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afrobrasilidade · 5 years
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Crítica “Raízes” Negra Li
A primeira música do disco já é um convite para o ouvinte mergulhar em sua nova fase como cantora, “Venha” é uma canção muito alegre e forte em sua letra e melodia, que mostra também a vontade da cantora de mostrar as suas raízes e mostrar o seu empoderamento, tanto como negra quanto mulher. Depois de muitos anos sem nada novo em sua carreira, Negra Li volta com tudo neste novo álbum, onde todo mundo que escuta consegue sentir a sua felicidade de estar cantando sobre o berço em que nasceu, sobre a condição de uma mulher negra nos dias de hoje. 
Eu como mulher, me sinto representada em sua música “Mina” qual ela canta para todas as minas, de qualquer etnia, cor, gênero. Ela consegue representar todas em uma só, sendo símbolo de empoderamento, força, liberdade e acima de tudo felicidade. Lida também com a aceitação do nosso próprio corpo, com toda a questão de auto-estima e conscientização de que o lugar da mulher é onde ela quiser e sempre foi assim. O álbum mostra que se uma mulher, como ela, pode criar canções de encorajamento, auto aceitação e felicidade, e fazer com que os ouvintes acreditem no que ela diz, se todas nos unirmos chegaremos onde quisermos. As mulheres de hoje em dia precisam sair do quadrado conservador que ainda atingem algumas delas, um dos passos pode ser ouvindo este novo e sensacional álbum da Negra Li.
Algumas músicas tem parcerias com outros cantores e mesmo o CD tendo músicas falando sobre as mulheres e seus poderes, três delas são cantadas com homens, mostrando que não importa o gênero, todos temos que lutar pelos nossos direitos e pelos direitos dos outros, pois somos todos irmãos, estamos no mesmo barco e temos que ajudar uns aos outros. 
O ritmo das músicas lembra muito o reggae que vem da cultura jamaicana e o R&B que era muito cantado e tocado por negros no final da década de 1940, o uso desses ritmos remetem muito à cultura afro que foi exatamente o intuito da cantora, poder fortalecer suas raízes de maneiras diferentes, empoderando e representando todos os gingados que serviram de berço para a sua própria vida. 
A visão do mundo tem que mudar em relação a muitas coisas e uma delas é a representatividade da mulher negra na cultura em geral. Negra Li representou a si própria, suas raízes, suas crenças e todas as mulheres que vivem em volta dela neste mundo. Um disco e tanto para ser ouvido todos os dias e lembrar que devemos participar das lutas femininas, negras, de gênero, de crenças, sempre.
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afrobrasilidade · 5 years
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Documento “Raízes” Negra Li
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Artista: Negra Li Lançamento: 23 de novembro de 2018 Gravadora: White Monkey Recordings Produção: Pedro Lotto, Caio Paiva, DJ Gustah e Duani   Gênero: Hip-hop/Rap Duração: 37 minutos Número de faixas: 11 Idioma: Português Influências: Reggae, R&B
FAIXAS
1- Venha  2- Raízes - feat. Gael 3- Mina 4- Uma dança - feat. Gaab 5- Sexta 6- Eclipse lunar - feat. Seu Jorge 7- Malandro chora 8- Meu juízo 9- Somos iguais - feta. Cynthia Luz 10- Mãos pequenas 11- Nossos sonhos
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afrobrasilidade · 5 years
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Crítica “Doll Test - Os efeitos do racismo em crianças”
O vídeo tem poucos minutos de duração, mas ele diz muita coisa e escancara mundialmente tudo que todos tentam explicar sobre o racismo. Começando pelo fato de que foi feito com crianças negras, isso mostra que as próprias são preconceituosas com a própria cor e isso é uma consequência da educação que receberam em casa. Um vez que os pais, ou responsáveis, não empoderam, não contam nem explicam a realidade para estas crianças, elas crescerão com a visão preconceituosa que ouvirem ou observarem nas ruas. A criança é um ser puro, uma tela em branca e nenhuma delas seria “preconceituosa” sem uma influência, pode até não ter sido diretamente, mas já podem ter ouvido termos racistas que ficou marcado em sua memória. Assim como em alguns posts anteriores, citei que a educação sobre preconceito e racismo começa em casa, os pais têm o dever de influenciar as crianças positivamente, seja ela branca ou negra, e dar bons exemplos, para não virar mais um adulto sem noção.
