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vagabundio · 3 years
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❝ resolver isso de uma vez por todas...❞
@islv • 5 𝘥𝘦 𝘫𝘶𝘭𝘩𝘰 𝘥𝘦 2021, parte da tarde.
Depois das páginas entregues por Jun, Marcellus sabia que não podia mais ficar se esquivando de entrar de cabeça naquela porcaria toda. O garoto tentou ao máximo não se envolver com as questões do anônimo porque o compromisso com aquilo simplesmente não combinava com ele... Mas desde a peça de primavera as coisas mudaram. Alguém estava tentando incriminar Eloise, fazendo pessoas próximas dela pensarem que tinha matado a própria  gêmea. Poderia estar bravo com a irmã, mas ainda assim a conhecia melhor do que ninguém. Sabia que ela estava feliz em descobrir a nova família e tudo o que observou de camarote acontecer na vida dela não podia ser fingimento. Eloise não sabia que Camille existia, isso Mars tinha certeza. 
Então, por que alguém queria que os melhores amigos dela pensassem diferente? Lembrava da garota dizendo que foi embora porque a coisa estava muito pior do que imaginou e que a pessoa em questão tinha muita coisa contra ela. E se essa pessoa, provavelmente a mesma do anônimo, estivesse tentando incriminá-la pela morte de Camille Martin? Precisava descobrir isso, porque apesar de não estarem concordando em tudo, Elo foi sua única família por anos e sempre fez de tudo para cuidar dele. Foi assim que pediu acesso à um contato na delegacia para analisar o processo arquivado, no qual havia as páginas digitalizadas de todos os diários dela. Procurou nas datas indicadas nas páginas fornecidas por Jun durante dias e no restante dos volumes e não encontrou nada. Estava aliviado por estar certo, porém sabia que apenas confirmar aquela informação não era o suficiente; precisava descobrir o por quê dela existir. Jun não estava mais disponível, mas Isla sim e ela tinha sido a outra pessoa que recebeu as mesmas informações. Se aproximou da garota em seu armário. ❝ — Ei, Isla, tudo bem?❞ — perguntou. ❝ — Preciso falar com você sobre o que você e o Jun receberam lá em Paris.❞ — foi direto ao ponto.
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vagabundio · 3 years
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( 📲 mensagem para j. leblanc ): eitaaaaa
( 📲 mensagem para j. leblanc ): tudo bem, anne 
( 📲 mensagem para j. leblanc ): não deve tá sendo fácil... eu sei como é 
( 📲 mensagem para j. leblanc ): só vim te mandar mensagem p dizer que eu n ligo pro que o anonimo falou de vc. td mundo tem suas razõe e ele n tem nada que ficar por aí se metendo na vida e nos segredos dos outros
( 📲 mensagem para j. leblanc ): se precisar, to aqui
( 📲 mensagem para @gngstarters ) : sou mentirosa sim, e daí? E você é só mais um hipócrita que vem me criticar como se nunca tivesse mentido na vida.
( 📲 mensagem para ❔ ) : pardon, eu não vi que era você. errei de chat.
( 📲 mensagem para ❔ ) : eu recebi tanta msg que me perdi. finalmente parece que eu fiquei famosa k
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vagabundio · 3 years
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FLASHBACK.
desde a sua reconciliação com a própria família, a garota tivera diversas oportunidades para se estressar com os problemas alheios, mas que, de alguma forma, eram seus, na medida em que se importava com os envolvidos. o namorado preso, é claro, tinha tomado a maior parte de seus pensamentos, mas a exposição sofrida pelos melhores amigos não passou despercebido, ainda que sua visita tivesse demorado mais do que gostaria para ocorrer. seus lábios curvaram-se em um sorriso gentil ao ser recebida pelo rapaz com uma brincadeira boba, ciente de que era a sua forma de lidar com as tragédias de sua vida. ❛ eu queria ter aparecido antes, mas ser barrada na delegacia pelo meu namorado me deixou meio irritada… ❜ suspirou ao murmurar, mas ela não se alongou no discurso, adentrando o apartamento já tão conhecido. ❛ olha, você sabe que eu jamais te julgaria por qualquer coisa, não é? me falta moral, mas, principalmente, essa história de passar sermão não combina com meu aesthetic ❜ deu de ombros, porque eles já se conheciam tão bem e há tanto tempo que não precisava mais pisar em ovos, nem fingir seja lá o que fosse. ❛ e eu sei que o anônimo já mentiu outras vezes, então… o que ele disse ao seu respeito é verdade? isso começou antes ou depois do penhasco? ❜
Marcellus arregalou os olhos e esqueceu completamente sobre os próprios dramas quando ouviu o que Margot disse sobre Wolfgang. Delegacia? ❝ — Que história é essa, garota? Delegacia, o bonzinho de Cannes? Meu deus, Margot, você namora há duas semanas e já estragou o menino!❞ — exclamou em tom de brincadeira; afinal, esse era seu jeito especial de lidar com as coisas. Internamente, contudo, ficou intrigado e até preocupado. Ele namorou Eloise, afinal, e tinha um carinho pelo garoto. A expressão ficou seria quando a amiga entrou no assunto da mensagem. Sabia que isso ia chegar e apesar de não querer conversar com as pessoas sobre isso, a Dubois não era qualquer pessoa. Tinham passado por muita coisa. O Girard-Dampierre suspirou. ❝ — É parcialmente verdade. Foi antes do penhasco. E ele nem é um detetive! É um novinho que ainda tá na academia de polícia e se ele tem alguma influência lá dentro é sobre o café que vai ser servido ou qual cela monitorar. Prometo.❞ — disse honestamente. Bem que ele queria ter traçado o coroa do Chateaubriand, mas ainda estava meio longe do seu limite de alcance. ❝ — Eu posso ter usado isso depois para ter mais contato com a polícia, tipo quando fui levar os diários. Ele quem me convenceu. Mas nunca nada de mais. Esse idiota não sabe nem fofocar direito.❞ — bufou.
