Tumgik
8ightdays-blog · 9 years
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Eight estava com dificuldade de encontrar Seven em meio ao caos. Viu ao longe os professores tentando manter a calma, mas todos os alunos estavam curiosos, querendo saber o que aconteceu. Passou entre esses alunos e não encontrou o irmão, e pensou em desistir. Afinal, Eight podia tentar investigar por conta própria, certo? Mas ela não estava tão confiante assim. Havia encontra um pedaço de pano – e então o quê?  Eight não sabia nem por onde começar.
Ela olhou em volta e não conseguiu nem enxergar Amelia dali, de tantas pessoas que a rodeavam. Estavam tentando leva-la para a enfermaria, e tiveram que empurrar algumas pessoas para conseguirem abrir caminho. Achou que talvez seu irmão estivesse ali no meio das pessoas, mas decidiu procurar em outro lugar antes. Apesar de ter morado sua vida inteira em uma cidade, não gostava muito de multidões. Se não conseguisse andar livremente com sua câmera nas mãos, não se sentia a vontade.
Ela decidiu perguntar para alguém, e chegou perto de um aluno encostado numa árvore, olhando a cena de longe.
- Você viu o Seven? – perguntou. Ele lhe respondeu com um movimento de cabeça indicando um sinal negativo, e ela agradeceu e se afastou. Refez a pergunta para várias outras pessoas, mas todas deram a mesma resposta. Por fim percebeu que não tinha mais escolha a não ser checar onde Amelia estava.
Aquela altura já a tinham levado para a enfermaria, e era pra lá que ia. E foi quando ela o avistou. Ele estava fumando um cigarro, e não pareceu reconhecê-la. Correu em sua direção, aliviada por finalmente encontrá-lo. Quando Eight chegou perto dele, a primeira coisa que fez foi exclamar:
- Finalmente te encontrei Seven! Há quanto tempo, não? – disse ela, sorrindo como uma criança.
Fraternity reunited | 78
Observar era praticamente uma mania de Seven, no meio da virada ele estava no telhado do instituto, sem se importar com o vento ou o frio, ele tinha um moleskine e uma caneta presa na capa do caderno ao seu lado, como se esperasse as palavras chegarem com o vento, alguns autores usavam do álcool, outros de musas inspiradoras, ainda outros usavam das drogas para ter sua inspiração iluminadora. Seven precisava de lugares altos, o alto de arranha céus era preferível, mas lá, no ponto mais alto do Instituto, tinha um efeito tão parecido quanto estar no topo do Empire State Building.
Seven respirou fundo o ar frio e pegou o moleskine o guardando com cuidado dentro da jaqueta. Se levantou e no telhado sem medo de escorregar, não havia problema se ele escorregasse, enquanto não entrasse em pânico ele não poderia cair, apenas apareceria em seu quarto de novo, em perfeita segurança. Era a contagem final para o novo ano que se via, e algo chamou muita atenção de Seven, era uma árvore que fez um súbito movimento além dos demais, e nenhum barulho veio dos alunos que deveriam estar comemorando o ano que chegou.
Seven nem pensou em voltar para o quarto, seguiu para o pátio descobrir o que estava acontecendo, e apenas viu os professores mandando todos se tranquilizarem e que não haveria nada a se preocupar, Seven deu alguns passos na direção do grupo que ia ajudar a garota e os acompanhou, seus poderes não eram úteis naquele momento, mas ele estava morrendo de curiosidades para entender o que vinha acontecendo.
No final não havia conseguido quase nenhuma informação e não queria forçar nada para o lado daquela garota, diferente de outros alunos se recusou a fazer perguntas, ficando com apenas o que ele havia escutado. Ele saiu da enfermaria e tirou o maço de cigarros do bolso junto do isqueiro e puxou um cigarro para si, acendendo-o com uma mão para bloquear o vento.
Em meio a seu caminho, ainda não havia chegado na metade de seu cigarro, quando viu uma silhueta provavelmente feminina vindo em sua direção, ele considerou sair do caminho subitamente, evitar contato e voltar para o telhado pensar sozinho, mas algo em si falou para ficar ali mesmo onde estava.
