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#raymond devos
fidjiefidjie · 3 months
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😁 Humour du jour 🤣
Parlons de la situation ...👍 avec Raymond Devos
Source: INA
👋 Bel après-midi
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Raymond Devos
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On ne sait jamais qui a raison ou qui a tort. C'est difficile de juger. Moi, j'ai longtemps donné raison à tout le monde. Jusqu'au jour où je me suis aperçu que la plupart des gens à qui je donnais raison avaient tort ! Donc, j'avais raison ! Par conséquent, j'avait tort ! Tort de donner raison à des gens qui avaient le tort de croire qu'ils avaient raison. C'est-à-dire que moi qui n'avais pas tort, je n'avais aucune raison de ne pas donner tort à des gens qui prétendaient avoir raison, alors qu'ils avaient tort ! J'ai raison, non ? Puisqu'ils avaient tort ! Et sans raison, encore ! Là, j'insiste, parce que ... moi aussi, il arrive que j'aie tort. Mais quand j'ai tort, j'ai mes raisons, que je ne donne pas. Ce serait reconnaître mes tort !!! J'ai raison, non ? Remarquez ... il m'arrive aussi de donner raison à des gens qui ont raison aussi. Mais, là encore, c'est un tort. C'est comme si je donnais tort à des gens qui ont tort. Il n'y a pas de raison. En résumé, je crois qu'on a toujours tort d'essayer d'avoir raison devant des gens qui ont toutes les bonnes raisons de croire qu'ils n'ont pas tort !
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À tort ou à raison de Raymond Devos.
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wipbigbang · 1 year
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WIP Big Bang 2023 Round Starting April 1st!
What is the WIP Big Bang? Good question! This is a Big Bang with one goal in mind: to clean out your fanfic drafts folder. These are stories that were unfinished for whatever reason, that authors returned to and completed, and the art that goes with them!
Please read our FAQ/check out our schedule for more details.
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murderofsomeone · 8 days
Note
What's up Mos, its me, creature, back with another interview, this time its lemon related
What music (genres and/or specific artists) do the characters like?
Does anyone in funkytown have unique clothing/jewelry?
Who is Garrett talking to in hip hop cherry pop?
What song have you had the most fun coming up with a story for?
What was the first song you came up with a story for?
What song has been the hardest to fit into the storyline?
What arc has been the most enjoyable to write so far?
What are some LD songs you want more people to listen to?
What items are baby lem not trusted with?
What are some items unique to funkytown?
If you could physically eat lemon demon songs what ones would you eat and why?
ironically a large amount of the cast don't really listen to music/have strong opinions on it, LD himself is one of the few denizens to have specific tastes (TMBG, Oingo Boingo, Talking Heads, Faith No More, DEVO, etc etc you know the pipeline). another character with defined music taste is indie cindy who likes lo-fi (obviously), hyper pop, and other scenecore genes.
funkytown is in a constant state of returning to a lack of identity, so as of right now most culture is just taken from human culture, but it definitely gets more abstract the longer something doesn't get interfered with.
zordechai the magnificent (wizard from the view-monster promo) has a side gig on running an ice cream shop, which is loosely based on the film. garrett is aware of zordechai's true identity during the song, hence why he's there to begin with.
lifetime achievement award and completely because the animation in my head is killer.
mold en mono is the reason the ncu exists beyond a simple concept. it was the first time I stylized Neil as he is now, drew the office fruits, "baby" lemon, and lucifer (who fun fact did not used to be a fruit object head, he was a demon in similar appearance as diablo).
I definitely end up having the most issues with bonus tracks (I don't think I used hardly any from damn skippy besides the instrumentals), but those are kinda an outlier since they aren't my focus to begin with. ones I particularly struggle(d) with are: chu chu rocket (got removed entirely since it's a cover), movie night, fire motif, hazel's modus operandi, bill watterson, consumer whore, between you and me, flamingo legs, everybody loves raymond, goosebumps (entirely because I don't read goosebumps), and ancient aliens (it's on its 3rd or 4th rewrite). this does NOT mean I don't like the songs it's just hard to write for them.
dinosaurchestra was complete smooth sailing and honestly my favorite arc, it's a nice change of pace from how serious things become and have been.
oh boy oh boy, listen to these: toy food, bottom line, funkytown (obviously), mold en mono (obviously), matches and nails, pineapple, behold the future, the machine with live backing, creepy, I know your name (crappy 4 track version), and happiest shit ever (some of the links might be broken/link to the wrong somgs my apollo cheese
lemon demon is actually a horrible influence and does not care if he carries any sharp objects, in fact he encourages it. baby lemon is smart enough to not do something stupid but that doesn't make him immune to getting grounded. I think the car keys and anyone else's phone is what he's banned from having access to, but this will not stop him
like I mentioned before, funkytown has an inherent lack of it's own culture, so any unique items would probably be the god relics like the magic 8 ball and spirit phone.
the machine because mmmm sheet metal
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arquivosmagnusbr · 2 months
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MAG059 — Recluso
Caso #0052911: Depoimento de Ronald Sinclair, a respeito dos anos que passou em uma casa de recuperação para adolescentes na Hill Top Road, em Oxford.
Ouvir em: Spotify | Youtube
Aviso de conteúdo: insetos, aranhas
Tradução: Lia
ARQUIVISTA
Depoimento de Ronald Sinclair, a respeito dos anos que passou em uma casa de recuperação para adolescentes na Hill Top Road, em Oxford. Depoimento original prestado em 29 de novembro de 2005. Gravação de áudio por Jonathan Sims, arquivista chefe do Instituto Magnus, Londres.
Início do depoimento.
