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#projeto reconhecidos
eu-estou-queimando · 2 years
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Eu fui embora e você nem percebeu. Eu continuei seguindo, me reconstruindo, recomeçando e você não percebeu.
Quando deu falta, correu, não para me convencer a ficar, dizer que iria mudar. Você correu atrás de mim, para não ter que lidar com minha ausência, para não precisar ficar sem alguém que te aceitou como você era...
Eu quase acreditei, quase retornei, porém você não conseguiu manter o personagem de apaixonado. Logo voltou a looping de repetir os mesmo erros.
Eu continuei seguindo e você jurando que eu iria sentir falta. Eu continuei e você jurando que eu iria me arrepender, eu continuei seguindo... até que parei de ouvir seu eco oco, até que parei de pensar no passado.
Seguindo meu caminho me tornei dona de mim. Conheci novas pessoas, enquanto estava te desconhecendo. Enquanto você me esperava voltar arrependida, eu, estava livre, você disse que eu sentiria saudades, mas sem você eu me senti livre.
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cherrywritter · 2 months
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Conversas Noturnas - Background
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Semanas mais tarde
Como é ser filha do Bruce Wayne, Conner perguntou se sentando ao lado de Vic nas areias de Happy Harbor. Era uma noite quente e reconfortante. Já havia se passado algumas semanas desde que se conheceram na cozinha da Caverna e Conner se sentiu à vontade para se aprofundar mais na amizade com Victoria. Acreditava que ela era a única que poderia entendê-lo cem porcento em todos os campos da vida e de como ser e viver como um projeto de laboratório criado pelo mesmo homem.
Acho que é muito cedo para pensar nisso, ela respondeu. Gostava de ser sua filha e já o admirava quando estava nas ruas, porém fazia apenas sete meses que morava com ele e não sabia ao certo se tudo já se expressava como uma dinâmica familiar ou como um treinador e seu pupilo. Era estranho, mas reconfortante ao mesmo tempo. Sabia dizer que ele, independente de seus erros e de seus conflitos internos, estava se empenhando arduamente para ser um bom pai para ela. Reconhecia seus esforços, o jeito torto de demonstrar carinho. Eram caminhos de correção contínuo, mas gostava mesmo assim. Não era apenas ele ou ser filha dele, mas viver a família Wayne e um legado de gerações.
Ao menos se sente acolhida, comentou Conner. Victoria sorriu. Sim, ela admitia que se sentia acolhida. Se sentiu desde o primeiro instante que se encontrou com Batman e não podia negar que tanto ele quanto Alfred a fizeram se sentir humana e amada. Depois conheceu Tim. Aquele garoto incrível que a fez colocá-lo na posição de um irmão. Ele teve toda a paciência e calma para ajudá-la a saber combater um humano e como era a fragilidade de um corpo. Não se sente acolhido pela família Kent, Vic questionou. Ele negou rapidamente, o que fez com que ela se sentisse desconfortável.
Clark Kent parecia bem amigável e receptivo. Todos falavam de sua tamanha bondade, caridade, a fama que ele tinha tanto como pessoa civil, um jornalista formidável, quanto como Superman. Ele era um deus entre os homens, era assim que falavam em Metropolis e pelos corredores das instalações de Cadmus em que ela estava. Tomando um pouco de coragem, ela o questionou sobre como foi sua vinda para a equipe. Conner deu de ombros e sorriu com desanimo. Disse que Dick, Kaldur e Wally o resgataram de Cadmus. Que naquela noite ele descobriu o que era e quem era o Superman. Ele, Clark, não pareceu lidar bem com a situação e isso o fez se sentir rejeitado. Esse sentimento se perdura desde então.
Vic, instintivamente, segurou a mão de Conner e o abraçou dizendo que ele não deveria se esforçar tanto para ser reconhecido. Talvez fosse complicado para o Clark saber lidar com isso mesmo depois de tanto tempo, mas a paciência era uma dádiva que se construía com o tempo assim como reconhecimento, familiaridade e carinho. Não conseguia acreditar que Clark não acreditava em seu potencial e não o via como membro da família Superman. Independente disso, ele podia ter a certeza de que ela sempre o reconheceria. Entendia essa necessidade de se sentir pertencente a algo, mas ele já fazia parte de muita coisa. Um membro da Justiça Jovem, da Equipe de Operações Especiais e era um super-herói aclamado. Às vezes estava buscando o que já existia e apenas não consegui ver.
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plural-ajuda · 2 months
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Fortelling - Um ótimo aplicativo para organizar seu sistema.
Fortelling é um aplicativo não focado para sistemas, porém, em minha opinião, é um ótimo aplicativo para organização de sistemas.
O app é focado para criação de histórias, porém inclui ferramentas como descrição de personagens, descrição de mundos, overview (mapa mental), notas e outros.
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1) Personagens: Possui a função de personagens, onde pode colocar os atributos pré-definidos e criar seus próprios tributos no campo personalizado.
— A parte dos personagens pode ser usada para colocar informações sobre membros do seu sistema. O campo personalizado pode ser usado para colocar as informações que quiser (cargos, origem, etc.)
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2) Galeria de imagens: possui galerias de imagens, tanto para itens específicos tanto para todas as imagens carregadas no seu projeto.
— isso é ótimo para faceclaim e outras representações, tanto do headspace quanto de outra coisa que precise representar.
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3) Overview: usado para fazer conexões e algo mais visual usando itens, anotações e imagens.
— útil para organizar de forma mais visual seu sistema em questões de cargos, lugares acessíveis no headspace para certos membros, etc.
4) Links: os links servem para conectar um item em outro. Isso também ocorre quando você conecta um item ao outro em um overview.
— útil para conectar membros a espécies, membros que possuem alguma relação, subsistemas e outros.
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4) Premium: existe uma opção premium (custa R$27,99 por mês), onde é possível criar suas próprias ferramentas. Além de ter acesso a opção Web do aplicativo. A opção Premium não é necessária para um bom uso do app!
Eu NÃO recomendo piratear (se houver uma forma) esse aplicativo, pois é pouco reconhecido e possui muitos gastos para manter imagens e coisas associadas. Evite prejudicar o aplicativo para mantê-lo vivo.
5) Outras opções: existem diversas outras opções no Fortelling que podem ser muito úteis para sistemas!
Partes negativas: não é possível registrar "fronts" como no Simply Plural, não possui a opção de chat e não possui fácil compartilhamento do sistema (porém é possível compartilhar).
Alternativas: há alternativas que podem ser usadas para remover as lacunas que possui nesse aplicativo: TwiNote - para conversar com seu sistema, acho ótimo porque simula uma rede social e ao mesmo tempo possui chat, Simply Plural - você pode usar o Simply Plural para registrar os fronts e compartilhar algumas informações do seu sistema (porém no Fortelling também é possível o compartilhamento do sistema).
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saschadeutscher · 5 months
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Esse é o HUNTER PARRISH chegando no Paddock? Ah não, é o SASCHA DEUTSCHER, da ALEMANHA, de 32 ANOS que é PILOTO da RED BULL RACING. Nos melhores dias ele é AUTOSSUFICIENTE e CARISMÁTICO, mas as vezes também é GANANCIOSO e RESMUNGÃO.
Dono do número 50, Sascha surgiu como uma promessa nos campeonatos de Kart que aconteciam pela Alemanha — eventos que comparecia por influência e suporte de sua mãe, uma grande apaixonada pelo automobilismo — e dedicou sua infância e adolescência inteiras ao esporte. Sua habilidade excepcional e foco extremo ao volante o categorizou como uma promessa e os resultados que conquistou vieram apenas para provar que merecia que todos o olhassem e lembrassem seu nome.
Aos 32 anos, Sascha se estabeleceu como um dos pilotos mais reconhecidos e aclamados da Red Bull Racing e do automobilismo moderno. Além de conquistas nas categorias de base (Campeão Mundial de Kart, Campeão da F3 e F2), sua determinação incansável e paixão pelo esporte o levaram a conquistar três campeonatos mundiais na categoria principal, deixando sua marca nos anos de 2016, 2018 e novamente em 2023, quando sua equipe também celebrou o título.
Por trás da aura de sucesso, Sascha é um indivíduo multifacetado. Seus melhores dias são uma mistura de habilidade, carisma e uma atitude inabalável. No entanto, há momentos em que sua ambição inata o torna ganancioso, buscando sempre ultrapassar seus limites e os dos outros. Em ocasiões específicas, ele pode demonstrar um lado resmungão, resultado de sua exigência consigo mesmo e com a equipe para atingir a perfeição.
Fora das pistas, Sascha dedica-se a atividades de caridade em seu país de maneira anônima, apoiando causas que promovem o acesso ao automobilismo para jovens talentosos e projetos sociais voltados para comunidades carentes.
Aesthetic: Roupas bem passadas e extremamente limpas, óculos escuros, resting bitch face, gel de cabelo, perfume amadeirado e cítrico, garrafa térmica para café ou água sempre nas mãos, sempre no horário, nem atrasado nem adiantado, capacetes com cores em tons escuros e branco.
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claudiosuenaga · 1 year
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Jack Parsons, o cientista-ocultista Anticristo que acendeu os foguetes da NASA com as chamas do Inferno
Por Cláudio Suenaga
Poucos ainda reconhecem o nome dele, mas Jack Parsons teve um papel fundamental em levar a humanidade ao espaço. Parsons foi um cientista de foguetes que inventou o primeiro combustível de foguete de estado sólido fundido em 1942. Ele abriu o caminho para a produção em massa dos dispositivos que lançariam seres humanos nas estrelas e abasteceriam as armas de guerra. Juntamente com associados do Caltech (California Institute of Technology ou Instituto de Tecnologia da Califórnia), ele fundou o Jet Propulsion Laboratory (JPL), uma organização que abriu o caminho para a NASA. Parsons também perseguiu uma obsessão ao longo da vida com o ocultismo, o sexo e a interseção dos dois. Ele se juntou a Thelema, o movimento oculto fundado pelo ocultista e satanista britânico Aleister Crowley, e assumiu o ramo californiano do movimento. O fundador da Cientologia, L. Ron Hubbard, viveu na casa de Parson por um tempo e realizou com eles os famigerados "Trabalhos de Babalon". Parsons tentou, repetidamente, usar magia sexual para convocar várias divindades para o plano terrestre. Tudo isso enquanto trabalhava como cientista de foguetes. A vida de Parsons é estranha e fascinante. Ele era um cientista dedicado que ajudou a empurrar a humanidade para as estrelas, mas perseguiu o objetivo final de gerar um golem Anticristo para apressar a chegada do Apocalipse e morreu em uma explosão em seu laboratório caseiro aos 37 anos.
Desde a sua criação em 1958, a verdade das origens ocultas da NASA foi discretamente escondida da consciência pública, e o ocultismo subjacente por trás de todos os seus projetos e missões sempre foi encoberto por um manto imaculado de pureza técnica-científica. Nenhum empreendimento humano, aliás, parece mais distante das superstições primitivas e do antigo misticismo do que a NASA, uma agência solidamente fundamentada na lógica física-matemática precisa e na racionalidade tecnológica pragmática.
Poucos sabem, porém, que as origens da NASA estão ligadas ao pioneiro na engenharia de foguetes, o ocultista e satanista Marvel Whiteside Parsons, mais conhecido como Jack Parsons (1914-1952), um gênio megalomaníaco brilhante pouco ortodoxo que nunca viu contradições em sendo ao mesmo tempo um cientista e um ocultista, direcionar suas atividades para ambas as áreas a ponto de as fazer convergir.
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A "árvore genealógica" da astronáutica e do ocultismo nos Estados Unidos. Ilustração de Barbara Diener.
