#declamar

[declamares]

às vezes penso que é melhor não ter ninguém, assim ninguém te ilude, ninguém te machuca e no fim ninguém vai embora.

Lune.

#peaceoflovee #conhecencia #echos #declamares #text post #quotes

[elipsi]

"magari ho capito male io, ma" = "I'm right and you are wrong you useless piece of shit"

#che senso ha farce comprimere il vettore se poi nel file di output dobbiamo usare la versione estesa #spiegamelo tu oh grande genio che viene da ingegneria informatica 🙄🙄🙄 #magari impara a leggere la consegna prima di metterti a declamare

[occhietti]

Mentre tanti festeggiano

fra zucche intagliate e orrendi trucchi e selfie decantati sul web... in molte parti del mondo l'orrore lo stanno vivendo sulla propria pelle, perdendo la vita, la dignità, la casa, la terra, nella assoluta indifferenza dei più che si celano dietro aiuti armati per declamare una pace con la guerra.

La maggior parte del mondo è alla deriva, ha le "zucche" vuote e ci trascina in un declino senza sosta...

- Anna Gurgone P.

[inutilidadeaflorada]

Córrego Intransitivo

Aquilo que gira a comoção de teus moinhos São pares afoitos de afetos. Tão fugazes Expiram a validade a cada ato de intimidade Tal carcaça desidratada abriga corvos

Mascando o sal dos olhos perversos Amando com o coração do estômago Vindo a impaciência, sugando bocas Cicatrizando o futuro antes que ele aconteça

Tão comum angústia, cerrando os dentes Chorar em silêncio anjos caídos Desciam queimando a pele Envelhecendo tudo que tocam

Dançar discos áridos, rasgando rios Atravessando toda a exuberância de caça-níqueis Línguas implorando uma valsa específica Uma coreografia que prometerá desavenças

Perpetuar uma máquina que lê texturas Perpassar tradutores sob o tato Um Aquiles sem orelha, tecendo o acesso Um corpo-ambiente aromatizado

As pendências que o mundo impõe: Imita-lo sempre previsível Angariar percursos e tardar vitórias Declamar o antídoto ao ovo da serpente

Subtexto desse cinismo é cinema Antologias reverberam personagens Vasta arbitrariedade caminha o experimento Que afoga fronteiras, que intitula Bastilhas

Um jardim de títulos e narrativas Fosse um pássaro de Mercúrio Quebrando lápides e tragédias Estariam todos derramando desprezo...

#inutilidadeaflorada #poema #poesia #pierrot ruivo #poem #carteldapoesia #projetoflorejo #lardepoetas #mentesexpostas #liberdadeliteraria #rascunhosescondidos #pequenosautores #pequenosescritores #poetizador #poecitas #mardeescritos #projetoartelivre #autoral #quandoelasorriu #espalhepoesias #arquivopoetico #projetoalmaflorida #projetocaligraficou #projetosonhantes #poetaslivres #projetoandares #buscandonovosares #projetomardeescritos #procaligraficou

[arcoirisdaspalavras]

Cuidado com o poeta que habita

Ele volta?

Talvez.

Ainda contando as anedotas no pensamento.

Não sei se um dia voltará.

Mas voltar para onde?

Para o universo desconhecido, presumo.

O que tu conheces para chamar de conhecido?

O que será que Clarice diria de nós.

Ah, meu eu poeta.

Não aprendeu nada.

Se quer escrever versos,

Não pode pensar tanto.

Tem que tirar de dentro.

Cuspir o que mata.

Não se força poesia.

Muito menos a porta dos sentimentos.

Se assim fizer,

Estará cometendo o último ímpeto.

As coisas simples são mais simples que o pensar.

Precisa ousar usar as palavras da indiferença.

Troca o pronome pessoal para o indefinido.

A arte nasce no princípio da memória e do fracasso.

Só ousamos elogiar os autores que estão mortos,

Por nunca nenhum realmente morrer.

Os versos são trajados de infinito.