É nítido que algumas das crianças têm uma noção sobre o preconceito, tanto que tentam quebrar tais paradigmas que são propostos pelas pessoas que estão fazendo o vídeo. É um ótimo exemplo de lição a ser dada para todos os pais e crianças independente da cor de pele, e deveria estar passando nas televisões do mundo todo em horário nobre, para conscientizar todos os tipos de pessoas. 
Na minha visão, o vídeo foi feito com crianças, sem nenhuma malícia em seu ser, justamente para ver o nível de influências negativas que uma criança tem sobre o tema. Mesmo tendo poucos anos de vida, já têm exemplos que eventualmente podem enraizar-se em suas mentes e nunca mais sair, mas também pode ser que mudem de ideologias conforme seu crescimento. Pois se o vídeo fosse feito com adolescentes ou até adultos, haveria muitos fatores que deveria ser levado em conta e com mais tempo de vida já podem formar opiniões. 
É um vídeo muito forte, mas que para algumas pessoas não chega nem a chocar, por na sociedade de hoje, já é de se esperar uma criança com preconceito de si própria, com tantos adultos e tantos acontecimentos negativos em relação a gênero, cor, entre outros fatores. E para os que ficaram chocadxs, está na hora de colocar a mão na consciência e perceber o que você tem feito para ser uma pessoa não preconceituosa, quais exemplos você está dando para seus filhos, ou até para crianças que vivem ao seu redor. 
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afrobrasilidade · 5 years
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Documento “Doll Test - Os efeitos do racismo em crianças”
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“O "Teste da boneca" é um experimento psicológico realizado nos anos 40 nos EUA para testar o grau de marginalização sentido por crianças afro-americanas e causado por preconceito, discriminação e segregação racial.” Nos dias atuais o canal “Fanpage.it” recriou “o teste com crianças italianas dado o aumento considerável, nos últimos anos, do fenômeno das migrações na Europa. Na costa do Mediterrâneo, na verdade, milhares de migrantes tem desembarcado em busca de um futuro diferente, alguns para melhorar suas condições econômicas, outros são refugiados políticos, fugindo de zonas de guerra, discriminação e às vezes perseguição étnica, religiosa ou política.” 
O ano de “2015 foi vivido na Europa como o ano da “invasão” que ameaça acabar com equilíbrios sociais, econômicos e culturais. A cada vez mais estreita vigilância das fronteiras pode determinar, no entanto, também um risco, o de aniquilar definitivamente qualquer possibilidade de diálogo ou de integração. Em todos os países europeus vivem hoje muitos migrantes da segunda, terceira e quarta geração, que são verdadeiros cidadãos dessas nações, como estas crianças Italianas. No entanto, para muitos, eles são “diferentes”, “estrangeiros”, uma definição perigosa que, pode ser indevidamente aproximada ao fenômeno terrorista. Sem uma séria mudança na perspectiva, tanto política quanto social, nos arriscamos a distorcer perigosamente a percepção que temos do outro, e o outro tem de si mesmo.” 
Produzido por: Fanpage.it 
Vídeo: Luca Iavarone e Raffaello Durso
Duração: 2:45
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=CdoqqmNB9JE&feature=youtu.be
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afrobrasilidade · 5 years
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Crítica “Sobrevivendo no inferno” Racionais MCs
O disco “Sobrevivendo no inferno”, particularmente, em todas as músicas o ritmo é igual, pode ser por causa do gênero musical, mas eu não consigo achar uma diferença entre as músicas. O significado de cada uma, a junção das letras, são muito peculiares e singulares entre si, como se cada música contasse uma história diferente, isso é um ponto positivo do disco. 
