deixaram

[deixaram]

por causa da irresponsabilidade afetiva, sofri com a indiferença, e após um tempo, vieram os problemas com o abandono e a dor que acaba sobrando depois do findar de mais uma relação conturbada. sou uma vítima fatal do amor e de suas ramificações, infelizmente negativas.

— deixaram

[deixaram]

eu não tenho ninguém, não tenho um lar no abraço de alguém; não pertenço a nenhum laço afetivo, nem possuo uma rede de apoio. não tem ninguém esperando a minha chegada ansiosamente, ou triste por saber que logo mais terei que ir embora. sou um abandono recorrente. nunca me acho, nunca sou achado, nunca chamo a atenção, nunca sou bom o suficiente.

— deixaram

[deixaram]

sou o motivo de todos terem me largado, sou a pedra de tropeço no caminho de muitos que caminharam ao meu lado, sou a minha própria solidão, minha própria perda; sou o caos que espanta todos que se aproximam.

— deixaram

[deixaram]

o vazio aperta meu peito de dentro pra fora, estou cheio de nada e esse nada me faz querer explodir em agonia.

— deixaram

[deixaram]

encontros são impactos entre dois corpos, duas almas, duas vidas, duas histórias. e nesses impactos ambos podem sair seriamente machucados, porque o choque entre duas vivências acaba deixando diversos fragmentos fincados no âmago de cada corpo. sei que existem estilhaços que são removidos com o tempo e também sei que sempre há chance de ficar alguma parte para trás, a qual pode permanecer em evidência ou oculta aos olhos, no entanto, está lá. carrego mesmo sem querer inúmeros vestígios de cada pessoa que já “esbarrou” em minha vida e do mesmo modo existem milhares de partes minhas espalhadas por aí, até mesmo em quem há muitos anos me deixou e nem se recorda mais do meu nome. sou fragmentado e fragilizado pelo tempo e pelos processos que o tempo tem.

— deixaram

[deixaram]

todos me deixam de fora dos eventos mais importantes, mas levo tudo isso como se fosse minha culpa, pois eu meio que permiti desde o princípio que as coisas fossem assim. eu deixei que me tratassem como última opção até virar uma. tem dias que nem opção eu chego a ser.

— deixaram

[deixaram]

não sei como aconteceu, mas quando finalmente pude perceber, já estava vivendo solitariamente há anos.

— deixaram

[deixaram]

a minha solidão grita por você.

— deixaram

[deixaram]

sinto uma saudade doída por quem nunca partiu. nunca partiu porque nunca esteve aqui. tenho um apego teimoso por amores que jamais me pertenceram. tantos absurdos amorosos criados em meu intelecto bagunçado, caótico e vazio. eu viro companhia apenas para ser abandonado, parece até maldição.

— deixaram

[deixaram]

adiei tanto que acabou perdendo o sentido. acabou perdendo aquela antiga essência e vontade de manter. o interesse evaporou para bem longe de mim, aí veio aquele cansaço e a desistência logo em seguida. no fim, tudo acabou contribuindo para que o desfecho chegasse, porém eu poderia ter evitado tudo isso e, mesmo assim, não o fiz. permiti o fim por não saber lidar com nada que fosse durável. eu já estava acostumado com despedidas frias e melancólicas. quando vi certos sentimentos crescerem e durarem mais que o normal, tive medo e diversas inseguranças. e tudo isso acarretou em tragédia.

— deixaram

[deixaram]

sinto uma saudade doída por quem nunca partiu. nunca partiu porque nunca esteve aqui. tenho um apego teimoso por amores que jamais me pertenceram. foi apenas delírio de alguém perturbado no próprio caos. tudo criado em meu intelecto bagunçado e vazio, todavia cheio de lembranças tristes demais para serem esquecidas. e repleto também de saudades tão angustiantes que materializam novos gatilhos a todo instante.

— deixaram

[deixaram]

eu não serei hipócrita ao ponto de culpar você por isso... até eu tenho me jogado fora há anos. me coloquei em situações desnecessárias que no fundo eu sabia que me quebrariam.

— deixaram

[deixaram]

o google fotos me lembrou de uma foto tirada há 5 anos... a qual jurava ter apagado. logo que eu vi e abri a notificação, me veio uma sensação de aperto no peito, mais precisamente no lado esquerdo. segurei o choro, pois foi uma lembrança desbloqueada de repente e bastante dolorosa. na foto eu estava do seu lado e sorríamos felizes. uma linda selfie de casal. a gente pode até ter esquecido ou superado alguém, no entanto, basta apenas uma simples foto esquecida reaparecer que tudo desmorona.

— deixaram

[deixaram]

fui um adeus antes de partir... eu não estava em mim quando fiz/disse aquilo. me contorço sentindo a dor do arrependimento, mas agora é tarde.

— deixaram

[deixaram]

o que mais doeu em mim não foi você ter ido embora, mas sim a forma de como tudo aconteceu.

— deixaram

[deixaram]

deixaram-me amargo depois de tantos abraços e sorrisos doces e gentis. nem sempre a bondade é dada por espontaneidade, mas sim, visando o que será cobrado como moeda de troca mais tarde.

— deixaram

[deixaram]

sinto sérias saudades de conversar comigo...

— deixaram