Pega na caneta sem pensar sobre a caneta.

É sentir despreocupado.

Como criança ao andar de bicicleta

Entre o amor e a poesia,

Não há distinção.

Tudo é poesia quando se quer que seja.

Há poesia sobretudo na ausência.

Escrever vira a arma mais poderosa.

Por ser tão eficaz quanto morrer de verdade.

De eternizar em algum lugar o que se sente.

Ainda que as palavras limitem a conjuntura das coisas.

É colocar no papel o resultado das lágrimas.

Declamar que quer viver diante da própria morte

Por ela perder a objetividade.

Aproveite as últimas águas de março, meu poeta.

@robertocpaes

#espalhepoesias #books & libraries #literature #poetry #authors #poesia #dor #prose #morte #vida

[t-annhauser]

Mi ricordo che a scuola doveva correre ancora qualche vena antifascista perché ogni tanto qualche impavido lanciava il grido: "chi ci dà la luce?", e noi in coro: "L'Enel!", e questa cosa ci faceva tanto ridere. Avevo una professoressa di lettere infatuata di Andrea Sperelli, il protagonista de Il Piacere. Quando partiva con la macchina faceva tutto in seconda e noi le gridavamo mentre svaniva in lontananza: "cambia la marcia!". Anche questa cosa ci faceva tanto ridere. Per colpa sua non ho mai letto D'Annunzio, però mi ricordo che ci faceva declamare La pioggia nel pineto: Taci. Pausa. Su le soglie del bosco non odo parole che dici. Pausa. umane. Pausa. Ma odo parole più nuove che parlano gocciole e foglie lontane. Pausa. Ascolta. Pausa. Piove dalle nuvole sparse. Piove su le tamerici salmastre ed arse. Non sapevo cosa fossero le tamerici, però suonava bene. «Italia, Italia, / sacra alla nuova Aurora / con l’aratro e la prora!». Innamorato del suono delle parole il D'Annunzio, fino a l'imbecillità: E sul monte e nello stagno son qual fui falcon grifagno. I giovani d'oggi non possono capire, con la liberalizzazione del mercato dell'energia è svanita tutta la magia: "chi ci dà la luce?", "Plenitude!". Meh.

[eleonorasimoncini]

Se proprio bisogna fare dirty talking che sia ideologico. Si strappa il suo blazer, mi butta sul letto, mi avvolge la sua cravatta rossa intorno ai polsi e mi sussurra all’orecchio una frase di Ronald Reagan: «Alcune persone vivono a lungo e si chiedono se abbiano mai fatto la differenza al mondo; i marine non hanno questo problema». Se non trovate nessuno capace di declamare cose del genere mentre riceve sesso orale meglio tornare ai classici. Al perverso ma educato “Sì”. “Di Più”. “Per favore”. “Grazie”. O al silenzio. Se vuoi essere strozzata basta che prendi la mano del tuo partner e gliela posizioni sul tuo collo. Mettersi a quattro zampe è efficace da quando gli umani hanno iniziato a camminare dritti. È animalesco, primordiale, più eloquente di qualsiasi frase porno …

[neuroconflictos]

- Oye Lucas, ¿Tú crees que sea útil ser poeta?

- Claro que sí Chaparrón, si no, ¿Qué pretexto vas a encontrar para morirte de hambre?

- Sí, pero yo quiero decir: ¿Tú crees que si hubiera más poetas la gente avanzaría con más seguridad por la vida?

- No, Chaparrón, para avanzar con más seguridad lo que hace falta es sincronizar los semáforos

- Estás en lo cierto, pero de cualquier manera para algo deben servir los poetas…

- Bueno, yo los utilizaría para disolver manifestaciones.

- ¿Para disolver manifestaciones?

- Sí. Chaparrón, ¿No te has fijado en cómo se desbarata una reunión en cuanto alguien se para a declamar un poema?

- Estás en lo cierto.

- Además, en esta época, ¿A quién le interesa que la luna sea blanca?