ARQUIVISTA (DEPOIMENTO)
Eu deveria ter vindo contar isso pra vocês antes, na verdade. Ouvi falar do seu instituto nos anos 80 e pensei: "Devo contar a eles?" Mas não vim. Pensei que vocês se interessariam mais por castelos e marcos antigos e não tivessem tempo pra acontecimentos estranhos em uma casa suburbana em Oxford. E vocês também são acadêmicos, então provavelmente têm padrões mais altos do que a história de terror de um maluco.
Mesmo assim, vi na semana passada que eles estavam planejando construir novamente naquele terreno. Outra casa onde ficava a antiga casa dos Fielding. Eu não sei, não é como se vocês tivessem poder pra parar a construção, mas eu só... Eu precisava contar isso pra alguém. E era menos provável vocês me expulsarem do que o Departamento de Planejamento da Câmara Municipal de Oxford.
Olha, morei com Raymond Fielding por quase três anos e pode acreditar em mim quando eu digo que não tem nada de bom em perturbar aquele lugar horrível. 
Eu era uma criança ruim. Eu melhorei muito nos últimos 40 anos desde então, mas naquela época eu era um bandidinho. A culpa não era totalmente minha — eu vim de uma família ruim. Meu pai foi embora antes de eu nascer, e não sei se você sabe como era ser mãe solteira no final dos anos 40, mas era difícil o suficiente pra minha mãe acabar tendo um problema sério com álcool.
Não vou falar dos detalhes podres da minha infância, mas digamos que não é surpresa que eu tenha saído da escola e entrado no sistema antes do meu aniversário de 13 anos. Eles tentaram alguns lugares pra me endireitar. Naquela época, esses tipos de lugares não eram tão prestigiados, e a única lição de vida que eu aprendi que valeu a pena foi a de como levar uma surra.
Finalmente, quando eu tinha 15 anos, depois que o sistema judiciário terminou os trabalhos comigo pela terceira vez, tive a oportunidade de reingressar na sociedade e me ofereceram um lugar em uma casa de recuperação na Hill Top Road.
É estranho. Tentei conseguir informações sobre ela várias vezes desde então, mas não tem nada lá. É como se nunca tivesse existido. Quer dizer, isso foi bem antes da era digital e muitos arquivos se perderam, mas isso ainda me incomoda. Foi a coisa mais traumática que já aconteceu comigo e, no que diz respeito a qualquer registro oficial, não tinha nem como eu estar lá.
Raymond Fielding era mais jovem do que eu esperava. Em todos os outros lugares os responsáveis eram velhos moralistas e grossos, carrancudos com calos nos dedos. Um monte de ex-militares que discursavam por horas sobre como suas vidas desperdiçadas haviam sido salvas pela disciplina do exército e faziam o possível pra impor isso a nós.
Ray, como ele insistia que o chamássemos, era diferente. Ele não tinha muito mais do que 30 anos e deixava seu cabelo castanho crescer longo — não pelos padrões de hoje, eu acho, mas teria deixado qualquer um daqueles autoritários com corte militar enfurecido. Ele era amigável e acessível, mas não parecia estar tentando ser nosso amigo. Ele era tranquilo e sorria bastante. Mas tinha alguma coisa em seus olhos que me deixou com receio de tentar tirar vantagem dele.
Eu não gostei dele desde o começo. Os outros adultos que conheci na minha jornada pela delinquência eram horríveis e variavam de benfeitores arrogantes e condescendentes a bandidos agressivos, mas eu sempre sabia. Eu sabia o que eles eram e qual era o meu lugar perto deles. Ray era um mistério, e isso me perturbava. Ainda assim, ele não era muito rigoroso com as nossas idas e vindas e as outras crianças que viviam lá pareciam bem.
A única coisa que me surpreendeu foi como era raro ver alguém voltar. Na maioria das outras casas de recuperação em que fiquei sempre tinha alguns moradores mais velhos, aqueles que acabavam arrumando companhias criminosas ainda piores e voltavam ocasionalmente, geralmente pra vender drogas ou recrutar alguém.
As anfetaminas eram a moda no início dos anos 60, então fiquei surpreso quando me mudei para Hill Top Road e não vi nenhum rebite ou cristal por lá. Parecia que nenhum ex-aluno da familiazinha do Ray voltava lá pra visitar.
Na época, eu só presumi que aquele bairro era muito bom, então provavelmente não era o tipo de lugar que pessoas do meu tipo — como eu pensava naquela época — costumavam visitar. Eu não tava errado. Os moradores locais nos odiavam. Nunca tivemos nenhum problema sério, mas os olhares que recebíamos só por fumar na rua me faziam querer quebrar uma janela às vezes.
Mas eu nunca fiz isso. Eu não sei muito bem por que não fiz, pra ser sincero. Antes de conhecer o Ray, eu teria feito. Já tinha quebrado muitas janelas no passado. Mas tinha alguma coisa em morar naquele lugar que entorpecia aquela vontade.
Minhas memórias de grande parte do meu tempo lá são... bem, não exatamente confusas, mas eu sinto quase como se estivesse observando as memórias de outra pessoa. Lembro que às vezes parecia que eu fazia coisas sem realmente querer fazê-las. Como se fosse só a memória muscular me movendo, ou uma corda me guiando suavemente.
Nunca foram coisas ruins ou perigosas, só... coisas que eu normalmente não teria feito, como escovar os dentes. Fico feliz por isso agora que passei dos 60 anos e os meus dentes são algo que eu valorizo. Mas aos 15 anos esse pensamento nem passava pela minha cabeça. Mas quando eu morava na Hill Top Road, eu os escovava todas as noites, pra cima e pra baixo e de um lado pro outro, meu braço se movendo como se eu nem precisasse pensar naquilo.
