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#velejando
inutilidadeaflorada · 3 months
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Ethos, Imagens e Doutrinas
Mitigado na ponta do delírio Acusei meus três juízes Por atear premissas e romarias Para dentro dos meus olhos
Há um limite trilhado por feridas invisíveis Não vou abandonar o caminho que provoquei Por puro ego, mantenho-me alheio A cada uma das consequências
O sol é cítrico, corroendo A vis deliberações de barqueiros Velejando no meu sangue Atrás de qualquer resqúicio
A pontes foram queimadas Antes mesmo de conhecê-las Afasta-me com as mãos Renda-me entre os cílios
A lacuna que me chama É uma assombração impossível Não me pertenço a nenhuma ocasião A não ser a estórias fúteis de desamor
Perdão, tudo é particularmente igual Eu não sei o futuro, mas posso barganha-lo Eu não conheço meus antepassados Mas posso inventa-los ou presumi-los
Adequado ao tempo histórico laico Eu amo as multidões que me mancham Ao projetar seus delitos em minha ingenuidade Tão útil a habilidade de comer vaias e aplausos
Eu mesmo, o monstro surgido do teatro Naturalmente idílico, ainda de oratória tênue Advertindo circos e paraísos refratários Para cada verso, vocês que dissequem os significados...
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refeita · 8 months
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i see right through me
a vida me ensinou a ser vazia às vezes, antes que pudesse entender que fui cheia. volto no tempo velejando em memórias que me são caras morrendo de medo de esquecer os rostos, esquecendo vez por outra. tenho em mim as digitais de todos aqueles que se foram, para longe ou para outro plano, cheia de calor humano alheio. não o meu. as pessoas me olham e tenho medo que vejam o que a solidão faz com uma menina sem mãe, a menina que jogou terra sobre o último sinal de amor primordial sem derramar mais que uma lágrima. guardei minhas cascatas para o privado, para quartas-feiras cinzentas depois que todos já haviam ido embora e só restava eu e meus próprios braços envolvendo o corpo. as mãos frias, os pulmões cheios de ar e a mente desligada. é um trabalho diário construir em sua homenagem enquanto tento destruir as amarras que me ensinou a ter, produzir uma herança maior que a dor e o sofrimento vindo de alguém que tinha os olhos carinhosos mais quentes que conheci. os anos se somam no calendário e não lembro mais como era ter sua presença em casa. pintamos as paredes, mudamos os lençóis e trocamos as janelas; fugimos de lembrar do que doía no fundo da alma, mas agora nos afasta de rememorar o que esvanece com o tempo. não lembro mais seu timbre, ainda que consiga imitar sua caligrafia tão parecida com a minha. não sei mais o que diria frente as situações porque se foi quando ainda era uma menina assustada, não me viu virar uma mulher aterrorizada pela perspectiva de não ser o que você gostaria que eu fosse. me recuso admitir em voz alta que é pesado carregar todos esses vazios que silenciam o mundo, não ouso dizer em prosa alguma que nas paredes das minhas ruínas estão gravadas suas palavras passadas. eu me esforço para não ser só uma menina sem mãe, mais uma moça perdida na estação central olhando a porta se abrir, para não ser sozinha entre aqueles que querem abraçar minha alma. entretanto, você sabe, onde quer que esteja, que eu ainda sou uma menina. eu ainda não tenho mãe e eu continuo tentando me agarrar às suas memórias com unhas pequenas de criança, sangrando, enquanto sinto você sumir.
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amortodososdias · 1 year
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Um dos grandes desafio que temos na vida é entendermos quando e como RECOMEÇAR.
Para isto, é preciso entender que nem sempre o Recomeçar precisa acontecer depois de um fracasso ou de algo que deu errado. Não precisamos sair de um crise para que haja um recomeço. As vezes o Recomeçar pode vir em uma mudança de ciclo ou em um desafio maior que surge no caminho.
Acredite, um recomeço antes da crise nos livre da crise. Por isto só recomece, se for de dentro pra fora. Tem gente que já mudou várias vezes de cidade, de casamento, de emprego, sempre buscando um recomeço do lado de fora, mas não recomeçou por dentro. Não houve mudança de atitude, de pensamento, de visão... Não faz sentido recomeçar se não houver recomeço em nós.
Sua vida hoje pede um recomeço? Então não se apresse!
Recomece trabalhando sua ansiedade. Entenda que recomeço se da, dando um passo de cada vez. Noé trabalhando em um Recomeço teve que esperar:
120 anos construindo a arca; 7 dias para vir o dilúvio;
40 dias para cessar a chuva; 1 ano para o solo ficar enxuto; 2 meses para a terra ficar seca e Deus ordenar sair da arca (Gn 8).
A Terra estava sem forma, vazia e em trevas, o plano de Deus era que ela ganhasse forma, fosse preenchida e estivesse em luz. Em seis dias, Deus mudou aquela realidade pela sua palavra! Agora, pense, Deus poderia ter colocado tudo em ordem no primeiro dia, mas Ele fez um dia de cada vez. Podemos seguir seu exemplo mudando, melhorando, recomeçando um dia de cada vez, um passo de cada vez. Grandes mudanças são construídas a partir de pequenas mudanças. Você mentaliza sua rota, que vira a direção, que vira as rodas, que mudam seu trajeto!
Você transforma sua mente, que vira seu coração, que muda suas ações, que te conduzem ao seu destino!
Construa seu recomeço, sem se apressar, basta ter vontade de ir…caminhando, velejando ou voando, mas seguindo em frente, descobrindo e redescobrindo.
RECOMECE se REFAÇA se REDESCUBRA se REINVENTE se RENOVE. Se um dia a vida te der uma RÉ. REDESCUBRA sua fé e RECOMECE novamente. A beleza da vida só é transmitida quando a flor surge no tempo certo, brotando de dentro pra fora.
Texto: min julio cesarj
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werethewastedyouth · 1 year
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eu estava velejando.
o céu me assistia clamar por algo... até você chegar. sinto que fui abraçado pela luz do sol através do calor do seu corpo. sinto que fui beijado pelo mar através do seu oceano particular. a sua felicidade, com a mesma intensidade com que me atingiu pela primeira vez se foi... se esvaiu pela última. volátil e fulgaz. e jamais voltou, não como antes.
então hoje sou náufrago.
e carrego em meu peito uma insaciável sede que clama por inundações...
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mathmodder · 11 months
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Manoooooo eu adorei o mod que vc ta desenvolvendo para as borboletas! E preciso te perguntar, quais as chances de algo semelhante um dia acontecer para os peixes? Afim de que ao invés de se concentrarem num unico ponto, possam navegar livremente pelo mar/lagos?