- A los del Ku Klux Klan.

- No, pero yo estoy hablando de gente no de animales. [..] Pero de cualquier manera tú no debes darte por vencido. Acuérdate que los poetas no son los únicos seres inútiles que existen en el mundo. También hay abogados, economistas, críticos de teatro, empresarios de boxeo; con el agravante de que el abogado te manda a la cárcel, el economista te manda a la bancarrota, el crítico de teatro te manda a la televisión y el empresario de boxeo te manda al manicomio, si no es que al cementerio. En cambio, los poetas a lo que más que pueden mandarte es al diccionario para que averigües qué fue lo que quisieron decir.

-Los Chifladitos / Chespirito

(Compilado por: Genaro Falen)

#escritos #citas #notas #frases #pensamientos #excen-tricos #textos #amor #escrituras #tristeza #ema #mayo 2023 #chespirito

[esuemmanuel]

Para sentirla necesito cerrar los ojos, respirar profundo, olvidar todo lo que me rodea y declamar su nombre con la profundidad del amor que me late en el pecho por ella...

"S-o-l-e-d-a-d tienes mi alma entera".

To feel her I need to close my eyes, take a deep breath, forget everything around me and declaim her name with the depth of the love that beats in my chest for her…

"S-o-l-e-d-a-d you have my whole soul".

#esuemmanuelg #el hombre de la soledad #escribiendo en soledad #escritores en tumblr #the man of solitude #writing in solitude #poetas en tumblr #writers on tumblr #poets on tumblr #pensamientos #poeticstories #2023 #writeblr

[declamares]

tenho me esforçado tanto nesses últimos tempos lutando contra minha mente que já me sinto no limite da exaustão, não sei mais até quando vou conseguir lutar e me manter em pé sem desistir, sinto que tudo está ruindo, sinto que "eu" estou ruindo, sozinha em meio a tantas pessoas.

Lune.

#peaceoflovee #echos #declamares #quotes #conhecencia #desabafo #pensamentos

[alasdepaloma]

Iba caminando por la tilde de la música esdrújula. Miraba al cielo del poema, al sol de su rima y al arco de luz dividido en sonetos de amor y ternura. Descalzos sus pies como su alma, cautivo al papel y a su efluvio; siervo de la fantasía y de la irrealidad del embrujo. Su entrecano cabello enamorado del ébano de la tinta, resplandecía en contraste con el dorado del letrado sol… La luna dormía entre las hebras protectoras de su pensamiento. Era el hijo de las letras. El espíritu del verbo que se conjuga en la garganta del adorador de la palabra y vibra en los labios de aquél que sólo sabe besar cuando el amor ha aprendido a declamar. De pronto se desperdigaba entre la corpulencia de la cubierta… La puerta de los sueños… La entrada hacia esos mundos sanadores, curanderos de las almas que van rotas, tristes, desesperanzadas, idealistas y soñadoras. Sus mejillas desvaídas de pronto se ruborizaban entre el polvo que levantaban las letras más atrevidas, aquellas que corren y que agitadas entran directamente al corazón de los lectores. Entonces… Él también, como ráfaga violentamente plácida, se inmiscuía entre los latidos del solitario, del introvertido, del que ha elegido desampararse de la realidad, del ruido y de la ceguera catástrofe que cargan los codiciosos, los que fingen el amor o lo compran con riquezas vacuas. Le miré con atención, y de él me enamoré. Juro que de él me enamoré en el instante el que sentí su aliento ceñirse a las paredes de mi cerebro… Entonces me besó cada órgano que me compone y me hizo volver a sentir a aquellos que desaparecieron de mí. Dejé de sentirme mujer, dejé de pensar en el hombre… Sentí la energía que no es ni femenina ni masculina… Sentí la energía asexual del cosmos, ese mundo equidistante del nuestro, ese que es tan real como la irrealidad de un amor eterno. Me enamoré de su piel de agua helada, de la transparencia de sus ojos de amanecer adormecido, de sus manos con dedos largos y finos… amplios como el exquisito sabor que degustan los temporales de la cabeza para guardar las sonrisas, las añoranzas, la acción de los imposibles, la inalcanzable paz que se torna alcanzable, el respeto a la vida, los fieles amores, la perfección del imperfecto, del absurdo de la vida. Te amo, Dios de los símbolos, creador de alegorías, mi esperanza en metáforas. Vida mía.