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vagabundio · 3 years
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A aproximação de Jun foi uma surpresa. Ele sempre foi o amigo de Eloise e não dele, e depois que a irmã supostamente morreu, as coisas não ficaram super bem entre eles. Mars não tinha o jeito mais compreensível de tentar superar as coisas e quando Elo foi para a Holanda definitivamente, sua reação não foi as das mais sérias do mundo. Ainda assim, o tom do coreano deu a entender que era uma questão urgente, então se poupou de fazer alguma piada e irritar o outro. Refletiu por longos segundos sobre a proposta de Jun Ho. Cara, ele tava tão de saco cheio com aquela questão! Eloise tinha ido embora, deixado ele ali à própria sorte, deixado os amigos ali na mão de um doido que ainda os caçava. Infelizmente para ele, ainda achava difícil se desvincular da garota. Suspirou. ❝ — Eu queria muito dizer não. Mas considerando os eventos recentes, acho que não posso. É uma merda que a gente tenha que tá no meio disso tudo, mas... Acho que ignorar as coisas vai ser pior.❞ — falou aquilo com muita dificuldade. Marcellus era o tipo de pessoa que vivia no momento e deixava o resto acontecer, e admitir uma coisa daquela era contra sua natureza. Porém, se as coisas continuassem naquele ritmo, mais pessoas que ele gostava seriam feridas... Sem contar ele próprio. O que poderia acontecer se seu segredo exposto tivesse vazado para a polícia? 
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Festa do elenco. Junho de 2021. @vagabundio
“Eu não sei como te dizer isso, cara.” As mãos do coreano foram em direção a nuca, os olhos voltados em outra direção. Sabia o que deveria fazer, só não sabia como. Queria compartilhar algumas de suas descobertas com Mars, porque afinal de contas era o irmão de Eloise, mas como comunicar o que ela tinha feito? Ou o que ela achava ter feito? Nem mesmo Jun era capaz de acreditar completamente naquelas sentenças, seu âmago se revirando com a simples lembrança de ter aquilo em suas mãos. “Eu recebi uma coisa do anônimo em Paris. Umas páginas do diário da Eloise… Eu sei que talvez você não queira saber disso, ou talvez tá se saco cheio, mas acho que você gostaria de saber sobre a Eloise, sobre Camille e a relação complicada que elas tinham.” Disse o rapaz, meio sem jeito ao voltar os olhos amendoados em direção a Marcellus. “Vou entender se não quiser saber.” Deu de ombros, preparando-se para alguma negativa. Não estava afim de estragar a festa de ninguém, porém tampouco queria guardar uma informação importante.
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vagabundio · 3 years
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𝑸𝑼𝑨𝑵𝑫𝑶: 17 de junho de 2021, festa do elenco.
𝑶𝑵𝑫𝑬: semiramis.
𝑸𝑼𝑬𝑴: marcellus & @ameliasauveterre.
❝ — Ei, Rose.❞ — cumprimentou a amiga. Quando foi até a festa do elenco depois de tudo que aconteceu, Mars tinha como único objetivo encher a cara e comemorar o sucesso que foi; porém, pelo visto estava perdendo a habilidade de desligar o restante do mundo e simplesmente sair da realidade sem se importar com os arredores, porque ao ver as discussões dos colegas sobre o anônimo e demais assuntos, o Girard-Dampierre não conseguiu se sentir bem em ignorar tudo. ❝ — Como estão as coisas com você depois de tudo que aconteceu hoje?❞ — perguntou; e com isso queria dizer não apenas a revelação de um novo desdobramento do caso da antiga escola dela que supostamente envolvia os pais, mas também do ex ter sido exposto por algo um pouco pesado.
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vagabundio · 3 years
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𝑸𝑼𝑨𝑵𝑫𝑶: 17 de junho de 2021, festa do elenco.
𝑶𝑵𝑫𝑬: semiramis.
𝑸𝑼𝑬𝑴: marcellus & @margotdbsl.
❝ — Bom, pelo menos dessa vez não fui eu o exposto.❞ — ironizou, enquanto tomava um gole do conteúdo do seu copo e observava o pessoal conversando à distância, acompanhado de Margot. ❝ — Pelo menos o seu namorado se livrou. Achei muito escandaloso do jeito bom. Digno de filme. Até ficaria bravo com ele por roubar o meu show, mas foi de uma qualidade incrível ver como o velhote se ferrou no fim.❞ — admitiu, rindo. E, claro, estava feliz que a Dubois não estava namorando um criminoso, mas isso guardou para ele, já que nunca acreditou em acusação nenhuma. ❝ — O que você tá achando desse povo todo aí?❞ — indicou o pessoal mais à frente. Marcellus sabia que era importante derrubar o anônimo, porém não sabia como podia ser útil, não sabia nada sobre isso e nem tinha inteligência o suficiente para planejar algo.
