all night — zayn malik pt. 1
Suspirei fundo prendendo Javadd em sua cadeirinha ouvindo Zayn reclamar de como a sua vida está uma merda.
— Zayn, pelo menos hoje, você consegue calar a merda da boca? – Falei baixo, apenas para ele ouvir.
Zayn, pela primeira vez essa semana, decidiu não retrucar. Agradeci mentalmente por isso.
Dei um beijo na testa do Javadd e fechei a porta. Zayn não disse nada, apenas saiu com o carro.
Somos casados há 7 anos e estamos nessa merda - dito pelo próprio - há 6 meses.
Gosto de pensar que essa fase que estamos passando seja apenas aquela famosa crise dos 7 anos, por mais que seja bem mais que isso, e eu sei que é.
Nossa vida financeira é ótima, temos uma casa grande e quitada, a nossa casa do sonho. Ambos tem carro e Javadd estuda em uma das melhores escolas de Londres.
Mas nada disso vale a pena se não tem amor e respeito, dá parte de Zayn, claro.
Sempre fui apaixonada por ele, movia céus e terras por ele. Ainda faço. Mas nada disso vale a pena.
💫
— Mamãe, hoje na escolinha foi muuuuuuito legal. – Meu filho entrou no meu escritório gritando animado e eu dei uma risada.
Afastei a cadeira da mesa e abri os braços para o menino vim me abraçar e foi o que ele fez.
— O que você fez hoje, meu amor? – Dei vários beijos em seu rosto.
— Eles levaram cachorrinhos para a gente brincar, mamãe. Eles eram tão fofinhos, meu Deus. – Me olhou com aquele olhar pidão que só ele e Zayn sabem fazer. – Podemos pegar um, mamãe? Eu juro de dedinho que vou cuidar direitinho dele.
Eu não consigo dizer não.
— Vou conversar com o papai, tudo bem? – O menino assentiu animado e me deu um beijo no rosto. – Você é a melhor mamãe do mundo inteirinho.
— Eu sei, eu sei. Agora vamos lá fazer o jantar.
— Podemos fazer pizza, igual antigamente, eu você e o papai. – Suspirei fundo.
— Se ele tiver de bom humor, quem sabe. – Salvei o projeto no computador e desliguei o computador. — Vamos lá, falar com a fera.
Peguei na mãozinha dele e sai do cômodo.
Zayn estava com a sua roupa social, blazer jogado no sofá e a gravata frouxa no pescoço. Cena que sempre me deixou excitada.
— Papai, vamos fazer pizza? – Javadd perguntou e Zayn ao menos olhou para ele.
Continuou no celular.
— Pai? – Sem respostas.
— Z? – Toquei em seu ombro e ele assustou.
— Desculpe, problemas no serviço. – Muito nervoso e assustado para ser apenas problemas no serviço.
— Podemos fazer pizza hoje? – Perguntou novamente e Zayn negou.
— Estou muito cansado, filho. E vai fazer uma tremenda bagunça.
— Isso não é problema, Zayn. Faz tempo que não passamos um tempo só nós três.
— Eu estou cansado. – Suspirou fundo. – Você pode não estar, fica em casa o dia inteiro.
— Trabalhando. – Zayn riu debochado.
— Agora quer desvalorizar o meu serviço? – Cruzei os braços.
— Serviço? Isso não paga nem metade das nossas contas.
— Quais contas que você fez na sua cabeça? Porque você sabe muito bem que metade das coisas de casa quem banca, sou eu.
— Tudo bem, pessoal. Não precisamos mais da pizza. – Ouvi a voz baixa de Javadd e suspirei fundo.
— Não, vamos fazer. – Peguei o menino no colo. – Eu e você. – Não esperei Zayn ter alguma atitude ou falar alguma coisa, apenas saí da sala com o menino e entrei na cozinha. – Qual sabor vamos fazer?
— Margherita e uma com queijo e muito camarão. – Disse animado.
— E você vai aguentar comer tudo isso, mocinho? – Apertei seu nariz.
— Claro que sim, mamãe.
— Minha massa não é igual a do papai, mas vai ficar muito boa. – Digo cortando os tomates e colocando na forma junto com as cebolas.