E se eu te falar que já estou trabalhando nisso?
Na verdade já tenho pré montado para peixes, barcos velejando pelo oceano, pássaros voando, besouros, folhas caindo das árvores com física, papeis voando ao vento, balões de ar quente voando livremente e até relâmpagos das tempestades com efeitos mais realistas!
Em breve vou atualizar aqui no tumblr, guardei muito tempo esses projetos só pra mim, mas gostaria de compartilhar com a comunidade.
Ah e outra coisa, the sims 4 é um lixo e amei seus vídeos sobre a inteligência artificial do 3 e do 4 kkkkkkk Já te acompanho faz um tempo.
Depois cheque meu mod da aurora boreal, ele deixa seu jogo lindo a noite quando um unicórnio spawna no mundo. And what if I tell you that I'm already working on it?
In fact, I already have a pre-built setup for fishes, sailing boats in the ocean, birds flying, beetles, leaves falling from trees with physics, papers flying in the wind, hot air balloons freely soaring, and even more realistic lightning effects during storms!
I'll soon be updating it here on Tumblr. I've kept these projects to myself for a long time, but I'd like to share them with the community.
Oh, and one more thing, The Sims 4 is garbage, and I loved your videos about the artificial intelligence in The Sims 3 and 4, hahaha! I've been following you for a while now.
Afterward, check out my aurora borealis mod. It makes your game look stunning at night when a unicorn spawns in the world.
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laismenddesouza · 1 year
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Esse amor caberia bem aos olhos do mundo
Como se fosse um clássico de cinema
Causando euforia pelos roteiros
E velejando entre os atos.
Eu desfiz todos os meus discursos
Já deixei pra lá, cada nota que saiu errada
Já tatuei entre rimas diversas declarações
E como o destino é avesso, todos jogaram flores em mim.
Acho que caberíamos bem nessa pintura em aquarela
Quem sabe ficaremos expostos em algum museu
Para ser apreciado pelos olhos mais sentimentais que há
Sendo bordados em finos lençóis, como as ondas do mar.
E grito mais uma vez com todo meu ar
Que eu só consigo te amar.
Laís Mendes
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mis-consuelos · 1 year
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Algumas vezes me sinto como um objeto perdido em alto mar, uma coisa tão diferente no meio de algo desconhecido
Por vezes me vejo flutuando por águas intensas, em outras me pego velejando tão suave e calma
Tão incomum comparado a tudo que está em volta mas está ali... Será que faria um mínimo de diferença minha presença nesse mar tão inconstante?
Me pergunto, por vezes, se o Sol sempre será quente, se a Lua sempre brilhará tanto em todas as suas fases (mesmo naquela mais tímida), se o vento sempre comanda a direção, se a maré virá a mudar todos os dias
No meio de tudo isso me sinto só, porém sintonizada com alguns outros objetos que também estão a velejar por esse mar de inconstância
Se eu não fosse um objeto tão só, gritaria em meio a esse nada todos os meus sentimentos e emoções escondidas... Deixaria transparecer o quão triste é estar só e não se misturar em algumas outras partes
- Queria que minha existência não fosse julgada como um objeto jogado ao mar
Ass.: Mis-Consuelos
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aneumann · 2 years
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Rascunho De Maio
Mentalmente ligada a dois seres distintos
Duas Almas complexas que vislumbram esses indivíduos
Aos céus mais belos do inverno sou levada por um,
Já outro me anseia pelos desejos profundos.
Mergulho em intensas camadas recíprocas
Sentindo a ilusão e a paixão de cada ser.
Não almejo decidir quem, somente fluir
Até onde posso expressar e sentir.
É notável a densidade da situação que me pus,
Mas percorro sabendo lidar com a consequência.
Seja só ou não, estou disposta a ter a mim como companhia 
Velejando por meio à esse misto de emoções.  
-Agatha Neumann
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pedroofthronesblog · 11 months
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O trágico fim de Margaery: a rainha da torre e seus paralelos com Helaena
Trago aqui mais um texto de paralelos de minha autoria: Margaery e Helaena, ambas amadas rainhas, ambas filhas de uma mãe Hightower, ambas com com senso de moda puxado para o verde... e ambas podem ter o mesmo destino cruel.
O texto não contará apenas com paralelos entre Helaena, mas com outras mulheres, como Alicent.
Texto disponível no meu blog:
Bom, vamos ao blá-blá-blá:
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Margaery de Bella Bergolts
No meu post sobre a Cersei, eu mencionei de forma rápida uma possível comparação entre Margaery e Helaena: sua possível morte e como isso afetará na futura queda de Cersei.
Margaery é um figura interessante nos livros (principalmente quando comparamos as suas diferenças narrativas com sua adaptação audiovisual); nós temos sua presença sendo vista e interpretada por vários pov's (sendo os mais comuns e marcantes os de Sansa e Cersei), mas sempre existem dúvidas sobre suas reais intenções. Não sabemos o quanto suas intenções são ambiciosas ou não; nem o quanto ela realmente está envolvida em uma trama ou não. A vida de Margy é um mistério.
Helaena é um caso diferenciado: não temos pov dela e nem de ninguém em Fire and Blood. As atitudes da rainha não são muito destacadas e nem avaliadas/interpretadas por outras pessoas (com exceção do Meistre que narra o livro que dá pouco destaque para a pobre Targaryen). Isso faz com tenhamos ainda base menos para analisar a personagem... Mas vamos tentar.
Sabemos que tanto Helaena quanto Margaery eram rainhas amadas pelo povo comum. Não temos tantos detalhes sobre as atividades de Helaena quanto temos da jovem Tyrell; mas, pela personalidade encantadora da Targaryen, podemos presumir que ela tinha muita empatia em seu coração e deve ter sido guiada por sua mãe, Alicent, nessa "arte" política (devemos lembrar que agradar ao povo não é só um gesto de carinho, mas também de política: os plebeus são a base para se manter um governo, se eles se revoltarem contra você, seu poder pode estar perdido).