As outras crianças que moravam lá faziam o mesmo. Pelo menos eu acho que faziam. Lembro de eles serem meio tediosos — não �� que fossem chatos, exatamente; passávamos tempo juntos, fumávamos e brincávamos e tal. Mas tinha alguma coisa neles. Como se algumas coisas que eles diziam e faziam não tivessem nenhuma intenção por trás.
De vem em quando dava pra ver um lampejo de alguma coisa. Tipo naquela vez em que eu e Dick Barrowdale fugimos depois de escurecer e colocamos fogo nas latas de lixo do Sr. Hainsley. Mas na maior parte do tempo eles ficavam quietos, quase tranquilos. Com certeza eles diriam a mesma coisa sobre mim e, na época, não parecia ter nada de errado. Eu fazia o que eu fazia porque era o que eu tinha que fazer. Eu nem sequer pensava em me questionar. Não sei se realmente reconheço quem eu me tornei enquanto morava naquela casa.
Mas eu comecei a ler. Havia uma loja em Cowley que tinha um balde de revistas velhas com que custavam 6 centavos porque não eram a edição mais recente. Eu costumava gastar todo o dinheiro que tinha lá e depois sentava debaixo da árvore no jardim dos fundos e as lia várias vezes, de cabo a rabo. Elas eram idiotas, na real, mas eu amava. No verão, com as folhas fazendo sombra suficiente pra me refrescar, eu diria que ficava mais feliz do que nunca.
Na maior parte do tempo, o Ray parecia contente em ficar longe da gente e nos deixar por conta própria. Ele tinha seu próprio escritório no porão onde passava a maior parte do tempo, e geralmente confiava em um de nós para ir ao mercado comprar comida e coisas pra casa. Além da igreja, que ele nos fazia frequentar com ele todos os domingos, ele raramente saía da casa. De vez em quando um ou outro morador do bairro superava a aversão por nós por tempo suficiente pra  perguntar a Ray como estavam as coisas e se ele estava bem.
Com o passar do tempo, comecei a ter a sensação de que, com exceção dos adolescentes que ficavam em sua casa, Raymond Fielding era tipo um recluso. Um recluso bem querido, com certeza, mas ver ele sair de casa em qualquer dia que não fosse domingo era uma coisa bastante significativa.
Além da igreja, tinha uma outra atividade corriqueira que ele sempre insistia que participássemos. Geralmente fazíamos nossas refeições na sala de jantar — que às vezes era um pouco apertada pois, quando a casa estava cheia, éramos em oito além do Ray, e mal cabíamos na mesa.
Nas noites de domingo, no entanto, todos nos reuníamos para o jantar e, antes de nos sentarmos para comer, ele tirava a toalha de mesa branca e brilhante que a cobria e nos reuníamos ao redor da madeira escura. Lembro que ela era esculpida com vários tipos de desenhos e padrões estranhos e rodopiantes. Parecia que se você escolhesse uma linha — qualquer linha —, poderia segui-la até o centro, até alguma verdade profunda, caso seu olho conseguisse acompanhar os traços que tivessem te chamado a atenção.
O centro da mesa parecia, a princípio, simplesmente parte do tampo de madeira, mas se você olhasse de perto, como eu fazia com bastante frequência, você conseguiria ver uma linha marcando bem o meio como se fosse uma caixinha quadrada esculpida com padrões parecidos com os outros que se espalhavam sobre o resto da mesa. Não lembro quanto tempo ficávamos sentados à mesa naquelas noites, e também não faço ideia do que costumávamos comer.
Então eu passei alguns anos relativamente em paz. Eu estudei pra valer, fiquei longe de problemas e, à medida que meu aniversário de 18 anos se aproximava, parecia que eu conseguiria encontrar alguém que me ensinasse um ofício decente. Naquela época, eu fui o mais velho da casa por alguns meses, já que os outros saíram de casa quando cada um completou 18 anos. Um homem de terno aparecia — quase sempre era um diferente —, Ray assinava alguns papéis e meu ex-irmão saía pela porta e ia embora pro mundão. Eu não os via depois disso, mas na época eu não pensava muito sobre disso. Presumia que eles estavam muito ocupados tentando sobreviver em um mundo que eu sempre considerei extremamente hostil.
Agnes chegou na casa dois meses antes do meu aniversário, no meio do inverno. Ray nunca tinha falado dela ��� nunca fez uma daquelas pequenas reuniões dele para apresentá-la. Um dia, ela apareceu de repente em casa e ninguém nem pensou em questionar isso. Ela era mais nova do que as outras crianças, talvez dez ou onze anos de idade. Ela não falava muito. Ela tinha um rosto pequeno e fino e longos cabelos castanhos, sempre amarrados em duas tranças apertadas que ela enrolava nos dedos sempre que você tentava falar com ela. Admito que ela era um pouco assustadora, pensando agora, mas pra ser sincero na época eu nunca questionei isso, do mesmo jeito que nunca questionei nada daquilo.
Mas ela nunca ia à igreja. Nunca se sentava à mesa de jantar quando ela estava descoberta. Sempre que Ray entrava na sala e ela estava lá, ele geralmente só se virava e saía. E teve uma vez que eu podia jurar que ele olhou pra ela com algo nos olhos que, mesmo no meu estado entorpecido, percebi ser medo.
Eu tava tão focado na minha liberdade iminente que nem prestei muita atenção a esses acontecimentos, e não tenho muito mais o que dizer sobre a Agnes ou o que ela fez durante o tempo que passou na casa. Tudo o que eu sei é que, quando o homem do Comitê Infantil apareceu com os papéis pro Ray assinar, ela estava parada no pé da escada, me observando com uma expressão que parecia quase divertida.