—PalomaZerimar.

8/11/2022

Imagen Pinterest

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[controlaria]

Eu descobri que há poesia em mim. E que amores rasos não me cabem. Eu aceitei que meus erros foram tentativas de amar alguém E que nessas tentativas eu acabei amando mais a mim. Eu me cuidei Eu me curei E eu descobri que há poesia em mim. E ainda haverá alguém que saiba me declamar Eu sei que sim.

Controlaria.

#Control #carteldapoesia #poecitas #pequenosescritores #julietario #projetoflorejo #projetoalmaflorida #sonhandoseusonho #mardeescritos #humverso #lardepoetas #lardepoesias

[vecchiodimerda]

La

realtà è che non avendo cantieri da guardare al buio, ecco che posso addossare la colpa della pioggia di ricordi a @2delia che invece non c'entra molto, a parte l'aver scritto la parola Ferrara. Che poi non è Ferrara.

È Al Miar (Migliaro), Miarin (Migliarino), la Massa (Massafiscaglia), Codgor (Codigoro) e Ustlá (Ostellato). Terre avare, sudate d'estate, gelate e nebbiose d'inverno. E la vecchia casa dei nonni devastata dall'umidità, eppure luogo magico, aia compresa.

A fianco della casa c'era il Pular (Pollaio) e attaccato al Pular la Bugadara (Lavanderia). Dietro ma non troppo distante, l'Aldamara (Letamaio) e più distante ancora, la Stalla.

E i campi e i fossi, galline e mucche e la gabbia del granturco, l'erba e il cielo e l'afa e il sole estivo che non scaldava tanto come quello di oggi che se non c'è l'aria condizionata si muore.

Dentro la casa un campionario umano, nonno Gaetano e nonna Aurelia e sei tra figli e figlie. In ordine di nascita: Giovanna detta Giovannina, Jolanda detta Bina, Stefano detto Bibi, Bruno detto Bruno, mia madre Jole e la più giovane ma forte zia Fernanda.

O forse Bruno è arrivato dopo mia madre ma di poco. Non ricordo più un cazzo e non posso telefonare a mamma che a quest'ora già dorme. Evito di riportare qui la discendenza diretta ma si tratta di diciassette cugini in totale, compreso me, VdM©®™.

I nonni materni erano mezzadri, coltivavano una terra non di loro proprietà, abitavano una casa che non era la loro e provenivano dalla Romagna da cui erano dovuti scappare.

Zia Giovanna, emula di nonna Aurelia, sposò un matto scatenato e si trasferì a Cmacc (Comacchio), poco distante dai Trepponti e sfornò sei tra figlie e figli.

Zia Bina con mia madre scappò più lontano, dieci chilometri a est di Bologna ed ebbe tre figli. Gli altri restarono in zona e furono meno fortunati rispetto a quelli che se ne andarono.

Zio Bibi ebbe un maschio e due femmine e ognuna delle due femmine ha visto morire un figlio/a a quattordici e a trentacinque anni. Di Bibi mi resta il ricordo del suo viso pietrificato sul lettino nella camera mortuaria del Sant'Anna.

Zio Bruno perse la moglie quasi subito dopo il matrimonio per leucemia, si risposò ed ebbe una vita familiare un po' travagliata ma tutto sommato gli andò bene finché non si ammalò e morì, dopo aver lavorato a smaltire l'amianto dalle carrozze ferroviarie.