Margaery também segue essa tática política. Não sabemos até onde ela realmente gosta do povo e onde é apenas um controle de imagem por parte dela, mas sabemos que ela se esforça para dar atenção ao povo de Porto Real:
"Outras vezes levava a comitiva para a outra margem do rio, para passar uma tarde a fazer falcoaria. A pequena rainha gostava também de sair de barco, velejando para cima e para baixo ao longo da Torrente da Água Negra sem nenhum objetivo em particular. Quando estava a sentir-se piedosa, deixava o castelo para ir rezar ao Septo de Baelor. Dava freguesia a uma dúzia de costureiras diferentes, era bem conhecida entre os ourives da cidade, e até visitara o mercado de peixe perto do Portão da Lama para dar uma olhadela à captura do dia. Onde quer que fosse, o povo adulava-a, e a Senhora Margaery fazia o que podia para alimentar o seu ardor. Andava sempre a dar esmolas a pedintes, a comprar tortas quentes nas carroças dos pasteleiros, e a refrear o cavalo para falar com mercadores comuns."
-Cersei, AFFC.
Margy sabe a importância do que faz. Não foi à toa que Joffrey voltou a cair nos braços do povo depois de tanto ódio entre as duas partes: Margaery e os Tyrell davam comida ao povo, dinheiro e atenção. Isso fez com que o povo "perdoasse" Joff: Margaery os protegia, dando segurança e carinho que eles nunca tiveram. Se para ter isso eles tivessem que perdoar o cruel Rei, que fosse.
Alicent Hightower também era popular entre a plebe, por mais que isso não seja muito citado e/ou lembrado, tal qual Margaery, não sabemos o quanto a Rainha se importava com o pequeno povo em Porto Real; mas a tática disso é a mesma: conquiste o povo e qualquer ameaça a sua pessoa trará azar ao seu algoz. Isso não seria provado com a morte de Alicent, mas sim com a de sua amada filha.
Margaery também tem outros possíveis paralelos com Alicent; embora todos sejam um tanto nebulosos, visto que que ambas não tem capítulos de Ponto de Vista e suas atitudes sempre acabam sendo contadas e interpretadas por terceiros. 
Um desses possíveis paralelos está na figura paterna das personagens e no quanto eles influenciaram na vida delas para que elas no futuro se tornassem rainhas.
No caso de Margaery, pelo que podemos dizer, Mace sempre sentiu vontade de que sua filha se casasse com um rei e lhe desse um neto que se sentaria no trono de ferro.
"A ideia de um dia ver o neto com a bunda no Trono de Ferro faz Mace inchar"
--Sansa I, ASOS 
Mas a ambição de Mace se iniciou muito antes de casar a filha com Joffrey ou Renly; o lorde Tyrell já tinha planos de casar Margaery com o próprio Robert.
"Alguns dias antes, ele o tinha chamado de canto para lhe mostrar um requintado medalhão de ouro rosa. Lá dentro encontrava-se uma miniatura pintada no vigoroso estilo myriano, mostrando uma bela e jovem mulher com olhos de corça e uma cascata de macios cabelos castanhos.
Renly parecera ansioso por saber se a jovem lhe lembrava alguém, e ficara desapontado quando Ned não encontrou resposta melhor que um encolher de ombros. Confessara que a senhora era irmã de Loras Tyrell, Margaery, mas havia quem dissesse que se parecia com Lyanna."
Ned não percebe, mas Renly e seus amigos da Campina estavam tramando se livrar de Cersei (provavelmente eles também já sabiam da bastardia de seus filhos e pretendiam usar isso) e casar Margaery com o Rei Robert --isso logo seria confirmado lor personagens como Varys e Pycelle--, quando isso não deu certo, ele rapidamente casou sua filha com Renly.
Mace pode não ser tão esperto quanto sua mãe (ainda mais em sua adaptação em GOT, onde ele é retratado apenas como um tolo e sem ambição), o lorde de Highgarden ainda é um homem de extrema ambição e está disposto a casar a filha (que tinha apenas 14 anos na época do começo da saga) com um homem muito mais velho que ela, mesmo que a mesma não quisesse, e passar na frente de algumas vidas para isso (como Joff, Tommen e Myrcella, que seriam mortos após a descoberta do segredo).
Margaery provavelmente está apenas cumprindo seu dever para com o senhor seu pai e o seu dever como rainha. Não sabemos se ela tem realmente ambição em ser rainha (pelo menos em sua versão dos livros), mas pelo menos devia estar feliz em estar na mais alta classe social para uma mulher e orgulhar sua família.
"Margaery casará com Tommen. Manterá a sua coroa de rainha e a sua virgindade, nenhuma das quais deseja em especial"
Essa frase é dita por Petyr Baelish, não sabemos o quanto ele é confiável nessa situação, mas, pelo menos nesse momento, ela não tinha motivos para mentir para Sansa na situação em que lhe disse isso.
Do outro lado, temos Otto Hightower, pai de Alicent, um membro de uma poderosa casa da Campina e que também almejou ver sua filha virar rainha e ter um neto sentado no trono. Diferente de Mace, Otto não era um lorde e nem sequer tinha terras para herdar, tendo que criar seu próprio caminho na corte e tentar crescer na vida.
Não sabemos muito sobre a relação de pai e filha, apenas que o Mão do rei deixou Alicent para cuidar de Jaehaerys, numa provável tentativa de conseguir o máximo de destaque possível dela na corte deixá-la perto da família real. 
Tal qual Margaery tem sua ambição e sua "donzelice" questionadas por vários personagens --Seus casamentos e as falsas acusações de fornicações com membros da corte--, Alicent é sempre alvo de boatos cruéis sobre já ter sido amante de Jaehaerys, Daemon e/ou Viserys I; tendo sua virgindade questionada e o quanto ela era ambiciosa para ter poder.
Todos esses comentários maldosos sobre as duas rainhas vem principalmente de seus inimigos na corte; Cersei fazendo de tudo para se livrar de sua inimiga e Cogumelo fazendo de tudo para destruir a imagem de Alicent.
Não sabemos se Otto realmente entregou sua filha ao rei, mas eu diria que o Hightower apenas queria deixá-la sempre visível para o homem recém enviuvado, o carisma de sua filha e sua proximidade com a família real deve ter a ajudado em sua conquista: Alicent poderia ter sido uma boa companhia ao triste rei; falando seu falecido e amado avô, mostrando sua inteligência e conforto ao bom e jovem Viserys e, provavelmente, se mostrando uma jovem com quem ele poderia confiar, ouvir conselhos e ser guiado na vida da corte que se seguiria após Daemon ter partido em fúria (e, é claro, ela e Rhaenyra tinham uma boa relação, o quê era ótimo para ajudar a sua filha a ter uma figura materna). Alicent era bonita, esperta, simpática e amável. Ele a queria e a teria.
Otto Hightower era um senhor de ambição, ele sabia que Alicent provavelmente teria um filho, e foi o quê aconteceu: Aegon nasceu. Agora ele só precisaria convencer o rei a deixar a sua filha de lado e proclamar o filho homem como herdeiro.