No seu geral, as músicas contam histórias do cotidiano dos cantores na periferia, no morro, na favela. Em algumas a história é contada a partir da visão de uma criança, ou então a história de uma criança na favela. E outras são histórias de pessoas adultas mesmo e seu dia a dia. Tudo que eles veem na comunidade são coisas chocantes, mas que existem e muitas pessoas não enxergam, por mais que seja absurdo, nenhuma atitude é tomada partindo de política.
Uma das músicas que mais se encaixa no recorte “infância” é “Mágico de Oz” que, pelo que entende-se, é a visão de uma criança observando todo o movimento de tráfico da comunidade. A criança quando tem que conviver com esse tipo de coisa, pode causar um trauma em sua vida, que não é visto como trauma pois é algo naturalizado. O estado nunca deu importância para a educação e o crescimento psicológico das crianças nas favelas, pois como a visão preconceituosa está enraizada, as crianças que nascem na comunidade já nascem para serem criminosos, quando não é bem assim. Todos nós nascemos com potencial para sermos cidadãos de bem, independente do ambiente em que fomos criados, mas não depende só de nós, mas também do quanto é investido em nós. A educação sempre foi algo essencial na vida de uma criança e se dentro de casa já não se investe uma boa educação e boas maneiras, bons exemplos, para uma criança, é impossível esperar que a mesma cresça uma pessoa boa. 
Os artistas mostram um cotidiano que não é muito comum mostrar-se em músicas, e tanto a iniciativa, quanto a coragem de inovar e escancarar a realidade desta maneira, indica que só nós podemos mudar algo que tem urgentemente que ser mudado. Se todos os artistas cantassem essa realidade, não seria a mesma, muita coisa teria mudado socialmente e politicamente. As iniciativas têm que partir da sociedade e do povo que almeja mudanças tanto para suas crianças quanto para seu próprio futuro. 
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afrobrasilidade · 5 years
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Documento “Sobrevivendo no inferno” Racionais MC’s
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Artistas: Jorge Ben Jor, Mano Brown, Edi Rock, Jocenir, Ice Blue Gravação: 1997 Lançamento: 20 de dezembro de 1997 Gravadora: Cosa Nostra Produção: Gertz Palma e Racionais MC’s Gênero: Rap, Hip Hop alternativo Duração: 1h 13 min Número de faixas: 12 FAIXAS
1- Jorge da Capadócia 2- Gênesis (intro) 3- Capítulo 4 Versículo 3 4- Tô ouvindo alguém me chamar 5- Rapaz comum 6- ... 7- Diário de um detento 8- Periferia é periferia 9- Qual mentira vou acreditar 10- Mágico de Oz 11- Fórmula mágica da paz 12- Salve 
“É considerado o álbum mais importante do rap brasileiro. Em 2007, ele figurou na 14ª posição da lista dos 100 melhores discos da música brasileira da Revista Rolling Stone Brasil. Em 2015, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, presenteou o Papa Francisco com o álbum numa visita ao Vaticano.” Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sobrevivendo_no_Inferno
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afrobrasilidade · 5 years
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Crítica “África Brasil” Jorge Ben Jor
O disco “África Brasil” em seu todo é muito animado e quase todas as músicas possuem um “gingado” de música africana, com instrumentos diferentes e até dialetos da cultura africana também. Algumas falam muito da cultura brasileira, sobre jogar futebol e gírias de alguns estados do nordeste. Sinceramente eu não gosto muito do gênero musical de Jorge Ben Jor, porém a maioria das músicas deste disco me mostraram que não preciso generalizar algo que eu não gosto, mas que pode sim ter algumas exceções em certos gostos que temos. Pode parecer muito estereótipo, porém quando ouvi o álbum eu me senti ora “turistando” pelo Rio de Janeiro, ora “turistando” pela Bahia, embora eu nunca tenha ido para o Rio, fiquei com vontade de conhecer e me apropriar de algumas culturas que estão presentes lá. Já estive na Bahia e é gostoso ter uma nostalgia lembrando de lugares e praias locais ouvindo as músicas.