Discípulo do mais perverso de todos os praticantes do ocultismo da história moderna, o satanista inglês Aleister Crowley (1875-1947), que se intitulava a “Besta do Apocalipse 666” e que realizava rituais tão poderosos e abomináveis que até mesmo o ditador fascista Benito Mussolini (1883-1945) o expulsou da Sicília em 1923 chamando-o de “bárbaro”, Parsons foi uma das figuras mais proeminentes na propagação de Thelema nos Estados Unidos, fundada por Crowley em 1904 na cidade egípcia do Cairo quando um espírito conhecido como Aiwass ditou a ele um texto profético conhecido como The Book of the Law (Liber AL vel Legis). Cairo que é chamado de Al-Qahir, o nome árabe do planeta Marte. Ele tinha o tipo de visão mental alucinatória sobre espírito, magia e liberdade humana que lançaria a cultura californiana de cabeça para baixo no final da década de 1960, causando uma revolução mundial no pensamento que ele nunca veria.
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Aleister Crowley (esq.) e Jack Parsons. Fotos: The Mirror, Los Angeles, 1952-06-20, vol. IV, nº 218, p.1.
E, mesmo que sua carreira científica não despertasse interesse acadêmico na época, com o tempo Parsons passou a ser reconhecido por sua importante contribuição para a exploração espacial que conhecemos hoje, tanto que a comunidade aeroespacial ergueria uma estátua em sua homenagem no JPL (Jet Propulsion Laboratory ou Laboratório de Propulsão a Jato), sigla que curiosamente se presta a ser traduzida por “Jack Parsons Laboratory”, o que não deixa de corresponder à verdade. O JPL que ele ajudou a fundar, hoje emprega mais de 5.500 cientistas e tem um orçamento anual de mais de US$ 1,4 bilhão. Foi lá que as sondas lunares e as sondas Voyager 1 e 2, foram construídas.
A União Astronômica Internacional [International Astronomical Union (IAU)] batizou com seu nome uma cratera de impacto no lado escuro da Lua – como não poderia ser mais conveniente –, a oeste-noroeste da cratera Krylov.
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Vista oblíqua da cratera Parsons, no outro lado da Lua, voltada para o oeste. Fonte: Lunar and Planetary Institute, Lunar Orbiter Photo Gallery Lunar Orbiter 5/NASA.
Jack Parsons, como não poderia deixar de ser, era de linguagem sanguínea nobre, descendente do irlandês Richard Parsons, 1º Conde de Rosse (1702-1741), maçom e membro fundador do Hell-Fire Club. Nascido em Twickenham, Middlesex, Richard, que era filho de outro Richard, o 1º Visconde de Rosse (1657-1703), e de Elizabeth Hamilton, sobrinha de Sarah Jennings, Duquesa de Marlborough, foi um notável libertino, como viria a ser Jack, rebelando-se contra as normas da época. Ele escreveu o livro Dionysus Rising (A Ascensão de Dionísio) depois de uma viagem ao Egito, onde alegou ter encontrado pergaminhos dionisíacos saqueados da Grande Biblioteca de Alexandria antes que este fosse queimado até o chão. Ao retornar a Dublin, Parsons escreveu seu livro baseado nos pergaminhos e fundou um grupo chamado Sacred Sect of Dionysus (Seita Sagrada de Dionísio), que existe até hoje com o nome de Revived Order of Dionysus (ROD), ou Ordem Revivificada de Dionísio, uma ramificação da Maçonaria com sede na Old Absinthe House em Nova Orleans que diz possuir uma das duas únicas cópias conhecidas do livro. A ROD acredita que a Maçonaria é derivada de um culto pré-cristão chamado Dionysiac Architects (Arquitetos Dionisíacos).  
Se Parsons sentia-se à vontade e muito bem colocado no ambiente ocultista, é porque trazia isso no sangue, portanto. Filho único de uma família rica, influente e bem conectada, porém disfuncional, que vivia em uma enorme mansão na “Millionaire Row” de Pasadena, Parsons nasceu em Los Angeles, Califórnia, em 2 de outubro de 1914. Ele foi batizado com o primeiro nome do nome do pai, Marvel H. Parsons (1894-1947), mas sua mãe Ruth Virginia Whiteside (1893-1952) se recusava a chamá-lo assim, preferindo a alcunha "Little Jack".
Sua mãe havia se divorciado dele logo após o nascimento de Jack, quando descobriu que Marvel mantinha um caso com uma prostituta. A criação junto com os avós ricos de sua mãe, fez de Little Jack, como em breve será chamado por todos, uma criança solitária, reclusa e devotada aos estudos, em especial às ciências ocultas, e o imbuiu de um profundo ódio à autoridade e um desprezo por qualquer tipo de interferência em sua atividade. Inspirado por revistas pulp como Amazing Stories e livros de ficção científica de Júlio Verne, logo cedo desenvolveu um interesse por foguetes. Ele se imaginava indo em um foguete para a Lua e via a ciência e a magia como formas de explorar essas novas fronteiras, libertando-se da Terra literal e metafisicamente.
Parsons foi atraído pelo ocultismo, pois ele tinha um conjunto de ambições muito mais elevado e acreditava que a magia rompia com os limites do mundo físico. Ele queria literalmente derrubar as paredes do espaço-tempo e tinha um conjunto de ideias totalmente não científicas sobre como fazê-lo. Ele desenvolveu um interesse mais profundo pela bruxaria e pelo lado sombrio da magia, tornando-se fascinado por poltergeists e aparições fantasmagóricas. Consta em seu diário que com apenas 13 anos de idade, fazendo uso principalmente de trechos do Velho Testamento, do Zohar e do Talmude, teria invocado Satã com sucesso pela primeira vez depois de meses de tentativas frustradas e infrutíferas. Na ocasião dessa primeira aparição de Satã, Parsons confessa ter se acovardado diante daquele que ele tanto buscava. A experiência o deixou tão amedrontado que só retomaria essa seara na idade adulta.
A bolha segura e confortável em que Jack Parsons passou a infância e a adolescência foi quebrada pela Crise Econômica de 1929. As dificuldades financeiras da família o obrigaram a trabalhar nos fins de semana e durante as férias escolares nos escritórios da Hercules Powder Company, onde aprendeu sobre explosivos e sua utilização potencial na propulsão de foguetes.
Junto com o colega de escola Edward "Ed" S. Forman, com quem vinha explorando o assunto de forma independente em seu tempo livre, construiu e testou diferentes foguetes e logo construiu o seu próprio motor de foguete de combustível sólido, ao mesmo tempo em que mantinha intensa correspondência com engenheiros pioneiros de foguetes como o compatriota Robert Hutchings Goddard (1882-1945), o russo Konstantin Eduardovich Tsiolkovski (1857-1935), e os alemães Hermann Oberth (1894-1989), Willy Ley (1906-1969) e Wernher von Braun (1912-1977) – com quem, aliás, passava horas conversando ao telefone.
Após concluir o colégio no verão de 1933, matriculou-se no Pasadena Junior College com a esperança de obter uma graduação tecnológica em Física e Química, mas foi forçado a abandonar depois de apenas um semestre devido a situação financeira crítica da família. Ele ainda tentou obter uma licenciatura em Química na Stanford University, mas novamente foi forçado a abandonar. Parsons, que não era muito bom em matemática, nunca obteve mais do que um diploma do ensino médio.
Embora com limitada educação formal, Parsons demonstrou enorme aptidão, e em 1934, ele e Forman se juntaram a Frank Joseph Malina (1912-1981), futuro engenheiro aeronáutico e pintor. Durante muito tempo, os experimentos foram realizados sem apoio financeiro e feitos de maneira amadora, mas isso não era o suficiente para parar os três. Por conta dos testes com explosivos, o trio ficou conhecido por seu aparente desejo de morte coletiva e foi apelidado de “Esquadrão Suicida”. 
Na véspera do Halloween de 1936, em 29 de outubro, o “Esquadrão Suicida” liderado por Parsons, químico autodidata e mestre das artes das trevas, se reuniu na represa Devil’s Gate em Pasadena, na parte mais estreita do cânion Arroyo Secco, no sopé das montanhas de San Gabriel, perto do local de uma barragem, a cerca de 400 metros do campus da Caltech, para testar um motor de foguete primitivo alimentado por oxigênio e álcool metílico, preso a um suporte. Mas a combustão que eles esperavam não aconteceu. Em vez disso, a mangueira de oxigênio pegou fogo no chão, causando uma mini tempestade de fogo no desfiladeiro.
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Os membros originais do “Esquadrão Suicida” do JPL, em 1936, a partir da esquerda: Rudolph Schott, Amo Smith, Frank Malina, Ed Forman e Jack Parsons. Foto: Cortesia da Caltech.
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Parsons (em jaqueta escura) e seus colegas da GALCIT em Devil's Gate, Arroyo Seco, no Halloween de 1936. Este experimento deu início às atividades do Laboratório de Propulsão a Jato. Foto: NASA-JPL/Caltech.
Esta seria a primeira incursão do “Esquadrão Suicida” na propulsão de foguetes e gerou os rumores de que Parsons, guiado Magia Sexual (Sex Magick), uma prática ritualística planejada pelo líder da O.T.O., havia aberto um portal para o inferno na represa Devil’s Gate (Portão do Inferno). O nome Devil’s Gate se deve a uma rocha escarpada que se parece com o rosto de um demônio com chifres. O túnel é fechado por um portão de ferro e exala um clima aterrador. Uma série de mortes e desaparecimentos de crianças alimenta os rumores de que Parsons teria de fato aberto no local um “portal para uma dimensão infernal”, a atrair caçadores de fantasmas e investigadores paranormais.
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A infame rocha em forma de diabo que deu nome à represa Devil's Gate. Foto de Nikki Kreuzer/The Los Angeles Beat.
Embora o teste na noite de Halloween tenha sido um fracasso, chamou a atenção do físico húngaro-americano Theodore von Kármán (1881-1963), o então diretor dos Laboratórios Aeroespaciais de Pós-Graduação do Instituto de Tecnologia da Califórnia [Guggenheim Aeronautical Laboratory at the California Institute of Technology (GALCIT), criado em 1929] em Pasadena. Liderados por Kármán, os três formaram o Projeto de Pesquisa de Foguetes GALCIT, afiliado à Caltech (California Institute of Technology).
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Theodore von Kármán, então diretor do Laboratório Aeronáutico Guggenheim da Caltech. Foto: LAist.
Sem encontrar financiamento para seus projetos, Parsons trabalhou como uma testemunha especialista em explosivos forenses. Um trabalho forense que lhe proporcionou publicidade na mídia foi o julgamento do capitão Earl Kynette em 1938 pelo atentado cometido contra o investigador particular e ex-detetive da polícia de Los Angeles chamado Harry Raymond, que andava investigando a corrupção no Departamento de Polícia de Los Angeles (LAPD) e no governo da cidade.
Em 14 de janeiro daquele ano, Raymond foi ferido por uma bomba que havia sido plantada debaixo de seu carro. Kynette foi apontado como o principal suspeito e julgado por tentativa de homicídio. Parsons foi contratado para construir uma réplica da bomba que permitisse deduzir os explosivos usados ​​para ativá-la e reconstituir a explosão, o que foi vital para a condenação de Kynette.
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Parsons em 1938, segurando a réplica da bomba usada no julgamento do assassinato do policial Capitão Earl Kynette. Fonte: Encyclopedia.
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John Whiteside Parsons posa com sua réplica da bomba caseira usada na tentativa de matar Harry Raymond. Foto do Los Angeles Times de 7 de maio de 1938.
À medida que o interesse de Parsons pelo ocultismo se desenvolvia, seu colega Malina se dirigiu à Academia Nacional de Ciências [National Academy of Sciences (NAS)] para obter financiamento para “propulsão a jato” como um meio de desenvolver aeronaves mais ágeis. Em 1939, o grupo GALCIT recebeu US$ 1.000 (£ 595 no câmbio de hoje), tornando-se o primeiro grupo de pesquisa de foguetes financiado pelo governo na história. Um quarto do financiamento teve que ir para a reparação de danos aos edifícios Caltech causados ​​pelos experimentos do grupo, que acabou sendo forçado a se mudar para alguns galpões de ferro no cânion Arroyo Seco, onde foram observados de perto pelo FBI (Federal Bureau of Investigation ou Birô Federal de Investigação), que procurava se certificar que nenhum extremista político estava tendo acesso os explosivos.