Infelizmente para Otto, o rei não iria ceder e logo, irritado pelos seus incessantes pedidos, acabou por tirá-lo do cargo. A perda do cargo fez Otto se dar por vencido... Mas sua filha não.
Alicent passou a fazer de tudo para defender os direitos de seu filho como herdeiro; atraindo lordes para a sua causa, fazendo comentários ácidos (como um "meio paralelo" para Olenna e sua língua de chicote) contra sua enteada; possivelmente assassinando Laenor; e, é claro, o famoso golpe do conselho dos verdes.
Esses atos extremos tornam Alicent distante de Margaery e um mais próxima a Cersei, mas também na rainha dos espinhos; mulheres que estariam dispostas a tudo para proteger os seus e não tinham limites para isso: Olenna matou Joffrey durante o seu casamento (quebrando o direito do hóspede) para proteger sua neta. Ela também não estava longe de ter uma grande ambição para a sua família, afinal, ela também tinha planos de casar Sansa com Willas e ampliar as terras da casa Tyrell.
Não sabemos como era exatamente a figura paterna de Otto para Alicent, mas eu chuto que seria algo mais próximo de Tywin e Cersei do que Margaery e Mace. Talvez, dependendo do período da vida da jovem Hightower, seu pai, assim como o de Cersei, lhe cobrava para que ela fizesse de tudo para convencer Viserys a seguir os planos que ele tinha em mente.
No fim da vida, tudo que Alicent conquistou se perdeu; seus filhos, seus netos, seu irmão, seu pai... A tristeza e luto logo tomaram conta de seu ser e ela logo se viu perdida em dor e delírio. A rainha viúva foi levada para a fortaleza onde viveria na insanidade até que a praga de inverno lhe tirasse a vida, naquela altura, poderia ser dito como uma misericórdia.
Voltando para Helaena, a amada rainha dos verdes também foi levada a loucura pelos eventos que se seguiram em sua vida: obrigada a escolher qual filho ia morrer, vendo Jaehaerys sendo decapitado e Maelor sendo morto por um grupo de plebeus na Campina; a filha de Alicent perdeu o brilho de sua vida. Ela se tornou uma mulher triste e solitária, incapaz de cuidar sequer de si mesma, se afundando em uma espiral de depressão e insanidade. Somente após sucumbir a praga do inverno o seu sofrimento teve um fim.
Helaena nunca fez mal a ninguém durante toda a sua vida. Ela era na verdade uma das poucas almas inocentes em ASOIAF; ela cumpriu seu dever como Targaryen-Hightower e se casou com seu irmão aos 14 anos (um relacionamento complicado, visto que seu irmão estava sempre "na farra", envolto de prostitutas e bebidas), pariu seus três filhos e fez o que pode para cuidar do povo de Porto Real durante toda a sua vida. É trágico pensar que ela foi obrigada a ver todas as consequências dos atos de sua família se voltarem contra ela e seus filhos de forma injusta.
No fim de tudo, um tempo após perder seu filho Maelor, Helaena decide por fim em sua agonia e se joga de sua torre, atingindo os espinhos da fortaleza e acabando com toda a sua dor. Um triste fim para uma triste rainha.
A morte de Helaena tem semelhanças com a personagem da Ophelia em Hamlet; uma triste jovem que após a perda de seu pai, brutalmente assassinado pelo homem que ela amava, a fez perder a sanidade.
Em uma ironia interessante de narrativas, a loucura de Ophelia e Helaena as levam a enfrentar a terrível realidade de suas vidas. O mesmo surto psicológico que as afundou em depressão e delírio fez com que as duas percebessem que já não valia mais a pena viver em um reino podre onde estavam cercadas de pessoas cruéis.
Entre ser e não ser, ambas escolheram não ser e deixaram o terror de suas vidas para trás.
A tragédia de Helaena também é uma referência a Rapunzel e ao princípe dela: a jovem princesa é aprisionada em uma alta torre em exilio, não por seus pecados, mas pelos pecados de sua mãe e de seu pai, pois ambos pegaram as verduras de uma bruxa e isso teve uma grande consequência na filha deles: presa em uma torre e afastada do mundo. Não é culpa das jovens mulheres (ambas mães de gêmeos) que seus parentes tenham errado, mas elas teriam de sofrer as consequências por atos que não eram seus.
Quanto ao princípe do conto, sua falha tentativa de suicídio é parecida com o de Helaena:
"Quando o príncipe chega à torre naquela noite e diz: 'Rapunzel, Rapunzel! Solte o cabelo!', a bruxa joga os cabelos cortados de Rapunzel e o príncipe sobe devidamente na torre - apenas para ser recebido pela bruxa feia em vez de sua bela futura noiva. Vendo que sua amada foi tirada dele, o príncipe se atira da torre em sua dor. Ele sobrevive à queda, mas pousa em alguns espinhos que o cegam."
-Fonte.
O suicídio de Helaena acabou por trazer consequências para sua irmã mais velha.
Rhaenyra já havia irritado o povo da Capital e a fé ao extremo, a morte da amada rainha deles foi a gota d'água para eles; instigados pelos rumores de Larys Strong, o povo acreditou que a rainha dos negros matou a rainha dos verdes. Isso resultou numa revolta total e os plebeus acabaram por matar todos os dragões que estavam na Capital. O filho de Rhaenyra acabou por morrer no ataque.
Margaery pode seguir um rumo parecido com o de Helaena e Alicent: com a volta de Cersei ao poder e a Campina atacada pelos Tyrell (e provavelmente com alguns aliados se voltando para Griff), a pequena rosa estará sozinha na corte de Porto Real, com apenas suas primas como companhia.
É muito provável que o pai de Margaery morra após seu exército se chocar contra Griff. As mortes que acontecerem nessa batalha, somado as traições dos "amigos na Campina" de Griff e a campanha de Euron atacando a Campina, diminui drasticamente o número do exército Tyrell na Capital e a defesa dela.
Isso compromete ainda mais a segurança de Margy e suas primas, deixando-as totalmente a mercê de Cersei --Que estará terrivelmente irritada com os "fracassos" da Campina em lhe dar apoio. Margaery e suas companheiras, como é típico de muitas mulheres da obra de Martin (como Sansa, Arianne ou até Helaena e Alicent) provavelmente irão ficar trancadas numa das torres da fortaleza. Talvez com Cersei só deixando Margy (com ou sem suas primas) sair para reuniões na sala do trono e talvez para humilha-lá de alguma forma, caso sua fúria esteja fora de controle e ela decida que deve castigar as Jovens Tyrell em seu poder para convencer Willas e Garlan a se unirem contra a ameaça Targaryen (e, é claro, ela já acha que Margaery é culpada pela morte de Joff e pode culpa-lá por algum problema que enfrentar na corte).