Ray assinou os documentos pra me devolver totalmente à custódia do Estado. A maioridade naquela época era de vinte e um anos, mas a partir dos dezoito eu deveria encontrar trabalho e moradia por conta própria. Era tudo meio surreal — ver canetas marcando minha vida em seus diferentes estágios sem que eu mesmo segurasse nenhuma delas.
Quando o homem de terno me disse para segui-lo com um sotaque vindo direto da BBC, a Agnes se aproximou e gesticulou para que eu abaixasse para ouvi-la. Eu fiz isso, mas em vez de um sussurro conspiratório, ela só me deu um beijo rápido na bochecha e saiu correndo pelo corredor. Fiquei parado ali por um momento, confuso, antes que meu guardião temporário mais uma vez me mandasse segui-lo.
Eu o segui, e o ar frio do lado de fora me atingiu como um tapa na cara. Caminhamos por alguns minutos até o fim da estrada e parecia que minha pequena mala estava quase congelando em minha mão. Ele me disse para esperar lá enquanto ele ia buscar o carro, depois desapareceu em uma rua lateral.
Fiquei lá enquanto o vento cortante atravessava meu casaco fino. O sol estava brilhando, mas não ajudava muito a suavizar a intensidade do ar de fevereiro enquanto eu esperava.
Então, de repente, eu não estava mais esperando. Eu me virei, larguei minha mala no chão e comecei a caminhar de volta para a casa de Raymond Fielding. Eu não queria voltar. Eu não tinha motivos pra voltar, mas aparentemente decidi voltar mesmo assim, porque eu sabia que era pra lá que eu estava indo.
Depois de dois anos e meio eu já estava bastante acostumado com aquele sentimento, mas dessa vez tinha mais alguma coisa ali. Alguma coisa no fundo da minha mente, um terror frenético e devastador. Mas não adiantou nada. Eu tava voltando pra Hill Top Road, e não importava o que eu sentia sobre isso. A minha vontade nem fazia diferença ali.
A porta estava destrancada quando eu voltei e a casa estava silenciosa. Meus olhos dispararam ao redor, procurando por alguém que pudesse me dizer o que estava acontecendo — por que os finos fios que me guiavam pela vida me arrastaram de volta pra lá — mas eu tava sozinho. Caminhei até a porta que descia pro porão, pro escritório do Ray, e de repente fiquei chocado ao perceber que ninguém além dele nunca entrava ali. Pelo menos, não que eu saiba.
Mesmo assim, estendi a mão e girei a maçaneta silenciosamente, e a porta se abriu revelando um lance de escadas que levava para baixo. Lâmpadas em abajures esféricos iluminavam o caminho, e me ocorreu que, dado o tempo que Ray passava lá embaixo, era surpreendente a quantidade de teias de aranha ali. Elas cobriam todos os cantos e revestiam parcialmente as paredes. Ao descer as escadas, fechando a porta atrás de mim, vi ainda mais teias e cheguei à inquietante conclusão de que o que cobria as lâmpadas nuas não eram mesmo abajures, mas sim grossos aglomerados de teias de aranha.
A cena que eu encontrei quando finalmente cheguei ao pé da escada estava bem longe do que eu esperava encontrar. Em vez de um escritório cheio de livros, papéis, mesas e coisas assim, a sala era grande e estava quase vazia. As paredes e o teto eram de terra e aquilo parecia mais uma toca do que qualquer outra coisa.
No meio da sala estava aquela mesa hipnótica estranha, embora a forma como ele havia trazido aquela coisa pesada de madeira pra lá estivesse além da minha compreensão. O lugar inteiro estava coberto por uma espessa teia de aranha, e nos aglomerados grossos ao redor dos cantos da câmara eu vi formas que reconheci.
Doris Hardy. Dick Barrowdale. Greg Montgomery. Os mais velhos que saíram da casa antes de mim.
Eles estavam imóveis agora, envoltos em seus casulos pegajosos. Seus corpos pareciam deformados e inchados de um jeito que eu não entendia. Mas isso é só porque naquele momento da minha vida eu ainda nunca tinha visto um saco de ovos de aranha.
Raymond Fielding estava sentado na cadeira. Ele parecia o mesmo de sempre, aquele sorriso sereno e indecifrável ainda no rosto. Seu casaco de couro marrom parecia se mover ao redor de seu corpo. A textura na luz fraca parecia mais ser uma pele grossa.
Ele não disse nada, só observou enquanto eu continuava caminhando em direção à mesa. Apesar de todo o terror que estrangulava meu coração naquele momento ao descobrir o destino grotesco dos meus amigos, eu ainda conseguia sentir a expressão plácida e indiferente em meu rosto, e me vi diante da mesa como se não tivesse nada de errado.
Estendi a mão e puxei o quadrado de madeira do centro da mesa. Por si só, parecia ser uma pequena caixa de madeira, e a tampa abriu suavemente enquanto minhas mãos se moviam num movimento ensaiado. Dentro havia uma maçã — verde, fresca e ainda molhada com o orvalho da manhã.
Eu sabia que eu ia come-la. Eu podia sentir as lágrimas tentando desesperadamente escorrer dos meus olhos, mas em vez disso decidi não chorar. Coloquei a caixa na mesa, estendi a mão e peguei a maçã.
De repente, senti uma explosão de dor na bochecha. Foi como se alguém tivesse pressionado um ferro em brasa em meu rosto, e eu poderia jurar que ouvi a carne chiar quando soltei um grito e caí de joelhos.
Levei as mãos ao rosto e percebi duas coisas muito importantes naquele momento. A primeira foi que meu rosto parecia estar intacto; eu não conseguia sentir nenhum ferimento ou queimadura. A segunda foi que levantar a mão foi um ato verdadeiramente voluntário. Eu mesmo quis fazer aquilo, e qualquer que fosse o poder que estivesse me dominando, me puxando pra sua teia, eu estava livre dele.