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vagabundio · 3 years
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Marcellus era um homem de muitos pontos fracos, infelizmente para ele. Ainda, o garoto também não era o melhor em resisti-los; mesmo assim, tentava naquele momento não ficar tão distraído pelo fato de tudo o que queria era procurar uma festinha e encher a cara de diversas substâncias duvidosas. A notícia das faculdades e o arquivo recebido por Eloise e Cédric, entretanto, eram empecilhos para aquilo. Essas duas coisas não saiam da sua cabeça e como um idiota ele se agarrava à esperança de que talvez sua vida não tinha ido por água abaixo se ele só se ajeitasse um pouquinho. E para isso não podia beber. Quando a vontade bateu muito forte, Mars em um ímpeto saiu do apartamento e foi caminhar pelas ruas de Cannes. De início achou uma ideia idiota, porém o ar fresco realmente ajudou. Isso até a lamborghini preta conhecida de Andrea encostar ao seu lado na calçada e desperta-lo de seus pensamentos. Encarou o ex com tom questionador. ❝ — Uma carona. Valeu, mas eu não tava indo pra nenhum lugar específico. Só to... Andando por aí.❞ — explicou. Podia se fazer de difícil, mas quando o assunto era o Della Rovere, aquela coisa de ponto fraco também entrava em ação. Velhos hábitos são difíceis de quebrar. ❝ — Pra onde você tá indo?❞ — perguntou, curioso.
Depois da liberação dos segredos
Ruas de Cannes
Andrea e @vagabundio
Andrea sentia-se frustrado e talvez um pouco irritado. Não era comum vindo do rapaz que estava sempre de alto astral, flertando e se divertindo. A noite não havia sido boa e relaxante como deveria ter sido e agora teria que procurar uma maneira de fazer novamente. Os planos, no entanto, ficariam em stand by por um momento já que, ao avistar Marcellus, outras coisas vieram a mente. Quem sabe não poderiam se ajudar de alguma forma? Assim que o sinal abriu, o rapaz encostou a lamborghini perto da calçada e baixou o vidro para conseguir ser ouvido. "Quer uma carona? De brinde você ainda ganha uma bela companhia."
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vagabundio · 3 years
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vagabundio​ • flashback
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diante das palavras de marcellus, uma risada espontânea e melodiosa ecoou pelo cômodo. quando tornou ao se aproximar dele com a nova garrafa em mãos, ergueu o queixo, os olhos azuis encontraram os castanhos do mais alto ao que a risada dava lugar a um sorriso sugestivo. — ❝ ah… então quer dizer que agora vai confiar na minha criatividade. ❞ — não era uma reclamação velada, apenas uma brincadeira. longe dela querer discutir o outro tipo de relação que tinham naquele momento.  — ❝ que bom que tenho a noite inteira então para pensar em um jeito de te recompensar, então… ❞ — fez uma breve pausa, estava atrás dele enquanto o observava manusear a garrafa com cuidado. o sorriso se fez por aumentar enquanto o ouvia falar sobre o vinho. a bebida refinada era um dos interesses que compartilhava com o rapaz, inclusive possuía uma adega no apartamento. inclinou-se de modo a aproximar do ouvido alheio, para que pudesse anunciar em um sussurro: — ❝ a menos que você queira que eu faça isso agora, porque um gostoso que entende de vinhos merece muito mais que uma avaliação máxima. ❞ — brincou ao que deslizava as mãos sobre os ombros dele e então se afastou quando escutou o pedido do saca rolhas. em uma das várias gavetas da cozinha, as quais holly já tinha decorado qual abrigava o quê, pegou o saca rolhas requisitado e um dosador, colocando ambos sobre a bancada. uma risada baixa e suave se fez presente porque tinha que dar créditos ao quanto o girard-dampierre conseguia ser um cretino. e não era como se ela não gostasse.  — ❝ tem certeza? ❞ — perguntou ao encarar o rosto masculino novamente com confusão e inocência exageradas, quando estava próxima o suficiente para acariciar o braço dele, deslizando os dígitos até que alcançasse a mão livre do garoto. já que a outra segurava a garrafa de vinho. — ❝ minhas boas maneiras sempre me levaram a acreditar que deveria ser o inverso. você é meu convidado e tenho a obrigação de te deixar confortável e satisfeito, por exemplo, pergunto se posso te oferecer alguma coisa e você responde sim ou não. ❞ — disse em um tom quase despretensioso enquanto direcionava a mão de mars para a fita delicada que fechava seu robe de seda. em, em nenhum momento, deixar de sustentar seu olhar. com um sorriso sacana: — ❝ e então, posso te oferecer alguma coisa? ❞
Marcellus riu para Holly; era verdade, criativamente eles tinham um embate épico, mas no fundo ele sabia que era uma provocação mútua. Ele sempre respeitaria a opinião dela porque sabia que ela era mais do que competente. Ainda assim, não respondeu porque preferiu focar na parte mais interessante da conversa. O sorriso malicioso foi indispensável ao ouvir o sussurro da loira e, logo em seguida, identificar o jogo de sedução dela. Era por isso, entre outras coisas, que a Cotillard era uma das suas pessoas preferidas para passar o tempo. Colocou a garrafa de vinho cara em cima da bancada e deixou a mão ser guiada por ela pelo robe. ❝ — Você pode me oferecer mais do que uma coisa. Mas eu sou ruim com palavras, e também educado o suficiente pra não repetir o que eu tô pensando agora em voz alta. Então...❞ — iniciou e então ouviu-a delicadamente pela cintura, deixando-os a pouquíssimos centímetros um do outro. ❝ — Tenho certeza que você vai saber me deixar bem confortável.❞ — sussurrou enquanto colocava uma mecha do cabelo loiro atrás da orelha dela e cessava a distância entre os dois, selando seus lábios no dela.
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vagabundio · 3 years
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future? what future?