Além de seu pai, o irmão de Margy, Loras, muito provavelmente não irá viver muito no sexto livro, dado que seu estado é grave. Não sabemos se outros parentes de Margaery terão o mesmo destino; Martin confirmou que Garlan e Willas serão importantes nos próximos livros, mas não sabemos se Olenna ou Alerie Hightower irão sobreviver ao sexto, ou mesmo a própria Margaery e as suas primas.
Eu, particularmente, não dúvido que Cersei maltrate e até mate algumas --ou até todas-- primas de Margy, visto que ela e Qyburn (que serão uma versão de Maegor e Tyanna da Torre) estão acostumados em maltratar mulheres inocentes e em infligir dor em seus rivais. Cersei, por exemplo, tem um grande gosto por destruir mulheres, machucar as primas de Margy não só daria vazão à esses sentimentos cruéis como atingiria a própria Margaery emocionalmente.
(Teremos Cersei obrigando a filha de Mace escolher qual prima iria ser morta numa versão macabra de Sangue e Queijo? Talvez não, mas Cersei está quase nesse nível.)
Não sabemos se assim como Helaena e Alicent a jovem Tyrell irá sucumbir a dor e ao lutos após tantas perdas e traumas e ficar insana como as outras duas rainhas. A única coisa que podemos ter certeza que a jovem Tyrell estará nas mãos de uma cruel rainha e a sua vida corre grave risco.
Quanto as suas primas, podemos apenas especular: se a sobrevivência de Margaery já é duvidosa, a de suas primas é pior ainda; elas não estão casadas com o rei, não são irmãs/filhas de um grande lorde, e ainda são muito mais jovens e inocentes que Margy...
Cersei já quase usou Ilyn Payne para matar todas as mulheres da corte no segundo livro; caso Stannis ganhasse, nenhuma mulher (fosse nobre ou não; jovem ou não) deveria sobreviver.
Para a sorte delas, Stannis perdeu e não tomou a Capital. Isso, porém, não impede Cersei de tentar de novo: com Griff tomando o terreno e a revolta tomando conta, Cersei pode tentar a mesma estratégia e isso matar Margaery e/ou suas primas (se todas já não estiverem mortas). Ela deve tentar usar Fogovivo, tal qual Aerys II, mas provavelmente irá fracassar.
Se Margaery e/ou suas primas escaparem dessa tentativa de destruição em Massa de Cersei, elas estarão a salvo (por enquanto). 
A possível morte de Margaery:
Não temos certeza se Margaery irá sobreviver a nova regência de Cersei, mas, se considerarmos seus possível paralelo com Helaena e todo o perigo a sua volta, as chances são bem poucas.
É bem possível que Margaery morra no sexto livro, e sua morte teria as mesmas consequências da de Helaena: a revolta do povo num ato final que iria desestabilizar de vez o frágil e instável reinado de sua rival, sendo a sua ruína. 
A pergunta é: como Margaery Tyrell morrerá?
É realmente possível que Margaery decida se matar no sexto livro? Sim, devido aos traumas e estresses que ela terá de enfrentar, não é realmente uma surpresa que Margaery decida acabar com a própria vida. 
É isso que realmente vai acontecer? Sinceramente? Acho que não...
Como já mencionei em meu outro texto sobre a Helaena, é possível que Larys Strong tenha matado a filha de Alicent Hightower: ele tirou proveito de seu frágil estado mental e usou sua morte para espalhar boatos de que Rhaenyra teria matado sua "amada irmã" e usou esses murmúrios para atiçar mais o povo revoltado contra ela.
Isso não ajudou apenas o Pastor a incitar o povo, mas também um falso pretendente de Larys ao trono: Trystane Truefyre, um falso bastardo do Rei Viserys I, e escudeiro de Sor Perkin, o Pulga, um aliado de Larys. Os rumores de Pé torto ajudaram o pretendente dele a conquistar o trono e retirar Rhaenyra do poder.
Talvez Varys siga o mesmo caminho: assim como ele fez com Kevan, ele pode decidir matar Margaery. Isso seria a gota d'água para Cersei; o povo ama a filha de Mace Tyrell, jamais suportariam que alguém lhe fizesse mal, se acreditassem que a Rainha Lannister lhe tirou a vida, já não teriam o porque sequer suportar Cersei: eles aceitaram Joffrey por amor a Margaery, eles podem até fazer o mesmo com a mãe dele (que estaria caminhando em gelo mais fino a essa altura) se ela não machucasse a jovem Tyrell... Mas, se acreditarem que Cersei realmente a matou, é golpe final para ela.
Isso faria com que a morte de Margaery fosse um paralelo não só com Helaena, mas também com a filha dela, Jaehaera, jogada da torre e morrendo mos espinhos do fosso, tal qual sua mãe.
(Na verdade, Talvez Jaehaera realmente tenha se matado após sofrer tantas perdas na família --Mas isso pode ter passado desapercebido por muitos pois ela estava no espectro do autismo, o quê as pessoas em Westeros não sabem da existência; como no caso do filho mais novo do filho de Jaehaerys, Vaegon---; mas é muito mais provável que Uwin a tenha matado.) 
Mas isso também faria dela um paralelo com uma outra mulher Hightower além de Alicent: Ceryse Hightower, a primeira esposa de Maegor I, o cruel. 
Ceryse já era uma mulher mais velha do Margaery quando morreu de uma subita doença (devemos lembrar que ela era uma década mais velha que Maegor quando eles se casaram, tendo ele 13 e ela 23); mas isso não impediu que a corte comentasse que seu marido o rei a tivesse matado (afinal, ele faria o mesmo com as suas outras esposas) e isso fez piorar as revoltas contra ele, pois ele matou sua primeira esposa --E, de certa forma, a única legitima ao olhar da fé.
Não sabemos com certeza absoluta se Margaery será realmente morta no sexto livro, mas parece que suas chances de sobrevivência (e as de suas primas) parecem pequenas até o momento, e a expectativa é que piore. Se ela sobreviver, pode ter um papel de refém na corte de Griff e Arianne, mas estará em mais segurança (embora talvez ela esteja com o psicológico abalado) do que com que Cersei e dificilmente eles teriam motivos para lhe fazer mal algum... Pelo menos até Daenerys chegar, mas isso é assunto para outro texto.