Olhei para Raymond Fielding, cujo rosto finalmente mostrava uma expressão real — confusão e raiva. Quando ele se levantou, vi pequenas formas se contraindo e caindo de sua jaqueta, e eu corri. Subi correndo aquelas escadas, saí pela porta e fugi para a noite. Não olhei pra trás e até hoje rezo todas as noites para que os outros naquele porão já estivessem mortos.
É isso mesmo. Em duas horas eu estava fora de Oxford, dentro do primeiro trem que consegui pegar. Pulei fora em Birmingham pra evitar um fiscal de passagem. E foi lá que eu passei os anos seguintes. Levando em conta o começo da minha vida, até que me saí muito bem. Agora tenho conforto, educação e dinheiro. Tento pensar que deixei meu passado pra trás, mas esse tipo de negação não me ajuda a dormir. Só tive minha primeira noite verdadeiramente tranquila desde aquele dia depois de ler sobre o incêndio que queimou a casa.
Mas agora eles estão construindo lá. Eles estão revivendo um terreno que deveria ser deixado queimado e vazio. E eu comecei a sonhar de novo.
ARQUIVISTA
Fim do depoimento. 
O Sr. Sinclair não estava exagerando quando descreveu as dificuldades de rastrear informações sobre qualquer casa de recuperação para adolescentes na Hill Top Road. Ou sobre Raymond Fielding, no geral.
Embora eu esteja naturalmente propenso a suspeitar de alguma conspiração, o Martin me informou que as lacunas são parecidas com as de outros arquivos perdidos ou danificados. Faltam muitos registros desse período, não só relacionados a Fielding, mas a muitas outras instituições semelhantes na área. Também não existe nenhuma tentativa de encobri-los ou redirecioná-los. Parece que o armário que guardava esses registros foi perdido ou danificado nos anos seguintes.
Fiz o que pude pra evitar que Martin lesse esse depoimento com muitos detalhes. Não estou interessado em ter outra discussão sobre aranhas. Na verdade, depois de ler esse depoimento, não tenho interesse em pensar em aranhas nenhum pouco a mais do que me é exigido profissionalmente.
Isso levanta mais questões sobre a relação entre Raymond Fielding e essa tal Agnes. Só posso esperar que algumas respostas estejam em outro lugar nos Arquivos. Eu não ficaria surpreso. Entre Ronald Sinclair, Ivo Lensik e o Padre Burroughs, parece que ainda tenho muito a descobrir sobre a Hill Top Road. 
Fim da gravação.
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ARQUIVISTA
Complemento.
Todo mundo tá me evitando. Eles começaram a trabalhar mais longe de mim do que o normal e, quando eu chamo eles por qualquer motivo, eles estão sempre ansiosos pra sair daqui o mais rápido possível. Eles trocam olhares furtivos quando pensam que eu não tô olhando.
Eu não gosto disso. Sinto que eles estão planejando alguma coisa.
Fim do complemento.
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jltoyphotography · 1 year
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The Flash (2014-2023)
The Arrowverse 6/9
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Slide 1: Ronnie Raymond (Firestorm), Nora West-Allen (XS), Jay Garrick (The Flash), Frost, Ralph Dibny (Elastic Man), Cisco Ramon, Caitlin Snow, Barry Allen (The Flash), Iris West-Allen, & Joe West
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Slide 2: Bart Allen (Impulse), Wally West (Kid Flash), The Flash, Jay, XS, & Jesse Quick
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Slide 3: Allegra Garcia, Gypsy, Martin Stein, Deon Owens, Eddie Thawne, Chester P. Runk, Cecile Horton, & Julian Albert
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Slide 4: Wells the Grey, Wolfgang Wells, H. Lothario Wells, Wells 2.0, Nash Wells, Harry Wells, Harrison Wells (Reverse Flash), HR Wells, & Sherloque Wells
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Slide 5: Ramsey Rosso (Bloodwork), Clifford DeVoe (The Thinker), Eva McCulloch (Mirror Master), Orlin Dwyer (Cicada), Godspeed, Eobard Thawne (Reverse Flash), Hunter Zolomon (Zoom), & Savitar
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mvddiec · 1 year
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🌙 with @raykgreen​, área externa, noite. 
maddison desceu as escadas até a sala de estar para encontrá-la vazia. bem, fazia sentido, desde que àquela hora da noite grande parte dos participantes já estavam no quarto executando suas respectivas rotinas de final de dia. quem não estava lá, provavelmente encontrava-se em outros cômodos mais afastados, conversando ou apenas aproveitando um tempo consigo mesmo. decidida a sair um pouco pra tomar um ar antes de subir novamente, coincidentemente visualizou pelos vidros impecáveis da mansão a figura solitária de raymond, na área externa. maddison pensara duas vezes antes de aproximar-se, levando em consideração o fato de que sim, poderia estar sozinho ali porque queria. entretanto, talvez arriscar um oi seria um passo certo a dar. tinha certa dificuldade em conversar com o homem, fosse por nunca encontrar o momento ou por ele já estar acompanhado de alguém, mas também sabia que precisava. aproximou-se da porta de vidro, fechando o kimono preto de tecido leve que usava contra o corpo ao recostar-se na estrutura. “ ━━ se importa que eu fique aqui com você? o pessoal está se organizando lá em cima e pensei ser melhor aproveitar um pouco mais aqui fora antes de realmente subir e descansar. ━━ ” lhe dedicou um pequeno sorriso. “ ━━ você sempre pode recusar, claro. ━━ ” a cooper riu, fazendo uma pequena careta. tinha noção de que ele poderia muito bem estar aproveitando um tempo pra si mesmo, sozinho, e o respeitaria de qualquer forma. “ ━━ mas devo dizer que são raras as oportunidades de conversar com você, senhor green. acho que vou marcar um horário numa próxima vez. ━━ ” brincou, no intuito de deixar a conversa mais confortável.
