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UMA NOIVA PARA WINTERBORNE | LISA KLEYPAS | EDITORA ARQUEIRO "Uma Noiva para Winterborne" é o segundo livro da série "Os Ravenels". Agora o foco é em Helen Ravenel, prima de Devon, que teve seu noivado com Rhys Winterborne rompido no volume passado. O problema é que mesmo Rhys não sendo o marido ideal para uma dama como Helen, ela o quer e faz de tudo para que ele a queira de volta. Helen toma uma decisão ousada para que Devon possa aceitar o reatar de seu noivado, já que ele e Rhys tiveram um desentendimento há pouquissimo tempo. No desenrolar da história vão aparecendo empecilhos para Helen, que toma decisões inconvenientes de várias maneiras e que a fazem acreditar que não existe mais um futuro entre Rhys e ela. O livro é simples, mas cativante, assim como o primeiro. Helen demonstra uma força de vontade que ninguém esperava dela e Rhys é um exemplo de uma pessoa que consegue sair do pouco ao muito, mesmo com tudo indo contra. É interessante o contraste entre ele, um galês impaciente, e Helen, uma jovem tímida e inesperiente, e o quão bem eles combinam, apesar disso. Já as gêmeas, continuam sendo personagens divertidas, mostrando-se independentes e autossuficientes.

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QUOTES 📌 Mas, um dia, ela ou algum descendente dela voltará aqui e vai nos libertar. E então nossa vingança será completa. P. 22 Rafael tentou não entrar, mas o convite parecia tão cativante e acolhedor que, mesmo querendo correr para longe, ele não conseguia deixar de se sentir atraído. Era como se precisasse daquele abraço ao mesmo tempo gentil e ameaçador das trevas à sua frente. P. 139 Da mesma forma que a imagem da mulher aparecera, também sumira. Porém, Rafael não ficou sozinho. Mais uma vez o sussurro o alcançou, não mais vindo de dentro do quarto. Desta vez, parecia estar em todos os lugares ao seu redor. P. 140 A descoberta de sua verdadeira missão: lutar contra aquela magia negra que fora colocada sobre sua família. P. 156 Naquele momento, Paulo não tinha consciência. Ele não sentia nada. Ele não via nada. Naquele momento, ele era pura magia. P. 162 Sua ancestral sempre me tratou muito bem. Eu fui forçada a entrar na promessa de vingança contra toda a sua linhagem. Mas, agora, esta vingança se tornou pessoal. Você matou nosso Feiticeiro. É meu dever, pelas tradições de minha tribo, proclamar vingança. P. 220 De imediato, ela soltou um grito carregado de pavor, tentando, em vão, sair da aglomeração. Todas as suas crenças e dogmas foram desafiados quando ela se deu conta de que os assassinos pareciam estar mortos, porém, ao mesmo tempo, vivos e sedentos por sange. P. 257 Chegara o momento de deixar o passado para trás e seguir para um futuro, qualquer que fosse, mesmo que indefinido. Ela só precisava se desapegar ao máximo de todo o sofrimento que sua vida fora até aquele momento. P. 309 No entanto, questões mal resolvidas do passado não dão descanso até que encontremos o equilíbrio natural diante das tendências futuras. Por mais que tentemos fugir, mais cedo ou mais tarde essas questões voltam a surgir em nosso caminho, sob diferentes formas. P. 310

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DANÇA COM DEMÔNIOS | CRISTIANO HALLE | TALENTOS DA LITERATURA BRASILEIRA

"Dança com Demônios: o levante do mal" é uma ficção apocalíptica que se passa na cidade de Cafelândia. Em 1888 Cafelândia passava pela rebelião dos escravos que estava acontecendo no resto do país. Mas os escravos da fazenda de Juan Carlos Vilarreal não queriam apenas fugir, queriam vingança.

O feiticeiro do grupo liderou alguns para a floresta e esperou serem encontrados e mortos para poderem reviver graças a sua magia negra e darem uma morte violenta aos seus senhores.

Muito sangue foi derramado na fazenda, mas uma pessoa não foi eliminada: a herdeira Vilarreal. A Sinhá conhecia magia e conseguiu salvar a filha e prender os demônios na fazenda antes de morrer na estrada.

Muitos anos depois, Paulo estava indo passar o fim de semana com os amigos na casa de Cláudia, em Cafelândia, onde conheceram Rafael. Alheios ao perigo que o novo amigo poderia oferecer, tomaram atitudes irresponsáveis e acabaram no hotel abandonado da cidade, antes fazenda Vilarreal.

Enquanto isso, outras situações são intercaladas para tornar a situação da cidade ainda mais crítica. O livro trata bem do egoísmo humano, seja para roubar livros perigosos, seja para ressucitar um ente querido, sempre contribuindo para despertar ainda mais o mal pela cidade.

