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agenciagaia9-blog · 6 years
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Vida Toda Linguagem
Por: Mário Faustino
Vida toda linguagem, frase perfeita sempre, talvez verso, geralmente sem qualquer adjectivo, coluna sem ornamento, geralmente partida. Vida toda linguagem, há entretanto um verbo, um verbo sempre, e um nome aqui, ali, assegurando a perfeição eterna do período, talvez verso, talvez interjectivo, verso, verso. Vida toda linguagem, feto sugando em língua compassiva o sangue que criança espalhará — oh metáfora activa! leite jorrado em fonte adolescente, sémen de homens maduros, verbo, verbo. Vida toda linguagem, bem o conhecem velhos que repetem, contra negras janelas, cintilantes imagens que lhes estrelam turvas trajectórias. Vida toda linguagem —                como todos sabemos conjugar esses verbos, nomear esses nomes:             amar, fazer, destruir, homem, mulher e besta, diabo e anjo e deus talvez, e nada. Vida toda linguagem, vida sempre perfeita, imperfeitos somente os vocábulos mortos com que um homem jovem, nos terraços do inverno, contra                                                 [a chuva, tenta fazê-la eterna — como se lhe faltasse outra, imortal sintaxe à vida que é perfeita            língua                      eterna. 
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agenciagaia9-blog · 6 years
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agenciagaia9-blog · 6 years
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Entrevista com Ana Maria Kaufman sobre alfabetização.
A pesquisadora argentina afirma que as intervenções do professor são essenciais no processo de construção da escrita pela criança.
Por: Tadeu Breda.
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Professora de Psicologia e Epistemologia da Universidade de Buenos Aires, a argentina Ana Maria Kaufman também é pesquisadora do Programa Escuelas para el Futuro, da Universidade de San Andrés, na Argentina, e assessora da área de Línguas do Colégio Alas de Palomar. No início dos anos 1970, fez parte de um grupo de pesquisas sobre a alfabetização ao lado de Emilia Ferreiro, Ana Teberosky, Alicia Lenzi, Suzana Fernandez e Lílian Tolchinsk, no qual, segundo ela, nasceu sua paixão pelo tema. É autora de, entre outros livros, Escola, Leitura e Produção de Textos, Alfabetização de Crianças: Construção e Intercâmbio e A Escrita e a Escola. Para ela, "a única forma de alfabetizar é ver a leitura e a escrita como práticas sociais. Ensinadas de forma solta, as letras, as palavras e as normas gramaticais não servem para formar leitores e escritores. Essas coisas apenas têm sentido quando estão incluídas em situações de leitura e escrita". Nos últimos dez anos, ela se dedica ao estudo da construção de resumos escritos. "Resumir é estudar, é reescrever um texto uma vez e outra vez, até que se entenda o que há de mais importante ali. Dentro dessa perspectiva, creio que o resumo é fundamental porque implica a verdadeira compreensão do texto.
