Tumgik
cebepx · 4 years
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☠ let me see if you worth it | 2IL
sattclites·:
                            Fazia pouco mais de seis meses desde que Daeil fora escolhido para a operação e pelo menos quatro desde que havia se infiltrado na Division. A organização criminosa era, de longe, uma das maiores do país e esse era um caso extremamente sensível e importante e, por mais que Daeil se sentisse honrado em fazer parte da operação, era a primeira vez que ele tinha que “entrar em um personagem” que não fosse, bem, ele mesmo. Tão pouco se achava apto para o trabalho, visto que seu senso de justiça gritava a cada mínima coisa errada que percebia.
                            E organizações criminosas são, por falta de um palavreado mais adequado, um pé no saco. Tinham suas próprias regras distorcidas que pareciam muito mais difíceis do que as regras da academia e eram extremamente seletivos em relação a tudo. Tinha que dar uma estrelinha dourada pela cuidadosa organização ao menos - tudo era meticulosamente categorizado e friamente calculado, desde o pessoal recrutado até os trabalhos que deveriam ser feitos.
                            Felizmente, o trabalho que tinha que fazer não exigia muito contato humano e, Lee era extremamente grato por isso - tinha aversão ao lugar, seus habitantes e, principalmente, pelo trabalho sujo que estava fazendo. Tentava não pensar muito nisso, afinal, toda a operação pra derrubar a organização seria para um bem maior. Suspirou baixinho enquanto batia os dedos nas teclas do computador de forma limpa e ágil. O som das teclas era o único ruído no lugar até que uma voz ligeiramente conhecida ecoou pelo local chamando seu nome, através do interfone.
                            Odiava o som do nome que a mãe carinhosamente lhe dera saindo da boca daqueles marginais.
                            “Já disse para me chamar de Moon, não falei… secretário?”, respondeu de maneira ríspida, sem tirar os olhos da tela, o apelido do funcionário saindo de forma levemente venenosa. Sabia que o rapaz odiava que lhe chamassem assim, mas, afinal, era o que ele era. Um bom cachorrinho.  “O que você quer?”, respondeu-o enfim, mas a expressão era de puro desinteresse.
                            Quando ouviu a resposta do outro com aquela voz robotizada, ergueu uma sobrancelha, levemente confuso. O que raios o “chefe” queria com ele, um simples hacker novato? Suspirou por fim, dando de ombros e ajeitando os óculos de armação redonda. Não fazia a mínima ideia de onde ficava a porcaria da sala do chefe, e se fosse realmente aquele idiota prepotente que tinha conhecido mais cedo, nem queria saber. 
                            Lembrou-se então que tinha passado pela tal sala milhares de vezes, mas a mesma estava sempre vazia. Dava passos preguiçosos pelo corredor, pensativo. Se bem sabia, esses tipos de organizações adoravam fazer testes em seus, digamos, pupilos. Se preparava mentalmente pra qualquer coisa que fosse que teria que enfrentar.
                            Bateu na porta e adentrou o local sem cerimônias, sendo recebido de uma maneira que julgava esquisita por ninguém mais ninguém menos que Bae Wonpil. Em carne e osso. Permaneceu calado enquanto o dono dos fios azulados literalmente o abraçava e tagarelava sobre coisas que julgava serem sem sentido. Percebeu o secretário saindo silenciosamente da sala e isso não era um bom sinal. Não mesmo.
                            —Se eu tenho reféns e preciso liberar um por qualquer que seja o motivo, eu não consigo decidir qual deve ir embora, por isso, revogo a minha decisão e mato todos. —
                            Seus olhos se arregalaram levemente mas logo voltou a sua expressão neutra. Sabia de todas as atrocidades que aquele malfeitor havia feito, mas não o julgou pelo tipo que gostava de se gabar. 
                            Tsk. Criminosos são todos iguais.
                            Sentia o peso do braço do mais velho em seu ombro e, em circunstâncias normais, teria retirado seu braço rapidamente com um empurrão nada amigável. Mas não podia fazer isso, obviamente. Wonpil continuava falando e sua respiração estava começando a irritar Daeil de uma maneira que Lee teve que fechar os olhos momentaneamente para tentar se recompor. 
                            “Me sinto lisonjeado, boss”, respondeu entredentes, mesmo que parecesse que Bae não precisaria de uma resposta. Isto é, até o mais velho simplesmente lhe apontar uma arma para a cabeça. Ah. Era mesmo um teste. Sorriu de canto, impaciente com a situação toda. “Ah, chefe, você acha mesmo que qualquer um desses imbecis consegue fazer o que eu faço?”, perguntou, colocando as mãos nos bolsos do blusão cinza-escuro que usava. “Já que você esteve tanto tempo fora, eu devo te contar quem fez todas as merdas minimamente importantes até agora? Ou quem literalmente salvou essa bagunça que você chama de organização?”, sorriu, os olhos desaparecendo por alguns instantes. Em um movimento preguiçoso, chegou tão perto do outro que quase encostou a própria testa no cano da arma. “Se você realmente acha que eu devo morrer, eu imagino quem vai conseguir invadir um sistema mais rápido e imperceptível do que eu, hein… boss?”, ousou olhar nos olhos do outro, a expressão de desafio claramente presente no rosto de Lee.
