Hoje o dia começou cedo demais.
Eram-se cinco horas, agora são doze escolhas.
Palavras duras fazem com que eu me encolha.
A vida é uma eterna montanha russa de escolhas.
E nós não somos diferentes das folhas.
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Eu achava que as pessoas não iriam gostar de mim, então não me gostar era uma forma de antecipar o que eu já esperava dos outros, como se eu estivesse dizendo: “Ei, eu sei que você não vai gostar de mim, eu já não me gosto também, então isso não me surpreende”.
- Eu mesmo sofro, eu mesmo me dou colo
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24/04/2024
Minha vida tem apenas um propósito, apenas uma coisa me dá prazer. Sinto repulsa, repulsa por não sentir nada, por ter um destino traçado, por ter dias contados.
Meus dias são contados. Contados porque vendi minha alma, minha alma impura. Vendi para uma amiga, uma amiga que me chicoteia, me prende em um único desejo, que me prende em um único prazer.
Será amiga? Assim à ela me refiro. Minha amiga alma gêmea, já que a ela minha alma pertence. Nunca a vi, nunca senti ou ouvi, mas é minha amiga, e me torna pura.
Nunca pura o suficiente, me prendo. Me prendo com a ânsia de que o sofrimento termine. Me prendo ao sofrimento, o sofrimento da alma impura que eu vendi.
Vendi a que custo? Ainda tenho que pagar, já que o cliente não existe. Vendi, vendi a ninguém, o custo eu que pago. Eu que sofro. Ela me chicoteia. O chicote é minha própria alma. Que alma? A que eu vendi, mas ainda me corrói.
Vendi porque queria, mas nunca quis. Vendi e comprei, não vendi a mim mesma, mas o custo é meu, a alma é minha, e me torna impura.
A tal alma era tão impura que era insossa. Aquela alma que vendi a minha amiga. A amiga que eu criei, mas existia muito antes de eu nascer.
Meu destino foi traçado, meus dias são contados. Isso porque vendi minha alma, e com meus dias pago pelo custo. O custo dos prazeres. Prazeres seriam alcançados com força, a força que não tinha. A força foi junto com a alma, quando nem a havia vendido.
Nunca tive a alma, estava traçado não a ter. Fi-la insossa, intragável. Não é alimento, me alimento por pena, a pena que devo pagar por vendê-la.
Me lamento. Berro e esgoelo. Pela dor, de vender a minha alma. A alma que nunca foi minha.
Vendi. Agora pago a mim mesma com meu suor, com minha dor, com meu sangue. Pago com o corpo, o corpo impuro pela alma. O corpo, cálice que uso para me servir veneno. O corpo que uso para me amaldiçoar. O corpo que foi templo da tal alma. Mas a alma nunca se abrigou neste templo.
O resto dos meus dias eu gasto com um objetivo. Objetivo de pagar a alma que vendi. Vendi ao objetivo. Vendi pelo cálice. Afasta de mim esse cálice. Cálice que me serve veneno. Cálice que é feito de carne, minha carne.
O objetivo ainda não alcancei, cada dia aumenta. Morrerei tentando o alcançar. Ao morrer o alcançarei. Descansarei por pagar a minha dívida. A divida era morrer tentando pagar a tal.
O cálice era minha carne. Eu fiz o cálice. A carne era impura então a arranquei. Era impura pois era corrompida, corrompida pela alma que nunca a tocou.
Arrancarei a carne. Este é o meu destino. Destino traçado pela minha amiga. Amiga apelidada "Ana".
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Fome
Composto por desejos me tornei o filho desordeiro;
paro quieto jamais,
receita esdrúxula me refaz.
Chorosos anseios permeiam outrora ociosa vida,
desgraçada história clama por medidas nefastas.
Lambuzo-me daquilo que mais desejo.
Eu pego, uso, abuso e reuso tudo que posso.
Meus sentidos eu devoro e degusto.
Fome e libido iluminam meu caminho e,
assim como Ícaro,
voarei em direção ao mais intenso brilho.
Caso eu despenque,
cairei sorrindo sabendo que cumpri o meu Destino.
E diante da Morte, sobressairá meu intenso riso.
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Tenho poemas escondidos
Perdidos entre o silêncio
Coisas que não falo e vivo
Outras que atiçam incêndios
Tenho poemas guardados
No baú da memória uma antiga demora
Me faço de santa e entrego tudo
Revolto-me comigo e não digo nada
Tenho poemas inconscientes
Gerados no imediato ato de escrevê-los
Sem função alguma e sem floreios
Uma brincadeira sonora insistente
Tenho poemas invertidos
Ao longo de um largo e eterno sorriso
Faço pouco caso do sentido
Aposto no jogo do contente
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Ho sempre invidiato la capacità di dimenticare che possiedono alcune persone per le quali il passato è come un cambio di stagione, o come un paio di scarpe vecchie che basta condannanare in fondo a un armadio perché siano incapaci di ripercorrere i passi perduti. Io ho avuto la disgrazia di ricordare sempre tutto e tutto, a sua volta, ricordasse me.
La città di vapore.
-Carlos Ruiz Zafón.
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O DIÁRIO DE KIRA parte 11
Clarisse da Costa
Mas se ele for mesmo um assassino como provar? O que fazer? Até então sou considerada uma bruxa pelos meus vizinhos e dentro de mim existe um forte desejo sexual por ele. É meu tio eu sei, mas acima de tudo ele é o homem que conseguiu me seduzir.
Como controlar meus impulsos sexuais? Como fugir desse homem?
Eu tentei me relacionar com outros homens, sempre acontecia algo. Conheci Carlos, me senti completamente envolvida. De início bons amigos, encontros e conversas descontraídas até que atração física surgiu. Então vivemos uma amizade colorida, quem não gostou nada disso foi meu tio Felipe. Disse que eu não poderia me envolver com outros homens além dele. Encarei tudo isso como ciúmes e continuei com a nossa amizade. Mas como falei sempre acontece algo, de repente Carlos sumiu, não retornou minhas ligações, pensei até que tinha ido embora. O triste foi saber que ele não tinha se mudado e sim que ele havia falecido. Pelo que me falou seu primo, Carlos não apareceu em casa após o nosso encontro e foi encontrado morto num terreno baldio 4 dias depois.
Eu senti muito. Chorei quando vi seu corpo no caixão, parecia que muitas coisas estavam pra mudar em minha vida. Até ouvi uma voz feminina falando sobre mudanças. Assusta? Sim. O medo também nos dá ensinamento. Ninguém imagina que a sua vida vai mudar drasticamente, você só quer viver um dia de cada vez. Foi o que eu pretendia fazer ao sair do cemitério.
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