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HEADCANONS DO FUTURO DO MARCELLUS porque se fosse pov ia acabar nele enchendo a cara ou usando drogas e já chega né meu filho tome tento
Marcellus evitava pensar no seu futuro; pior, tinha pânico de viver em qualquer momento além do presente. Ainda assim, desde que Eloise foi embora e ele descobriu a verdade sobre seus pais adotivos, pouca coisa atraia-o a ficar no velho continente. O garoto sabia que seu passaporte para longe dali era a faculdade, porque pelo menos poderia justificar a si mesmo e aos demais a ausência. E por mais que odiasse admitir, toda aquela merda dita pela irmã sobre se encontrar e ser feliz se reinventando agora parecia querer se instalar em seu cérebro como uma maldita praga.
Mars enviou aplicações para NYU, USC, UCLA e Columbia através de um script que trabalhava há anos. Por mais que amasse os instrumentos musicais e fosse sério sobre a Devil's Advocates, escrever sempre foi sua paixão. Só que não se achava bom o suficiente para conseguir passar em faculdades daquele porte, a menos que pedisse para os pais comprarem sua vaga (não seria difícil para os pilantras). Por isso a surpresa foi grande ao descobrir que as quatro disputavam a sua preferência. Ele ficou bastante emocionado com isso e começou a considerar de verdade não ser um inútil que pensou ser a maior parte da vida.
No fim das contas, Mars escolheu a UCLA; morar em Los Angeles era um sonho particular há muito tempo. Depois de um tempo ele acabou conseguindo parcerias com variados serviços de streaming vendendo seus scripts, que viraram séries e filmes produzidos por essas plataformas. Mais adiante ele realizou seu sonho de ser produtor e diretor. Nas horas vagas ele ainda se arriscava a colocar a Devil's Advocate para tocar seja lá onde estivesse.
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vagabundio · 3 years
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𝑸𝑼𝑨𝑵𝑫𝑶: 29 de maio de 2021, depois da exposição do segredo.
𝑶𝑵𝑫𝑬: apartamento do marcellus.
𝑸𝑼𝑬𝑴: marcellus & @hollvcrap. 
Depois de ver a mensagem enviada pelo anônimo, Marcellus desligou o telefone e tomou a decisão de não ligá-lo até que... Bom, sei lá, até que precisasse chamar uma ambulância ou algo do tipo. Não queria ver comentários alheios, nem a curiosidade das pessoas e muito menos seus amigos vindo lhe perguntar se está tudo bem, porque estava farto de ser o cara que todo mundo olha daquele jeito e usa aquele tom para perguntar coisas. Mais do que nunca, Mars só queria que existisse um botãozinho que o permitisse colocar tudo em pausa e não viver ou existir por uns dias. Sabia que isso não era realidade, mas conhecia algo que podia ter quase o mesmo efeito, mesmo que por um tempo menor do que gostaria. Correu até o quarto, mas ao abrir a sua gaveta ele encontrou o tubo de Xanax vazio. ❝ — Mierde.❞ — xingou, jogando o recipiente no chão. Bom, pelo menos ainda tinha o vinho e isso ele sabia que nunca estaria em falta ali no apartamento. Foi até a sala e tinha acabado de tirar uma garrafa da adega quando ouviu a campainha. Ficou irritado; como ousavam interomper o seu colapso nervoso? Foi até o olho mágico para espiar e ficou surpreso ao ver Holly Cotillard. Não esperou nem um segundo para abrir a porta. Era bom ver o rosto dela, até aliviante, porém Mars não era o melhor com sentimentos ou palavras, então só fez o que geralmente fazia: ❝ — Se está procurando um contato na delegacia de polícia de Cannes, veio ao lugar certo.❞ — o que ele podia fazer se mascarava todas as suas emoções com piadas sem graça? Zombar de si mesmo era seu mecanismo de defesa mais poderoso depois de escrever. Então notou que ainda segurava a garrafa e a ergueu para que a loira pudesse ver. ❝ — E, bom, você talvez tenha vindo em uma boa hora. Posso te retribuir o favor de Paris.❞ 
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vagabundio · 3 years
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Marcellus não ia para a Truffaut naquele dia, mas se amaldiçoou quando notou que tinha deixado seu estoque no próprio armário como um adolescente imaturo de quatorze anos. Mas a quem queria enganar? Mesmo que fosse pego, nada ia acontecer com ele de verdade. Por isso que era tão divertido. Com óculos escuros e uma touca porque estava de ressaca e não queria que ninguém o parasse para conversar, Mars fazia o caminho do corredor até os armários quando ouviu a voz de Ludovic. Com essa loucura toda que aconteceu, o Girard-Dampierre tinha esquecido da notícia que abriu o fim de semana catastrófico: o pai de Ludo tinha desaparecido. Talvez devesse dar privacidade a ele, mas escutar foi inevitável e, quando se deu por conta, o Seltz já tinha notado sua presença. ❝ — Desculpa me intrometer onde não devia. Deve ser de família.❞ — tentou a piada, fazendo referência à Eloise. Ele ficou tentando escolher as palavras para falar, mas caiu em silêncio por alguns segundos. Eles dividiam a banda e Mars o chamou muito para provocar Castiel, mas depois disso ele acabou gostando mesmo de Ludovic, por mais certinho e puritano que ele fosse. ❝ — Você quer sair daqui? Sua cara... Quer dizer, você é bonito, Ludo, mas não acho que devia ver outra aula ou fazer uma extracurricular, vai sugar toda a vida das pessoas na sala.❞ — o jeito mais fácil que o garoto conhecia de consolar as pessoas era usando o humor. Só que talvez elas precisassem de mais de vez em quando. ❝ — Como filho de pessoas difíceis de lidar, eu entendo.❞ — confessou finalmente, um pouco sem graça.