As músicas em geral não têm muita ligação com o recorte “infância”, mas consegui relacionar a música “Meus filhos, meu tesouro” um pouco com este tema. A música toda é como se fosse um diálogo de Jorge Ben com três crianças que ele diz ser filhos dele, Arthur Miró, Anabela Gorda e Jesus Correia. Ele pergunta às crianças o que elas querem ser quando crescerem, e a resposta é direta, porém o que os meninos respondem são coisas grandes e importantes como jogador de futebol ou tesoureiro-presidente, e a resposta da menina é algo que rebaixa a mulher, pois ela diz que quer ser dona de casa atuante ou mulher de milionário. Nada contra as donas de casa, mas trabalhar para sustentar a casa com um homem milionário que te sustenta? Isso é algo que não deveria estar em uma música como reposta de uma garota pequena do que ela quer ser quando crescer! As respostas dos meninos fazem eles se auto sustentarem, enquanto a menina tem que cuidar da casa enquanto é sustentada pelo marido rico. 
Se o tema da música é infância deveria ter pelo menos um empoderamento da mulher também desde o começo da criação das crianças. O contexto do lançamento do disco também não ajuda muito, plenos anos 70, onde a mulher ainda era oprimida pela sociedade machista e não tinha o empoderamento que temos hoje em dia, tudo estava em processo. O ritmo da música é bem animado e com muitos instrumentos diferentes, porém a letra da música não me agradou muito bem. Em minha visão foi a que mais se encaixou no recorte, por serem crianças sonhadoras com o futuro, mas também fica uma boa lição de como as coisas mudaram dos anos 70 para hoje em relação ao empoderamento feminino e em como as mães de hoje em dia estão começando a educar suas filhas, e principalmente filhos, nesta questão do machismo presente na sociedade. 
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afrobrasilidade · 5 years
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Documento “África Brasil” Jorge Ben Jor
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Artista: Jorge Ben Jor Lançamento: 1976 Gravadora: Philips Records Polysom Produção: Marco Mazzola Gênero: Samba Duração: 40:10 Número de faixas: 11 Idioma: Português Influências: Funk e Soul music estadunidense Faixas: LADO A 1- Ponta de lança africano 2- Hermes Trismegisto escreveu 3- O filósofo 4- Meus filhos, meu tesouro 5- O plebeu 6- Taj Mahal
LADO B 1- Xica da Silva 2- A história de Jorge 3- Camisa 10 da Gávea 4- Cavaleiro do cavalo imaculado 5- África Brasil (Zumbi)
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afrobrasilidade · 5 years
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Crítica “O pai e o filho” Gilberto Freyre (Sobrados e mucambos)
O texto “O pai e o filho” está publicado no livro “Sobrados e Mucambos”, que em seu todo fala sobre a decadência do patriarcado no Brasil rural que aconteceu por volta do século XIX e no começo do Segundo Reinado onde quem tomou o poder foi Dom Pedro II. O texto conta que antes de 1840 a figura do pai era muito respeitada, tanto os meninos quanto as meninas tinham sempre que respeitar ao máximo e pedir a bênção das figuras masculinas que estavam acima deles. Até certa idade da infância o menino era criado como um anjo, conservado a uma grande distância do homem, mas a partir de sua adolescência o garoto era criado para ser espelhos do pai, do avô. 
A época era de regime das casas grandes, em que os meninos de até 10 anos de idade conviviam com escravos e filhos de escravos na mesma casa, e tais garotos com esta idade eram chamados de menino-diabo e sua educação era dada através de castigos físicos e psicológicos que os filhos de escravos também acabavam levando. Com isso, crescia junto com os moleques brancos a soberania sobre os negros, na sua adolescência começava o processo de educar o menino como um homem adulto. 