A história tem vários personagens e todos mostram a sua importância durante essas terríveis 24 horas. Apesar do cenário, o livro também mostra um pouco da bondade humana através de Paulo, que mesmo passando por tudo que passava, ignorava suas oportunidades de fugir para tentar ajudar os seus amigos.

É uma história sangrenta, bem detalhada e com capítulos curtos que sempre despertam nossa curiosidade para os próximos.

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QUOTES 📌 É isso que esse bicho faz, ele entra na cabeça das pessoa. Ele é diferente de todo outro animal que tu vai encontrá por aí. p. 39 Seria burrice tenta matá uma coisa que tu sabe que não consegue. No fim, sobrevivê e voltá pra aldeia é a coisa mais importante. A aldeia não ganha nada se tu morrê em vão. P.39 Tu me desafiô. E andô durante a noite inteira sem reclamá. Então, daqui pra frente, eu vô te tratá com o respeito que um home merece... Que um guerreiro merece. E eu quero que tu me respeite igual. P. 39 De repente, sair em uma caçada mortal em busca da última criatura que ele desejaria encontrar não parecia mais o fim do mundo, mas sim uma oportunidade para provar aos malditos Anciãos do que ele era feito. P. 86 O rapaz sabia que Obur fizera a maior parte. Ainda assim, não conseguia deixar de se sentir frenético com a energia que percorria seu corpo. A sensação era extasiante e avassaladora, extirpando qualquer sombra de medo ou cansaço. P.101 Decidiu que, caso tivessem sucesso, arrastaria a carcaça do angorath ele mesmo, se necessário, e a jogaria na porta de Olario. O cheiro da putrefação e o esforço não seriam nada comparados à satisfação de ver o Ancião enraivecido, tendo que se dobrar ao seu sucesso. P. 105 A ansiedade ainda estava lá, mas agora ele a usava como combustível em vez de deixá-la controlá-lo. P. 105 Não se deixaria abater por algo sobre o qual ele tinha pouco ou nenhum controle. Além do mais, sempre preferira imaginar seu destino como uma página em branco, uma que ele mesmo escreveria. P. 159 Um mago que não sabe lutar é como uma espada sem gume e pendurada na parede: bonita de se ver, mas sem propósito. P. 162 Um mago não resmunga, Kalian dos Sarhed, um mago resolve. P. 163 Nunca esqueça de como é ser fraco, e da sensação de ser incapaz de proteger aqueles que ama. Se puder fazer isso, independentemente do quão poderoso se torne um dia, tenho certeza de que nunca se arrependerá do caminho que escolheu. P. 182

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Izolda, escrito por Frederic Spekman e publicado pela editora Pendragon, é um sci-fi que conta a história de Izac e de Izolda, uma garota achada por Izac na floresta após uma chuva que causou um desatre no lugar em que ele vive.

Izac percebe que a garota está sozinha, lhe alimenta e logo depois a leva para a sua casa, onde é acolhida pela sua família. O garoto, que há muito tempo não se importava com nada, começa a nutrir sentimentos por ela e assim como seus pais, percebe que ela é de um lugar bem mais distante.

Para a tristeza de todos, indivíduos vão buscar Izolda dizendo serem seus pais e para proteger a família que lhe acolheu ela precisa ir. A menina é, na verdade, a Prometida destinada a acabar com a guerra existente entre espécies e estava sendo feita de prisioneira antes de fugir para a Terra. Depois de um tempo, Izac não suporta mais a ideia de não estar cumprindo a promessa que fez a sua amada de resgatá-la e entra em contato com pessoas que podem levá-lo até ela.

Porém, quando chega ao novo planeta a situação não é como ele esperava. O jovem precisa trabalhar para ter todo o seu salário gasto com aluguel e taxas absurdas que o mantém na parte mais baixa da pirâmide onde tudo é decidido pela seu poder aquisitivo. Nessa sociedade todos trabalham para se tornarem Superiores, seres que possuem seu corpo transformado que os tornam quase invencíveis.

Fazendo horas extras, usando drogas e enrolando as empresas que lhe cobram taxas, Izac consegue ascender economicamente e chamar a atenção desses seres, que tornam o rapaz prisioneiro. Os Superiores estão em busca de uma coisa chamada Blisar, que é capaz de construir galáxias. Izac acha essa pedra e para impedir que eles a peguem, ele engole, fazendo dela seu coração. Ele que antes estava a beira da morte graças a doença que a droga lhe causou tem seu corpo renovado e poderoso. Infelizmente Izolda já estava morta e não poderia mais rescussitar como uma fênix apesar de ter sangue de uma, pois suas cinzas foram esterilizadas.