                            Talvez o temperamento e a língua afiada lhe custassem a vida dessa vez.
                   Como um observador astuto, percebeu que os olhos do rapaz entregavam parte do que passava na cabeça do mesmo. Não podia afirmar com certeza se tratava de surpresa, medo ou raiva, mas qualquer sentimento era válido, não importava muito qual fosse. Era só um detalhe, talvez um detalhe que Daeil não planejava mostrar, pois percebeu que a expressão dele ficou neutro logo em seguida. Eram essas micro expressões que WonPil gostava de observar nos outros, já que tais atos não podiam ser controlado.
                   Bae sentiu os indícios de deboche nas frases dele e não era algo que o agradava. Antes da cadeira, o desdém alheio era uma das coisas que fazia-o perder a paciência, porém, nos últimos anos, no ambiente em que vivia, com seu diagnóstico e tratamento, conseguiu controlar sua raiva um pouco mais do que antes. Ainda era bem impulsivo, todos sabiam disso, mas podia-se dizer que estava melhorando ou escondendo melhor toda sua raiva.
                   Escutava Daeil falando com uma expressão de completa indiferença. Sinceramente não estava muito interessado no que o outro tinha para dizer. Era óbvio que as coisas estavam bagunçadas, afinal, ele havia ficado anos fora, apesar de nunca ter ficado completamente do escuro, não era a mesma coisa do que saber absolutamente tudo o que estava acontecendo. - Pra começar, nunca chamei isso aqui de organização. Isso é coisa da sua cabeça. Segundo, acho que você esperava demais quando entrou pra Division sabendo que eu estava fora. Mas agora eu voltei e tudo vai voltar a entrar nos eixos. 
                   Não me importo muito com o que você faz. Hacker? Invasão de sistemas? Muitos fazem isso, Daeil. Não pense que é a última bolacha do pacote, é burrice. - Informou o outro. Sempre gostava de deixar claro para todos ali que ninguém era insubstituível. - Ali tem umas cinquenta fichas, incluindo a sua. - Apontou pra mesa usando a arma. - Se é tão bom quanto diz, me diga quem fica e quem sai. - Para algumas escolher alguém para um futuro incerto era pior do que a própria morte. Precisava ver onde Daeil se encaixava.
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cebepx · 7 years
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trickcry:
“Olhar ainda não tira pedaço, Wonpil.”
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Quem é você?
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cebepx · 7 years
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☠ let me see if you worth it | 2IL
Apesar de WonPil ter passado anos longe da Division, suas coisas estava exatamente igual deixara, o que o agradou, já que não era muito adepto a mudanças de grande porte. Era papel dele testar a lealdade dos novos peões que a organização tinha adquirido com os anos e ele estava pronto para o serviço. Seu chegado mais próximo tinha feito esse serviço pelos anos que estava fora, mas ninguém ali tinha a crueldade de WonPil e, além disso, a palavra final sempre era dele. Ninguém entendia exatamente o que procurava em um seguidor, afinal, a famosa história do cara que ficou paraplégico mesmo tendo feito o que lhe foi mandado ainda rodava na mente de todos ali.
LEE. DAEIL. - 24 ANOS.
Essa foi a primeira ficha que WonPil escolheu de pelo menos umas cinquenta que estavam espalhadas por cima de sua mesa. Tinha escolhido esse pro um propósito: A audácia da pessoa a quem a ficha pertencia. Daeil já tinha tido o primeiro contato com seu líder e, este último tinha achado curioso a resposta torta que Lee havia lhe dirigido. - Chame esse aqui. - Mostrou a ficha que escolhera para seu ‘secretário’ e encostou em sua cadeira novamente, esperando o rapaz fazer o que foi mandado. Enquanto esperava, ficou sentado imaginando que em cinco anos a sua posição deve ter sido muito invejada e desejada, já que estava vazia. Quando ouviu batidas na porta, preparou-se para receber seu convidado. - Daeil! Que alegria te ver de novo! - Abraçou o rapaz que tinha acabado de entrar em sua sala. - Sabe Daeil, eu te chamei aqui por um motivo. - Olhou para o secretário, indicando que ele tinha que sair dali. - Olha só, um dos meus pouquíssimos defeitos é ser indeciso; vou te dar um exemplo: Se eu tenho reféns e preciso liberar um por qualquer que seja o motivo, eu não consigo decidir qual deve ir embora, por isso, revogo a minha decisão e mato todos. - WonPil explicava a situação com uma simplicidade que chegava ser assustadora. - O lance é o seguinte. Em cima da minha mesa tem pelo menos umas cinquenta fichas de novatos, entre eles, você. - Mantinha um braço no ombro do rapaz o tempo todo enquanto falava. - Eu escolhi você, sinta-se lisonjeado. - Ainda com o braço na mesma posição, foi levando-o para mais perto de onde as fichas estavam. - Me responda: Por que você, entre todos eles, merece viver entre nós e não levar uma bala na cabeça agora mesmo? - Com uma agilidade impressionante, WonPil pegou sua Taurus 44 na mesa e apontou para a cabeça de Daeil, esperando a resposta deste último.
@trickcry
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