Por mais que o tema seja ciências sociais e a sociologia, o texto em si tem uma linguagem muito simples e fácil de ser entendida, o autor escreve para que todos possam entender em qualquer tempo que o texto seja lido. Depois de contar sobre a época em que os pais eram figuras exemplo para os filhos, Gilberto começa a descrever o que virou a sociedade depois do começo do segundo reinado. Dom Pedro II por ter entrado no poder muito novo, virou o exemplo de homem de todos os garotos que estavam em fase de crescimento. Os pais, avôs, padrinhos e padres não eram mais modelo, pois toda e qualquer situação de poder estava nas mãos de homens mais novos, sem barbas, sem falhas nos cabelos e sem nenhum fio branco na cabeça. 
Os garotos começaram a envelhecer mais rápido, com 20 e poucos anos já queriam ser adultos e tomarem o poder de coisas importantes na sociedade, tanto que os avôs desses meninos nunca haviam visto papas com menos de 60 anos de idade, o que começou a ser normal nesta época. A questão é que o texto de Gilberto Freyre é atemporal em quesito de leitura, claro que ele cita muitas coisas do século XIX, mas o assunto que ele trata pode ser lido em qualquer época, pois hoje em dia, pleno século XXI, em 2019, o patriarcado voltou a tomar a frente de tudo, com isso desencadeando o machismo, onde os meninos querem ser melhores que as meninas, não importa a idade, e com este texto uma lição enorme pode ser aprendida e pode-se perceber que pessoas mais novas não precisam ser necessariamente iguais aos seus antepassados, podem ser diferentes e até melhores. 
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afrobrasilidade · 5 years
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Documento “O pai e o filho” Gilberto Freyre (Sobrados e Mucambos)
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Livro: “Sobrados e Mucambos” Autora: Gilberto Freyre Editora: Global Editora Ano de lançamento: 1936 (edição atual - 2003) País de origem: Brasil Número de páginas: 1008
Print tirado dia 07 de abril de 2019
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afrobrasilidade · 5 years
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Crítica “Quando me descobri negra” Bianca Santana
Ao comprar o livro achava que era uma ficção, sem ler as “orelhas” muito menos comentários, queria começar o livro sem qualquer tipo de intervenção de segundos na minha cabeça. Logo na primeira página Bianca já coloca o leitor em seu devido lugar, praticamente sentado ao seu lado ouvindo histórias pessoais. Rico em sentimentos, o leitor sente o poder das palavras da autora e o peso que elas têm, tanto para ela, quanto para quem lê. O livro é divido em três partes: relatos pessoais da autora, em situações de racismo (de todos os tipos); relatos de pessoas que a autora conversou exclusivamente para escrever o livro e relatar outros racismos; crônicas que a própria autora escreveu baseadas em situações próprias misturadas com ficção de sua mente.
Os relatos em geral são curtos, porém a história que contam são densas e o leitor consegue sentir o peso que elas têm para os autores. Não é um livro que “vitimiza” os negros, mas sim um convite para o leitor colocar a mão na consciência e perceber que qualquer coisa mal dita ou em situações erradas, pode acarretar uma grande ofensa à alguém. Por conta de situações “pequenas” e de comentários insignificantes para alguns, Bianca escreveu um livro pra colocar o leitor em seu lugar e sentir que o racismo está em toda parte.
Em alguns relatos a autora conta um pouco sobre sua infância, tinha um certo preconceito com ela mesma, se achando “morena” todas as vezes que diziam que ela era negra “era possível ser racista com cinco anos de idade”. Conta como era sua relação com seu cabelo, pois quando era menor suas amigas tinham o cabelo liso, caídos para baixo, enquanto o seu era crespo e crescia somente para cima. Contou também sua relação com a morte de seu pai quando ela tinha apenas 17 anos de idade, seu pai ganhava dinheiro ilegal mas sempre a apoiou, sempre dizia que seu cabelo era lindo, nunca fazia ela esquecer de suas raízes negras de modo que ela tivesse sempre orgulho de ser negra, apesar das coisas que ela tinha que ouvir mundo afora.