Uma série de coisas acontecem depois disso, inclusive o renascimento que aparentava ser impossível, fazendo com que o livro corresponda as expectativas. A história traz ainda um apelo pela preservação do meio ambiente, reflexões importantes através do pai de Izac, questões de religião X ciência, o amor inocente entre os personagens principais e uma carga teórica muito significativa que ultimamente tenho sentido muita falta em livros denominados de ficção cíentifica. A variação de espécies apresentada é um ponto positivo e a capa, bem como as ilustrações presentes em algumas páginas, são muito criativas e permitem entrar no clima da leitura.

5/5 ⭐

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"Onze Contos" traz contos curtos escritos por Will Monteath, que abordam diversos assuntos do cotidiano, como a falta de interesse em participar de eventos e com humor apresenta desculpas impressionantes para ficar em casa. Além disso, aborda a ansiedade no conto "O homem nervoso", a dificuldade em manter um relacionamento através do conto "Padre Chicão e Gamão", a avareza, em "A poupança de Gleice" e o conflito de interesses dentro dos partidos políticos exposto pelo conto "Novo por aqui".

As criticas são perceptíveis até no índice que diz "...A Ordem (Sem Progresso)...", fazendo uma alusão a bandeira nacional e ao cenário brasileiro. As histórias sempre são bem humoradas e apresentam uma quebra de expectativa, fazendo com que seja uma leitura divertida e rápida. Cada história tem uma ilustração e suas tonalidades conseguem chamar a atenção na medida certa.

5/5 ⭐

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"Quando a Noite dá Passagem ao Sol" é um romance cristão escrito por Nonato Costa, mesmo autor do livro "As Cores do meu Dia". Nele é contada a história de Caio, um jovem evangélico que por ainda não ter tido um encontro real com Deus se deixa levar por Íris, uma nova aluna que no primeiro dia que conhece Caio já o beija.

A paixão que nasce dentro de Caio faz com que ele deixe seu Deus, sua família, seus amigos e os estudos. Íris só pensava em "curtir", ignorando e às vezes até zombando de qualquer coisa relacionada a igreja ou a fé. O jovem, cego pelo estilo de vida que lhe era apresentado pela namorada, deixa o ministério de louvor de que fazia parte e também cessa as visitas a igreja. Para se sentir entrosado e não ser chamado de careta, o rapaz também começa a beber, usar drogas ilícitas e frequentar locais inadequados, logo também decide sair da casa de seus pais.

Porém, aos poucos a falsa sensação de preenchimento que essas coisas lhes causavam vai acabando. O casal começa a brigar com muita frequência, Caio começa a perceber que está sendo traído e surge um bebê, que por causa dos vícios da mãe acaba morrendo antes de nascer. Durante todo o tempo em que o filho permaneceu desviado do caminho de Deus, os pais persistiram na oração e no momento certo o Senhor lhes respondeu.

O personagem percebe os vacilos que deu, se arrepende e volta para o Pai. Decide concluir seus estudos e depois de alguns anos é um advogado de sucesso. Nesse percurso perde seus pais. Em uma das viagens a trabalho, Caio vai a um culto na cidade em que está e se surpreende ao ver que a pregadora é Íris, a quem ele plantou uma semente da palavra logo quando terminaram o relacionamento. E agora, ambos maduros e firmados no Senhor, constroem uma família.

A obra traz em diversos momentos trechos da bíblia que ajudam a passar a mensagem desejada. Além disso, no início é contada uma parábola que se assemelha muito com a história de Caio. O ser humano ao se arrepender tem sempre Deus de braços abertos pronto para fazer o que Ele sempre quis: cuidar de nós. Muitos ensinamentos são dados através desse livro, como a necessidade de manter-se firme em oração e fé por aqueles amigos e familiares que ainda optam por viver mundanamente.

5/5 ⭐

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"O Horóscopo" e "A Noite nos Devora" são contos do autor Sergio Mattos, escritor também de livros como o "O Abismo" e "A Sombra da Loucura", todos publicados na Amazom.

O Horóscopo conta sobre Robert, um homem que sonhava ser um advogado, mas que se sentia fracassado por ser só o "rapaz do cafezinho". Robert sente sua falecida esposa falando com ele diversas vezes, coisas como "você esqueceu o seu lanche, querido" e chega a vê-la com as roupas da noite em que morreu. A imagem de sua mulher o deixa amedrontado e somada com sua decepção com o seu emprego, Robert em alguns momentos sente vontade de se suicidar. No desenrolar do conto Robert acaba deixando claro que a relação com a sua esposa nunca foi um mar de rosas, o personagem desconfiava de que era traído e sua falecida mulher muitas vezes lhe tratava muito mal e por isso ela teve o fim que teve. O título da obra é dado porque o personagem costumava sempre olhar o seu horóscopo no jornal e era criticado por Jess por isso. O conto termina com Robert prestes a ser preso quando recebe uma mensagem de sua esposa em seu celular.

