêncios. Eu sou muito pouco. Eu sou nada. Eu sou tudo que você jamais vai querer. E às vezes, sou menos, sou demais, sou grande demais pra caber no seu conforto, no seu sorriso e no sua urgência de ser feliz. Eu tenho desespero de ser feliz, você urgência. Eu sou rastejo enquanto você corre, e quando eu corro, vejo você parar na encosta, esperando que eu te passe, te supere pra você correr atrás e me pegar pelas costas sem que eu te veja chegar. Eu sou a queda do seu golpe nas minhas costas, eu sou a cegueira que não te vê mesmo enquanto te espera. Eu sou a espera e eu sou o desejo e eu sou o cansaço do dia que nunca chegou. Eu sou o amor não vivido, a maçã não mordida e o pecado não cometido. Eu sou a santa que ele quer empalar na frente dos homens pra servir de exemplo. Eu sou a entrega de tudo que eu poderia ser nas mãos daquele que nunca me deu vida, apenas corpo. Apenas olhos pra ver e garganta pra gritar, apenas ventre pra servir e criação pra comprar. Eu sou a santa maldita dos véus que ele me cobriu pra que ninguém mais enxergasse além do único que podia me conceder o desejo de viver e de ser mais. Só um pouco mais do que as cicatrizes e o suco e a queda e os olhos. Um pouco do mais, menos do que o excesso, um pouco, só um tiquinho do que é maior que isso.
0 notes
diarioemtela-blog · 4 years
Quote
Escrever pra ser ouvida ou escrever pra se ouvir?
0 notes
diarioemtela-blog · 4 years
Text
Tremor
Eu tremo. Eu me torço, me encolho, me inverto de fora pra dentro, me atravesso e avanço pros cantos de mim, entre as quatro paredes do meu estômago enjoado e inquieto. Entre os quatro primeiros segundos de uma morte silenciosa, de quem morre de dentro pra fora, cortando pelo peito um caminho que chegue aqui fora, que alcance, que busque, que encontre o que é que diabos me falta no pulsar dos órgãos e no correr do sangue e no suor e no ar que expiro. Qual é a merda que eu engoli ao invés de defecar? Qual é a palavra mágica que eu não falei que abriu os poros da minha pele pro mundo e me fez arder em carne? Qual é a janela que eu não abri, a porta que eu não achei, a paisagem que eu não parei para ver, que me custou toda essa raiva e tristeza? Qual é o sinal que perdi de vista e o carro que me encontrou na encruza? Qual é o pedido que eu fiz que foi tão bom que deus me olhou como quem olha pra um dom e me concedeu todos os pedidos do mundo sem nenhuma resposta? Qual é a graça que encontraram no meu sarcasmo pra que minha vida se tornasse um espetáculo de humor para muitos, menos pra mim? Eu tremo. Eu me torço, me encolho. Na cama, no beco, na calçada estirada feito corpo sem número. Na ponte, no abismo, na parede da garganta, aberta feito corpo com dono. Eu tremo. Eu fecho os olhos, apertando as pálpebras contra meu rosto pra não ver, eu não quero ver, não ouvir, pois não aguento mais ouvir. Eu tremo. Eu me abraço, eu me mordo, eu me choro. Eu tremo. Até que minha mente perca a voz e durma num sussurro rouco, pedinte, de joelhos sobre as maçãs do meu rosto, implorando: me ouça. Corpo, me ouça. Eu tremo.
0 notes
diarioemtela-blog · 4 years
Text
Tão muito e tão pouco
O que eu fiz pra merecer tudo isso? O que eu fiz pra merecer tão pouco? Uma quantidade tamanha de nada. O que eu fiz pra merecer ser torcida, jogada e esquecida feito um pano de chão velho? O que eu fiz pra ser arrastada pela sujeira e manchada pelo resto da vida com o pó, a lama e o cuspe de outros? O que eu fiz pra ter que implorar pra ser amada? O que eu fiz pra ter que implorar pra que alguém se importe, me escute, me cuide, me leve embora quando dói mais do que a ideia de permanecer? O que eu fiz pra ter que gritar pra ser ouvida? O que eu fiz pra merecer isso? O que eu fiz? O que eu fiz pra ter que perguntar em voz alta o que diabos eu fiz? O que eu fiz que é tão pequeno e tão grande, tão invisível e tão espaçoso, tão muito e tão pouco, que eu não consigo nem me lembrar, nem reconhecer, nem perceber? Por que eu sinto que mereço? Por que eu sinto o merecer encrostado nas minhas feridas fechadas e abertas? O que? Por que? Mereço?