Por que é importante promover o contato da criança com a leitura antes mesmo de ela saber ler como os adultos? ANA MARIA KAUFMAN Bom, como lê uma criança que ainda não sabe ler? Nesse caso, é fundamental que o professor proporcione situações em que os textos estejam contextualizados, ou seja, que não apresente palavras e frases soltas, sem informação adicional, pautando-se apenas por ensinar as letras e o som das letras. Porque dessa maneira o aluno vai aprender a relacionar as letras, mas não desenvolverá estratégias de leitura. Que informações o professor pode passar para estimular a turma? ANA MARIA O desenvolvimento dessas estratégias pode ser estimulado em duas situações. Na primeira delas, o texto vem acompanhado de imagens, por meio das quais a criança pode antecipar o que está escrito em função das figuras que acompanham o texto. Isso é possível em contos ilustrados e histórias em quadrinhos, ou seja, é uma ajuda para a leitura da criança. Essa ajuda também pode ser dada por objetos, por exemplo, quando uma criança olha para uma caixinha de leite e consegue não necessariamente ler toda a informação que está ali, mas, por conhecer alguma letra, descobrir onde está escrito "leite". É um processo, porque no começo as crianças antecipam tudo em função da imagem e depois tentam relacionar a imagem com a escrita: "Não, isso que penso não pode ser, pois o que está escrito aqui é muito grande e o que estou querendo dizer é apenas um nome". Os alunos começam a levar em consideração características quantitativas e qualitativas da escrita para saber se o que estão pensando pode ou não pode ser, até que finalmente acabam aprendendo a ler. A outra estratégia é dar às crianças textos sem imagens, mas informando sobre o conteúdo. Ele pode utilizar textos previamente conhecidos pelos estudantes? ANA MARIA Sim. O professor oferece a estrofe de uma canção que o aluno já conhece ou lhe explica o que está escrito ali. Só então pede que identifique palavras: o que diz na primeira linha? E essa palavra, qual é? Onde está escrito isso? São dois caminhos básicos para proporcionar à criança situações de leitura antes que ela leia convencionalmente e fazer com que se aproxime da leitura convencional lançando mão de boas estratégias de leitura. O que a senhora quer dizer com "estratégias de leitura"? ANA MARIA Quando lemos, não vemos todas as letras, mas antecipamos em função de algumas letras conhecidas, decidimos e vamos vendo o que é mais e menos importante, prestamos mais atenção quando damos mais importância, relacionamos os dados... É uma estratégia de leitura, por exemplo, descobrir as relações entre diferentes elementos do texto. Se aqui diz "ali", a que esse termo pode se referir? Em algum outro lugar do texto, há uma parte à qual "ali"está fazendo referência. São estratégias que o leitor utiliza. Elas incluem não só o descobrimento dessas correferências, que ligam elementos uns com os outros dentro do próprio texto, mas também das inferências ao não-escrito. A criança pode ir despertando desde cedo para tais estratégias, de acordo com essas propostas.
O que provoca o conflito entre a palavra escrita e as hipóteses do aluno? ANA MARIA Há situações de contato com os textos que seguramente vão estimular essa confrontação. São quatro estratégias que podem levar as crianças a avançar: escutar a leitura feita pelo professor, ditar para um mestre escriba, e ler e escrever por elas mesmas.
Como se constrói a relação entre o conteúdo que os alunos já sabem de cor e o mesmo conteúdo que o professor escreve no quadro-negro ou pendura na parede, como nas atividades com cantigas e parlendas? ANA MARIA Isso ocorre quando a criança começa a descartar determinadas antecipações: "Não, com essa letra não, porque com essa letra começa a outra palavra que já conheço". Ou seja, há um mal-entendido quando pensam que somos contra o ensino das letras. O que não podemos fazer é ensiná-las numa determinada ordem ou descontextualizadas, mas de outra maneira. Por exemplo, os estudantes trabalham com o nome dos colegas de sala e vão percebendo quais letras estão em cada um deles. Assim, passam a saber que a letra "p" serve para escrever o nome "Paulo". A lista de presença, assim, se transforma em instrumento de alfabetização. Que outros recursos podem ser utilizados pelo professor? ANA MARIA Propomos que nas salas de Educação Infantil haja dois materiais básicos: o abecedário, mas sem imagens, para que a criança possa visualizar quantas letras há em nosso alfabeto, em que ordem elas aparecem e que essas são todas as letras que existem e sempre estarão nessa ordem quando busco informação numa enciclopédia, agenda ou lista telefônica. No abecedário ilustrado, essa capacidade se perde porque as figuras no meio das letras atrapalham a percepção dos alunos. Além disso, é importante ainda a existência de bancos de dados, com figuras e seus nomes - um cachorro com "cachorro" escrito embaixo -, que esteja à disposição das crianças o tempo todo, para quando ela sinta a necessidade de buscar essa informação. Como a criança indentifica as partes de uma estrofe ou de uma canção? ANA MARIA Bom, é provável que o professor diga ao aluno: "Você não acha que, quando te dizem 'Alma', você tem de buscar uma palavra com 'a'? Se há mais de uma palavra com 'a', no que você tem que prestar atenção para saber quando diz 'Alma' e quando diz 'Ana'?" Esse trabalho tem de ser feito permanentemente com os estudantes. Então a intervenção do professor é importantíssima no processo, não? ANA MARIA Sim. É importante que o professor, seja como for, ensine. Porque erros muito sérios foram cometidos pensando assim: ah, se isso é uma construção, a psicogênese, há que se ver como a criança avança, temos de deixá-la... Não, o professor sempre deve ensinar, ler e escrever com as crianças e propor situações de leitura e escrita e fornecer informação. Sempre. Senão alguns alunos poderão aprender, e outros, não.