Zia Fernanda che era la più giovane ma probabilmente la più forte e terribilmente buona con noi nipoti, è stata la prima ad andarsene in un letto all'ospedale del Delta e l'utimo ricordo che ho è un suo respiro mentre cercava di sussurrarmi qualcosa.

Da vero VecchioDiMerda©®™ ho cercato di seppellire i ricordi sotto una cortina di indifferenza ma ogni tanto eccoli scappare e riaffiorare, invadendo la memoria mai abbastanza scarsa.

I ricordi poi sono stronzi e non si presentano belli in ordine. Alcuni sbucano a casaccio, tipo la filastrocca che piaceva declamare allo Zio Bibi su San Nicolò che prima morì e poi si ammalò.

Ah già, resta la cosa su mia mamma che si lasciò irretire da un muratore che nei fine settimana partiva dalla zona est di Bologna per andare al Miar col Benelli cinquanta centimetri cubici.

E che ebbe due figli. Di cui uno più piccolo che però picchiava più del grande e uno che probabilmente nacque già VdM. Ma questa è un'altra storia che sicuramente non vedete l'ora di leggere.

Branco di Zuvnaster.

#vdm

[inutilidadeaflorada]

Ancestral II

Em silêncios fluviais era um alívio As margens afunilam-se criando encruzilhadas Estigmas em véus de cobre enferrujados Tez decidida ao apêndice da justa posição Abra os cílios aos dentes de alho Simpatia reluz em peito amolador Tato navalha, suspiro corte Gemidos intervalos caóticos Busco tal retrato do rei Exposto e glorificado A escolha de seus idiomas simbólicos Ainda que seja tarde, a morte não o pertence A nudez é travessia ingênua Auto são curas esperando enfermidades Tal endereço é a fome que te sondas Pode me prever outra colheita farta? A meia luz, o mundo novo Corre para declamar-se Para seus abandonos prévios Vês, minha jornada é tão potente como a tua O sonho ruiu outra vez Vestido de impulso Desencravou-se de absurdos E deu três vivas ao desconhecido Entretanto, seu algoz era o perfume Não a matéria, ainda era colônia Não colírio aos olhos escaldados de violências Corpo-anestesia que faz peso contra portões do purgatório Atente-se à força invisível Confabula, normaliza, solta Mentiras até submergir Satélites artificias para dentro do [estômago da                                                    descrença pública]

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[delirantecrise]

Eu vi você, pobre e graciosa, bem do jeito que lhe ensinaram. Eu vi aquele acordo silencioso fechado entre você e ele. Aquele laço fino que os ligava, aquele desejo ardente que você guardava. Não era o desejo da paixão, era o desejo de uma morte lambuzada, o desejo de violência comprimido dentro do peito. Só quero que saiba disso, eu vi. Existe um oceano de desespero, medo e vulnerabilidade nesse simples: eu vi você. Porque talvez signifique que viu meus pecados, minhas vergonhas, a versão mais verdadeira de mim mesma que somente deixo vir à tona quando estou sozinha... mas não tenha medo pobre e graciosa mulher, que um dia foi a mais maliciosa das meninas, eu vi você e talvez não seja de toda ruim. Talvez você devesse ser mais cuidadosa criança, esconda bem essa violência, esconda bem essas cautelas, essas suspeitas e principalmente esconda bem todo esse amor. Não lhe ajudará em nada que as outras pessoas saibam que você, logo você, é capaz de sentir isso.

Apesar dos venenos que você insiste em declamar, no final do dia você sempre vai ser a mais boba entre os feridos e experientes que lhe cercam, talvez na verdade essa sua bondade seja apenas estupidez, ou será que na realidade não é um medo muito enterrado por palavras afiadas de que você não é de verdade?