0 notes
diarioemtela-blog · 4 years
Text
A escrita que dispensa a própria leitura
A gente que escreve para ser lido, que escreve para comunicar, que escreve em troca de dinheiro, que escreve para chegar a algum lugar... nunca chega em si mesmo. Pelo contrário, a gente se perde nas nossas próprias histórias e em narrativas que são mais do outro do que da gente mesmo. As palavras se tornam moeda de troca e, aos poucos, nos trocamos pelo valor que outras pessoas colocam pela nossa pele, nossa carne, nosso sangue, nossa ferida. 
Escrever é sobre o que dói, é ferida aberta, é incômodo e morte de algo. Ninguém escreve de felicidade. Mesmo quando escrevemos por amor, esse amor vem com a dor de perder (ou de perder-se) no pacote. Pacote. Mercadoria. Dinheiro.
Tudo agora vem embalado, e a gente passa a acreditar que é de plástico e queima feito ele, que além de destruir o mundo também podemos ser destruídos num segundo. Destrutíveis, descartáveis, superficiais, substituíveis. 
Troca uma vírgula por palavra e uma palavra por vírgula. Troca. Muda. Deleta. Não tem nada mais visceral do que escrever sem revisão, sem gramática, sem alterações e prazos de entrega.
Não tem nada mais vivo do que a escrita que existe simplesmente para ser, para expurgar, para gritar, e dispensa a própria leitura.
0 notes
diarioemtela-blog · 4 years
Text
Coração
Meu coração tá onde minha cabeça deveria. Tomou conta dos pensamentos, da visão, da fala, dos gestos. Já não consigo dar um passo sem um pulso no peito. O coração tomou conta do corpo agora. Já não circula mais apenas o sangue, mas também circula os caminhos, direções e destinos das minhas pernas, braços e tronco.
Este coração me conduz involuntariamente a lugares que eu gostaria de não ter que visitar, ao mesmo tempo que dá cor às dores de amores tão grandes e tão bonitos, que nem sempre cabem no peito de outros. Se não cabe nem em mim, a ponto de precisar ocupar minha cabeça, o que dirá no lugar de um coração partido por outra pessoa que eu jamais serei.
Quem sabe um dia você desce e encontra um amor que não precisa espalhar pelo corpo, mas que transborda pra outro peito que te acolhe como eu.
0 notes
diarioemtela-blog · 4 years
Quote
Sou como um livro que você foi até o último capítulo e decidiu não terminar.
pensamentos de outra galáxia
0 notes
diarioemtela-blog · 4 years
Text
Para você
 Eu não consigo nem descrever o que eu sinto direito. É como se eu estivesse me afogando em raiva pra não lembrar do quanto dói. Como se eu quiser morrer pra você pra que você morresse pra mim, mas não adianta, não morre, não apaga, não para de doer. Eu sempre tive que te implorar por tudo. Por tão pouco. Eu tinha que implorar por coisas que você não precisava nem pensar duas vezes pra entregar pra outras pessoas. Tem que ter alguma razão pra você ter continuado e insistido e até implorado pra eu mesma continuasse aqui. E mesmo assim, mesmo eu sendo a pessoa que precisava implorar, você continuou me mantendo por perto, do seu lado. Mesmo eu sendo insuficiente, mesmo você não acreditando em mim, mesmo você não confiando em mim, você me pediu pra ficar, pra voltar, pra ficar de novo. E eu ficava. Mas por que? Por que você fez isso tudo? E por que agora você me trata como aquela mulher, como a mulher insuficiente, a que precisa implorar, a que você não acredita, a que você não confia? Por que de repente você decidiu me tratar como o lixo que eu sempre fui pra você? Por que você me enganou esse tempo todo me tratando como mais e me mostrando que era possível ser tratada como mais pra depois me mostrar que eu sempre fui menos e me tratar como menos do que o próprio menos, nada? Por que você não me cuspiu e me pisou antes? Agora quando você cospe e pisa, dói vinte vezes mais, porque eu vi tudo, eu senti tudo, eu fui tudo e agora sou nada. E eu me sinto culpada, só isso: invisível e culpada. Parece que eu to cumprindo uma pena, como se você estivesse me castigando por algo que eu fiz. Do nada. Como se você tivesse me dado tudo