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quando: trinta e um de maio, tarde.
onde: uma sala vazia de truffaut.
quem: @gngstarters​
com semblante visivelmente consternado, ludovic caminhava de um lado para o outro enquanto falava ao telefone. na verdade, enquanto tentava se comunicar com seu pai de alguma forma. sabia que era uma vã tentativa, porque à essa altura o mais velho já devia ter se livrado do celular para evitar ser rastreado pela polícia. porra! ludovic praguejava em pensamento. estava agitado e as repetidas vezes em que passava a mão livre pelos fios castanhos era um sinal da sua crescente ansiedade. mais uma vez, direto na caixa postal. dupont suspirou, apertando a ponte do nariz com o indicador e o polegar da mão livre. as palavras ditas após o bipe, eram todas ditas em português em um sussurro exaltado. — ❝ pai… sei que você não vai atender, nem sei se está com o seu celular mais. na verdade, se você está fugindo mesmo é melhor que não esteja com o seu celular. ❞ — maneou a cabeça para os lados, um tanto descrente. o desaparecimento de baptiste não era nada bom. ele tinha um acordo, puta merda, tinha um acordo com a justiça que reduziria sua pena e agora… ele tinha se livrado da tornozeleira eletrônica e desaparecido do mapa. — ❝ aliás, foi uma atitude burra e impensada porque a mídia vai te comer vivo. o juiz do caso vai te comer vivo. todo mundo vai te comer vivo, porra. e sabe o que isso faz de você? um egoísta desgraçado que enfiou a máxima de que “família é tudo o que a gente tem” você sabe onde. ❞ — xingou em tom colérico, mas também havia a possibilidade dele não ter fugido. estava brincando com pessoas poderosas, que tinham ainda menos escrúpulos e que… respirou fundo, agora com a voz um tanto embargada, mudando de tom e em francês:  — ❝ só… sei lá, se você escutar esse recado dá um sinal de que está vivo tudo bem? volta pra casa, a gente vai dar um jeito nessa merda. você já assumiu sua parcela de culpa, a consciência ‘tá limpa e a justiça está sendo feita. ❞ — murmurou em uma súplica e, ao erguer a cabeça percebeu que estava sendo observado.  — ❝ uh… me desculpe por isso eu só estava… ❞ —  se desculpou com um olhar apologético enquanto apontava pro celular que acabava de desligar. 
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vagabundio · 3 years
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𝑸𝑼𝑨𝑵𝑫𝑶: 30 de maio de 2021, à noite.
𝑶𝑵𝑫𝑬: apartamento do mars.
𝑸𝑼𝑬𝑴: marcellus & @margotdbsl.
Marcellus acordou no dia seguinte à exposição do anônimo desejando que tivesse sido um sonho idiota e de mal gosto. Por algum tempo foi fácil se convencer disso, afinal, viver sozinho tinha a vantagem de não ser incomodado pelas pessoas. Se ele e Eloise vivessem juntos ainda, era provável que teria acordado com socos na porta do quarto dela querendo saber o que tinha acontecido de verdade. O único jeito que Mars conhecia para esquecer e superar as coisas era bebendo e por isso ele não mediu muitos esforços para começar, mesmo que ainda fosse cedo. Depois disso, sentou-se no sofá e passou o dia inteiro, entre outras coisas, encarando a tela do celular pensando se deveria contar a quem a fofoca dizia respeito sobre o caso deles não ser mais tão secreto. Mas que bem faria? Se o anônimo quisesse mesmo ir para a polícia, já teria feito isso. Mais que isso seria agir como um adolescente e, por mais que teoricamente ele fosse, não gostava de soar como um em nenhum momento. Foi interrompido com uma batida na porta à noite e, já meio para lá do que para cá, o Girard-Dampierre abriu a porta e se deparou com Margot. Ficou aliviado. ❝ — Fico feliz que sua recém condição de casada não te impede de me visitar.❞ — brincou; ele era assim— se algo sério acontecia, não ia medir esforços para colocar um pouco de humor na coisa. Deu um passo para o lado para que a amiga entrasse no apartamento e então se jogou no sofá novamente. Com a Dubois era mais difícil fingir que as coisas não o incomodavam porque ela o entendia como ninguém. ❝ — Bom, se você tá aqui quer dizer que não foi só um pesadelo.❞ — falou, suspirando logo em seguida.
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vagabundio · 3 years
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𝑸𝑼𝑨𝑵𝑫𝑶: 31 de maio de 2021, algum momento do dia.
𝑶𝑵𝑫𝑬: truffaut.
𝑸𝑼𝑬𝑴: marcellus & @ameliasauveterre.
Mars não foi para a aula na segunda-feira. Anteriormente achava que não tinha mais vergonha na cara para perder, mas também até então o anônimo tinha o deixado em paz. Depois de sua confissão em vídeo vazada da cápsula do tempo, o garoto começou a pensar que nada mais poderia queimar ainda mais seu filme, que nunca foi lá muito bom, mas definitivamente se enganou. Gostava de pensar em si mesmo como alguém destemido e sem vergonha, porém aparentemente nem todo mundo consegue ter essa frieza. A batida na porta foi uma surpresa, porque a maior parte das pessoas que conhecia provavelmente ainda estava na Truffaut; ainda assim, ele não era referência alguma, porque estava com uma ressaca horrível e nem ao menos sabia que horas eram. Grunhiu e se levantou da cama quando a batida insistiu, esperando que fosse apenas algum vizinho pedindo uma xícara de arroz ou algo assim, trivial. Foi um alívio ver o rosto familiar de Amelia. ❝ — Rose.❞ — cumprimentou, seguindo a tradição de segundos nomes entre eles. Afastou-se para deixar ela entrar. ❝ — Achei que fosse um vizinho inconveniente. Ou a polícia.❞ — ironizou. Apesar do tom debochado, ele ficou muito tempo sem dormir pensando se aquela informação manipulada do -E seria vazada de alguma forma.