Foram as instalações de testes em Arroyo Seco que mais tarde evoluíram para o JPL, que por sua vez desenvolveria uma associação vital com um projeto de foguete espacial mais avançado proposto pelo Comitê Consultivo Nacional de Aeronáutica (National Advisory Committee for Aeronautics), a NACA, antecessora da NASA. A contribuição deste grupo para o esforço de guerra não pode ser negligenciado, tampouco seus primeiros esforços em engenharia de foguetes que forneceram grande parte do impulso para os posteriores projetos da NASA a partir do final dos anos 50 até o eventual desembarque do homem na Lua.
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O "Esquadrão Suicida" original em 12 de agosto de 1941. Da esq. para a dir.: Fred S. Miller, Jack Parsons, Ed Forman, Frank Malina, Capitão Homer Boushey, Soldado Kobe e Cabo Hamilton. Nota interessante: o filho de Frank Malina, o físico Roger Malina, é casado com a educadora britância Christine Maxwell, irmã de Ghislaine Maxwell, socialite britânica conhecida por sua associação com Jeffrey Epstein. Foto: Encyclopedia.
Mas Parsons estava tomado por ideias extraordinárias que buscavam alturas muito mais elevadas do que meros projetos de foguetes. No mesmo ano de 1939, depois de considerar brevemente o marxismo, Parsons conheceu a Igreja Thelema, o movimento religioso ocultista fundado por Crowley em 1904, e junto com sua primeira esposa, Mary Helen Northrup (1910-2003), com quem se casara em 1935, ingressou na maçônica Agape Lodge, um ramo californiano e “braço armado” da Ordo Templi Orientis (O.T.O.), organização ocultista germânica fundada pelo rico industrial alemão Carl Kellner (1851-1905) em 1903.
Kellner acreditava ter descoberto uma "Chave" que oferecia uma explicação para todo o complexo simbolismo da Maçonaria e dos mistérios profundos da natureza. Em 1895, ele começou a discutir sua ideia de fundar uma Academia Maçônica com seu associado Albert Karl Theodor Reuss (1855-1923), que seria chamada de Ordo Templi Orientis (Ordem Templária Oriental). Tanto os homens como as mulheres seriam admitidos em todos os graus desta Ordem, mas a posse de altos graus maçônicos seria um pré-requisito para a admissão no círculo interno da O.T.O. Devido à regulamentação da Grand Lodge estabelecida, as mulheres não podiam ser feitas maçons, o que parece ter sido uma das razões para que Kellner e seus associados resolvessem criar sua própria ordem a fim de reformar o sistema e permitir a admissão de mulheres.
Com a morte de Kellner em 7 de junho de 1905, Reuss e Franz Hartmann (1838-1912), que havia sido discípulo de Helena Blavatsky (1831-1891) na Índia e fundador da Sociedade Teosófica na Alemanha em 1896, se tornaram os chefes da O.T.O., reformulada em 1925 por Crowley após a sua expulsão da Golden Dawn de acordo com o princípio “Faça o que quiser” da Thelema. Parsons logo se identificou com as propostas da Thelema e com a liberdade sexual única que promovia, como a de incentivar os participantes a trocar de parceiros, isso três décadas antes da revolução sexual.
Em 1935, por ordem de Crowley, o ocultista e mágico cerimonial inglês expatriado Wilfred Talbot Smith (1885-1957) fundou a Agape Lodge Nº 2 e transformou a sua casa em Hollywood na 1746 Winona Boulevard em sua sede. Smith anunciou o fundação de seu grupo em um anúncio na revista American Astrology e imprimiu um panfleto explicando o que era a O.T.O.
Parsons não via nenhum problema em conciliar suas atividades científicas e mágicas, tanto que antes de cada teste de lançamento de foguetes, para desespero de seus colegas, cantava o hino de invocação ao deus grego Pã. Parsons não deu nenhum indício inicial das agitações internas que o levaram a adorar o diabo e levar uma vida dupla extraordinária: cientista respeitado durante o dia, ocultista dedicado à noite.
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O thelemita Wilfred Talbot Smith. Publicado em Martin P. Starr, The Unknown God (Teitan Press, 2003). O livro não especifica a origem da imagem.
Parsons subiu rapidamente na hierarquia, e em março de 1941, foi encarregado pelo próprio Crowley para liderar e tirar da decadência a Agape Lodge que o seu fundador Smith havia transformado em um mero ponto de encontro para orgias de finais de semana. Observando a aptidão natural de Parsons para a magia sexual ritual Thelema, os membros o viam como um potencial sucessor da “Grande Besta”, o próprio Aleister Crowley, a quem Parsons chamava de “Pai Mais Amado”.
No mesmo ano, o grupo GALCIT demonstrou os primeiros foguetes de decolagem movidos por jato.
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Frank Malina (de chapéu e óculos) observa enquanto Von Kárman trabalha nos esboços de um projeto JATO em 1941. Foto: JPL.
Ao mesmo tempo, Parsons começou a ter um relacionamento sexual com a irmã de 17 anos de sua esposa Helen, Sara Elizabeth Bruce Northrup Hollister (1924-1997); sua esposa, por sua vez, começou um relacionamento com Talbot Smith.
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Rara foto de Jack Parsons e Sara "Betty" Northrup pescando. Foto: Alchetron.
Os quatro, junto com outros thelemitas, acabaram se mudando para uma mansão de onze quartos apelidada de “The Parsonage” ("O Presbitério") na 1003 Orange Grove Avenue, em Pasadena, em junho de 1942. Todos contribuíam para o aluguel e viviam comunitariamente no que se tornou a nova base da Agape Lodge. No lote, eles abatiam seu próprio gado para alimentação, bem como para seus rituais de sangue. Parsons converteu a garagem e a lavanderia em um laboratório químico e frequentemente realizava reuniões de discussão de ficção científica na cozinha.
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The Parsonage – 1003 S. Orange Grove. Foto: Pasadena Now.
Apesar de Parsons reconhecer que a maioria dos membros da O.T.O. estava muito mais interessada em orgias banais para a satisfação ordinária de seus desejos – ou quando muito em “uma pseudomanifestação de poder místico por meio da sensualidade” – do que em uma ascensão espiritual autêntica, ele não ficou atrás em matéria de orgias ao promover concorridos rituais de magia sexual na mansão, frequentada por uma variedade de boêmios e excêntricos, entre eles o jornalista Nieson Himmel, fã de ficção científica, o físico e engenheiro Robert Alden Cornog (1912-1998), físico e engenheiro que ajudaria a desenvolver a bomba atômica ao integrar o Projeto Manhattan, e o oficial da Marinha durante a Segunda Guerra Mundial e escritor de ficção científica Lafayette Ronald Hubbard, mais conhecido como L. Ron Hubbard (1911-1986), o futuro fundador da Cientologia, uma religião que ensina que as entidades alienígenas não só são responsáveis pela utilização de seres humanos como avatares, como os usam para fazer o mal.
As drogas (álcool, maconha, cocaína, anfetaminas, peiote, mescalina e opiáceos) fluíam livremente, assim como os parceiros sexuais. Crowley chamava o casamento de “uma instituição detestável”, e Parsons usou essa justificativa para explicar seus desejos sexuais insaciáveis. A pousada atraiu atenção negativa, com a polícia e o FBI recebendo alegações de que abrigava um culto praticante de orgias sexuais e magia negra – embora, após a investigação, não tenha sido considerado uma ameaça à segurança nacional. Rumores davam conta de bestialismo, mulheres grávidas dançando nuas através de aros de fogo cerimonial e crianças inocentes sendo violadas e sacrificadas por magos envergando sinistros mantos negros.
Em 1942, o grupo GALCIT fundou a Aerojet para continuar a desenvolver foguetes deste tipo, com Parsons como engenheiro de projetos. Uma das principais inovações do grupo foi o desenvolvimento do Jet-Assisted Take Off (JATO) para o US Air Corps, com Parsons desenvolvendo um combustível sólido de foguete de queima restrita que era estável o suficiente para ser armazenado indefinidamente. Parsons convencera o governo de que o foguete poderia ser útil em tempos de guerra e sua tecnologia do motor e o combustível foram comercializados por meio da Aerojet. Versões desse combustível foram eventualmente usadas pela NASA no ônibus espacial, bem como em mísseis balísticos militares. e formou um negócio de sucesso chamado Aerojet. Em 1943, o Exército dos Estados Unidos encomendou 2.000 foguetes da empresa.
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Parsons em pé acima de um propulsor JATO no JPL em junho de 1943. Foto: Encyclopedia.
A devoção absoluta e obsessiva de Parsons a Satã – a quem definia como “a força motriz que move o submundo de energia espiritual e também física” – ia tão longe que até mesmo os seus pares mantinham os dois pés atrás em relação a ele. Parsons passou a realizar evocações de entidades por meio do vodu, que considerava o mais violento e eficaz dos meios para estabelecer contato com os espíritos infernais. Os membros da Agape Lodge chegaram a escrever uma carta a Crowley reclamando da atmosfera aterradora criada por seu líder nos cultos da O.T.O., a quem acusavam de ter transformando as práticas de magia sexual tradicionais da Thelema em experiências tão assustadoras e perigosas quanto aquelas praticadas nos cultos a Inanna, a grande prostituta da Babilônia, as mais obscuras do cabalismo. Esse ritual requeria que o iniciado na O.T.O. visualizasse a árvore da vida com suas 10 esferas e suas 22 partes interconectadas, e caso fosse aprovado no Juramento do Abismo, tornava-se Irmão Negro da Cabala.
Os novos acionistas majoritários da Aerojet o expulsaram em 1943 porque desaprovavam seus “métodos de trabalho pouco ortodoxos e inseguros”, atestados pelo FBI após uma série de investigações sobre seu envolvimento com o ocultismo, drogas e promiscuidade sexual. Em resposta, Parsons e Forman fundam a Ad Astra Engineering Company, nome baseado em um dos provérbios latinos preferidos de Parsons: “ad astra per aspera”, que significa, literalmente, “pelas dificuldades, aos astros”, ou, em tradução livre, “alcançar a glória por caminhos árduos, espinhosos”.
No mesmo ano, o governo dos Estados Unidos ouviu que a Alemanha nazista estava desenvolvendo o foguete V-2 e então deu ao grupo de pesquisa de foguetes GALCIT, agora sem Parsons, recursos para desenvolver armas baseadas em foguetes. A Aerojet foi então renomeada como Laboratório de Propulsão a Jato [Jet Propulsion Laboratory (JPL)], tornando-se uma instalação formal do Exército dos Estados Unidos sob contrato da Caltech.
Em 1945, Jack Parsons ainda era o sumo sacerdote da Loja Ágape de Crowley, em Pasadena, onde L. Ron Hubbard se juntou a ele. Impressionado com a exuberância e energia de Hubbard, Jack escreveu uma carta falando sobre ele a Crowley: “Deduzi que ele está em contato direto com alguma inteligência superior. Ele é a pessoa mais ‘thelêmica’ que já conheci e está de acordo com nossos próprios princípios.” Ele logo foi iniciado nos segredos da O.T.O. e se tornou o parceiro mágico de Parsons, recebendo o nome de “Frater H”. Juntos, Parsons e Hubbard criaram um sórdido esquema de magia sexual chamado “Trabalho de Babalon” para trazer o Anticristo e o Apocalipse.
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L. Ron Hubbard, de escoteiro a fundador da Cientologia. Foto: Cision PRweb.
A “Manifestação de Babalon” era o feito satânico mais perseguido por Parsons desde que lera em 1940 na revista pulp Unknown a versão original do conto “Darker than you think”, de Jack Stewart Williamson (1908-2006), protagonizado por uma mulher de cabelo escarlate que monta uma grande besta. Parsons identificou a ruiva com Babalon, a “Scarlet Woman” (“Mulher Escarlate”), a consorte da Grande Besta 666, que pela profecia de Crowley daria à luz a um “Messias Thelêmico” ou “Moonchild”, nome de um romance escrito por Crowley em 1917 e publicado pela primeira vez pela Mandrake Press em 1929 cuja trama envolve uma guerra mágica entre magos brancos e negros por causa de uma criança ainda não nascida. O “Filho da Lua”, um veículo humano para uma “semente demoníaca”, não muito diferente do “Bebê de Rosemary”, inauguraria o Aeon (Era) de Hórus e encerraria a de Osíris, representado pelo cristianismo, pelas demais religiões patriarcais – “inimigas da civilização” – e pelos homens e instituições a eles subordinados. Babalon, a contraparte Thelêmica de Kali ou Ísis, foi descrita por Parsons como sendo ao mesmo tempo “...negra, homicida e horrível, abençoada e reconfortante, reconciliadora dos opostos, a apoteose do impossível”.
