Tumgik
#casa: loraj
viper-knight · 3 years
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WE DESERVE A SOFT EPILOGUE MY LOVE
"Meu pai ficará sabendo disso!"
+ Resumo: Em um universo alternativo, Xu Haoran é um sonserino que está muito longe de casa. Onde está a chave do portal, e o que é esse labirinto sem fim? + Com: Kiwi, Hyesu, Skye e Nan Shen. + TW: Menção a cobras.
Haoran não compreendeu a gravidade da situação em que se encontrava, até ficar preso em um labirinto esquisito. Olhou ao redor, a ponta da varinha de pau-brasil erguida próxima ao rosto pálido de espanto. Não era para aquilo estar acontecendo. Tinha certeza de que a chave de portal, estava próxima. Ao menos, era isso o que a voz dizia.
A voz.
Ser ofidioglota não era uma habilidade agradável aos olhos da maioria dos bruxos. Haoran se lembrava de uma ocasião em que encontrou uma pequena cobra de jardim, chamada Yaya, que gostava de contar histórias das coisas que viu na sua vida rastejante. Quando as outras crianças perceberam o que ele estava fazendo, rindo com a cobrinha enrolada nos seus dedos, chamaram os professores da escola para puni-lo. Desde então, mesmo na vida adulta, estudando em uma universidade respeitável, Haoran ainda era apontado como uma pessoa perigosa e traiçoeira; um típico sonserino, seguidor das artes das trevas.
A falta de resiliência o fez ceder à timidez e insegurança. Vinte e cinco anos, último ano do curso de Filosofia da Magia, e ainda assim, não conseguia lidar com embates sem ameaçar chamar pelo seu pai – Xu Canren. Auror, era um bruxo tão poderoso que levantaram lendas e expectativas quanto ao seu futuro como possível Ministro da Magia. Mas, tal como o filho, Canren também tinha de lidar com os comentários maldosos acerca a sua índole – porque era casado com um ex-comensal da morte, Nan Shen – atualmente detido em Azkaban. Foi por muita sorte e por ter entregado os planos dos seguidores Daquele-Que-Não-Pode-Ser-Nomeado, que não recebeu o beijo do dementador. Haoran ainda tinha esperanças de que os próximos julgamentos pudessem libertar o seu segundo pai. Qiuhua faria dez anos em breve, e ela merecia de uma festa em família. De uma família completa.
E era por isso que Haoran precisava voltar para casa.
Mas a voz daquela serpente o levou para um lugar sem saída. Um verdadeiro inferno de segredos e escuridão, que apenas o apartavam do seu objetivo principal. Era desanimador.
“Socorro!” Gritou, quando seus pés não aguentavam mais andar. “Socorro! Alguém está aí?”
Qualquer pessoa. Qualquer uma, mesmo.
Haoran pressionou a têmpora, massageando. Estava tudo errado. Não só a voz da serpente que o atraiu para um lugar sem saídas; a situação em si era surreal. Aquele lugar era surreal. Hyesu alegou ter encontrado uma pessoa de sua idade que a chamou de mãe. Skye evaporou depois que utilizaram a chave do portal, não ouviu notícias de Peach e Kiwi... Por Mordred. Era para estarem juntos, como companheiros sonserinos!
Mas a coisa mais problemática, foi que encontrou o seu pai Nan Shen muito mais jovem. Jovem como nas fotografias antigas de Hogwarts, sorrindo com o braço ao redor dos ombros do inexpressivo, porém corado Canren. Haoran sentiu vontade de chorar quando percebeu que, naquela realidade, fosse ela qual fosse, Nan Shen estava livre. Ele nunca gostou de viver preso nem de se limitar. Saber que ele abriu mão da própria liberdade em prol do que era certo, impactou muito a sua vida. Queria ser pelo menos a metade do homem que o ex-comensal era. Corajoso e forte. Um herói.
Eu preciso encontrar um jeito de sair daqui, pensou, apertando a varinha com força. Seja como for, de qualquer maneira... Eu vou levar todo mundo de volta.
E continuou o caminho pelo misterioso labirinto da Loraj, gritando por ajuda. Ignorando a voz da serpente e do próprio medo.
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kwakgaeul · 3 years
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𝐘𝐎𝐔 𝐀𝐍𝐃 𝐌𝐄 𝐀𝐍𝐃 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐄𝐕𝐈𝐋 𝐌𝐀𝐊𝐄𝐒 𝐓𝐇𝐑𝐄𝐄.
❪ᅟ𝐓𝐑𝐈𝐆𝐆𝐄𝐑 𝐖𝐀𝐑𝐍𝐈𝐍𝐆ᅟ❫ ━━━ TW: Menção a dissociação de personalidade e violência contra mulher.