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jamie-007 · 1 year
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“Je crois à l'immortalité et pourtant je crains bien de mourir avant de la connaître.”
Raymond Devos
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L'autre jour, au café, je commande un demi. J'en bois la moitié. Il ne m'en restait plus. - Raymond Devos, Il y a des choses bizarres, 1968.
Chalon-sur-Saône, Saône-et-Loire.
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NOTE DE LECTURE :  Histoire de places. Jean-Claude Grosse. 2016
On entre dans le texte accompagné par l'auteur Jean-Claude Grosse qui nous en fait la présentation / genèse. 
On entre dans la scène avec les deux comédiens, elle / la coach et lui / le stagiaire, et tout le public interpelé et engagé par ce dialogue interactif. On entre dans l'absurde avec les dialogues savoureux (j'ai pensé à Raymond Devos) de ces deux clowns sans nez, leurs questions sans réponses, leurs tâtonnements sans doute. 
On entre avec eux dans l'essentiel, le sens de la vie, le bon sens, le sens propre et le sens figuré, parfois le sens critique (voire politique), ce qui finalement tellement plus important que la place. 
Je pense alors au proverbe qui dit : "Le but, c'est le chemin." C'est un peu de cette démarche que l'auteur et les comédiens nous invitent à faire avec eux, en se décentrant, en commençant par le "pas de côté" avant de pouvoir peut-être se lancer dans le tango...
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ao3feed-westallen · 1 year
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Second Chances: Flash
read it on the AO3 at https://ift.tt/DZmsAbI
by Lauriverfanboy1
Part three of new version of Second Chances. My name is Barry Allen and I am the fastest man alive. After helping to reboot the universe, I found myself waking in a new world back at the beginning of my journey with a chance to keep history from repeating itself. Both new and old threats are coming to my city and I'm the only one fast enough to stop them. I am the Flash.
Words: 1895, Chapters: 1/?, Language: English
Series: Part 3 of Second Chances
Fandoms: The Flash (TV 2014)
Rating: Teen And Up Audiences
Warnings: Creator Chose Not To Use Archive Warnings
Categories: F/F, F/M
Characters: Barry Allen, Iris West, Mar Novu | The Monitor, Joe West, Cecile Horton, Henry Allen, Tina McGee, Cisco Ramon, Caitlin Snow, Allegra Garcia, Team Flash (The Flash TV 2014), Eobard Thawne, Hartley Rathaway, Oliver Queen, Laurel Lance, Chester P. Runk, OC - Character, Amunet Black, Matthew Norvock, Clifford DeVoe, Marlize DeVoe, John Diggle, Rene Ramirez, Zoe Ramirez, Clark Kent, The Speed Force (The Flash), Esperanza Garcia, Gorilla Grodd, Alexa Rivera, Bashir Malik, Deon Owens, Meena Dhawan, Patty Spivot, David Singh, Kara Danvers, Alex Danvers, James Jesse, Mark Mardon, Ronnie Raymond, Wally West, Sara Lance, Ray Palmer
Relationships: Barry Allen/Iris West, Cecile Horton/Joe West, Cisco Ramon/Patty Spivot, Caitlin Snow/Meena Dhawan, Allegra Garcia/Chester P. Runk, Henry Allen/Tina McGee, Barry Allen & Cisco Ramon & Caitlin Snow, Barry Allen & Iris West, Barry Allen & Cisco Ramon, Barry Allen & Caitlin Snow, Barry Allen & Joe West, Barry Allen & Oliver Queen, Barry Allen & Eobard Thawne | Harrison Wells, Iris West & Joe West
Additional Tags: Henry Allen is Jay Garrick, Lesbian Caitlin Snow, Iris West has magic
read it on the AO3 at https://ift.tt/DZmsAbI
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canaljh · 11 days
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Johnny Hallyday - Avec Raymond Devos
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jloisse · 1 month
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Raymond Devos - L'Instrument De L'Alternance (Olympia 1999)
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Je ne sais pas
Je ne sais pas
(sous-titre : "Un lapin sur la lune")
Depuis bientôt 2 ans que je partage mes publications, ma Spiritualité sur ce groupe, j'ai fait un compte du nombre de fois que j'ai écrit "Je ne sais pas". Je laisse quelques secondes pour qu'un nombre arrive dans l'esprit : 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1. Le temps est écoulé.
Pour la réponse, mon traitement de texte m'indique que le nombre est de cent soixante-neuf, en fait, cent septante et un, avec le début de l'écriture de ce texte. Ces quatre petits mots ont été utilisés cent septante et une fois sur un total de cinq cent neuf mille cent trois, en fait non cinq cent neuf mille cent six, en fait non cinq cent neuf mille cent douze. J'ai volontairement écrit les nombres en lettres pour ne pas influencer la rapide visualisation du décompte. Je vais m'arrêter ici dans le décompte car plus j'ai écrit plus ce nombre augmente.
Par contre, j'ai écrit 459 fois "je sais", en fait 460 avec celui-ci. Je n'ai pas fait le "coup" du décompte pour trouver la valeur. Quand j'écris "je sais" (461), c'est pour indiquer que j'ai fait l'expérience de ce qui a suivi le "je sais" (462).