Eu vi quando esses malditos olhos os flagrou, eu vi o brilho que só acompanha a luxuria ou inveja. Depois eu vi esses mesmos olhos lembrarem de outras coisas. É engraçado pensar que coisas tão belas já presenciaram o maior dos desesperos. Esses mesmos olhos, que já foram forçados a enxergar através do breu, esses mesmos castanhos olhos se apaixonam, e no inicio foi silencioso, como se sua própria mente quisesse esconder de si própria o delicado e espontâneo sentimento. Logo depois, como se é de costume, pois ela era uma menina crescida em um lar de monstros, e ela não demoraria a se tornar um, a pobre e graciosa menina, dotada de uma malicia doce, viu esse sentimento que fazia cocegas em seu peito se tornar um ciúmes desenfreado, uma inveja até. Porque ela não conseguia nem gostar dela mesma, não entendia como conseguia ama-lo tão depressa. Sentia inveja dele por ser uma pessoa amável, por conseguir fazer até um monstro se apaixonar. E logo depois, ela decidiu que queria mata-lo. Mas não ele propriamente dito, ela queria matar sua amabilidade. Mas sabe de uma coisa engraçada? Quanto mais ela se afastava mais ele se aproximava. Eu vi você garotinha... eu vi sua brava luta, eu vi sua monstruosa casa e eu vi seu comovente medo. Mas não se sinta aliviada, ainda não, eu vi seus pensamentos sujos e eu vi você em todo esse desespero para achar alguém que também pense assim, vi você mostra esse monstrinho que tem dentro de você para as pessoas erradas, vi você, de maneira muito difícil, aprender que, apesar do que as outras pessoas dizem, elas nunca vão entender essa minúscula e egoísta parte de você que as vezes ganha da sua abundante parte boa. Eu vi você, por isso sei que não é de toda má. O problema é que as outras pessoas não viram.

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[entaomediz]

Com a cerveja na mão, e riso frouxo, conhecera ao longo daqueles dois dias histórias que a marcaram.

Ver tantas pessoas felizes, e realizadas, com as pessoas que tinham ao lado não era mais tão comum. O que se ouvia, ainda mais após uma ou duas cervejas, era sobre a rotina cansativa, os relacionamentos que nem sempre andavam bem, e as pessoas que a cada dia estavam mais saturadas e sem paciência para o outro. A vida parecia só acontecer online e, fora das telas, não ouvia tantos casais exaltarem seu amado, ou demonstrar que vibravam por ele.

Mas para minha menina, tentar fazer funcionar nunca parecera a frase certa. Ela, que crescera se entregando, amando e tendo o coração partido, não deixara de fantasiar com a ideia do amor e de estar com alguém que desejasse permanecer.

Como seu jeito desastrado, que sempre a fazia cair - se machucar - e levantar para brincar outra vez, ela se permitia sonhar e se entregar as paixões. Gostaria de dizer, querido leitor, que apesar disso, nem sempre era fácil se aproximar verdadeiramente dela. Se protegia demais, e sempre errava o momento que decidia se permitir. Mas os amigos mais próximos rindo, falavam que logo aparecia outro por quem ela se apaixonaria (e sofreria outra vez).

Ainda que soubesse que os relacionamentos nem sempre funcionassem, e as pessoas naturalmente se cansassem, ela sempre quisera ser a exceção. E esperava que todas as pessoas encontrassem os amores para a vida.

Por isso, quando ouvira aquela linda história, no dia anterior, sobre o rapaz que roubou a menina, e que juntos estavam há 42 anos, seu coração se encheu de alegria. A beleza, entretanto, não era apenas o tempo que permaneciam juntos, mas ver que quando ele falava sobre ela, cada palavra transbordava amor, carinho e respeito.

E quem não gostaria de ser amado desse jeito?

Então, arrebatada pela história dos dois, ela o escutou declamar que sua amada era sua notinha de

30.

- Mas por que notinha de 30?

- É que igual a ela ninguém mais tem, só eu! E meu amor é todo da minha notinha de 30.

Quando ela fitou o casal, a senhora olhava para o amado sorrindo, seu sorriso iluminava o alpendre, e logo via que ela o amava com a mesma intensidade.

E nesse momento, cativada, minha menina desejou muito um dia encontrar alguém que a visse como sua notinha de 30 reais.

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