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No livro do Apocalipse 17:3-5, a Babilônia é retratada como a "A mãe das prostitutas e das abominações da terra": "E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres. E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua fornicação; E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra." O Apocalipse prediz que no fim dos tempos, a Babilônia (então uma das maiores cidades da Mesopotâmia, parte da cultura suméria), ficará nua e sua carne será comida e queimada no fogo.
Na Thelema de Crowley, que se baseou nessa passagem do Apocalipse, Babalon era, ou pelo menos representava, a própria Terra. Imbuído de um certo gnosticismo, Parsons referia-se a Babalon como "Sophia" e acreditava que ela era a personificação da sabedoria, alguém que desempenhara um papel fundamental na criação do universo e da humanidade. No mito de Sophia, ela deu à luz muitos seres malignos enquanto estava presa no submundo. Um desses seres foi o demiurgo, que criou este nosso falso mundo e lhe conferiu todas as suas más qualidades. Sophia ajudou a devolver a luz ao mundo, e quando o demiurgo criou Adão, ela ocultou a consciência do primeiro homem, apenas devolvendo-a ao mundo por meio da primeira mulher, Eva. Ou seja, embora Sophia fosse de fato a mãe das "abominações" na Terra, o gnosticismo a pinta como uma figura materna sábia e benevolente.
O mais provável, no entanto, é que Crowley tenha criado o termo Babalon a partir de Babalond, proveniente do idioma enoquiano e que se traduz como "prostituta", até porque Crowley realizava invocações dentro do sistema de magia enoquiana, conforme registrado em seu livro The Vision and The Voice (Liber 418) [A Visão e a Voz (Livro 418)], de 1911, em que narra a sua jornada mística enquanto explorava os 30 étires enoquianos originalmente desenvolvidos por John Dee (1527-1608) e Edward Kelley (1555-1597) no século XVI. De todas as suas obras, Crowley considerou este livro o segundo em importância atrás apenas do Livro da Lei, o texto que estabeleceu seu sistema religioso e filosófico de Thelema em 1904.
Crowley provavelmente escolheu esta grafia em particular para o nome de Babalon por sua significância cabalística. Trocando-se a letra Y por um A, o termo "al" surge no centro da palavra. A palavra também separa-se silabicamente (em Inglês) em Bab-al-on. Bab é o termo em árabe para "porta" ou "portal". AL é uma das chaves para a compreensão do Livro da Lei, bem como um dos títulos cabalísticos de Deus, significando "O Um", em hebraico. On é o nome egípcio para a cidade conhecida pelos gregos como Heliópolis, a cidade das pirâmides. Pelo sistema de numerologia hebraica conhecida como gematria, o nome Babalon soma 156, número de quadrados em cada uma das tabelas elementais do sistema de magia enoquiana de John Dee e Edward Kelly. Estas tabelas são, por si, identificadas com a Cidade das Pirâmides, sendo cada quadrado a base de uma pirâmide.
Mesmo com sua amante Sara trocando-o por Hubbard, a quem conheceu na O.T.O. em 1945, Parsons seguiu trabalhando com ele nos rituais Babalon na tentativa de fazer com que o espírito da deusa Babalon, "A Mãe das Abominações", encarnasse em Sara.
Para realizar o trabalho de Babalon, exigia-se a quebra das barreiras do tempo e do espaço. O impossível era precisamente o que Parsons, o cientista-mago ou o mago-cientista, tinha em mente. Entrevendo na bomba atômica o instrumento que quebraria essas barreiras e abriria as portas para outras dimensões, Parsons iniciou o físico, filho de imigrante judeu alemão, Robert Oppenheimer (1904-1967), assim como seus amigos físicos atômicos judeus do Los Alamos National Laboratory, não muito distante da base de lançamento de foguetes em Pasadena, sendo que muitos cientistas do S-1 Uranium Committee, do Comitê de Pesquisa de Defesa Nacional (National Defense Research Committee), que mais tarde evoluiu para o Projeto Manhattan, já eram ligados ao ocultismo, mais propriamente com a Cabala. Uma foto tirada em um recinto do clube satanista Bohemian Grove em 14 de setembro de 1942, mostra vários cientistas do S-1 Uranium Committee ali reunidos, entre eles Julius Robert Oppenheimer, o químico Harold Clayton Urey (1893-1981), o cientista nuclear e Prêmio Nobel de Física de 1939 (por sua invenção do cíclotron ou acelerador de partículas) Ernest Orlando Lawrence (1901-1958), o químico James Bryant Conant (1893-1978), o engenheiro e físico Lyman James Briggs (1874-1963), o químico Eger Vaughan Murphree (1898-1962), o físico Prêmio Nobel de Física de 1927 Arthur Holly Compton (1892-1962) e o físico britânico-canadense-americano Robert Lyster Thornton (1908-1985).
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O S-1 Comitê de Urânio do Escritório de Pesquisa e Desenvolvimento Científico [Office of Scientific Reasearch and Development (OSRD)] reunido em Bohemian Grove. Da esquerda para a direita: Major Thomas T. Crenshaw, Julius Robert Oppenheimer, Harold Urey, Ernest Orlando Lawrence, James Bryant Conant, Lyman James Briggs, Eger Vaughan Murphree, Arthur Holly Compton, Robert Lyster Thornton e Coronel K. D. Nichols. Foto de Donald Cooksey.
O Laboratório Nacional de Los Álamos, no estado do Novo México, é uma instituição federal coordenada pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos e gerido pela Universidade da Califórnia. Criado em 1942, o Laboratório funcionou como centro secreto para o desenvolvimento das três primeiras armas nucleares, e seu primeiro diretor científico foi Oppenheimer, o qual teve como auxiliares mais próximos o general Leslie Richard Groves (1896-1970), um oficial do Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos que supervisionou a construção do Pentágono e dirigiu o Projeto Manhattan, e o físico Ernest Orlando Lawrence (1901-1958). Um outro cientista que trabalhou na equipe foi o físico judeu de origem húngara Edward Teller (1908-2003), que havia emigrado para os Estados Unidos.
Em 16 de julho de 1945, a primeira bomba atômica com o nome em código “Trinity” explodia em Alamogordo, cidade situada no condado de Otero, no Novo México, a 48 quilômetros de Socorro, perto de um lugar chamado “Estrada da Morte” (La Jornada del Muerto), no paralelo 33 (33º 40’38”N), na linha de Mísseis de White Sands, irradiando o que a Cabala chama de “força demoníaca do fogo”. Oppenheimer recordou mais tarde que ao testemunhar a explosão, lhe veio à mente um verso do texto sagrado hindu Bhagavad Gita, parte do poema épico indiano Mahabharata, datado do século IV a.C.: “Tornei-me a Morte, Destruidora de mundos.” No exato local da explosão abriu-se uma cratera de vidro radioativo de 3 metros de espessura e 330 m de diâmetro. As montanhas da região foram fortemente iluminadas por cerca de 2 segundos, o calor foi tão intenso que a onda de choque foi sentida a mais de 160 km, e o cogumelo atômico chegou a 12 km de altura. Tempos depois, no hipocentro da explosão, foi erguido um obelisco de lava solidificada com cerca de 3,65 m de altura.
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Em 16 de julho de 1945, a Era Atômica começou com a detonação da primeira bomba atômica. Os cientistas do Projeto Manhattan detonaram o primeiro dispositivo atômico às 5h29, na Jornada del Muerto, no deserto do Novo México. Para o teste do Projeto Trinity, a bomba foi colocada no topo de uma torre de aço de 30,48 m de altura designada como Zero. O Marco Zero ficava ao pé da torre. Equipamentos, instrumentos e pontos de observação foram estabelecidos a distâncias variadas do Marco Zero. Os abrigos de observação de madeira eram protegidos por barricadas de concreto e terra, e o ponto de observação mais próximo ficava a 9,17 km do Marco Zero. Um incrível flash de luz iluminou o céu quando a temperatura do ar subiu para mais de 4.982º C. Em segundos, testemunhas viram a primeira nuvem em forma de cogumelo já criada por armas atômicas. Uma nuvem multicolorida subiu 11,58 km no ar em sete minutos. Onde antes ficava a torre, surgiu uma cratera de 804 m de diâmetro e 2,43 m de profundidade. A areia na cratera foi fundida pelo calor intenso em um sólido semelhante ao vidro, da cor do jade verde. Este material recebeu o nome de trinitita. O ponto de explosão foi nomeado Trinity Site. Foto: Departamento de Energia dos EUA.
Em seu livro Sociedades Secretas e Guerra Psicológica [Secret Societies and Psychological Warfare, Dresden (NY), Wiswell Ruffin House, 1992], o pesquisador de ocultismo e sociedades secretas norte-americano Michael Anthony Hoffman II (1957-), refere-se ao seu conterrâneo e igualmente pesquisador de ocultismo James Shelby Downard (1913-1998), segundo o qual um feto Golem, conhecido na alquimia como um “homúnculo”, estava dentro do gigantesco cilindro apelidado de “Jumbo” pelos trabalhadores da construção civil, colocado perto do “março zero” em 16 de julho de 1945, imediatamente antes da explosão da “Trinity”, a primeira bomba atômica (criação e destruição da matéria primordial) em Alamogordo, Novo México (“The Land of Enchantment” ou “A Terra do Encantamento”, epíteto dado em setembro de 1935 por Joseph A. Bursey, diretor do State Tourist Bureau, que desenhou um folheto usando esta frase).
O governo dos Estados Unidos nunca ofereceu uma explicação convincente para o propósito da cápsula de 7,62 metros de comprimento, 3,05 metros de diâmetro, paredes com 35,6 cm de espessura de puro aço e peso total 194 toneladas, fabricada sob medida em uma usina siderúrgica do leste e transportada em um grande caminhão de 64 rodas. Oficialmente, a ideia era detonar a bomba próximo ao Jumbo, que seria uma espécie de contenção ao plutônio, que podia vir a ser reutilizado, já que os militares não queriam desperdiçá-lo por ser muito caro na época, como é ainda hoje.
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Jumbo, o gigantesco cilindro que conteve um homúnculo ou feto Golem para ser irradiado junto com a detonação da primeira bomba atômica no marco zero. Foto: Aeroflap.
Parsons e Hubbard estavam obcecados com a ideia de que este cilindro tinha sido um meio de animar radioativamente um feto Golem, conhecido na alquimia como um “homúnculo”, e que este homúnculo representou a primeira criação de vida artificial na Terra desde a criação do rabino, talmudista e matemático austríaco Judah Löw Ben Bezaleel, mais conhecido por Rabino Löw (1525-1609), que completou a iniciação oculta de John Dee em Praga, onde este aprendeu gematria, a prática cabalística de substituir números pelas letras de uma palavra para obter seu significado oculto. Como já vimos, Dee chamou a essa linguagem do crepúsculo de “enoquiana”, e ocultando seu jargão cabalístico, afirmou que “anjos” haviam revelado a ele e a seu assistente Edward Kelley, “grandes tábuas com letras incomuns” que formavam a língua mais antiga de todas, a “língua dos anjos”, que consiste em “uma série de palavras sagradas”. Parsons era um avatar dessa linguagem e sua loja O.T.O. transmitiu a mesma gnose que Dee havia recebido.