Depois de fazermos o processo - um pouco cansativo - da massa cadeira da pizza, coloquei o pano em cima da forma de vidro, para deixar a massa descansar.
— Por que você não vai tomar um banho rapidinho enquanto eu e a mamãe terminamos aqui? – Meu irmão fala para Javadd que assente, saindo do colo do tio.
Javadd sai do meu campo de visão e eu suspiro fundo, bebendo mais um gole de vinho.
— Você sabe se o apartamento do papai, está alugado?
— Acredito que não, por quê? – Tirou a forma com tomates do forno. – Problemas no paraíso? – Dou uma risada fraca. – Imaginei. Seu rostinho entrega que você não transa há meses.
— Vai muito além disso, Jhon. Acho que acabou de vez, acho que Z está me traindo. – Mais um gole, segurando o choro. – Tudo tão diferente, eu não aguento mais. Ele me olha com desgosto, eu não sei o que fiz. Éramos tão apaixonados.
— Vocês já conversaram sobre? – Neguei. – Então como vão saber o que tá machucando um ao outro assim? Vocês ao menos se falam? – Neguei novamente. – Garota, assim é difícil. Vocês precisam conversar, se não vão acabar por extrema bobeira.
— Você conhece o Zayn, ele é difícil.
— E você também não é fácil.
— O que é, Jhon? Tá do lado de quem?
— Você quer que eu fale o que você quer escutar ou que eu fale a verdade?
— Quero que você se foda. – Meu irmão riu.
— Se quiser eu levo Javadd pra minha casa hoje e vocês se resolvem.
— Ele já deve estar dormindo, mas enfim, na hora certa, conversamos.
— Essa hora certa pode ser tarde demais e você pode perder o seu marido.
Não tive tempo de responder meu irmão porque meu filho entrou na cozinha animado.
— Pizza. – Gritou.
💫
Terminei de vestir meu pijama e em seguida passei meu hidratante corporal. Aumentei o ar e deitei na cama.
Fechei os olhos, na tentativa de relaxar, mas tudo mudou quando eu ouvi a voz do meu marido dizendo a seguinte frase:
— Eu te trai.
Fiquei paralisada por alguns segundos, até entender o que ele tinha me dito. As vezes pode ter sido coisa da minha cabeça, estou cansada, com sono e levemente alcoolizada.
Sim, é coisa da minha cabeça.
Abri os olhos e olhei em direção ao homem, que me encarava.
— Eu acho que não entendi direito. – Resmunguei e Zayn suspirou pesado.
— Eu te trai. – Repetiu e eu levantei rapidamente, sentindo minha cabeça doer e minha vistas se embaralhar. – Jordana. – Segurou meu corpo.
— Calma aí, me larga. – Me afastei do homem e finalmente encarei seus olhos.
Zayn parecia estar triste e arrependido.
— Me desculpa, amor, eu juro que foi só uma vez e me arrependi logo em seguida. Eu não sei aonde eu estava com a cabeça, me perdoe, eu não aguento mais viver escondendo isso de você. – Zayn dizia rapidamente.
— Quando? Com quem?
— Há duas semanas. – Silêncio. – Com a Rebeca. Foi apenas uma vez, eu juro pelo nosso filho.
— Cala a boca, pelo amor de Deus.
Falta de ar. Dor no peito. Tontura. Tremedeira.
Eu nunca tinha sentido essas sensações antes, nunca.
— Meu amor. – Ouvi a voz chorosa de Zayn. – Por favor. – Senti suas mãos na minha cintura e o empurrei.
— Agora não, só me deixei quieta, apenas por hoje.
Sai do quarto e graças aos céus, Zayn não me seguiu.
Desci até a cozinha, pegando a garrafa de vinho que estava tomando hoje mais cedo. Na verdade peguei duas.
Sai até o quintal, onde tinha uma cabana enorme que eu e Zayn costumávamos transar loucamente ali.
Me joguei nos inúmeros travesseiros que estavam no chão e tomei um gole do vinho tinto. Sentindo as lágrimas caírem.
"Eu te falei, ele me traiu."
"Eu sinto muito, irmã. O que você quer fazer?"
"Queimar o rosto bonito desse filho da puta desgraçado. E irei."
32 notes
·
View notes