E esses são os paralelos com Margaery Tyrell, uma garota esperta, mas nem de longe a víbora cruel que Cersei imagina que ela é... Para o azar da jovem rosa, é justamente por isso que seu cruel fim pode estar próximo.
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cajusworld · 1 year
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Se você não é perfeita, eu muito menos. Atitudes passivo agressivas me incomodam, porque eu posso estar agindo dessa maneira e nem perceber. Eu não sei o que pode te magoar. O que escrevo é para tentar entender algo em mim, nem sempre estou certa do que digo. Pode ser apenas a minha percepção no momento. Não sou a mesma de dias atrás muito, mudou e mudanças podem modificar nosso olhar. É um movimento natural como se fossemos navios velejando. 
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betopandiani-mar · 1 year
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A consciência.
A consciência é a percepção que a mente tem a partir das suas experiências, onde ela estabelece as relações entre o mundo físico, e o mundo espiritual.
O aumento de consciência, ou algo a ser descoberto é a jornada que sempre esteve e estará disponível para a humanidade. A nossa alma atrai através do Campo de Possibilidades (estado onde reside todo o nosso potencial humano) estas experiências a partir dos nossos padrões de pensamentos na esperança de que prevaleça um olhar amoroso, benevolente, de compaixão, e de redenção diante das nossas respostas ou reações.
Lembrando que uma vez que este convite é feito nós temos o livre arbítrio de querer entender, e aceitar ou não. A Espiritualidade, ou a Fonte Criadora olha para as nossas escolhas, ou não escolhas com amor, respeito e compaixão. Ao contrário, nós na condição humana temos muita dificuldade de nos expressarmos da mesma forma.
Na minha avaliação esta dificuldade tem pelo menos três origens que eu identifiquei em mim.
A primeira é que vivemos em um planeta onde toda a sociedade se organizou baseada no castigo, e nunca na educação amorosa, justamente pela baixa consciência. Assim surgiram as leis, e como consequência criamos os julgamentos. Os sistemas jurídicos são organizados de forma semelhante ao de muitas religiões, e crenças, o que ajudou a cristalizar na mente humana a ideia de que pelo medo você pode controlar e “educar”.
Daí vem o nosso vício em julgarmos, e nos estabelecermos como juízes.
A outra questão é que quando optamos por não aceitarmos este convite de elevação de consciência a partir das experiências vividas. De alguma forma o nosso Ser percebe este incômodo, e passamos a caminhar com um espinho no pé.
Para aliviar temporariamente a dor deste espinho que é na verdade o autojulgamento, e a cobrança, nós passamos a julgar o mundo como se tivéssemos entendido aquela questão. De fato, avistamos um flash do entendimento de como resolvermos aquilo que decidimos adiar, mas ao julgarmos simulamos um falso entendimento que possuímos sobre determinada questão.
A outra possível origem, é que nós não aceitamos este convite simplesmente pelo fato de termos dificuldades de lidarmos com o mundo desconhecido.
O mundo desconhecido representa um lugar onde pensamos que não temos mais o controle, mas esta é mais uma das infinitas e ilusórias armadilhas da mente humana que ainda funciona em cima de uma programação de medo muito antiga.
Em terceiro lugar vem a resistência em nos expressarmos somente com amor em todo tipo de relações, seja conosco ou com o próximo. Eu sinto que esta resistência nasce da dificuldade que encontramos ao percebermos que vivemos a vida toda dentro de uma grande incoerência. Ao abrirmos a cortina da ilusão vamos descobrir muitos aspectos sombrios da nossa consciência, e isso pode nos levar a culpa ou ao orgulho, impedindo-nos de nos conectarmos com a sede da alma que é a redenção.
Resumindo, estes são os três aspectos que podem nos impedir de termos a coragem de viver o ritual de mudança, que seria como perder uma casca.
Esta reflexão me traz a lembrança de um dia muito especial durante a primeira viagem. Nós já estávamos velejando pelo Mar do Caribe a quase 100 dias, e já próximos de Trinidad e Tobago tínhamos pela frente uma travessia perigosa.
Eram as últimas 90 milhas em mar aberto daquela primeira fase da viagem, e assim que chegássemos naquela ilha, praticamente terminaríamos de percorrer todas as ilhas do Caribe em nossa rota.
Estávamos em dois barcos, e quando amanheceu partimos de Grenada já sabendo que o dia seria duro, pois os Ventos Alíseos sopram muito forte naquela região. O dia foi intenso, com ondas enormes obrigando-nos a descer enormes jacarés, transformando nossos catamarans em pranchas de surf. No meio do dia entrou uma forte trovoada trazendo mais vento e muita chuva. Perdemos a visibilidade totalmente, e até precisamos baixar as velas para evitar que o barco virasse.
Depois de aproximadamente meia hora levantamos um pouco de vela, e voltamos ao rumo desejado. O ventou caiu um pouco, mas continuávamos a navegar as cegas devido ao intenso nevoeiro. Era uma situação mágica ver aqueles dois barcos se aproximarem do destino envoltos em uma bruma densa.
Depois de uma hora o nosso GPS indicou que estávamos próximos de terra, e quase instantaneamente apareceu em nossa frente dois paredões de pedras negras e pontiagudas com uma passagem no meio. Estávamos entrando na Boca do Dragão, um estreito entre a Ilha de Trinidad, e a Ilha Monos. O vento caiu bastante, o mar ficou liso à medida que avançávamos para dentro de águas abrigadas. Todos estavam quietos a bordo, olhando aquele cenário de aspecto tétrico, belo e misterioso.
O Mar do Caribe havia sido navegado totalmente, e pela frente tínhamos o maior desafio até então, navegar no Oceano verde. A viagem continuou por meses, e nas semanas seguintes subimos 1800 quilômetros pelo Rio Orinoco, depois passamos pelo Canal do Casiquiare, descemos o Rio Negro, e finalmente o Rio Amazonas chegando em Belém, completando 5 mil quilômetros fluviais pelas duas maiores bacias da América do Sul.
A lembrança deste dia está conectada ao sentimento que tive ao passar pela Boca do Dragão. Foi como se eu estivesse vivendo um rito de passagem entre o que era conhecido, e o nunca imaginado. Por que eu deveria sentir medo do novo? Por que eu deveria evitar dizer adeus ao lugar que eu conhecia?