Tanto os relatos de Bianca, quanto os outros têm pelo menos 2 relacionando o período da infância, também conscientiza os pais pois mostra a importância de empoderar e se orgulhar das raízes negras de uma criança desde cedo. Sendo assim, menos crianças se sentirão menores ou terão racismo de si mesmas uma vez que não foi ensinado(a) a ignorar a opinião alheia sobre sua cor de pele ou o tipo de seu cabelo. Somos lindas(os) de qualquer jeito independente de cor, raça, tamanho ou tipo de cabelo, o que não é lindo é ser preconceituoso, exatamente o que quer “pregar” Bianca, neste livro recheado de lições para a sociedade.
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afrobrasilidade · 5 years
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Documento “Quando me descobri negra” Bianca Santana
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Livro: “Quando me descobri negra” Autora: Bianca Santana Ilustrador: Mateu Velasco Editora: SESI-SP Ano de lançamento: 2015 País de origem: Brasil Número de páginas: 96
Foto tirada dia 07 de abril de 2019
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afrobrasilidade · 5 years
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Crítica Museu Afro-Brasil
O museu Afro-Brasil está localizado em um lugar muito bem movimentado, onde todos os dias, e principalmente aos fins de semana, passam milhares de pessoas, famílias e crianças: o parque do Ibirapuera. A criação do museu foi essencial para a conservação, lembrança, influência e referências da cultura africana, não só no Brasil, mas no mundo todo, algo que todos deveriam conhecer, pois muitas coisas da cultura brasileira originou-se da cultura afro. Por mais movimentado que seja o parque, o museu não tem nem metade da movimentação que tem o parque, isso acaba sendo muito triste, pois é um lugar recheado de história pura, com objetos até mesmo originais que foram importantes para o desenvolvimento da memória histórica, e não está sendo bem aproveitado.
Admito que fui ao museu achando que seria um lugar pequeno, com pequenas exposições e poucas coisas, mas quando cheguei me surpreendi com o lugar incrível e enorme que é o museu de três andares, cheios de passagens e salas para outras exposições também sobre o assunto da história afro. Tudo é muito bem cuidado e conservado, com suas respectivas descrições e bem sinalizados. 
A parte mais interessante, entre tantas outras, foi a parte que dedicaram exclusivamente às amas de leite, que eram mulheres negras que trabalhavam nas casas dos senhores e cuidavam de seus filhos mas principalmente amamentavam seus filhos. A amamentação é algo muito íntimo entre a mãe e a criança, onde a energia materna começa a se fazer presente em um novo ser. Porém isso era feito por escravas que não tinham nenhum vínculo com as crianças, mas depois acabavam fazendo papel de mãe, pois eram carinhosas, cuidadoras e amorosas até mais do que a própria mãe do bebê, que não estavam nem aí para os filhos. Isso contribuía muito também com a formação da criança e sua educação, que muitas vezes eram dadas pelas próprias amas. Cresciam pessoas mais educadas do que as próprias famílias. 
No caso da ama lhes eram tirados seus filhos assim que nasciam para ela poder usar o leite para alimentar filhos de senhores, então elas tentavam dar tudo de si para um ser indefeso que não tem culpa de seus próprios problemas. No museu há quadros de crianças com suas amas e percebe-se o carinho puro que elas tinham pela mãe negra. Esculturas que mostravam o momento em que as amas amamentavam os bebês, fotos da educação que era dada ao pequenos na esperança de que a escravidão e o racismo acabassem de uma vez por todas vindo de uma educação dada por uma pessoa negra, que fazia todo o trabalho pesado enquanto os senhores e as senhoras contavam dinheiro e nada mais. 