O feto teria sido irradiado com a explosão do teste da primeira bomba atômica no Novo México. Parsons, em obediência cega a Lúcifer, usou o feto para testar o fenômeno luciferiano que os cabalistas costumam chamar de “a força demoníaca do fogo atômico”. Na tradição interna da O.T.O., explicou Hoffman, “ a energia nuclear é considerada uma forma de consciência diabólica, uma entidade demoníaca literal por direito próprio”. Hoffman cita Aleister Crowley que alegoricamente chamou-o de um poderoso ser: “...os mágicos procuraram fazer este homúnculo... eles começaram a tentar fazer o homúnculo em linhas muito curiosas... Além disso, e isso é o ponto crucial, eles pensaram que, ao realizar este experimento em um lugar especialmente preparado, um lugar magicamente protegido contra todas as forças incompatíveis, e invocando naquele lugar alguma força que eles desejavam, algum ser tremendamente poderoso – e eles tinham conjurações que eles pensavam ser capazes de fazer isso – viria a causar a encarnação de seres de infinito conhecimento e poder que levariam o mundo inteiro em direção da Luz e da Verdade.”
Este lugar mágico, “protegido de todas as forças incompatíveis”, foi Alamogordo, no Novo México, a “Terra do Encantamento”, protegido da histeria da guerra sob o estado de segurança nacional.
Hoffmann prossegue esclarecendo que a gênese desse homúnculo irradiado pelo fogo atômico foi inspirada na enigmática sigla “INRI” de Albert Pike, grau 33 e Soberano Grande Comendador da jurisdição do sul do Rito Escocês no século XIX: Igne Natura Renovatur Integra (“Nascer pelo Fogo Renova a Vida”). Esta é uma paródia da sigla INRI pregada na Cruz acima de Cristo: Iesus Nazaraeus Rex ludaeorum (“Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus”).
A matéria morta animada (homúnculo) era a da O.T.O., a “Criança do Novo Aeon” simbólica, a “Criança da Lua” da Terra da Morte (Egito), ou seja, Hórus, filho de Ísis, “o Bebê de Rosemary”. A doutrina da O.T.O, refletindo a antiga tradição ocultista, afirma que somente mantendo a primeira animação do homúnculo encarnada na terra, poderia adulterar a natureza avançando para o estado de engenharia genética, clonagem e bestialidade do xenotransplante (processo de transferir cirurgicamente um tecido de uma espécie para outra distinta) que se tornaram práticas usuais da ciência. Parsons, Hubbard e a O.T.O., em associação com outros cientistas do Laboratório Nacional de Los Álamos, da JPL, da Caltech e da Aerojet, estavam envolvidos em eventos científicos e cerimoniais destinados a manter esse homúnculo vivo na terra.
O portal aberto com a explosão da primeira bomba atômica, teria sido ampliado por Parsons e seu parceiro Hubbard (que na ocasião usava o pseudônimo “Frater H”) em 1946 com o trabalho de Babalon propriamente dito, que buscava trazer a este plano astral a própria deusa Babalon. Estes que foram considerados os rituais cabalistas mais pesados já realizados, tiveram início em 1º de março de 1946 na mansão de Parsons, "o Presbitério". Parsons escreveu um relato bastante detalhado do “Magnum Opus”, que começou com Hubbard afirmando: "O ano de Babalon é 4063. Ela é a chama da vida, o poder das trevas, ela destrói com um olhar, ela pode levar tua alma. Ela se alimenta dos (fins) dos homens. Bela e horrível." No terceiro dia, Hubbard e Parsons integraram fluidos reprodutivos nos rituais: "Estenda um lençol branco. Coloque sobre ele o sangue do nascimento... pense nas coisas obscenas e lascivas que você não poderia fazer. Tudo é bom para Babalon... A luxúria é dela, a paixão é sua. Considere tu, a Besta [violando]." No dia seguinte, Hubbard presidiu um "frenesi sexual" entre ele e uma mulher que havia sido recrutado para as cerimônias. Ao longo de duas semanas, Hubbard e Parsons tentaram introduzir a criança astral no mundo, os dois envolvidos em cânticos rituais, desenhando símbolos ocultos no ar com espadas, pingando sangue animal em runas e se divertindo para "impregnar" tabuletas mágicas.
Em uma das façanhas mais célebres da história do satanismo, Parsons se tornou um irmão negro da Cabala, mago negro do caminho da mão esquerda da tradição do judaísmo místico, convertendo-se no próprio mal. De acordo com Hubbard, durante o ritual, Parsons abriu um buraco no espaço-tempo, um portal interdimensional, e algo maligno saiu de lá.
Por esse portal é que muitos pensam teriam chegado os OVNIs que inauguraram a Era Moderna dos Discos Voadores um ano e meio depois, em 24 de junho de 1947, com o avistamento do piloto Kenneth Arnold (1915-1984) sobre as Montanhas Cascade no estado de Washington, e alguns dias depois, no começo de julho, com até mesmo a queda e a captura de um deles em Roswell, no Novo México. Não é à toa que para certos círculos oficiais, Parsons seria a figura-chave que explicaria não só o surgimento do Fenômeno OVNI na segunda metade do século XX, como também revelaria a sua origem demoníaca. Numa certa ocasião, Parsons e Hubbard passaram cerca de 40 dias no Deserto de Mojave, região situada ao sul da Califórnia, sudoeste de Utah, sul de Nevada e noroeste do Arizona, realizando ostensivamente rituais de invocação de alienígenas baseadas nas do próprio Crowley e que anos depois seriam praticados pelos ufólogos sem que tivessem a noção de que não estariam fazendo mais do que replicar o modus operandi dos satanistas. E como já vimos no capítulo anterior, esta não foi a primeira vez em que um portal dimensional teria sido intencionalmente aberto.
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Kenneth Arnold, que relatou ter avistado nove objetos circulares perto do Monte Rainier em 24 de junho de 1947, inaugurando a Era Moderna dos Discos Voadores, visto aqui em foto de 1966. Foto: Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
O portal aberto por Crowley se ampliou desde então, graças às explosões nucleares e aos “ajustes” herméticos adicionais de Parsons. Crowley e seus amigos tiveram sucesso em abrir esses portais, mas falharam no fechamento deles. O que seus esforços podem ter conseguido foi a ampliação drástica e a destruição de um portal mágico existente e o subsequente não fechamento dele. Talvez o rasgo que eles criaram não tenha sido possível fechar.
No início de 1946, Hubbard e Sara convenceram Parsons a abrir um negócio juntos, comprando iates na Costa Leste e navegando com eles para a Califórnia para vendê-los com lucro. Eles estabeleceram uma parceria comercial em 15 de janeiro sob o nome de “Allied Enterprises”, com Parsons investindo um capital de US$ 20.000 (e que consistia em todas as suas economias), Hubbard acrescentando US$ 1.200 e Sara não contribuindo com nada. Hubbard e Sara partiram para a Flórida no final de abril, com Hubbard levando consigo US$ 10.000 retirados da conta da Allied Enterprises para financiar a compra do primeiro iate da parceria. Semanas se passaram sem notícias de Hubbard, que fugiu levando consigo o dinheiro.
Parsons inicialmente tentou obter reparação por meios mágicos, realizando um “Ritual de Banimento do Pentagrama” para amaldiçoar Hubbard e Sara, mas depois recorreu a meios mais convencionais para obter a reparação, processando o casal em 1º de julho no Circuit Court em Dade County. Parsons acusou Hubbard e Sara de quebrar os termos de sua parceria, dissipar os bens e tentar fugir. O caso foi resolvido fora do tribunal onze dias depois, com Hubbard e Sara concordando em reembolsar parte do dinheiro de Parsons enquanto mantinham um iate, o Harpoon, para eles. O barco logo foi vendido para aliviar a falta de dinheiro do casal. Sara conseguiu dissuadir Parsons de pressioná-los, ameaçando expor seu relacionamento anterior, que começou quando ela era ainda menor de idade. Hubbard e Sara se casaram no meio da noite de 10 de agosto de 1946 em Chestertown, Maryland, isso enquanto Hubbard ainda não tinha se divorciado legalmente de sua primeira esposa, Margaret Louise “Polly” Grubb (1907-1963).
Em suma, Parsons perdeu a maior parte de sua forturna no golpe, a empresa se desfez, e Hubbard e Sara fundaram juntos uma nova religião, a Cientologia, baseado em tudo o que tinham aprendido com Parsons e a Thelema.
Sara, uma figura importante no ramo de Pasadena da O.T.O., onde era conhecida como “Soror (Irmã) Cassap”, desempenharia um papel importante na criação de Dianética, que evoluiria para o movimento religioso da Cientologia, a “ciência moderna da saúde mental” de Hubbard. Ela foi a auditora pessoal de Hubbard e, juntamente com ele, um dos sete membros do Conselho de Administração da Fundação de Dianética. No entanto, o casamento foi seriamente perturbado. Hubbard iniciou uma campanha prolongada de violência doméstica contra ela e a sequestrou e sua filha pequena. Hubbard espalhou alegações de que ela era uma agente secreta comunista e a denunciou repetidamente ao FBI, que se recusou a tomar qualquer atitude, categorizando Hubbard como um “caso de patologia mental”. O casamento terminou em 1951 e gerou manchetes escandalosas nos jornais de Los Angeles. Posteriormente, ela se casou com um dos ex-funcionários de Hubbard, Miles Hollister, e se mudou para o Havaí e depois para Massachusetts, onde morreu em 1997.
A traição de Betty e sobretudo de Hubbard deixará uma marca indelével na alma de Parsons. Após este incidente, ele se desligou da O.T.O. Sua busca mágica continuou na solidão, concentrando-se no realizando um ritual de quarenta dias chamado "Oath of the Abyss" ('Juramento do Abismo"), que Parsons descreverá mais tarde como "loucura e terror". Ele fazia rituais usando pentagramas, escrituras obscuras e sua “varinha mágica” para criar um vórtice de energia para que o elemental fosse convocado. Sem eufemismos, Parsons se masturbava em “tabletes mágicos” ao som do Segundo Concerto para Violino do russo Serguei Sergueievitch Prokofiev (1891-1953) em nome do avanço espiritual, enquanto Hubbard (referido como “O Escriba” no diário do evento) examinava o plano astral em busca de sinais e visões.
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Rara foto de Jack Parsons tirada na época em que conheceu Marjorie Cameron.
Quando a atriz Marjorie Cameron (1922-1995), uma flamejante ruiva de olhos verdes visitou Parsons em sua mansão “The Parsonage” em 18 de janeiro de 1946, uma sexta-feira, logo em seguida à finalização da série de rituais Babalon, Parsons imediatamente pensou que suas tentativas de evocar sua mulher perfeita haviam funcionado e viu nela a Mulher Escarlate almejada, a deusa Babalon em forma humana que daria à luz um “Moonchild” ou homúnculo que nas palavras de Crowley seria “mais poderoso do que todos os reis da terra”.
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A "ruiva escarlate" Marjorie Cameron em relação tórrida com Jack Parsons. Foto: Cameron-Parsons Foundation.
Ambos sentiram uma atração imediata e irresistível um pelo outro e passaram a viver juntos. Durante duas semanas, ficaram trancados no quarto de Parsons onde realizaram “rituais de magia sexual”. Em uma carta a Crowley datada de 23 de fevereiro de 1946, Parsons exclamou: “Eu tenho o meu elemental! Ela chegou uma noite após a conclusão da operação e tem estado comigo desde então.” Cameron não fazia ideia de que ela havia sido “invocada” dessa forma. Ela se tornou sua musa e foi tema de um livro de poesia que Parsons escreveu na época. Em outubro do mesmo ano, se casaram.
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Jack Parsons com segunda esposa Marjorie Cameron, a "Mulher Escalate". Note o objeto preto na mesa que parece um disco voador. Foto: Cameron-Parsons Foundation.
Marjorie Cameron contou à sua colega de profissão em Hollywood, a atriz austríaca Renate Druks (1921-2007), a respeito de seu batizado cabalista no rito babilônico, o qual se realizou na presença de Hubbard. A operação foi formulada para abrir um portal interdimensional, estendendo o tapete vermelho para o aparecimento da deusa Babalon em forma humana empregando as chamadas Enochianas (linguagem angelical) do mago elisabetano John Dee e a atração da força sexual da cópula para este fim.