Como viajante, e creio que esta é a essência da nossa alma, e eu sinto um grande impulso em meu coração que se enche de entusiasmo diante daquilo que eu não conheço. É uma sede de viver experiências que me carregam para novos aprendizados. Sim, nos desenvolvermos, expandirmos, aprendermos, é o movimento da alma. Já mencionei que a alma tem três princípios ou necessidades; criar com amor, expandir com consciência e compartilhar com benevolência.
Esta é a característica da alma de todos os viajantes deste planeta que foram criados a partir da essência de Deus.
Por que estamos adiando esta grande viagem?
Beto Pandiani.
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greencruz · 1 year
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adm sirva um GOODBYE ⚰️🕯️+ bonniejia
SYSTEM OF TOUCH : ACCEPTING.
Feels so good to be with Alexandra Born in grey, but still she tries her best Brown hair to her waist, a porcelain face And a manicured grace, I tried but she ran away Could not keep her safe.
(tw. sangue e violência.)
Dizem que as guerras pertencem aos homens e se originam dos homens. Vem do orgulho e da estupidez inerentes da espécie. Os mais fanáticos dizem que unia nações, fortalecia laços, era uma luta pelos direitos isolados de uma população, um mal necessário. Baboseira. Para onde vão as injustiças? O efeito colateral respinga a todos, de crianças à idosos, e existe uma diferença fundamental entre o que é motivado pelo orgulho e o que é motivado pelo medo. Coragem, no fim das contas, nasce do medo; medo da morte, medo de injustiças, medo de não conseguir viver. E Bonnie sempre teve medo, porque sempre quis viver. E sua família sempre esteve em guerras. Em acampamentos que treinavam civis, em protestos, passeatas, infiltrações… Porque se a guerra ao homem pertence, então não há como escapar, certo? Seja você uma vítima ou um causador. Vai ver que ela é quem sonha demais, porque apesar do sangue, tudo o que queria fazer desde sempre foi fugir. Nunca teve o desejo de prosperar ou de ter a glória de um herói, nunca se achou capaz de fazer diferença e de salvar inúmeras pessoas. Só queria fugir. Para o mais distante possível. De preferência, onde a morte não pudesse alcançá-la com a brutalidade que prometia. Morrer velha, quem sabe. Mas, a contragosto, lutava pelos seus. 
E, como se fosse um presente de seja lá o que sustentava o céu e os regia imponentemente, foi no meio da guerra que encontrou o amor. E foi na garra e na selvageria de Jia que se inspirou a cometer o ato mais corajoso de sua vida: salvá-la da morte. Foi quando alimentou seus sonhos de viver muito, morrer velha, sustentar a beleza e esquecer o passado. Já havia doado demais de si, e não queria que sua vida se tornasse parte esquecida de uma luta que parecia nunca ter fim. Era por isso que elas precisavam fugir. Alguns chamariam de covardia, mas Bonnie achava corajoso, porque fugir nunca foi tão difícil. Largar família, amigos e abraçar ao incerto? Acontece que, se o destino certo da morte era inevitável aos homens e suas guerras, que ao menos não fosse mais uma a ter o sangue esparramado nas ruas de Shanghai. 
Nas primeiras semanas tiveram alguns problemas, claro. Muitas perucas e muitas roupas furtadas de lojas com funcionários amedrontados. Encontraram teatros abandonados com bastidores que serviam de cama, prédios abandonados que tamparam com pedaços de madeira e, com sorte, um carro que percorreu alguns quilômetros até a fronteira para o Mar da China, onde, em teoria, um cara conseguiria ajudá-las com a travessia em troca de combustível e nomes. Ela não falou essa parte para Jia, claro. Não era digno, mas garantiria uma fuga mais rápida. No horário da travessia, se lembra de ter segurado muito forte na mão de Jia, como se estivesse com muito medo de perdê-la. A morte, cruel e inevitável, certamente poderia pegá-la, e Bonnie não podia deixar que isso acontecesse. Sentia que sua missão era conseguir preservá-la viva e conseguir salvá-la da crueldade de uma missão que sequer lhe pertencia. — Fiz chá. Caso seu estômago fique muito ruim por conta das ondas. — Uma das mãos tocou levemente a barriga, e sorriu terna, embora discreta. Haviam dito que o laço que possuíam era de irmandade. Era fácil comover com uma história inventada, de duas pobres órfãs tentando sobreviver mais alguns anos. E, por ingenuidade, acreditou que realmente chegariam. Assim que embarcaram, se sentou ao lado de Jia, e a abraçou forte. O senhor que guiava o barco parecia muito imerso em histórias antigas de batalhas, as quais Bonnie não dava atenção. E, depois de uma hora velejando, seus dedos já estavam trançando os fios de cabelo de Jia, enquanto sorriam, alheias ao futuro. 
— Peguei um mapa especial. — Sussurrou, e deu uma risadinha. — Me custou um pouco de munição, mas me disseram que a erva é boa. — E então bocejou. Estava ficando cansada, a noite havia sido repleta de devaneios após notar que a outra havia adormecido. Agora, com os olhos quase fechando, tinha esperança de conseguirem uma rota de fuga mais rápida já que não estavam mais no país. Infelizmente não foi o que aconteceu. O barulho da buzina e a lanterna diretamente no rosto do capitão em breve se tornou o som de tiro, certeiro no rosto e o corpo foi para a água antes que ele pudesse se questionar o que estava acontecendo. Ao longe, escutou os primeiros xingos "comunistas de merda". Claro. 
Imediatamente empurrou Jia para que se abaixasse quando os outros disparos começaram, e começou a se rastejar até a parte de baixo, gritando para que ela fosse junto. Arma. Tinha que pegar a arma. Estava na bolsa. Assim que trancaram a porta atrás de ambas, escutou as primeiras batidas e o impacto, seguido dos passos vindo mais rápidos que a capacidade de se preparar. — Pega. Pega a arma! — A voz se elevou demais, e, pior ainda, foi escutar o barulho de risada. Era uma batalha dada como ganha. E, por um momento, Bonnie também perdeu as esperanças. E então a batalha se tornou física quando finalmente invadiram. Os pipocos eram altos demais, sequer conseguiu escutar o som do próprio grito, só a madeira erguendo poeira enquanto disparava sem ver onde. Jia. Onde estava Jia? Olhou pelos arredores e sentiu alguém puxando o cabelo, foi arremessada no chão. Perdeu o ar por alguns segundos e sentiu o peso. Começou a se debater. "Feroz" mais risada. O sangue ferveu nas veias. Não era justo. Não é justo. Finalmente viu sinal da outra quando as tranças apareceram na frente dos olhos um pouco antes de afastá-lo do corpo, e aproveitando a distração, alcançou a arma e disparou. O corpo caiu, e Jia não conseguiu se esquivar, caiu embaixo. 