Pourquoi est-ce que j'écris sur "je sais" et "je ne sais pas" ? Comme je viens de l'indiquer quand j'écris "je sais", c'est que je sais que j'ai fait l'expérience de ce qui a suivi le "je sais". Je me répète pour bien amener à la Conscience que c'est l'expérience qui a été vécue qui a amené ce "savoir". Si je dis que je sais m'asseoir, c'est que j'en ai fait l'expérience même si je ne sais pas quand ceci s'est produit dans ma vie. SI je dis que je sais écrire, que je sais lire, c'est aussi que j'en ai fait l'expérience. Pour être correct, je devrais écrire "je ne sais plus" (utilisé que quatre fois avec celui-ci). Par contre, je sais que je ne sais pas chanter ou jouer d'un instrument de musique par exemple. C'est aussi l'expérience qui a fait que j'ai essayé de chanter et que je sais que je ne sais pas le faire. Par contre, chantonner, je sais le faire.
Tout ceci pour m'amener vers ces questions : "Est-ce que je sais que Dieu existe ?" ou "Est-ce que je crois que Dieu existe ?" (et me vient à la lecture que tout ceci va me permettre à un moment ou à un autre de finaliser le texte "La Conscience de Dieu", pas après pas). Si j'écris que je sais que Dieu existe, c'est que j'en ai déjà fait l'expérience. Toutefois (et non doutefois) si j'écris que je crois que Dieu existe, n'y a-t-il pas, comment dire, un doute, une remise en question, une croyance. Une croyance est, par essence même, limitante. Ou comme je l'ai déjà écrit, dans d'autres textes, elle est changeante, mouvante, ni vraie, ni fausse, ni réelle, ni irréelle. Ainsi, même si j'ai écrit que je ne sais pas chanter, je crois que je peux chanter "juste" un jour (bon avec un professeur de chant, il s'entend).
Aparté : à ce stade de l'écriture, j'ai l'impression que Raymond Devos me parle. Fin de l'aparté.
Donc, j'écrivais que je sais que Dieu existe et pourtant, je n'en ai pas fait l'expérience. En fait, je n'en ai pas fait l'expérience directe. En d'autres termes, je ne l'ai pas rencontré directement. Comme je l'ai écrit pour ma FOI, c'est un État d'Être que je ne sais pas expliqué avec des mots car il est "nécessaire" d'en faire l'expérience.
Pour illustrer mon propos, je vais mettre dans la "peau" d'un athée. Un athée n'est pas nécessairement quelqu'un qui ne croit en rien.  Un.e athée est une personne qui "nie" ou "rejette" l'existence de toute divinité ou entité Divine. Un.e athée n'adhère, généralement, à aucune religion. Pourtant, l'athéisme peut prendre différentes formes, de l'agnosticisme (dérivé du grec "agnôstos" signifiant "ignorant", lui-même dérivé de "gnostis" signifiant "connaissance" avec le préfixe privatif "a-") qui exprime "ne pas affirmer, ni nier l'existence de Dieu"(à retenir pour la suite de la lecture), à une conviction plus grande, voire ferme, en l'inexistence de toute divinité. Dit d'une autre façon, un athée fonde ses convictions sur des raisonnements logiques, scientifiques ou philosophiques plutôt que sur des dogmes religieux. Comme je l'ai précisé dans ce paragraphe, l'athéisme en soi ne constitue pas une croyance ou une doctrine particulière, mais plutôt une absence de croyance en Dieu ou en une puissance Divine.
Pourtant, quand je parle avec des personnes, je dis que je suis athée. N'est-ce pas paradoxal quand je dis que je sais que Dieu existe et que je suis athée ? Je suis athée vis-à-vis du Dieu des religions. J'ai déjà écrit sur les religions, ces histoires racontées par des hommes pour prendre le contrôle sur d'autres hommes.
Je reprends mon "costume d'athée" et je vais utiliser ce que l'on appelle : "l'inversion de la charge de la preuve". Késako ? L'inversion de la charge de la preuve est un concept juridique se produisant lorsque la responsabilité de prouver un fait ou une affirmation est déplacée de la partie habituellement chargée de la prouver vers l'autre partie. Normalement, la charge de la preuve incombe à la partie qui avance une allégation ou une demande. Cependant, dans certains cas, en raison de circonstances spécifiques prévues par la loi, la charge de la preuve peut être inversée. Cela signifie que la partie qui conteste ou nie l'allégation doit prouver que celle-ci est fausse.
Avec mon costume d'athée, je n'affirme pas que Dieu n'existe pas. C'est à celles et ceux qui croient en Dieu de prouver son existence et non à moi de prouver son inexistence. Âmie Lectrice, Âmi Lecteur, tu me suis ? Dit d'une autre façon : "Ne pas croire que Dieu existe" est différent de "Croire que Dieu n'existe pas". Si un petit mal de tête survient, pas de stress, je vais illustrer mon propos.
J'imagine que je rentre dans une pièce et que se trouve sur une table, un bocal rempli de billes de différentes tailles, de différentes couleurs, de différents motifs. Je précise que les billes sont en parfait état, de bien belles sphères sans aspérités. Dans ce bocal, le nombre de billes est soit pair soit impair. Puis quelqu'un me demande d'indiquer si le nombre est pair ou impair. Quelque part, il me demande de prendre position, de m'affirmer. Je regarde le bocal et, tant que je n'ai pas accès aux billes en déversant le contenu du bocal sur la table, je ne sais pas dire si le nombre est pair ou impair.
Si je dis que je ne crois pas que le nombre de billes est pair, est-ce que ceci veut dire que je crois qu'il est impair ? En voici une bonne question, n'est-il pas ? La réponse est : "Que nenni !", "Pas du tout !" ou "Absolument pas !". Tant que je n'ai pas la preuve en comptant les billes, tant que je n'ai pas eu d'indice de la part de celle ou celui qui les a mises, je ne sais pas m'avancer sur la parité ou l'imparité (si, si, ce mot existe) du nombre. Donc ma position est claire : "Je ne sais pas". Tout simplement, je ne sais pas.
