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Caderno de Arquitetos
Sobre obras arquitetônicas estruturadas em madeira
e seus autores.
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Gerson Castelo Branco
Artista plástico, arquiteto autodidata e paisagista, Gerson Castelo Branco, é um dos mais importantes representantes da arquitetura piauiense no cenário nacional e internacional. Nasceu na cidade de Parnaíba e com 12 anos foi para Fortaleza estudar em um colégio interno, indo posteriormente realizar estudos superiores em Salvador, na área de Belas Artes.
Começou a atuar profissionalmente projetando residências em seu estado natal e criou um estilo próprio, denominado “Paraqueira”, no qual utiliza materiais construtivos naturais como a carnaúba, pedras de castelo, palhas da palmeira babaçu. Seus projetos são orgânicos, criativos e primam pela integração com a natureza.
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Casa da Pedra do Sal | Gerson Castelo Branco
Construída em 1986 em uma formação rochosa em frente ao mar, a casa deixa nítido a intensão do arquiteto em exaltar a arquitetura nacional e regional, resgatando o modelo das cabanas locais. Feita com laje de pedra castelo e talo de babaçu e internamente delimitada com alvenaria portante de tijolos que funciona como um contraventamento. Já a área social é construída em painéis de Carnaúba preenchidos com pedras e rochas extraídas no local. A madeira é utilizada principalmente como sustentação do piso superior e cobertura.
Atualmente, a casa segue em mal estado de conservação e passa por um processo de compra com o intuito de ser restaurada e transformada em pousada e restaurante alto padrão.
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Casa Viçosa | Gerson Castelo Branco
Em 1979, o arquiteto conheceu o terreno onde viria a morar. Com 33 hectares, sete cachoeiras e, segundo Gerson, uma forte energia que sentiu desde o primeiro dia. A residência premiada está perfeitamente integrada à paisagem ao redor que inclui plantações de bambu e densa vegetação. A estrutura de madeira foi feita de troncos de carnaúba, tábua corrida, fechamento e forrações em talos de babaçu, pedras e resíduos de madeira reciclada tornam a obra baixo impacto ambiental. Também consegue plenamente explorar a ventilação e iluminação natural ressaltando sua ideia de integração com a natureza.
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Zanine Caldas
Zanine Caldas, nascido em 1919 foi um paisagista, maquetista, escultor, designer e arquiteto baiano e autodidata, além de professor nacional e internacionalmente. Foi reconhecido como Mestre da Madeira pelo seu domínio técnico e talento. Seu trabalho promoveu a integração do artesanato tradicional brasileiro e do modernismo de forma singular.
Zanine sofreu muito com hidrocefalia e apresentava diversas dificuldades de comunicação e raciocínio. Morreu de infarto, anos 82 anos. Deixou seis ex-mulheres e seis filhos, entre eles um arquiteto e um designer que tomam o próprio pai como inspiração.
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Móveis Denúncia | Zanine Caldas
Pioneiro quando se trata de sustentabilidade e ecologia, nos anos 90 o arquiteto criou uma linha de móveis feitos com madeira recuperadas de desmatamento e nomeou de Móveis Denúncia em protesto contra a devastação.
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Poltrona Chica | Zanine Caldas
A poltrona Chica faz parte do uma linha de peças criadas por na década de 1950 para a Móveis Artísticos Z – fábrica fundada por ele em São José dos Campos (SP). Cada móvel dessa linha recebeu o nome ou o apelido em homenagem a cada um dos seis filhos de Zanine. Com estrutura de madeira maciça revestida em tecido ou couro, a Chica exibe a um desenho que caracteriza a obra do mestre.
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Gui Paoliello
Nascido em São Paulo em 1955 e formado pela FAU USP em 1979. Foi estagiário e trabalhou como arquiteto colaborador durante o período de formatura e após nos escritórios dos arquitetos Fernando Chacel, Carlos Ferro, Michael Lieders, Joaquim Guedes, Arnaldo Paoliello, Croce Aflalo e Gasperini e Marcos Acayaba. A partir de 1978 mantém escritório com André Vainer desenvolvendo trabalhos em parceria.
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Residência em Gonçalves | Gui Paoliello
Suspensa por fundações e muro de pedra acomodados no terreno em declive, a arquitetura exibe um programa linear, deixando área íntima e social em cada uma das extremidades. A sala integrada com a cozinha dá acesso ao deck de madeira. A estrutura de madeira vedada internamente por alvenaria e externamente por ripas de madeira e mãos francesas. Também foi usado madeira para esquadrias das janelas e nas portas. A cobertura foi feita com telha metálica.