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agenciagaia9-blog · 6 years
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Intervenção fonoaudiológica melhora comunicação na esquizofrenia.
Tratamento tem resultados positivos também no humor e na expressão corporal, conferindo maior autonomia aos participantes.
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A intervenção fonoaudiológica em grupo se mostrou um recurso eficiente para melhorar a comunicação de pessoas com esquizofrenia, mostra estudo da pesquisadora Ariana Elite dos Santos, realizado na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP.
A dificuldade de comunicação é um dos principais sintomas que atinge as pessoas com diagnóstico positivo para a doença. Segundo especialistas, esses indivíduos podem apresentar um discurso desorganizado, sem sentido e até mesmo incompreensível, com respostas curtas e, geralmente, sem desenvolvimento dos assuntos. Isso, somado aos outros sintomas deste transtorno mental do pensamento, como os delírios e as alucinações, refletem diretamente na dificuldade de inserção dessas pessoas na sociedade.
Entra aí a importância de medidas que contribuam para que essa população consiga estabelecer comunicação com o mundo e para que não se sintam sozinhos e isolados, uma queixa comum entre os doentes. “Medidas que auxiliem no sentimento de pertencimento, de inserção no meio onde vivem, podem ser fundamentais para essas pessoas, pois o abalo da comunicação afeta as relações de tal forma, que elas deixam de ir em festas, visitar os familiares e podem, inclusive, abandonar o trabalho e os estudos”, relata Ariana. Ela avaliou o comportamento comunicativo de indivíduos com diagnóstico de esquizofrenia e verificou a efetividade da intervenção fonoaudiológica.
Segundo Ariana, que é fonoaudióloga, os resultados mostraram que, após a intervenção em grupo, o discurso dos participantes foi mais coerente, o vocabulário mais amplo, houve maior facilidade para entender metáforas e “indiretas” e melhor expressão das emoções notadas pela entonação da voz. “A expressão de emoções e sentimentos é uma dificuldade comum entre as pessoas com esquizofrenia e, após as sessões de fonoaudiologia, houve melhora significativa”, comemora.
A intervenção proposta pela pesquisadora foi além de atividades que envolvam a expressão verbal, como narração de histórias, jogos de adivinhação, bingo, atividades com figuras, canto, dramatização de cenas e apresentação de propaganda política. Os participantes também fizeram atividades de dança que, segundo Ariana, levaram a melhora da consciência corporal em que “foi possível verificar que essas pessoas usam as expressões corporais como ponte para se comunicar com o mundo”.
De maneira geral, a intervenção fonoaudiológica permitiu, além da melhora da comunicação, a melhora também do humor e da expressão corporal e uma maior autonomia dos participantes, demonstrada pelo desejo de voltar às atividades cotidianas e em sociedade. “Os participantes apresentaram satisfação em participar do grupo de intervenção fonoaudiológica, além da melhora da comunicação e, consequentemente, da autonomia.”
O estudo foi feito com 19 pessoas diagnosticadas com esquizofrenia que foram divididas em dois grupos: o Grupo Experimental (GE), que passou por intervenções fonoaudiológicas, e o Grupo Controle (GC), que não participou dessas intervenções. O GE passou por 24 sessões de fonoaudiologia, durante 12 semanas e que envolveram várias atividades.  