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8ightdays-blog · 9 years
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Fraternity reunited | 78
Eight andava devagar, sem pressa nenhuma. Apesar do caos, uma verdadeira fotógrafa sabe que a forma mais eficaz de encontrar detalhes em um cenário era ter calma; só assim conseguiria encontrar alguma pista. Mas até mesmo ela estava nervosa com a situação, não conseguindo se concentrar direito. Foi tudo muito inesperado - pessoas agonizando, garotas chovendo do céu… Tudo meio surreal demais, mesmo se tratando de mutantes. Andou por alguns metros, olhando atrás de arbustos e gramas, até que por fim decidiu procurar do alto. Esperava conseguir reconhecer melhor o local com uma visão mais ampla. Foi até a maior árvore de lá e a escalou até o galho mais alto que a suportasse. Não eram muito grandes as árvores dali, mas aquela servia perfeitamente. Olhou pela câmera e deu um zoom. Sua máquina era de última linha, mas ainda assim não gostava de aumentar a tela - tudo tinha que ser natural para a perfeição. Mas, naquele caso, o zoom era bem útil. Ficou um tempo olhando através da lente, completamente paralisada, sem mover um músculo do peito para baixo. Existe sempre uma posição perfeita, e ela encontrou a daquele lugar. Quando ela atinge a pose ideal, ela se esquece de tudo - medo, receio, hesitação - e se concentrava apenas no objetivo de sua mente. Pistas. Muitas coisas estavam diferentes no cenário, mas mais por culpa da festa do que qualquer outra coisa. Aquilo atrapalhava bastante, e as pessoas passando de lá pra cá não ajudavam. Tentou se concentrar ao máximo, mas estava sendo difícil. Por fim, apesar de toda a concentração, nada parecia diferente. Tirou algumas fotos e desligou a máquina. Afinal, havia algo realmente para ver? Encostou o corpo no tronco da árvore, frustrada. Ela até pensou em ir checar a Amelia, a menina que caiu do céu. Eight não era muito boa nisso de interrogar, mas não era apenas por isso que não ia lá. Ela nunca admitiu isso para ninguém, mas tinha um pouco de medo de pessoas relacionadas a poderes psíquicos. Havia tantas imagens na sua mente, paisagens e momentos que duvidava que iria ver de novo. Milhares de perfeitas fotos foram tiradas de todas elas, mas nada se comparava com a própria experiência em si. Teve alguns casos que ela chegou a arriscar sua vida para tirar essas fotos, então tem uma boa cota de experiências-quase-morte, além de muitos ossos quebrados por cair de lugares extremamente altos. Mas nunca se arrependeu, e toda essas aventuras eram queridas demais para se esquecer - por isso temia os psíquicos. Por causa desse medo, as vezes pensava que não era boa o suficiente para estar no instituto, ou no mínimo não era boa o suficiente para estar no nível beta. Todas as pessoas que estavam ali também tinham suas próprias experiências - mas, em sua maioria, eram memórias horríveis que ficariam mais do que gratos de esquecerem. Então, para os outros mutantes do instituto, as “aventuras” dela não passariam de brincadeiras para crianças. Eight sabia disso, e toda vez que pensava nisso ela se sentia péssima. Não que quisesse ter uma experiência traumática, mas odiava ser excluída por isso.  Mas então ela se lembrava do irmão, e era nisso que se agarrava para encontrar um pouco de alívio. Viveu muitos anos longe dele, e reencontrá-lo no instituto foi ótimo. Então, pensar que não estava sozinha a ajudava a relaxar. Eight saiu do seu devaneio e resolveu procurar pelo Seven. Será que ele também estava procurando pistas? Não sabia dizer, mas queria ficar ao seu lado. Ao caminhar pelo lugar a procura do irmão, Eight estancou no lugar. Havia algo pendurado no galho de uma árvore próxima. Pegou sua câmera e se aproximou do tronco para ver melhor. Estava com alguns cortes feitos a faca por algum casal do instituto, com os seus respectivos apelidos com um coração entre eles - mas não foi aquilo que a chamou atenção. Havia algo pendurado em um dos seus galhos, pequeno demais para notar de longe. Estava bem camuflado - o tronco da árvore era tão escuro quanto o objeto em questão, então nunca teria notado se não estivesse passando por ali. Ao se aproximar, finalmente reconheceu o que era. Um pedaço de tecido rasgado. Poderia ser da roupa de qualquer um da festa. Além do mais, talvez nem fosse mesmo de uma roupa, mas tinha que checar. Tirou fotos de vários ângulos, pegou com cuidado o tecido para não apagar o cheiro nem nada do tipo, e saiu em disparada atrás do irmão.
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