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Fotos tiradas dia 30 de março de 2019
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afrobrasilidade · 5 years
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Documento Museu Afro-Brasil
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“O Museu Afro Brasil  é uma instituição pública, subordinada à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e administrado pela Associação Museu Afro Brasil - Organização Social de Cultura.” Está localizado no Parque do Ibirapuera, em um pavilhão chamado Padre Manoel da Nóbrega.  O museu aborda diversos assuntos como cultura, religião, momentos históricos, escravidão, arte e até mesmo a influência das características culturais africanas no Brasil e sua vinda pra cá.  Foi inaugurado em 2004 a partir de um acervo pessoal do atual diretor curador do museu, Emanoel Araújo. 
Fonte: http://www.museuafrobrasil.org.br/
Foto tirada dia 30 de março de 2019
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afrobrasilidade · 5 years
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Crítica “Meu crespo é de rainha” - Bell Hooks
A grande curiosidade de um leitor é sanada pela capa de um livro, mesmo sendo dito que não se pode julgar um livro pela capa, o tempo todo estamos literalmente analisando um livro todo somente pela sua capa. A escolha da capa para o livro infantil “Meu crespo é de rainha”, de Bell Hooks, foi perfeita; uma garotinha negra, com um sorriso fofo e seu cabelo caindo em seu rosto, o que faz uma referência ao que o leitor vai ler no decorrer do livro.
A autora preferiu fazer da melhor maneira para o entendimento das crianças, seu público alvo: optou pelos desenhos, muito bem feitos, de diferentes tipos de cabelos crespos, penteados, cortes, acessórios. Usou também uma linguagem fácil de se entender e até popular, para a criança ir se acostumando com tais palavras e saber como usar. Um exemplo é quando a autora diz “Pixaim, sim! Gosto dele bem assim!” Mostrando para a criança que não há do que ter vergonha muito menos preconceito. Todas as crianças, de todas as etnias deveriam ter contato com este livro, para não ter preconceito com o próximo e nem consigo mesmo. 
O livro mostra que dá para se divertir de diversas maneiras com o próprio cabelo, “Cabelo pra pentear, cabelo pra enfeitar, pra enrolar e trançar ou deixar como está.” com o cabelo crespo a beleza é presente em todo e qualquer aspecto. Algumas crianças que tem o cabelo crespo, entram em contato com crianças que tem outros tipos de cabelo e muitas vezes pode se estranhar ou então as outras crianças que não foram criadas com o senso de igualdade e respeito podem acabar estranhando de maneira negativa. 
Dá um aconchego desfrutar da leitura de Bell Hooks, pois pelo menos ao que eu senti ao ler, me coloquei no lugar de alguém que tem o cabelo crespo, me coloquei no lugar de uma mãe lendo para sua filha (seu filho), assumindo uma responsabilidade de educar uma criança de modo que ela cresça naturalizando uma parte de seu corpo que muitas pessoas rejeitam, quando na verdade deveriam sentir orgulho. Se todos os pais lessem este livro para seus filhos, quando pequenos, teríamos um mundo sem o tanto de casos de racismo que existe, sem o tanto de pessoas que passam milhares de química, danificando o próprio cabelo, por sentirem vergonha de ter o cabelo crespo. É uma leitura muito gostosa de se fazer e bem didática. 
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afrobrasilidade · 5 years
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Documento “Meu crespo é de rainha” - Bell Hooks
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Livro: “Meu crespo é de rainha” Autora: Bell Hooks Ilustrador: Chris Raschka Editora: Boitatá Ano de lançamento: 2018 País de origem: Brasil Número de páginas: 32
Foto tirada dia 24 de março de 2019
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afrobrasilidade · 5 years
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Roteiro - Afro-brasilidade
Atividades obrigatórias:
Recente: Quando me descobri negra, de Bianca Santana
Museu: Afro-Brasil 
Disco: África Brasil, Jorge Ben 
Clássico: Gilberto Freyre, Sobrados e mucambos, p. 110-127
Atividades escolhidas:
Livro infantil: Meu crespo é de rainha, Bel Hooks
Vídeo: Doll test - O efeito do racismo em crianças
Disco: Raízes, Negra Li  
Disco: Sobrevivendo no Inferno, Racionais MCs
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