só pra depois eu sentir o vazio e ele me atravessar de dor. É como se você tivesse acordado um dia e decidido que eu era um lixo, e então me tratado feito um. Você me cuspiu, me pisou e me machucou, e agora você me castiga pelo que você fez. Me castiga pela verdade sobre você mesmo que você não quer encarar. E eu não sinto raiva, eu expresso raiva, porque o que eu sinto de verdade e nunca falo (até agora) é dor e culpa. Eu me sinto um fantasma. Eu me sinto uma camiseta que você vestiu de um dia pro outro, olhou no espelho e disse “não quero mais essa camiseta”. É isso que me sinto. Descartável. Você fez com meu corpo a mesma coisa, e agora tá fazendo comigo, com o meu coração, com a minha amizade. Fez com meu corpo e agora tá fazendo com a minha alma. E dói muito. E você não diz nada, não faz nada, nem sequer escuta. Você só queria me ler quando eu traduzia você, mas quando eu traduzo a mim mesma, você não quer. Eu queria que você tivesse me tratado como todas as outras mulheres da sua vida. Porque dói muito mais ser tratada diferente, ser trazida pra perto, ser cuidada e amada, pra depois ser tratada como todas foram no início. Dói mil vezes mais. E quando você cala, quando você fecha os olhos, quando você não se mexe, é como se você dissesse “era isso que eu queria, exatamente isso. Eu quero que você sinta isso, eu quero que você pense isso, eu quero que você acredite que você é nada”. Mas eu não sei o que eu fiz pra merecer isso.
0 notes
diarioemtela-blog · 4 years
Text
Morrer no silêncio
Eu só queria não ter que te implorar por tão pouco. Eu só queria a verdade que você é incapaz de falar. Eu só queria escutar “fica, por favor, fica, porque ainda tem motivo pra você ficar, ainda sobrou alguma coisa”. Ou então, “vai embora, porque não tem mais nada, nunca teve de verdade e jamais haverá”. Eu só queria um novo olá ou um novo adeus. Eu só queria que você não agisse feito um corpo morto sem vida e movimento e palavra. Eu só queria que você ocupasse o silêncio como me ocupa, e que me dissesse com o que diabos eu estou me ocupando: é amor ou é lixo? Eu preciso saber. Preciso saber se devo fingir que morri para que você morra em mim ou se, apesar de tudo, o que me ocupa é bom, pode ser bom. Eu preciso saber se eu sou pra você um fantasma ou um sonho. Eu preciso saber. Eu preciso escutar. Eu preciso ver. Eu preciso de qualquer coisa que não seja o silêncio. Eu preciso que você me diga a verdade pra ocupar o espaço vazio que todas as suas mentiras deixaram. Eu preciso que você pise em cima de mim ou me dê a mão para levantar, porque quando você passa pelo meu corpo em queda e não faz nada, não para, continua caminhando sem sequer pedir por ajuda, como se eu fosse invisível, eu sinto que sou mesmo invisível. Eu sinto que sou eu o lixo. Quando você passa pelo meu corpo em queda e não pisa ou me ergue a mão, eu sinto como se eu visse um estranho, um desconhecido passando por mim. Como se tudo fosse da minha cabeça e eu nunca tivesse escutado seu nome, como se seu nome fosse outro, sua risada fosse outra, e você apenas se parecesse com alguém que eu achava que havia conhecido. É por isso que eu preciso que você não continue andando, não passe reto, não olhe para mim como quem não vê nada. Eu preciso que você veja e você fale o que você vê. Eu preciso que você diga, em voz alta, quebrando o silêncio do passado até aqui. Eu preciso que você grite se for preciso pra que eu escute, porque eu preciso escutar. Eu preciso de qualquer coisa que leve o silêncio, porque eu quero lembrar de tudo, menos das mentiras que vieram antes dele. Eu quero lembrar que você cortou o silêncio pela garganta e falou. Eu quero lembrar que o que você falou era a verdade. Eu quero lembrar que eu não precisei implorar, mas essa lembrança eu não vou ter. Então, imploro, porque mesmo implorar é menos doloroso do que morrer nesse silêncio.
0 notes
diarioemtela-blog · 4 years
Quote
Eu morri para você desejando que você morresse para mim.
pensamentos de outra galáxia
0 notes