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vagabundio · 3 years
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𝑸𝑼𝑨𝑵𝑫𝑶: 25 de maio de 2021, algum momento do dia.
𝑶𝑵𝑫𝑬: apartamento do mars.
𝑸𝑼𝑬𝑴: marcellus + @houssie.
Não adiantava. Por mais que Noëlle fosse um crânio e tentasse fazer Mars focar na matéria, a mente dele voava bem longe disso. Esse seria seu normal, porém naquele dia tinha um motivo específico: a sua pequena chamada de vídeo com Eloise e os arquivos que Cédric o enviou logo após. Não tinha lido além do seu nome e o título “TERMO DE RESPONSABILIDADE DE ADOÇÃO”, mas também não teve coragem alguma de apagar a conversa. Queria seguir em frente sem se preocupar com seu passado, mas (e isso era difícil para ele admitir, especialmente agora depois de tudo) e se Eloise estivesse certa? E se esse fosse seu caminho para a felicidade? “E se a sua irmã é uma doida desconectada com o mundo real, que sempre viveu em uma bolha rosa e pensa que a vida é uma novela que merece arcos com início e fim? E se sua mãe era apenas uma coitada com drogadição e os Girard-Dampierre no fim são anjos e você tá vivendo o melhor do que pode?”, adicionou à si mesmo. Antes que pudesse se responder, notou o olhar da Houssière fixado nele, como se esperasse alguma resposta. ❝ — Ahn, tangente. Cosseno. Delta? Aparelho digestivo? Revolução Francesa? Não sei.❞ — respondeu, suspirando.
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vagabundio · 3 years
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"ELO 🧚🏻‍♀️" QUER INICIAR UMA CHAMADA DE VIDEO COM VOCÊ
A mensagem foi acompanhada de toda aquela fanfarra da vibração do celular. Era domingo e Marcellus fazia o seu ritual dominical: encarar o teto com uma dor de cabeça insuportável na esperança da ressaca ir embora por conta própria (não precisava nem dizer que sempre perdia). Olhou para o celular com assombro, o coração pululante enquanto tentava decidir se era um sonho, visão ou não.
Ele acabou se rendendo e aceitando a chamada. Eloise estava do outro lado da tela sorridente, e mesmo que sentisse a falta da irmã, Mars não retribuiu; em primeiro lugar porque ainda estava bravo com ela e em segundo porque aquela ressaca era mesmo dos diabos. “Goedemorgen, Mars!¹”, foi sua saudação. Ele permaneceu impassível. ❝ — Não sei que língua é essa e tô ressacado demais para tentar entender.❞ — respondeu, dando de ombros. Sabia que estava sendo duro com ela, mas Marcellus achava que estava no seu direito de irmão magoado. “Algumas coisas nunca mudam”, devolveu Elo. Por algum motivo isso o deixou ainda mais irritado. ❝ — Ótimo, você ligou para continuar me enchendo o saco mesmo em outro país.❞ — disse amargamente. O sorriso da garota sumiu. “Eu só queria ver como vocês estão”, sua expressão murchou enquanto ela continuava. Mars bufou. ❝ — Quem é ‘vocês’? Espero que não esteja falando dos seus ‘amigos’, porque claramente se você se importasse com isso, não estaria na Holanda agora.❞ — disse, venenosamente. Não se importava se iria machucá-la ou não, Lou tinha perdido o direito de saber daquelas coisas quando fugiu. “Eu achei que umas semanas iam servir para você entender melhor meu lado, mas vejo que não adiantou”, concluiu, balançando a cabeça. O Girard-Dampierre se ajeitou na cama. ❝ — O que você achou que ia acontecer? Que você ia fugir sem dar explicações e ia ficar todo mundo aplaudindo?❞ — questionou incrédulo. “As explicações vão vir, mas não agora. Eu já te disse”, prosseguiu ela. Antes que ele pudesse acrescentar, a garota suspirou. “Como você está? Pessoalmente?”, adicionou, parecendo preocupada. Ele odiava esse olhar quando era dirigido pessoalmente, pela tela do celular era enervante. ❝ — Hm, deixa eu ver. Vejo meus pais na mesma constância que vejo o Papai Noel, minha irmã fugiu para a Holanda com um doido que ‘tava espiando todo mundo há uns meses e mais recentemente um maluco soltou um enigma no meio da feira na Uni d’Harcourt falando que um outro doido provavelmente quer nos matar. So, super fucking great.❞ — cuspiu tudo aquilo com raiva. 