Ariana concluiu que as sessões de fonoaudiologia podem ser utilizadas como uma nova forma de terapia para a reabilitação de pessoas com esquizofrenia, facilitando o retorno aos ambientes sociais. “A intervenção fonoaudiológica é efetiva na melhora do comportamento comunicativo de indivíduos com esquizofrenia. Além disso, a ela pode ampliar sua atuação, ao utilizar a comunicação como instrumento de socialização e contribuir para a melhoria das condições de vida dessas das pessoas em sofrimento mental.”
A tese Comportamento comunicativo de indivíduos com diagnóstico de esquizofrenia: efetividade da intervenção fonoaudiológica foi defendida em fevereiro deste ano e orientada pelo professor Luiz Jorge Pedrão.
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agenciagaia9-blog · 6 years
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Arte rupestre pode ajudar a entender como linguagem humana evoluiu
“Nós abordamos o tema da arte das cavernas e das arqueoacústicas, particularmente a descoberta de que essa arte é muitas vezes intimamente conectada às propriedades acústicas das câmaras das cavernas nas quais é encontrada”, explicam os pesquisadores na introdução de seu artigo. Para eles, os primeiros humanos modernos conseguiram detectar a forma como o som reverberava nessas câmaras e pintaram obras de arte em superfícies que eram “pontos quentes” acústicos, isto é, adequados para gerar ecos.Estudo com participação da USP sugere que as pinturas rupestres representam uma modalidade de expressão linguística.
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Compreender como os primeiros humanos desenvolveram as capacidades de expressão que desembocaram na linguagem que nos diferencia das outras espécies foi tema de artigo publicado no periódico Frontiers in Psychology, em fevereiro deste ano. Liderado pelo pesquisador Shigeru Miyagawa, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (sigla em inglês MIT), nos EUA, com participação dos linguistas Cora Lesure (MIT) e Vitor Augusto Nóbrega, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, o estudo sugere que as pinturas rupestres representam em si mesmas uma modalidade de expressão linguística.
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A chamada arte rupestre é um dos termos dados às mais antigas representações artísticas conhecidas, as mais antigas datadas do período Paleolítico Superior (40.000 a.C.) gravadas em abrigos ou cavernas, em suas paredes e tetos rochosos. De acordo com os cientistas, o segredo para entender o salto dado pelos homens rumo à linguagem pode ter começado no interior desses pequenos espaços.
“Nós abordamos o tema da arte das cavernas e das arqueoacústicas, particularmente a descoberta de que essa arte é muitas vezes intimamente conectada às propriedades acústicas das câmaras das cavernas nas quais é encontrada”, explicam os pesquisadores na introdução de seu artigo. Para eles, os primeiros humanos modernos conseguiram detectar a forma como o som reverberava nessas câmaras e pintaram obras de arte em superfícies que eram “pontos quentes” acústicos, isto é, adequados para gerar ecos.
A partir daí, os linguistas argumentam que a arte das cavernas seja “uma forma de transferência de informações de modalidade cruzada, em que os sinais acústicos são transformados em representações visuais simbólicas”. Ou seja, um primeiro indicativo de como a mente simbólica desses primeiros humanos modernos tomou forma em linguagem concreta e externalizada.
Para além do mito e da caverna
Linguista formado na USP, Nóbrega começou sua carreira acadêmica estudando como foram formadas palavras compostas como “limpa-vidros”, “peixe-espada”, etc., em diversas línguas, e quais eram as características mínimas necessárias para a formação delas em qualquer idioma. No doutorado, seu foco passou a ser como os seres humanos puderam ampliar consideravelmente seu vocabulário, um campo conhecido como biolinguística. O contato com o professor Miyagawa começou a partir deste trabalho.
Ao tentar compreender como desenvolvemos o que chamou de competência lexical – o conhecimento e capacidade de utilizar o vocabulário para formar sentenças em um idioma -, o linguista mergulhou mais fundo nas origens da linguagem na tentativa de desvendar como ela se desenvolveu no contexto da evolução, um mistério ainda não solucionado pela ciência e que intriga pesquisadores no mundo inteiro.