POV
⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀ ⠀⠀ ⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀ ⠀⠀ ⠀ ⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀ ⠀03 de Junho.
Se tinha uma coisa que deixava Kwak Gaeul fora de si eram seres intrometidos e linguarudos. Desde a infância, odiava que se metessem nas suas coisas. Talvez fosse o motivo de ter tido tanta antipatia por Hyesu logo no começo, antes de tudo pelo o que passaram e das coisas mudarem drasticamente. Ela e Taeul eram sem dúvida a dupla de pessoas mais irritantes que vagavam pela terra. "Acabamos aqui." A voz rouca e fria anunciou enquanto fechava o zíper do saco de dormir em que a princesa sul coreana havia sido colocada, ela estava completamente desacordada depois de um forte golpe recebido na cabeça, que deu fim a briga preliminar que iniciou há poucos minuto.
Kumiho não tinha tempo para brincar com crianças. Deixaria isso com Gaeul agora, era a hora dele fazer sua parte no serviço. Jogou o daemon coelho desacordado junto com a dona antes de o tecido preto ser completamente lacrado. O rapaz então usou os joelhos fortes para erguer o peso, colocando-a em seguida sobre um dos ombros. ━ Vamos logo, Bora. Quero voltar a tempo de comer um pedaço do meu bolo. ━ Ouviu-se a voz do Kwak, desta vez normal e sem quaisquer sinais da recente possessão.
Aquele andar do edifício estava vazio, a não ser por ele e pela raposa branca, que estivera de vigia enquanto a missão na sala do Jornal era concluída. A maioria das luzes estavam apagadas. Apenas alguns feixes iluminavam o caminho pelo qual os dois seguiam, ocultos nas sombras, passando silenciosamente e sem chamar a atenção para si. Obviamente iriam desconfiar se o vissem carregando aquilo do nada pelos terrenos da Academia, mas por sorte o saco parecia também com aqueles de guardar barracas para acampamento e, além disso, as pessoas sempre o evitaram, não seria agora que resolveriam abordá-lo.
Bora e ele não encontraram empecilhos durante todo o trajeto até o prédio da Loraj. Agora que estava casado, morava lá com Peach e teve dias o suficiente para conhecer melhor cada um dos cantos daquela casa; exceto, é claro, o imenso labirinto subterrâneo, ao qual estivera pouquíssimas vezes. Entretanto, naquela noite Gaeul tinha uma mapa. Era uma imagem detalhada do caminho a seguir, gravada em sua memória pela patrona que tivera a boa vontade de dividir um pouco do seu plano com ele. Gaeul estava feliz por isso, afinal compartilhava da irritação de Kumiho ao descobrir que pessoas haviam se intrometido no acordo deles, inclusive chamando um fantasma para enfrentá-la novamente, que acabou por deixar a imensa raposa ferida na noite anterior.
Eles teriam sua vingança. Custe o que custar. Samjokgu pagaria. Assim como Taeul e todos os infelizes enxeridos que ele arrastou para aquela sua loucura. Começando por quem lhe era mais importante: Hyesu.
A princesa não se movia, exceto pelo suave ir e vir de sua respiração. Deveria estar abafado lá dentro e Gaeul não teve cuidado nenhum levando aquele peso, nem se importando de desviar das pilastras e quinas no caminho.
Minutos depois, finalmente alcançaram a entrada do labirinto. O príncipe deu uma última olhada no corredor vazio para garantir que não estavam sendo seguidos, e depois sumiu escuridão a dentro, indo cada vez mais fundo na terra. Ele e a daemon ouviram muitos barulhos estranhos no percurso, ecoando entre as paredes de pedra do labirinto, porém não conseguiram ver nenhuma das criaturas que os produziam. Era ótimo não terem obstáculos ali.
Os passos silenciosos dos dois seguiram um ritmo constante, fazendo-os atingir o ponto final em pouco menos de uma hora. Gaeul tinha a visão perfeita, mesmo naquela pouca luz que parecia vir de lugar nenhum; ao virar a última curva, seus olhos avistaram o enorme rasgo no ar, como se alguém tivesse cortado a realidade com uma faca e aberto aquele tecido para o que estava por trás: um outro mundo. Era seco, frio, escuro e monocromático.
Enquanto passavam pelo portal rodeado por uma generosa camada do pó dourado, Gaeul se pegou pensando em todas as informações que tinha sobre aquele lugar. Sabia que na mitologia coreana existiam várias camadas no que muitos julgavam como o mundo da pós vida, e entre elas, aquela ali era a que as pessoas chamariam de inferno.
Para ele, contudo, era o Gamangnara.
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