Maintenant, si une personne entre dans la pièce et affirme que le nombre est pair ou impair, est-ce que je vais la croire "sur parole" ? Comme je le dis souvent, j'applique mon discernement. Je vais donc demander quelle est la preuve qui a permis de déclarer que le nombre est pair ou impair. La preuve ne pourra être établie qu'à partir du moment où un comptage des billes est effectué. Et je pousse "le bouchon plus loin", un double décomptage est à effectuer pour éviter une "tromperie".
Je retire mon costume d'athée.
C'est un peu la même expérience que le "Chat de Schrödinger" dont je pensais en avoir parlé dans un texte. Et bien, ce n'est pas le cas (et non le chas, tout dépend si l'on prononce le "ch" comme un "k" comme dans "Michaël"). L'expérience du "Chat de Schrödinger" est une expérience de pensée en physique quantique. Elle a été proposée par le physicien Erwin Schrödinger en 1935 pour illustrer certaines implications étranges de la théorie quantique. L'idée de l'expérience est la suivante : "Imaginez un chat placé dans une boîte hermétiquement fermée avec un dispositif quantique, comme un atome radioactif. Si l'atome se désintègre, cela déclenche un mécanisme libérant un poison et tuant le chat. Si l'atome ne se désintègre pas, le chat reste en vie".
Selon les principes de la mécanique quantique, avant d'ouvrir la boîte et d'observer, le chat existe dans un état superposé, à la fois vivant et mort. Ce n'est que lorsque l'observation est effectuée que l'état du chat se "réalise" en vivant ou mort. L'expérience illustre le concept de superposition quantique et la nature probabiliste de la réalité à l'échelle subatomique, où les particules peuvent exister dans plusieurs états simultanément jusqu'à ce qu'une observation les "force" à adopter un état spécifique (à la relecture, c'est le principe d'Heisenberg que j'avais explicité dans le texte "Et Maintenant ! Une page de publicités … spirituelles"). Cette expérience est une métaphore uniquement destinée à souligner les aspects théoriques de la mécanique quantique et n'est donc pas une expérience pratique avec un chat réel (ai-je entendu "pauvre bête" à un moment ?).
Cette expérience, du point de vue de ma Spiritualité, est une illustration métaphorique de la dualité et de l'incertitude inhérentes à la réalité matérielle. Elle suggère que tant que je ne suis pas pleinement conscient ou "éveillé", ma réalité existe dans un état indéterminé, oscillant entre des polarités telles que la vie et la mort, la lumière et l'obscurité, la joie et la peine, le tangible et l'intangible, le visible et l'invisible.
La boîte symbolise ma perception limitée de ma réalité, tandis que le chat représente mon essence spirituelle. L'expérience souligne que ma compréhension de la vie est souvent conditionnée par des perspectives limitées. C'est seulement à travers une prise de conscience spirituelle ou une expansion de la conscience que je peux transcender cette dualité apparente et accéder à une acceptation de l'UNité et de la "réalité" spirituelle qui transcende les opposés. En d'autres termes, l'observation spirituelle ou la prise de conscience conduit à la transformation de ma réalité de potentiel indéterminé en une expression claire et harmonieuse de la vie spirituelle.
Il en est de même pour l'existence de Dieu. Elle peut être comparée à l'expérience du "Chat de Schrödinger" aussi d'une manière métaphorique. La boîte représente le voile (le fameux "voile de l'oubli") qui obscurcit l'acceptation humaine de la nature Divine. Et la question de l'existence de Dieu peut être considérée comme étant dans un état indéterminé tant que l'Être n'a pas fait l'expérience directe de la réalité Divine. Dans cette perspective, l'existence de Dieu n'est pas simplement une question de preuves tangibles, mais plutôt une expérience personnelle et spirituelle. Oui, j'ai bien souligné "personnelle" car ceci reste, avant tout, mon expérience, qui n'est que mon expérience comme j'aime à la préciser. Avant cette expérience, la réalité Divine peut sembler à la fois présente et absente, tout comme le chat est simultanément vivant et mort avant l'observation.
Ainsi, ma spiritualité est que l'existence de Dieu peut être révélée par une recherche intérieure, une connexion spirituelle, une expérience mystique ou simplement une circonstance de la Vie. Elle va bien au-delà des limites de la perception sensorielle et de la raison pour accéder à une acceptation intuitive et directe de la présence Divine. Ainsi, la question de l'existence de Dieu peut rester dans un état de potentiel jusqu'à ce que l'Être fasse l'expérience personnelle de la réalité Divine.
(Michaël "Shichea" RENARD (20231122-1))
(Art Numérique : Bing Creator suivant mes directives)
(Musique lors de l'écriture : Bergman - 2023 - Embers)
P.S. : Pourquoi ai-je sous-titré ce texte "Un lapin sur la lune" ? J'affirme qu'il y un lapin sur la lune. En l'affirmant, est-ce que j'ai vécu l'expérience de voir un lapin sur la lune ou est-ce que je crois qu'il peut y avoir un lapin sur la lune. Soit je peux ne pas y croire, soit je peux prendre ce que je viens d'affirmer au pied de la lettre. Pourtant, je peux aussi répondre qu'un lapin ne pourrait vivre sur la lune et effectivement un lapin ne pourrait y vivre. Ce qui est vrai (encore "pauvre bête"). Cependant, en affirmant qu'il y a un lapin sur la lune, je sais qu'il y a des tâches sombres sur la surface lunaire pouvant être interprétées comme un lapin. Ce qui est vrai aussi. Dit d'une autre façon, il ne suffit pas que je le dise pour que ce soit vrai.
Saint-Anselme de Canterbury a écrit : “Dieu est l'Être tel qu'on ne peut rien penser qui le surpasse”. Que dire ? Ma réponse est : "Je …".
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