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Nos anos 40, Cameron ingressou na Marinha dos Estados Unidos, onde desenhou mapas para almirantes e trabalhou em uma unidade fotográfica durante a Segunda Guerra Mundial. Cortesia da Cameron-Parsons Foundation.
Renate atuaria em 1954 no média metragem de 38 minutos Inauguration of the Pleasure Dome, que reflete o profundo interesse de seu roteirista e diretor, o cineasta underground Kenneth Anger (1927-), pela Thelema, conforme atestado pela presença da própria Marjorie Cameron no papel da “Mulher Escarlate”, isso mesmo, enquanto Renate fez o papel de Lilith e a famosa escritora pornográfica Anaïs Nin (1903-1977) o de Astarte. O conceito de Crowley de uma festa de máscaras ritual onde os participantes se vestem como deuses e deusas serviu de inspiração direta para o filme em que personagens históricos, bíblicos e míticos se reúnem na cúpula do prazer e se tornam parte de um banquete visual de imagens sobrepostas, alucinações e decadência. A Mulher Escarlate, Prostituta do Céu, fuma um baseado grande e gordo. Lady Kali abençoa os ritos dos filhos da luz enquanto o Senhor Shiva invoca a divindade com a fórmula “Força e Fogo”.
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Marjorie Cameron interpretando a si mesma, a "Mulher Escarlate", no filme Inauguration of the Pleasure Dome, de Kenneth Anger.
Marjorie conta que durante a cerimônia de sua iniciação na Thelema, Jack foi possuído pelo espírito do Anticristo e no mesmo momento manteve relações sexuais com ela, que engravidou gerando aquilo que a Cabala chama de “Golem”. A Cabala ensina que a matéria morta pode ser reconduzida à vida, como um Golem, por meio de encantamentos e mantras ocultistas, e que “Ele [Adão] foi trazido à vida pelo sopro de Deus, mas antes disso, ele era chamado de Golem (Golan). Deus o criou do mais fino barro retirado, segundo a tradição judaica, do topo de Monte Sião, considerado o centro ou umbigo do mundo.”
Ao seu antigo professor, Parsons contou que o feto foi abortado e retirado do ventre de Cameron, e o “tecido fetal” entregue a agentes do governo, que, acreditava a O.T.O., tinham custódia do homúnculo. Que uso preciso foi feito dos restos mortais do bebê abortado são desconhecidos.
Cerca de dois anos depois, em 31 de outubro de 1948, Parsons contou a Marjorie que o Golem havia sobrevivido, e que era uma menina. Parsons proclamou o aspecto espiritual desta encarnação de “Babalon” como uma afinidade entre ela e o movimento de libertação das mulheres, que esse tempo estava em sua infância. Ele escreveu: “Seu espírito está dentro de todas as mulheres para proclamar sua igualdade com os homens”. Segundo Parsons, ela se tornaria uma figura pública internacional dedicada a levar a cabo o trabalho do Anticristo: “Babalon está encarnado na Terra hoje, aguardando a hora certa de sua manifestação...” Naquele ano, Jack Parsons batizou a si mesmo com o nome ocultista de Belarion Armillus Al Dajjal, que significa “o Anticristo”. Esse cabalista entendia que Jesus Cristo e o Cristianismo eram inimigos do desenvolvimento da civilização humana, e, portanto, deviam ser banidos.
Com o início da Guerra Fria e o macarthismo em curso, todos os acadêmicos suspeitos de serem simpatizantes do comunismo foram excluídos e muitos de seus colegas perderam o certificado de segurança, acabando desempregados. Em 1951, Parsons perdeu o seu e quase foi processado por traição por passar documentos sigilosos de seu então empregador, a Hughes Aircraft Co. [pertencente ao aviador, engenheiro aeronáutico, industrial, produtor e direitor de cinema Howard Robard Hughes Jr. (1905-1976)], para o nascente governo israelense com quem estava negociando um foguete. Parsons foi investigado pelo FBI, acusado de espionagem pelo governo norte-americano e impedido de trabalhar com foguetes. Ele não foi considerado culpado, mas sua carreira científica terminou. Ele se viu obrigado a ganhar dinheiro como trabalhador braçal, auxiliar de hospital e mecânico de automóveis. Tendo sido expulso da ciência, Parsons tornou-se ainda mais profundamente arraigado no ocultismo.
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Documento confidencial do FBI de novembro de 1950 sobre alegações de espionagem contra Parsons. Fonte: Encyclopedia.
Algo deu errado, porém. O tapete vermelho foi estendido, mas a criança física não foi concebida. Em 13 de abril de 1951, Parsons e Cameron realizaram um estranho ritual que misturava o rito de invocação a Babalon e a cerimônia tradicional do casamento pagão, o Handfasting. Ali, naquela sombria sexta-feira 13, foi semeado no ventre da Mulher Escarlate o Anticristo espiritual, não encarnado. Marjorie, que mais tarde participaria do movimento iconoclasta e contracultural do sul da Califórnia, declarou que Parsons, possesso pela entidade Belarion Armillus Al Dajjal, o “Anticristo”, tentou engravidá-la sexualmente.
A devotada vida de Parsons chegou ao fim com um estrondo monumental pouco mais de um ano depois, em 17 de junho 1952. Pouco antes de uma viagem planejada para o México, Parsons recebeu uma grande encomenda de explosivos para um filme. Outrora um titã em sua área, Parsons passou seus últimos dias aplicando suas habilidades na criação de pirotecnia e explosivos para a indústria cinematográfica, mais especificamente para a Special Effects Corp. Enquanto Marjorie fazia compras para as férias planejadas, Parsons preparava o pedido em seu laboratório doméstico na 1071 South Orange Grove, antiga fazenda Cruikshank, um terreno na Millionaires Row, repleto de compostos e produtos químicos voláteis, quando acidentalmente, segundo a versão oficial da polícia, deixou cair um tubo de mercúrio e explodiu a si mesmo em pedacinhos.
A explosão mortal que foi sentida a um quilômetro de distância, destruiu o laboratório na garagem de Parsons, danificando seu braço direito e quebrando o outro braço e as duas pernas e deixando um buraco em sua mandíbula. Em meio aos destroços, havia páginas espalhadas, cobertas por símbolos como pentagramas e textos escritos em idiomas desconhecidos. Ele morreu 45 minutos depois.
Não houve funeral para Parsons. Quando sua mãe ouviu a notícia, ela ficou tão atormentada que se juntou a ele na morte, engolindo um frasco de pílulas para dormir. Apesar das especulações de suicídio ou assassinato, a polícia considerou a sua morte como um acidente. Várias teorias sugerem que a explosão foi resultado de velhos rancores de seus inimigos, uma conspiração sinistra do FBI, um experimento mágico-científico que deu errado, o fato de sua garagem estar repleta de produtos químicos explosivos ou uma combinação de algumas delas. O FBI rapidamente entrou em cena e misteriosamente apreendeu todos os seus registros e notas, que permanecem “classificados” até hoje. Entre os seus pertences, havia uma caixa preta quadrada coberta de símbolos mágicos, cujo paradeiro é totalmente desconhecido.
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A foto da misteriosa caixa preta coberta de símbolos ocultistas provavelmente apreendida pelo FBI em foto do jornal LA Herald Express de 18 de junho de 1952. Fonte: Caltech.
A despeito de tantas e tão elevadas ambições herméticas, as vidas de Crowley, Parsons e Hubbard tiveram um fim trágico, afinal de contas. Crowley morreu como um pobre viciado em heroína em 1º de dezembro de 1947, e Hubbard morreu de um derrame em 1986.
A recorrência às “forças da escuridão” para operar e governar este mundo era justificada por Parsons como um expediente para acelerar a história e antecipar a chegada de uma nova era que, conforme escreveu em seu Manifesto do Anticristo, poria “Um fim às pretensões do homem ocidental, escravocrata da suposta nova ordem mundial (...) o verdadeiro e derradeiro fim da hipocrisia do cristianismo; o fim de toda servitude moral; o fim da culpabilidade e do medo; o fim de toda autoridade que não seja representada pela coragem e pela força inteligente; o fim da autoridade de religiosos podres, policiais corruptos e descumpridores da lei e ordem que deveriam preservar; o fim da mediocridade (...) das areias da Babilônia surgirá o espírito do Anti-Cristo no século XXI.”
A perfeição cósmica almejada por Parsons não era diferente, afinal, do super-homem de Nietzsche e do objetivo final buscado pelos revolucionários de todas as matizes. Grande parte do mal que hoje se manifesta no mundo não estaria sendo gerado precisamente por homens imbuídos desse tipo de filosofia e mentalidade revolucionária, homens que criam os problemas e se tornam os problemas porque pensam que o mundo deve ser “purificado” do mal por meio do próprio mal?
Apelar às forças do mal a fim de combater o mal equivale a apelar à guerra a fim de evitar a guerra. Pretender extinguir o mal introduzindo mais mal no mundo é a essência mesma do satanismo, essência essa cultivada pelos cientistas do CERN ao continuarem realizando os grandes rituais de Parsons no LHC. Em tempos modernos, ocultistas como John Dee, Aleister Crowley, L. Ron Hubbard e Jack Parsons reivindicaram ter aberto buracos de minhoca utilizando métodos mágicos. Seria também coincidência que o logotipo do CERN seja composto pela repetição por três vezes do número 6, o que resulta no número da “Besta do Apocalipse” 666, usada por Crowley?
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marginal-culture · 19 days
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Quem foi Paulo Freire e por que ele ainda incomoda tanto os poderosos
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Paulo Freire nasceu em Recife, em 1921, e é reconhecido como um dos maiores educadores da história. Não bastasse esse título, o filósofo é lido em muitas línguas, citado em trabalhos no mundo todo e tem até monumento em país europeu.
Como surgiu o Método Paulo Freire | PEJA
Paulo Freire dando aula em uma escola pública
Em sua carreira, Freire se dedicou à educação popular não formal. Desenvolvendo métodos de ensino que enxergam a educação como construção conjunta, como uma apuração crítica da visão de mundo. Para ele, “não existe docente sem discente”, assim, o processo de ensino/aprendizagem é construído através da troca de experiências entre educador e educando. A maior parte de seus escritos ganhou destaque nos anos de 1960 e 1970, período de ditaduras na América Latina.
Pedagogia do oprimido: uma resenha devastadora do mais famoso livro de Paulo Freire. Livro mais famoso de Freire – 1968
Além de passar por inúmeras instituições e fazer escola, Freire conseguiu um dos maiores feitos pedagógicos já vistos na alfabetização. O educador conseguiu alfabetizar 300 trabalhadores em 40 horas. O evento é considerado o processo de alfabetização mais efetivo da história da pedagogia e aprendizagem humana.
Muitas pessoas reconhecem Paulo Freire e sua importância para a história da educação mundial. Mas poucos conhecem seu trabalho realizado na pequena cidade de Angicos, no interior do Rio Grande do Norte, em 1963.
Freire acreditava na educação e alfabetização através do diálogo, do aprender a ler o mundo antes das palavras. Ele, como grande pesquisador, percebeu que adultos tinham muita dificuldade para aprender a ler porque os métodos usados na época se afastavam da realidade em que os trabalhadores estavam inseridos. Assim, desenvolveu um método de aprendizagem das palavras e seus significados através do valor que elas tinham no mundo dos sujeitos. Afinal, se “a leitura do mundo precede a leitura das palavras”, para ensinar um adulto a ler seria importante, primeiramente, penetrar em seu mundo para, em seguida, tornar a leitura e a escrita partes desse mundo.
Pessoas de todas as idades participam das aulas
Trabalhadores do campo, por exemplo, aprendiam a escrever palavras como enxadas, tijolos, terra, agricultura, exploração. E, a cada palavra aprendida, o educador iniciava com seus alunos diálogos críticos sobre os significados desses termos, fixando, dessa forma, a formação de frases e a reflexão sobre os significados delas na vida e no trabalho dos alunos.
Em maio de 1963, houve a primeira greve em Angicos. Os fazendeiros chamavam a experiência de Paulo Freire de “praga comunista”. As 40 horas de alfabetização mostraram ao Brasil que a educação para jovens e adultos era possível e que o desenvolvimento do pensamento crítico pelas classes menos abastadas causava desconfortos à classe que dominava a política e a economia do país.