Viu a expressão de Eloise mudar. “Uni d’Harcourt? O que você estava fazendo em Paris? Quem se aproximou de você?”, era visível a mudança de postura dela, que agora parecia ainda mais preocupada e com os olhos arregalados em surpresa. Mars deu de ombros. ❝ — A gente foi visitar as feiras das faculdades. Eu não sei quem era, ele só chegou e me deu um papel com a ficha de um Blaise não sei o que, escrito ‘cuidado”. A coisa toda é uma palhaçada.❞ — deu de ombros, irritado ao lembrar da ocasião. Tinha concluído algumas coisas daquele encontro, mas não quis adentrar em detalhes com Eloise. “Mars... Você precisa tomar cuidado. Quando falamos da Université d’Harcourt, tem algumas pessoas que você precisa evitar. Você lembra o que eu te disse antes de ir? Eu... Não posso adentrar muito, mas por favor não volta para lá enquanto tudo isso não for resolvido. Aquele lugar tem muita gente perigosa”, aconselhou ela. Ele não se comoveu. ❝ — E quando é que isso vai se resolver, Eloise? Porque eu tô cansado das palavras e promessas vazias. Você nunca fala nada com nada e eu tô com cada vez menos paciência pra isso.❞ — falou com raiva. “Eu sei, mas eu faço o que eu posso. E nem foi por isso que eu liguei. Eu...”, a irmã hesitou. “Liguei porque queria contar que Amsterdã é um ótimo lugar. Meus pais, os biológicos, já vieram aqui algumas vezes e...”, Mars não acreditava que estava escutando aquilo, então apenas a interrompeu.  ❝ — E por que diabos você quer me falar isso? Para esfregar na minha cara que você tá feliz com a sua família? Porque eu não ligo.❞ — o tom agressivo guardava toda a mágoa que já vinha acumulando, juntado ao ressentimento dela estar feliz com outra família. “Sempre nos contamos tudo...”, começou ela, mas novamente Marcellus não a deixou concluir. ❝ — Isso quando a gente era irmãos. Agora você tem outro para poder contar. De sangue.❞ — a última palavra foi como mastigar algo amargo. Eles nunca foram irmãos de sangue, mas agora era ainda pior, porque ela nem ao menos era filha dos seus pais adotivos. Eram dois estranhos que compartilharam alguns anos juntos. Ao pensar nisso, Mars sentiu um nó se formar na garganta. 
Ele não conseguia mais suportar ver a felicidade da irmã; podia ser mesquinho, mas era demais para ele. ❝ — Tá, to indo. Tchau.❞ — falou, se preparando para apertar o botão de encerrar a chamada. “Mars, espera, por favor!”, implorou a garota. Marcellus não queria mais continuar conversando, mas algo dentro dele o fez esperar. Ficou encarando a tela esperando. “Eu queria dizer que você também pode. Ser feliz, quer dizer. Eu sei que não foi nada fácil crescer com os pais que a gente teve, mas se essa não era minha única opção, a sua também não é. Nunca foi! Você sempre teve o privilégio de saber que não era filho deles. E eu posso te ajudar.... O Cédric...”, continuou ela, mas isso fo demais para ele. O privilégio de saber que não era filho dos Girard-Dampierre? Puta que pariu. ❝ — É uma ótima coisa que você tá na Holanda agora, Eloise, porque pelo menos posso manter meu réu primário. Se você acha que foi um privilégio crescer sabendo que eu não pertencia à minha família, então você é ainda mais descolada da realidade do que eu pensava. Não me liga de novo, eu não vou atender.❞ — disse asperamente, encerrando a chamada. Foi por pouco que não jogou o celular na parede. No lugar, apenas jogou-o em algum lugar no meio das cobertas. Como podia ser tão cego quando se tratava da irmã? As pessoas há tempos reclamavam que ela era metida, enxerida e agia por motivos completamente egoístas, porém nos olhos de Marcellus ela era um anjo. Doía olhá-la da forma que todo mundo fazia, mas pelo menos não estava mais se iludindo. Sim, existia alguém que nasceu com privilégios naquela família, e com certeza não foi ele.
Um bipe o tirou dos pensamentos ferozes contra a irmã adotiva. Querendo extravasar a raiva e pensando que pudesse ser algum contatinho ou algum tipo de festa, Mars procurou o telefone. Ao em vez disso, apenas encontrou mais ódio ao ler o que a tela exibia.
CÉDRIC MARTIN LHE ENVIOU TRÊS ARQUIVOS.
Clicou no primeiro documento e notou, como um soco no estômago, que se tratavam dos seus papéis de adoção. ❝ — Puta que me pariu.❞ — exclamou. Aqueles dois tinham ido para outro país há milhas de distância e ainda não o deixavam em paz, tentando revirar a sua vida e deixá-lo ainda mais doido do que o normal. Mars digitou obscenidades três vezes e gravou um áudio de cinco minutos xingando todas as gerações dos Martin, porém não enviou nada. Pensou em bloquear o contato e apagar a conversa, mas também não conseguiu. Alguma coisa o chamava ali. 
“Você também pode ser feliz”, tinha dito Eloise. Felicidade era um conceito abstrato para ele, tão distante quanto a irmã agora ou quanto os pais durante a vida toda. Estava óbvio para o Girard-Dampierre que precisava ignorar aquilo e seguir sua vida. Nada de bom viria em revirar o passado. Se ele foi adotado, quer dizer que sua mãe biológica não o quis e ponto. Por que ele iria querer mais um motivo para encher a cara? Quantas famílias biológicas de crianças adotadas acabavam por serem lindas, acolhedoras e dignas de redenção? Já não tinha traumas o suficiente para uma vida inteira? Sim. O melhor era ignorar aquilo. Mas os “e se...” não o deixaram dormir pelos próximos dias.
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vagabundio · 3 years
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FLASHBACK.
