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#projetoresconhecidos
cosmonautademarmore · 3 years
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Ser uma pessoa que gosta do amor, mas que não tem muitas oportunidades para amar trouxe algumas experiências interessantes para mim. Comecei a prestar atenção no que os grandes autores e poetas diziam sobre o amor na expectativa de viver e saciar essa vontade. Mas eu não estarei satisfeito. Eu não sou um homem que se satisfaz.
Shakespeare, entretanto, foi o que mais chegou perto de preencher-me por completo. Tive uma epifania ao ler os seguintes versos:
"Duvida da luz dos astros,
De que o sol tenha calor,
Duvida até da verdade,
Mas confia em meu amor."
Foi ali que entendi o amor que eu gostaria de passar para quem estivesse do meu lado. E foi ali que questionei o amor que entreguei a outras pessoas. Entreguei o amor que eu podia, claro. Mas se eu quisesse mais, teria de dedicar mais.
Mas o sentimento da paixão é o meu maior desafio. Sou viciado no desejo, na intensidade do toque de dois corpos, no cheiro específico que só dois amantes produzem, no olhar de entrega e do pedido silencioso, no gozo dos apaixonados, na retórica dos namorados, no recitar do velho diálogo do Gênese.
E, se posso parodiar Shakespeare, lhes digo: esses prazeres intensos, têm finais intensos.
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cosmonautademarmore · 3 years
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Se o MC Marcinho me permite, quero falar de amor
Como todo jovem nascido entre o fim da década de 90 e o início dos anos 00, cresci com os versos de “Glamourosa” como parte da minha identificação cultural. No verso “Se quiser falar de amor, fale com Marcinho”, estamos diante de alguém que atingiu um abastado conhecimento sobre o que é esse sentimento, motivo de poesias há tantos anos. Mas talvez só a música do MC Marcinho e um ou outro escritor hispanohablante tenham alcançado, de fato, alguma revelação.
Veja bem, não estou falando aqui dos outros amores. De como amamos nossos pais ou amigos. Se o fizesse, teria introduzido esse texto com uma música do Renato Russo. Estou aqui falando sobre aquele amor avassalador, intenso, único. Que dura dias, semanas, anos ou uma vida, mas que nunca conseguiremos antever quando virá ou quando irá. É desse.
O eu lírico da música está embasbacado com o olhar de diamante de sua querida “glamourosa” (elogio esse que só um precursor do funk carioca nos anos 2000 como o MC Marcinho poderia conceber). A rainha do funk consegue envolver e fascinar. E não é essa a nossa busca no amor? Sermos envolvidos por algo que não entendemos nem compreendemos como aquilo pode ser real. Eu não sei você, mas gosto bastante de me sentir totalmente sem rumo, a adrenalina de um amor que você não sabe até quando irá se estender, mas sabe que vai aproveitar cada segundo.
O amor é esse sentimento que te faz perder o rumo, tal qual as pessoas ao verem a rainha do funk agitando o salão e requebrando até o chão. E se posso usar outra música aqui nesse texto, vemos em “Malandramente” (além do melhor uso de um advérbio de modo na língua portuguesa), um verso que simplifica com maestria o que todos queremos dizer pra quem tá na mesma onda: “Nós se vê por aí”.
Se o Tom Zé diz que o amor é um rock, tenho a ousadia de dizer que também é um funk e um forrózinho pra dançar agarrado. Não quero me estender mais do que isso por aqui. Nem sei se cheguei a algum ponto, pra falar a verdade. Meus dois centavos sobre o amor não são muita coisa além do desejo de senti-lo. Carência da quarentena ou coisa do tipo, mas a verdade é que gosto muito daquelas coisas que só o amor romântico provoca nos irreparáveis como eu e você. O amor é assim. Como diria o MC Marcinho, até quem não gostava, quando sentiu, não resistiu.
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