Em 1964, a Ditadura Militar teve início no Brasil. Freire foi expulso do país e seu trabalho foi substituído pelo MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização), um projeto de alfabetização a partir de práticas tradicionais, como o uso de cartilhas.
A cidade do RN que teve 300 alfabetizados em 40 horas por método de Paulo Freire » Todo Natalense
Freire inaugura uma escola em Angicos, duas décadas após a experiência. As pessoas ao seu lado foram alfabetizadas no processo
Paulo Freire é conhecido mundialmente, seus textos estão entre os escritos mais lidos na pedagogia mundial. O Patrono da Educação Brasileira ganhou um monumento em Estocolmo e é até hoje venerado por muitos e vilipendiado por outros tantos. A base do pensamento freiriano era o diálogo, somente através dele seria possível construir o pensamento crítico e desenvolver uma consciência cidadã e esse deveria ser o foco de qualquer processo educativo, já que se a “educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo”.
Referências
São Paulo, Cortez/Instituto Paulo Freire, 1996.
Lyra, Carlos. As quarenta horas de Angicos: Uma experiência pioneira de educação. São Paulo, Cortez, 1996
FERNANDES, Calazans; TERRA, Antônia. 40 horas de esperança: o método Paulo Freire:
política e pedagogia na experiência de Angicos. São Paulo: Ática, 1994.
CUNHA, Luiz Antônio; GÓES, Moacyr de. O golpe na educação. 6 ed. Rio de Janeiro:
Zahar, 1989
Fonte: https://bit.ly/3fjN727
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liberphilia · 1 year
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Fazendo curso de CS50 - o curso de ciência da computação de Harvard
Depois de uns alguns anos trabalhando com Inbound Marketing, - mais especificamente com marketing de conteúdo, produção de conteúdo e redação - notei que eu precisava compreender um pouco mais sobre Ciência da Computação.
Após trabalhar ao lado de programadores e de criar conteúdos para sites, portais e blogs, percebi que, mesmo não trabalhando diretamente com programação, eu sempre estaria envolvida, de alguma forma, com computadores e códigos.
Compreender o básico sobre o assunto irá me ajudar a solucionar alguns "problemas simples", como também irá agregar à minha vida profissional.
Procurando um curso
Bom, após identificar uma necessidade, passeio a buscar soluções.
Meu objetivo era encontrar um bom curso, mas precisava ser gratuito! Depois de algumas pesquisas encontrei o CS50 de Harvard.
O curso 💻
O CS50 é um curso introdutório de Ciência da Computação de Harvard, e é um curso bastante reconhecido!
Nele você aprende sobre computadores, como a Internet funciona e também sobre programação. O curso dá uma ótima base para iniciar projetos em Web Design, Bancos de Dados, Sistemas Eletrônicos, Programação de Software, entre outros.
Estou achando curso bem desafiador e exigente. No entanto, ele está disponível tanto para pessoas com experiência em programação quanto para quem não sabe nadinha de nada.
Mas confesso que fico perdidinha em várias aulas! (risos de nervoso)
O bom é que há fóruns e tutores (brasileiros) que ajudam a revisar as tarefas do curso. Além disso, os demais alunos são bem participativos e ajudam quem possui dúvidas. É uma comunidade bem legal!
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O ponto positivo é o desafio e a chance de aprender junto com os alunos de universidade tão renomada. Com esforço, é possível concluir todas as aulas e tarefas.
Estou procurando dar o meu melhor 🤎
O professor David J. Malan possui uma didática incrível! As aulas são super interessantes e com muuuuuuuito conteúdo.
Ah, outro ponto positivo é que todos os materiais das aulas e dos Sets de Problemas foram traduzido diretamente do material original (CS50 2021 - licença do CS50). Isso significa que você vai aprender tudo que todos os alunos de Harvard aprendem!
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O que você irá aprender no curso:
A compreender de uma forma mais ampla sobre a ciência da computação e programação;
A como pensar algoritmicamente e a como resolver problemas de programação de forma eficiente;
Alguns conceitos como abstração, algoritmos, estruturas de dados, encapsulamento, gerenciamento de recursos, segurança, engenharia de software e desenvolvimento web;
A iniciar os conceits em linguagens como C, Python, SQL e JavaScript, além de CSS e HTML.
Espero que essa dica ajude você também! 🤎
Acesse o curso aqui
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vipinvest · 6 months
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Sobre Nós.
Nosso objetivo.
Nossa história.
Nosso site.
Nossa missão.
Nossa comunidade.
Nosso contato.
Somos uma equipe de especialistas em investimentos que busca compartilhar nossos conhecimentos e experiências com o público interessado em aprender mais sobre o mercado financeiro. 
Nosso objetivo é oferecer conteúdo de qualidade, atualizado e relevante, que possa ajudar nossos leitores a tomar decisões inteligentes e rentáveis.
Nossa história começou em 2015, quando criamos o blog Investimentos Inteligentes como um hobby. 
Na época, éramos apenas quatro amigos apaixonados por finanças que queriam divulgar nossas ideias e opiniões sobre o assunto. 
Com o tempo, percebemos que havia uma demanda crescente por informações confiáveis e acessíveis sobre investimentos, e decidimos profissionalizar nosso projeto.
Hoje, somos uma empresa consolidada no mercado, com mais de 20 colaboradores, entre redatores, editores, analistas, designers e programadores. 
Temos muitos seguidores nas redes sociais e mais de milhares de acessos mensais em nosso site. 
Além disso, oferecemos cursos, consultorias, podcasts e newsletters exclusivas para nossos assinantes.
Nossa missão é ser uma referência em educação financeira no Brasil e no mundo, contribuindo para a democratização do acesso ao conhecimento sobre investimentos. 
Nossa visão é ser reconhecidos como uma fonte confiável, inovadora e inspiradora de conteúdo sobre finanças. 
Nossos valores são a ética, a transparência, a excelência e a satisfação do cliente.
Se você quer fazer parte da nossa comunidade, cadastre-se em nosso site e receba nossas novidades em primeira mão. 
Se você tem alguma dúvida, sugestão ou crítica, entre em contato conosco pelo e-mail [email protected]  ou [email protected] . Estamos sempre à disposição para atendê-lo.
Obrigado por nos acompanhar e até a próxima!
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griffthz · 1 year
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PREPARE TO GET STARSTRUCK! Acabamos de ver OLIVER THOMAS GRIFFITHS passando pelo tapete vermelho! Com seus 37 anos, ele é um MODELO, ATOR, DIRETOR e DUBLADOR conhecido pelos seus fãs por ser muito DEDICADO e GENTIL, embora há quem diga que nos bastidores ele possa ser bastante IMPULSIVO E TEIMOSO. Você ouviu o que os tabloides andam dizendo sobre ele? Não? Ah, eu te conto! Estão dizendo que AGREDIU UM PAPARAZZI! Será que isso é verdade? Hm… esperamos que não comprometa os seus futuros projetos porque realmente gostamos de vê-lo no topo!
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HEADCANNONS:
Oliver veio de uma família simples de Bournemouth em Londres. Com o desejo de dar aos seus irmãos mais novos uma vida melhor, partiu para Hollywood em busca do famoso sonho americano. Começou seus trabalhos como modelo até conseguir seu primeiro trabalho como dublador do Robin em Teen Titans.
Seu primeiro trabalho nas telas teve impacto até hoje como romcom e desde então se considera sortudo pois as portas se abriram. Quem lhe ajudou a ir na audição foi um dublê do qual dividia apartamento. É muito grato ao amigo até hoje.
Apesar de Paranormal ser o trabalho de sua vida, estando 15 anos no mesmo papel, Oliver quer conquistar outros trabalhos e deixar Damian para trás pois não quer ser reconhecido apenas como esse personagem.
Os boatos são verdades. Um paparazzi conseguiu tirar todo o juizo do Griffiths uma vez ao tentarem invadir seu carro. Oliver assumiu a culpa e pagou uma indenização ao paparazzi, mas o processou de volta por ter sua privacidade invadida.
É muito discreto e low profile, mas recentemente viu seu nome chegar aos trending topics por um motivo inusitado: viralizou uma thread —bem longa, por sinal— listando as ex-namoradas/ficantes dele. A lista era enorme e ele realmente saiu com todas elas em algum momento da vida.
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PROJETOS:
Teen Titans (2004-2006): Oliver dublou Robin.
The Diary (2006, paródia de The Notebook): Oliver interpretou Nash Jr.
Paranormal (2006-2021, paródia de Supernatural): Oliver interpretou Damian Whitacker e dirigiu diversos episódios ao longo da série.
Henry Potts 4 (2008, paródia de Harry Potter): Oliver interpretou Conrad Dickin.
Notas para Julia (2009, paródia de Cartas para Julieta): Oliver interpretou Cameron Wyman.
Steve Pilgrim contra a Terra (2010, paródia de Scott Pilgrim vs. the World): Oliver interpretou Logan Lynch.
Paranormal: A Animação (2011, paródia de Supernatural: A Animação): Oliver dublou Damian Whitacker.
Batman Contra o Capuz Vermelho (2012): Oliver dublou Jason Todd.
The End In Hollywood (2018, paródia de Once Upon a Time In Hollywood): Oliver interpretou Chris Holmes.
Spider-Man (2020): Oliver interpretou Quentin Beck.
Batman: O Longo Dia das Bruxas - Parte 1 e 2 (2021): Oliver dublou Bruce Wayne/Batman.
The Warlock - hiatus (2022, paródia de The Witcher): Oliver interpretou George de Rívia.
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eu-estou-queimando · 2 years
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Eu sinto que estou em queda livre
O chão parece estar tão longe
Estou preparada para o impacto
Mas,
Ele não vem!
Meus pulmãos não conseguem processar
Minhas narinas queimam
A garganta está fechada
O impacto não vem
Sinto que estou despencando já algum tempo
Fecho meus olhos
Espero pelo fim
Uma onde elétrica domina meu corpo
Parece que estive afundando
Escuto:
"Se afastem, no três..."
A onda elétrica volta
Eu ouço longe:
"Tem pulso!"
Como se estivessem a comemorar
Meus olhos se abrem o teto é branco
Voltei ao início...
Ainda espero o impacto.
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junglepoint · 1 year
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A arte da inspiração.
Para o que você veio? Pois é, eu faço essa pergunta, pois vi esses dias um vídeo de um rapaz indignado dizendo que haviam pessoas inspirados em projetos, artes de outras pessoas e com isso, recriavam outras artes. E que era errado, devido a todo esforço que o artista teve para criar, coisa e tal, e o mesmo ser reproduzido por terceiros sem ter o mesmo trabalho e pesquisa dado pelo original. Mas aí vem a pergunta, não é isso que a arte deve fazer? Difundir, trazer o melhor de nós e dos outros?
Eu não acho que possa ser errado ou ruim uma pessoa ver a minha arte e querer reproduzir na sua versão, trazendo mais possibilidades ao que tudo possa ser mostrado. Isso é evolução, o mundo é o que é hoje, graças a pessoas que queriam ver o mundo melhor. Nós fazemos isso o tempo todo, tudo à nossa volta nos inspira, nos traz ideias e motivações para que possamos transformar, em nossa visão, uma continuidade de tudo que está ao nosso redor.
"As grandes obras de arte somente são grandes por serem acessíveis e compreendidas por todos." (Leon Tolstoi)
O que é seu, sempre será seu. Não podemos esperar que as pessoas decidam o que nós decidimos. Se o público gosta do que você faz, ele vai te seguir, não importa se outro artista faça a mesma coisa. Na verdade, eles podem seguir todos e se você é o favorito, ainda assim, estará lá, no lugar que te cabe. Nada tira a sua glória, apenas porque outro artista decidiu se inspirar em você. Artistas não devem ser tão medíocres. Todo trabalho que você fez será e deve ser reconhecido por você mesmo, e isso que realmente importa. É sua auto gratificação do esforço que você teve, isso não passa para os outros e não devemos esperar que as pessoas se importe, pois então, nunca sairemos da estaca zero.