Revirou os olhos ao ouvir a fala do amigo. “Você é tão dramático! Já te disseram isso?” Clémentine sabia que sim, mas não custava nada relembrá-lo que realmente tinha nascido para essa área. Seu coração estava disparado quando Marcellus finalmente pegou o seu roteiro. Estava nas mãos dele. Nas mãos de outra pessoa e não dela. “Hã?” Perguntou ao ouvir de fundo que ele tinha perguntado alguma coisa. Seu cérebro demorou alguns segundos para processar a pergunta. “Então… Você sabe que eu estou fazendo estágio em um set de filmagens, não é?” Ela lembrava de ter contado para ele. Na verdade, Clem achava que todos da Truffaut sabiam disso de tão entusiasmada que ela ficou. “Eu quero mostrar meu roteiro para o diretor. Sabe, como quem não quer nada?” Clémentine de fato queria alguma coisa, por mais que se negasse e tentasse manter suas expectativas baixas. Um feedback positivo. “E eu queria que você fosse meu beta reader e primeiro crítico. Acho que eu com certeza aceitaria melhor suas críticas primeiro do que a de qualquer outra pessoa.” Ela sorriu tentando passar segurança. “Sério, pode pegar pesado. Mas, não tão pesado. Porque…” Mexeu no seu anel de bola de cristal no dedo anelar em visível sinal de nervosismo. E então, levantou a cabeça para encarar o amigo novamente. “Eu quero estar preparada, entende?”
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❝ — Sempre. Minha mãe me disse pela primeira vez quando eu tinha uns três e desde então é constantemente, por todo mundo. É um dom, na verdade.❞ — brincou, piscando para a amiga. Voltou a atenção para Clémentine; ela parecia nervosa em estar fazendo aquilo e Mars entendia melhor do que ninguém. Assentiu quando ela mencionou o estágio, se lembrando que a loira havia contado sobre. ❝ — Uau, Clém, é uma honra. De verdade.❞ — agradeceu honestamente, encarando-a. A Agreste sempre o ajudou muito sem mesmo saber e seria incrível poder retribuir isso agora. Duvidava que algo que viesse da espanhola pudesse ser ruim ou mesmo ordinário, portanto tinha certeza de que seja lá o que estivesse segurando, era uma obra de arte. ❝ — Eu duvido que você vai precisar se preocupar tanto. Clém, você é uma escritora incrível. E uma das pessoas mais únicas e criativas que eu conheço. Eu vou ler e tratar o seu manuscrito como ele merece e prometo ser o menos imparcial possível... Apesar de já ter começado errado.❞ — contou, rindo ao constatar aquela verdade. O que ele podia fazer se só possuía elogios à tecer sobre a amiga? ❝ — Quer me contar sobre o que é, antes de eu ler?❞ — questionou.
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vagabundio · 3 years
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❝ e quais são as formas de pagamento aceitas? receio que não tenho nenhum dinheiro em espécie aqui. ❞ — ergueu uma das sobrancelhas, curiosa para saber qual seria a resposta de marcellus. porque ele era completamente imprevisível e era justamente essa imprevisibilidade, ignorados todos os outros inúmeros pontos positivos, que a mantinha interessada. como o fato dele ter aparecido ali uma hora mais cedo quando ela sequer sabia se ele realmente iria aparecer ou arrumaria outro programa no meio do caminho. — ❝ a extravagância é a mesma, sim. mas considero minha estética mais refinada. ❞ — os lábios se curvaram em um sorriso ladino em agradecimento pelo elogio. uma vez na cozinha, resgatou duas taças da cristaleira e as colocou sobre a bancada de madeira. pegou a garrafa da mão de marcellus. — ❝ vou colocar esse pra gelar, ❞ — anunciou ao que abria a geladeira e substituía a garrafa em sua mão por outra.  — ❝ et voilá. vou deixar você fazer as honras! ❞ — estendeu a garrafa de volta para ele.  — ❝ bom, sinto em informar que seu tempo está meio que escasso. ainda preciso trocar de roupa. ❞ — gesticulou, mostrando o robe de seda.  — ❝ então sugiro que você escolha com sabedoria como aproveitar essa meia hora, quarenta minutos, talvez? ❞ — sorriu.
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❝ — Tenho certeza que você vai conseguir pensar em um jeito criativo de recompensar esse pobre perdido.❞ — brincou. Quando se tratava de flerte, Marcellus era qualquer coisa menos óbvio ou apressado. Ele e Holly já conheciam um ao outro e mesmo que não fossem capazes de prever em totalidade o que seria feito por ambos, ele tinha certeza que a loira conhecia seu estilo. Assistiu-a enquanto pegava as duas taças e colocava a garrafa trazida na geladeira. O garoto pegou a garrafa nas mãos, admirando-a. Mars aprendeu cedo a apreciar a bebida, especialmente o vinho. ❝ — Lafite Rothschild. Tabaco e chocolate amargo, frutas vermelhas e cassis, pimenta-preta. Ótima escolha.❞ — elogiou. Com o passar dos tempos, o Girard-Dampierre se tornou expert no assunto, quase um sommelier. Poderia ser considerado extravagante e promíscuo, mas ninguém poderia dizer que lhe faltava classe. Fez questão de manipular o conteúdo com muito cuidado, quase como se fosse inestimável. ❝ — Saca rolhas?❞ — questionou, porque não achou nenhum à vista. Em seguida, as sobrancelhas foram arqueadas diante do comentário da Cotillard, que fizeram os cantos dos lábios de Mars erguerem-se. ❝ — Dá pra fazer muita coisa em quarenta minutos, sabe, principalmente com seus trajes especiais.❞ — observou, olhando para o robe de seda com um sorriso divertido. ❝ — Mas você é a anfitriã e eu seu mero convidado, então hoje eu faço as suas vontades, danço a sua dança. Meus pais me deram educação. Mais ou menos.❞ 
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