“Há razões para se admitir que as bases cognitivas para o desenvolvimento de uma consciência simbólica estavam disponíveis desde o surgimento do Homo sapiens, há cerca de 200 mil anos atrás”, afirma ele ao reiterar que descobertas recentes indicam que os neandertais – uma espécie humana extinta – também eram dotados de consciência simbólica.
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Arqueoacústica
“Partimos de uma hipótese definida em diversos trabalhos de arqueoacústica, que sugerem que a localização e o conteúdo das pinturas rupestres estão intimamente associados às propriedades acústicas do ambiente em que foram representadas”, explica, exemplificando que animais de casco, tais como touros ou bisões, normalmente aparecem representados em ambientes cujas reverberações acústicas se assemelham a uma batida de cascos. Não por acaso, existem paredes nas cavernas que seriam perfeitamente adequadas para pintura, mas que foram ignoradas devido às propriedades acústicas do ambiente em que estão localizadas. Em linhas gerais, os primeiros humanos pintavam não só o que viam, mas o que ouviam.
“A arqueoacústica não é a única hipótese e nem toda pintura apresenta propriedades acústicas como essa. Mas há uma relação entre local e conteúdo com estatísticas significativas”, argumenta Vitor ao reforçar que a pesquisa sugere que os artistas rupestres já faziam uso de um raciocínio que “partia de uma consciência simbólica”.
“Com base nessa correlação, sugerimos que os mecanismos que parecem levar essas representações rupestres são um paralelo que nos permitiu desenvolver a linguagem humana, através de fala e sinais”, sumariza ele.
Uma mesma ideia entre diferentes espécies
Coincidentemente, no mesmo mês em que seu artigo foi divulgado, dois outros estudos causaram impacto na comunidade científica já que conseguiram provar que pinturas rupestres podem ser mais antigas do que se supunha, datando de cerca de 60 mil anos atrás, quando Homo sapiens ainda não existiam na Europa. Ou seja, neandertais podem ter sido os primeiros artistas. Com essas novas informações, os cientistas agora precisam pensar como essa competência apareceu ao mesmo tempo em duas espécies diferentes.
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Ainda que a arte rupestre não possa ser entendida como linguagem propriamente dita, Nóbrega afirma que sua confecção pode sugerir “que os mecanismos que subjazem à produção da pintura são paralelos aos da produção da linguagem”. Para isso, é preciso encará-las de um ponto de vista multissensorial, para que se possam formalizar correlações de como essas pinturas representaram um avanço que pode ter promovido a linguagem humana.
Assim como a arqueologia pode ser considerada uma reconstrução – novas evidências são cavadas para se confirmar ou contrariar hipóteses históricas -, “o estudo da formação da linguagem também é uma reconstrução”, defende Nóbrega, ao ressaltar que a linguística é uma área “de extrema interface” na qual deve-se observar com atenção as descobertas sendo feitas na arqueologia, biologia, psicologia, entre diversas outras áreas.
Apesar disso, “infelizmente, nós nunca iremos obter uma evidência direta de como foi a primeira forma de linguagem empregada pela espécie”. No entanto, é possível examinar a relação entre registros arqueológicos, como as pinturas rupestres, e os processos cognitivos necessários para que elas se manifestem. E é a partir dessa investigação “que podemos esclarecer a linha do tempo do desenvolvimento evolutivo humano”, finaliza.
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agenciagaia9-blog · 6 years
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Linguagem de libras amplia as oportunidades de comunicação e tem sinais fáceis de se aprender.
Língua inclusiva é disciplina regular em uma escola do Piauí
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O mundo é cheio de obstáculos e quando se fala em acessibilidade e inclusão social essa uma realidade evidente no dia a dia das pessoas, a começar pela comunicação. Um exemplo são as inúmeras pessoas que desconhecem a Língua Brasileira de Sinais, a Libras, utilizada por surdos. Isso, no entanto, está se transformando.