E sim, acredito que há casos de aproveitadores que irão se aproveitar para pegar um atalho, e o que você fará, vai desistir? Parar de criar? Não! Infelizmente a internet ainda é um ambiente muito amplo que não nós possibilita administrar certas coisas, a ser onisciente. O que nos resta apenas é aceitar que o que você fez, foi a escolha para ser, podemos dizer, convertido, melhorado. Claro que não levarei em consideração o Ctrl+C Ctrl+V, não é disso que estamos falando aqui. Isso é errado! Apagar uma assinatura e colocar a sua em algo já criado. No entanto, não é disso que estamos tratando aqui. O que está sendo levado em consideração é a entusiasmo que a arte pode trazer a outro artista. Assim como as referências e rascunhos que encontramos em vários sites, temos que estar privilegiados da nossa arte ou de nós sermos tratados como base a algo a ser criado.
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arqbrasil · 9 months
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Prêmio Saint-Gobain AsBEA abre as inscrições
Em sua 10ª edição, o Prêmio Saint-Gobain AsBEA de Arquitetura destaca projetos inovadores e sustentáveis.
O Prêmio Saint-Gobain AsBEA de Arquitetura, referência para profissionais do setor, está com as inscrições abertas para a sua 10ª edição.
Reconhecido como uma das premiações mais relevantes do segmento, o evento impulsionará a inovação e valorizar os talentos no mercado arquitetônico brasileiro.
@asbeabr, @saintgobainbrasil, #PrêmioSaintGobainASBEA, #Premiação, #Arquitetura, #AsBEA, #SaintGobain,
Publicado no Arqbrasil - https://arqbrasil.com.br/27753/premio-saint-gobain-asbea-abre-as-inscricoes/
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amazoniaonline · 11 months
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kaubypescador · 1 year
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Pesque e Solte
Como o próprio nome diz, é o ato de pescar o peixe, admira-lo, fotografa-lo e devolve-lo à água em perfeitas condições de sobrevivência. É fundamental entender que na pesca esportiva o maior atrativo do turista pescador é o peixe, de preferência em quantidade e de bom tamanho. A atitude de devolver o peixe com vida à água, independentemente de estar dentro ou não das medidas estabelecidas pela legislação, deve ser praticada por todas as pessoas que dependem da manutenção da pesca esportiva, como garantia de lazer ou emprego.
Um dos papéis mais importantes do guia de pesca, até como garantia de sobrevivência do seu emprego, é manter e conservar seu ambiente de trabalho, ou seja, o meio ambiente. Não há hotel pesqueiro nem emprego que sobrevive sem que o meio ambiente esteja em condições adequadas para o desenvolvimento das várias espécies de peixes. Dado ao tempo necessário para que um peixe cresça e atinja tamanho para atrair o turista, a sua soltura é uma das bases fundamentais para que a pesca esportiva cresça e se estabeleça de forma sólida e duradoura.
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O Brasil é reconhecido pelo seu grande potencial para a pesca esportiva, sendo que o Tocantins possui a segunda maior Bacia Hidrográfica do País, a Araguaia-Tocantins, com diversas áreas propensas à prática.
Para intensificar as ações neste setor turístico tão importante, o Governo do Estado, por meio da Adetuc desenvolveu o Plano Estratégico e Operacional de Pesca Esportiva, com recursos do Programa de Desenvolvimento Regional, Integrado e Sustentável (PDRIS). O projeto incluiu levantamento de espécies e áreas propensas ao desenvolvimento da atividade, roteirização e formação de condutores de pesca esportiva.
O Tocantins também integra o projeto Rotas Amazônicas Integradas (RAI), que busca o fomento do turismo e toda a pluralidade cultural dos estados da região Norte. O segmento da pesca esportiva é um dos norteadores de novos produtos.
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O Lago de Palmas é logisticamente o melhor do Estado do Tocantins. Margeia a cidade de Palmas e permite que o pescador concilie ótimos pontos de pesca e todo o conforto que uma Capital pode oferecer, como bons hotéis, restaurantes e a proximidade do aeroporto. O pescador poderá otimizar seu tempo e iniciar a pescaria em cerca de uma hora após o desembarque no aeroporto de Palmas.
O lago de Palmas é formado pelo represamento do Rio Tocantins, para a construção da Usina Hidroelétrica de Lajeado ou Luis Eduardo Magalhães. Possui extensão aproximada de 180 km e área de 630 km², margeando os municípios de Miracema do Tocantins, Lajeado, Palmas, Porto Nacional, Brejinho de Nazaré e Ipoeiras. A profundidade do lago varia em torno de 3 a 40 metros.
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O foco principal da pescaria no lago de Palmas é o Tucunaré Azul e ele apresenta todos os atrativos para a pesca desse voraz predador, tais como, rasurões com vegetação submersa, pauleiras, pedrais e lagoas pouco exploradas, sem contar a temperatura da água em torno de 27º.
Com uma natureza exuberante em suas margens, o lago de Palmas permite ao pescador apreciar a bela paisagem da Serra do Carmo, também conhecida como Serra de Palmas, que na altura de Lajeado torna o visual da represa uma atração a parte. O lago de Palmas garante uma ótima pescaria em toda sua extensão, seja na proximidade da Capital, localizada em seu centro ou em seus extremos, Porto Nacional e Lajeado.
Também é possível que o pescador se aventure em uma pescaria no Rio Tocantins, localizado a 60 km de Palmas, logo após a barragem da represa de Lajeado. Lá os pescadores irão se deparar com uma pescaria muito produtiva com iscas artificiais na captura de cachorras, bicudas, matrinxãs, corvinas e caranhas, já uma pescaria com iscas naturais poderá render ao pescador cachorras e belos barbados.
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camaraitupeva · 10 months
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Guilherme Campos Jr. é homenageado com Título de Cidadão Itupevense pela Câmara
Os vereadores aprovaram a concessão de Título de Cidadão Itupevense a Guilherme Campos Júnior, como reconhecimento à importância de sua atuação como agente político, principalmente no período em que foi deputado federal, entre 2007 e 2015.
O Projeto de Decreto Legislativo n.º 464, de autoria da Mesa Diretora, foi votado na sessão extraordinária desta sexta-feira (30/06) e aprovado por unanimidade pelos 10 vereadores presentes. Os vereadores César Farali, Everaldo Primo e Valdemir Grandão justificaram previamente a ausência.
Guilherme Campos Jr. -  comerciante e político brasileiro, foi vice-prefeito de Campinas,  e deputado federal por dois mandatos por São Paulo (de 2007 a 2015). Foi um dos fundadores do Partido Social Democrata (PSD) e primeiro líder da bancada do partido na Câmara dos Deputados.
Também foi presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, de junho de 2016 a abril de 2018; e diretor administrativo e financeiro do Sebrae São Paulo, entre janeiro de 2019 e dezembro de 2022.
Veja a biografia completa aqui.
Título de Cidadão Itupevense - está regulamentado pela Lei n.º 2.117, de 19/02/2018, como “honraria conferido às pessoas não nascidas no Município de Itupeva, que prestaram reconhecidos e relevantes serviços à sociedade”.
Todos os Títulos Honoríficos conferidos pela Câmara serão entregues aos homenageados em sessão solene em data ainda a ser definida.
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Resenha #06 | O clube do crime das quintas-feiras
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O clube do crime das quintas-feiras 
Autor: Richard Osman. 
Número de páginas: 400. 
Período de leitura: 22/01/23 - 01/02/23. 
Avaliação: ⭐⭐⭐⭐
Editora: Intrínseca. 
Sinopse:
Toda quinta, em um retiro para aposentados no sudeste da Inglaterra, quatro idosos se reúnem para ― segundo consta na agenda da sala de reunião ― discutir ópera japonesa. Mas não é bem isso que acontece ali dentro. Elizabeth, Ibrahim, Joyce e Ron usam o horário para debater casos policiais antigos sem solução, confiantes de que podem trazer justiça às vítimas e encontrar os responsáveis por algumas daquelas atrocidades do passado. Com todos os integrantes acima dos setenta anos, o Clube do Crime das Quintas-Feiras não é a equipe de detetives mais convencional em que se conseguiria pensar, mas com certeza está mais do que acostumada a fortes emoções. Afinal, Joyce foi enfermeira por décadas, Ibrahim ajudou pacientes psiquiátricos em situações dificílimas, Ron era um reconhecido líder sindical e Elizabeth… bom, digamos que assassinatos e redes de contatos sigilosas não eram nenhuma novidade para ela. Quando um empreiteiro local com projetos bastante questionáveis na cidade aparece morto, o grupo tem a oportunidade de seguir as pistas de um caso atual. Apostando em seus semblantes inocentes e habilidades investigativas estranhamente eficazes ― além de trocas de favores clandestinas com a polícia, que, apesar de todos os esforços, parece estar sempre um passo atrás de seus colegas amadores ―, os quatro amigos embarcam em uma aventura na qual as mortes do presente se entrelaçam com antigos segredos, e em que saber demais pode trazer consequências perigosas.
Primeiro de tudo, devo dizer que O Clube do Crime das Quintas-feiras é um mistério bem charmoso. Ele possui o que senti falta em A Camareira, o penúltimo cozy mystery (mistério aconchegante) que li.
A Camareira foi uma boa leitura para passar o tempo, contudo, a excentricidade dos personagens, o mistério e a ambientação não são de longe tão bem trabalhados como neste romance.
Em O Clube do Crime das Quintas-feiras, os protagonistas são idosos aventureiros e curiosos na casa dos 70 anos. O envolvimento deles com o mistério demora um pouco a acontecer, mas a espera compensa porque sua dinâmica com a polícia é hilária.
O livro alterna entre o ponto de vista de um narrador em 3ª pessoa e os registros em 1ª pessoa de Joyce, a integrante mais nova do clube, que anota tudo em seu diário pessoal. A alternância dos POVs não é nada confusa durante a leitura, apesar de talvez soar assim quando explico.
Acho que escolher Joyce para escrever certos detalhes foi interessante, porque ela não conhece por inteiro o universo onde a história se passa, assim como o leitor. A adição de seu ponto de vista nos permite descobrir o que alguns personagens escondem dos outros, além de nos familiarizar aos cenários e personagens do clube de um jeito que apenas um narrador em 1ª pessoa poderia. 
O narrador onisciente é extremamente útil para conhecermos os personagens além do grupinho principal. Vislumbrar a consciência dos suspeitos, vítimas e policiais se provou enriquecedor para o desenvolvimento do mistério. Foi um artifício inteligente que serviu para atribuir naturalidade aos personagens e mudar o tom da história em alguns momentos. 
Outro aspecto que gostei, mais relacionado à escrita, é como o autor escreve diálogos. Eles fluem bem e soam plausíveis, até mesmo quando alguém está repassando uma conversa em sua mente. Parece que se está de fato ouvindo o relato de um amigo sobre uma conversa que teve com outra pessoa.
Falo "amigo" porque ficamos muito íntimos do elenco principal. Sabemos de suas dificuldades, conhecemos seus pensamentos, medos, temperamento e senso de humor. Fiquei muito habituada às reações e falas desses personagens.
O livro propõe e revela muitos mistérios. Em seu cerne, ele traz uma reflexão filosófica interessante: o que fazemos de nossas vidas com o tempo que possuímos?
Ao invés de focar apenas no enredo, somos convidados a acompanhar o desenrolar da vida de Joyce em Cooper's Chase, seu relacionamento com o clube e observar como os integrantes lidam com a velhice em contraste aos personagens mais jovens e seus desafios.
Admito que o livro é bem extenso. Chegou um momento em que eu já estava cansada, mas amei a resolução do caso Tony Curran e a prosa do autor me agradou muito. Por isso, acredito que 4 estrelas é justo.
Bônus: posso ir mais adiante e comparar o estilo do autor com os livros da Agatha Christie. Certamente há semelhanças, porém, acredito que os detetives amadores de Richard Osman recebem mais profundidade do que aqueles encontrados nos romances de Agatha. 
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