De repente, houve um silêncio. Olhou para o corpo morto do outro soldado com um pedaço de madeira atravessando a garganta e sorriu, logo em seguida, chorou. Foi atrás de Jia, chutando o corpo morto para longe de sua silhueta delicada. — Meu amor. — Se debruçou sobre o corpo com alívio, e então, sentiu algo molhado. Foi quando percebeu o vermelho manchando a roupa. Não, não. O sangue escorria muito mais do que deveria e Bonnie não tinha certeza de que conseguiria estancar. Escutou os gemidos de dor ficando mais altos conforme ela também chorava. — Jia. Calma eu… Eu vou... — Começou a se desesperar. Com os braços envolvendo o corpo frio, ela entendeu que não tinha o que fazer. Olhou para a figura bonita da amada, e segurou as tranças, sem conseguir conter o desespero nos soluços. — Amor, por favor. Aguenta mais um pouquinho. — A guerra aos homens pertence. As injustiças são inevitáveis. Sempre terá efeitos colaterais. Não importa se você deseja um futuro, se luta por ele. Se faz o possível. Em tempo de guerra, a única vencedora é a morte. Escutou fraca e entre lágrimas o último pedido. Dizer novamente todos os planos que teriam, as aventuras pelo mundo, e como envelheceriam juntas. Acatou, com o coração pesado. Pensou nos pais de Jia, que nunca souberam de sua fuga. Certamente achavam que ela estava morta. Pensou nos seus, que deixou de coração pesado. E pensou se valia a pena viver quando não tinha mais motivo. Quando Jia não tinha mais movimentos e seu rosto belo se tornou pálido, somente se deitou em silêncio, sentindo as ondas levarem o barco pelo oceano agitado. 
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caoxtizando · 1 year
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Chove do início até o fim do dia, lá fora e aqui dentro. Entre cada pingo, cada relâmpago e a cada clarão, a monotonia se torna a minha melhor companhia. Da janela do quarto observo, em silêncio, ouço o meu próprio coração bater como se quisesse me dizer algo, talvez até queira, eu só não aprendi a escuta-lo ainda, eu e e ele temos algo em comum, somos teimosos. Odeio dias chuvosos com todas as minhas forças (que atualmente são poucas), não me atrapalham em nada, não fazem muita diferença no que eu preciso fazer, mas não gosto, sei lá, uma coisa minha. Mas experimenta tomar chuva com alguém que você ama do teu lado, é completamente diferente, a chuva passa a ser algo bom, o poder que uma pessoa tem de transformar o mundo a sua volta é incrível, mas assim como ela pode mudar para o bem, também pode mudar para o mal. Ela é como a chuva, veio no tempo de seca, regou os jardins e plantações, fez florescer os mais lindos campos de girassóis. Onde há chuva, também há temporal, que inunda, destrói, desampara e causa danos irreparáveis. E é por isso que ela passa, um tremendo e inabalável temporal desolador, queria ser o senhor do tempo só pra poder acalmar a tempestade que mora dentro dela, pra que houvesse paz e tudo ficasse bem, mas sou só um barquinho que decidiu velejar por águas agitadas, sem saber em qual direção seguir, apenas velejando por entre essa tempestade sem fim.
Dizem que após as tempestades, sempre há um belo arco-íris, simbolizando o fim de um momento tenso e início de tempos com de paz, de renascimento e de florescer. Eu quero esperar, pois sei que essa tempestade terá um fim e o arco-íris se mostrará presente e imponente no céu ensolarado.
Os dias de chuva podem ser constantes, mas não serão eternos. Busque um abrigo, seja seu próprio abrigo, se proteja até a chuva passar e continue sua jornada.
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melsalls · 1 year
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Sailing in São Tomé de Paripe, Brasil
Velejando em São Tomé de Paripe, Brasil
July 2022
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toh-tyamando · 1 year
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Domingouuu amooor e nós ta como?! rsssssss
fazendo nosso nada nosso tudoooo’garradinhus’rssss
Poderia estar agora no espaço em um módulo lunar, ó que chato E se eu tivesse agora velejando n um barquinho no Caribe, Deus me livre Poderia estar agora num hotel mil estrelas em Dubai  Mas eu, eu, eu prefiro estar aqui Te perturbando domingo de manhã É que eu prefiro ouvir sua voz de sono.
 Domingo de manhã... domingo todinho.
...e qualquer coisa que não fosse com você me causaria tédio.
Eu Amo Nós, todos os dias, meu amor.  
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urania144 · 2 years
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Jasmim
Flor perfumada, abenção uniões, afrodisíaca, veranil.
O nome genérico tem como etimologia a palavra persa yasameen ("dádiva de Deus"), chegada através da língua árabe (ياسمين ; yassemine) e do latim. As «bodas de jasmim» simbolizam os 66 anos de casamento no folclore francês.
Desde há muitos séculos que o jasmim é considerado no Médio Oriente como o símbolo da beleza e da tentação das mulheres. Cleópatra teria ido ao encontro de Marco António velejando num barco cujas velas foram perfumadas com essência de jasmim. No sul e sudeste da Ásia, as flores são muito usadas pelas mulheres para enfeitar os cabelos.Na Índia, Kama, o deus do amor, chegava até às suas vítimas por setas acompanhadas de flores de jasmim. Vendedores de flores de jasmim vendem grinaldas de jasmim, ou no caso das variedades mais espessas (conhecidas por "motiyaa" em hindi ou "mograa" em marathi) é comum a venda em cachos ou ramos. Estes vendedores concentram-se frequentemente em torno de entradas para os templos, nas principais vias públicas e nas principais áreas de negócios. Lugares dedicados a flor: indonésia, Java, damasco, Tailândia
Simboliza beleza e atração, Yasmin significa flor perfumada.
Flor perfumada pai da selva riacho.
"Dádiva do pai: a flor sagrada branca que perfuma a selva e vive na beira das águas. Inspiração e conexão divina com amor celeste e puro."
Morar perto da água, morar perto do Recanto de riqueza, verdade, pureza e feminilidade. Filha do pai é a conexão com o espírito, na vida exalo o perfume que conecta os seres a sua verdade, espírito. Eu sou a forma ideal que emerge do centro daquilo que é real, eterno e imutável: a verdade de estar com a consciência unificada ao todo.
Honrro o meu nome de batismo que se manifesta no sagrado número : 1 (10) e na cor branca.
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