Em Teresina, o jovem Mário Augusto é um apaixonado por Libras, que além de trabalhar com a formação de profissionais, também dissemina informações e dicas sobre a linguagem gestual nas redes sociais.
“Eu tinha uma vizinha surda e achava muito interessante como as pessoas se comunicavam usando as mãos. No decorrer dos anos eu comecei a fazer cursos básicos de libras, depois fui estudar na Universidade Federal de Santa Catarina para trabalhar profissionalmente com Libras e consegui uma bolsa em uma universidade nos Estados Unidos para estudar a linguagem de sinais americana”, conta.
A docente Vanderléia Conrado também sentiu a necessidade de aprender Libras e diz que está vivendo uma experiência inovadora.
“Pois traz a repercussão da acessibilidade, da inclusão, não só desse aluno surdo, mas também do professor porque ele está incluso nesse espaço onde ele vai desenvolver a comunicação que é uma necessidade de todo ser humano”, destaca.
Na capital piauiense tem ainda uma escola onde Libras é uma disciplina regular ensinada na educação infantil. Crianças a partir de dois anos aprendem uma língua a mais para se comunicar com o mundo. E esse aprendizado da linguagem sinais fez todo o diferencial na vida do casal Bronoro Macêdo e Marina Cardoso.
Os dois se conheceram em uma festa e começaram sua história com uma grande barreira de comunicação. Ela teve que libras para viver seu amor com Bronoro, que é surdo. Hoje eles estão comemorando quatro anos juntos e com casamento marcado para este mês de março.
“Nos encontramos em uma festa, porém eu não sabia libras, e ficamos só entre olhares” revela Mariana, que hoje intérprete de libras.
Sobre a relação, Bronoro conta que eles encontraram muitas limitações, mas que isso não impediu a aproximação entre eles. 
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agenciagaia9-blog · 6 years
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Editorial. Enem - educação integral
A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano conseguiu pôr em relevo um tema mais difícil de ser distorcido pelo clima de polarização em que se acha mergulhada a sociedade brasileira: “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”. Trata-se de um dos segmentos minoritários mais providos de potencialidades de superação de suas limitações físicas para obter um desempenho pleno em suas atividades, ombro a ombro com os demais. Os meios tecnológicos e educacionais para essa superação existem e sua consecução está abrigada na própria Constituição brasileira: a Língua Brasileira de Sinais (Libras), reconhecida como idioma oficial ao lado do Português.
Ter acesso aos meios pelos quais possa comunicar-se e afirmar-se, não só como cidadão, mas como pessoa humana no exercício integral de suas potencialidades laborais, intelectuais e criativas e ser reconhecido como tal, sem nenhum preconceito, é um direito humano fundamental. O Estado brasileiro tem tratado essa questão com desleixo, deixando de oferecer os instrumentais requeridos, inclusive, professores capacitados a transmitir os conhecimentos na linguagem gestual de Libras.
Escolher esse tema foi também um ato de inteligência para contornar tempos sombrios, quando a razão perde lugar para a irracionalidade; a paixão cega se subtrai à ponderação; e a lógica é atropelada pela obtusidade. Já tivemos tempo em que receitas de bolo tiveram de substituir páginas de notícia e de opinião em jornais.
Tivesse a redação como tema: “Os direitos humanos dos surdos”, provavelmente, os impropérios, a ridicularização, o preconceito — o ódio, enfim — teriam soltado suas amarras. Os direitos humanos são princípios universais que ajudam a moldar a natureza do animal homem, transformando-o em gente, em pessoa. Sem esse processo, ele não conseguiria ser aberto à compaixão, à solidariedade, ao respeito ao outro, mas, prisioneiro emparedado por uma egoidade brutal.
Muito chocou a consciência democrática e humanitária o aval dado a quem considera a redação feita por alguém em estágio de formação intelectual, cidadã e humana, uma técnica descolada do conteúdo. Se assim for, que valores estamos deixando para filhos e netos? Certamente, não os da humanização e da democracia.
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