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Casa Quinta da Baronesa | Gui Paoliello
No interior de São Paulo, foi projeto da casa de campo Quinta da Baronesa dividida em dois blocos. Um bloco é exclusivamente focado na área íntima do proprietário, que além do quarto, acompanha closet, suíte, estar e pátio íntimos.
O sistema estrutural em madeira foi escolhido pela preocupação com o uso de processos construtivos de baixo impacto, foi apoiada na vedação interna de alvenaria. A casa foi embasada sobre pilares de pedra onde o terreno desnivela. Os acabamentos e elementos são essencialmente em madeira: estrutura, cobertura, pisos, forros, caixilhos, venezianas móveis, treliças, ripados e vedações. Os revestimentos das áreas molhadas são em granito de acabamento rústico ou fosco.
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Carpinteria
A Carpinteria foi fundada foi fundada em outubro de 2010 pelos engenheiros Alan Dias e Paulo Bastos. É um premiado escritório brasileiro de projetos, concepção e montagem de estruturas de madeira.
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Escola Concept | Carpinteria Estruturas
O Sacré-Coeur é um edifício importante da cidade de São Paulo, uma escola tradicional respeitada. Através da Escola Concept este espaço confere um novo uso e formato no âmbito de demandas contemporâneas da escola. O projeto assinado pelo escritório Triptyque e estruturado em madeira laminada cruzada pela Carpinteria. O uso dessem material renovável condiz com um dos pilares pedagógicos da instituição, sendo a conscientização sobre a sustentabilidade ambiental.
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Cobertura do Shopping Iguatemi | Carpinteria Estruturas
No último andar do futuro Shopping Iguatemi de Fortaleza, projetado pelo escritório americano La Guarda Low e com montagem coordenada pela empresa brasileira Carpinteria Estruturas de Madeira e a italiana Moretti Interholz, foi construída a maior cobertura de madeira do Brasil, que totaliza 4,5 mil metros quadrados em um vão de 48m. Para realizar tal façanha, foram encomendados da Itália 1,2 mil metros cúbicos de madeira laminada colada de abeto. Essa tecnologia permitiu o desenvolvimento de peças tanto retas quanto curvilíneas. A estrutura, travada e contraventada por cabos de aço, possui o topo treliçado com cobertura feita por manta de policarbonato alveolar apoiado em pilares de MLC.
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ITA Construtora
Fundada em 1980 por Hélio Olga Jr. (foto) e seu pai, a Ita Construtora é especialista no uso da madeira como material construtivo. Inicialmente, a empresa utilizava madeira de espécies nativas que eram entregues na obra e o serviço era executado no canteiro. A partir de 1987, começaram a produzir as estruturas industrialmente. Atualmente todas as estruturas da construtora utilizam madeira laminada colada de eucalipto.
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Capela Joá | ITA Construtora
A capela dentro de uma residência no Rio de Janeiro foi construída sobre um morro, apoiada na encosta por uma base metálica e por um único pilar metálico que provem da cruz da da capela. O interior foi estruturado em uma série de pórticos de madeira laminada colada e coberto exteriormente por vidro, vedando compartimento e protegendo de intempéries.
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OCA | ITA Construtora
Para a exposição permanente “NÓS” do Museu do Amanhã, foi projetado e construído um conceito de oca, simbolizando uma casa do conhecimento indígena. Trata-se de uma estrutura elíptica com uma curvatura para cada um dos dois elementos de 8,5m de altura e 15m de comprimento. Cada peça reta foi estruturada em madeira laminada colada fixadas por rótulas e travadas por conexões metálicas.
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Mauro Munhoz
Mauro Munhoz é formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (1982) e mestre pela mesma escola (2003). Ao longo de mais de 30 anos de carreira como arquiteto, projetou diversas residências, notabilizando-se pela plasticidade de desenho que costuma conferir às estruturas de madeira, frequentes em seu trabalho.
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Residência em Gonçalves | Mauro Munhoz
Localizada no sul de Minas Gerais em um terreno de alto declive na serra da Mantiqueira, esta residência, voltada para o abismo, apoia-se em oito pilares de madeira cumaru. No piso, mão francesas auxiliam a estrutura e na cobertura, tirantes de metal.
O conceito era justamente a paisagem, na qual foi solicitada que fosse o elemento principal na obra. O programa do pavilhão coberto por um telhado de duas águas é simples e simétrica, sendo sala e cozinha no centro e uma suíte em cada extremidade.
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