Já "A Noite nos Devora" é dedicado aos parceiros mais antigos do autor e os personagens recebem seus nomes, inclusive do próprio Sergio. A narrativa se dá em uma noite chuvosa e a primeira personagem apresentada é Nany, que dá carona a um desconhecido. Vitor, o passageiro, havia acabado de matar uma mulher e para a alegria de Nany encontram um motel, pois a presença dele em seu carro lhe deixava amedrontada. No motel vão surgindo outras pessoas, cada uma com suas peculiaridades. Um policial, um fã, uma atriz, um tarado e uma criança com problemas mentais são alguns dos indivíduos hospedados no motel naquela noite que transcorre com muitos assassinatos.

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ENTRE A PROMESSA E O DESTINO | GISELE DE ASSIS

"Entre a Promessa e o Destino" é a continuação de "Entre o Amor e o Sacrifício", ambos escritos pela autora nacional Gisele de Assis. Nele, a identidade de Kate é colocada em dúvida, principalmente quando ela está perto de Lucius, um demônio que um dia já foi Guardião de Orpheus, pois se sente muito atraída por ele e muitas vezes chega a falar coisas que só Sophia falaria.

Sophia foi o grande amor da vida de Lucius, desde que se conheceram se tornaram donos de sentimentos muito profundos um pelo outro. Porém, sendo ele o comandante de Orpheus, aquele que se arriscaria totalmente invadindo Zebheus, nunca se sentiu seguro para ter um relacionamento com a sua amada. Sophia, por outro lado, insistia para que ficassem juntos, passando por humilhações, que não foram o suficiente para diminuir o seu amor.

Sabendo da intenção de Lucius em se deixar ser morto em batalha, a mulher tomou uma decisão ousada: propôs a Alex, irmão de Lucius e que sempre foi apaixonado por ela, que se casassem em troca da chance dela ser uma Guardiã, ao invés de uma serva. Com isso, Sophia planejava ficar de olho em Lucius nas batalhas contra os demônios para evitar a sua morte. Porém, em um certo momento, isolados em outro planeta, os dois acabaram caindo na tentação e consumando o seu amor, que gerou um bebê.

Após a descoberta da traição, Alex tirou a vida de Sophia e do bebê, causando a ira do Criador. Lucius se tornou um demônio e jurou destruir a sua antiga especie. Porém, Kate, que até pouco tempo se achava uma humana, carrega um mistério que só é desvendado depois de muito derramamento de sangue.

Através de um feitiço, Wilda, a tia de Lucius, Alex e Sophia, entrelaçou suas vidas à de Kate. Perseguida a vida toda, a garota finalmente começa a ter respostas quando Lucius vai à Terra. As apostas são se Kate é Sophia ou a criança que estava em seu ventre.

A autora sabe bem como terminar um livro de uma maneira instigante, proporcionando a curiosidade pelo próximo volume.

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ANIQUILAÇÃO | JEFF VANDERMEER | INTRINSECA

"Aniquilação" é o primeiro livro da trilogia "Comando Sul", escrita por Jeff Vandermeer, autor, editor e crítico americano. O livro traz o relato de uma bióloga enviada na décima segunda expedição para a Área X, um local pouco conhecido que se expande lentamente.

A bióloga é uma das quatro mulheres enviadas na décima segunda expedição, para essa "missão" os nomes próprios são ocultos para evitar distrações. Dessa forma, elas são chamadas pelas suas profissões. Para a bióloga, esse lugar, com tão pouca interferência humana, é um paraíso. Desde pequena acostumada com a solidão devido ao pouco relacionamento com os pais, ela é atraída pela vida animal e vegetal, pela relação entre as espécies e seus habitats e por isso constantemente visitava um terreno baldio onde podia ver os insetos, aves e a relação entre eles.

Porém, diferente de tudo o que a bióloga e as outras mulheres que estão com ela estão acostumadas, a Área X não é um ambiente qualquer. Todas as pessoas que foram para a a Área X nas 12 expedições se suicidaram, foram mortas pelos companheiros ou voltaram de maneira desconhecida para casa para logo morrerem de câncer.

Graças a esporos que lhe atingiram, a bióloga se torna imune a hipnose que até então era feita nela sem seu conhecimento. A partir disso, ela passa a entender que nem tudo que o Comando Sul lhe contou sobre a missão e sobre aquele lugar era verdade. No início dessa jornada o grupo encontra uma coisa que divide opiniões, para três delas se trata de um túnel, para a biologia é uma torre. O interessante é que a bióloga começa a sentir que a torre respira, além disso encontra frases escritas nas paredes, frases feitas com organismos vivos.

As suas colegas vão morrendo até que só resta ela, que encontra diários, mais do que o tanto que seriam usados nas 12 expedições, mostrando que não havia sido somente essa quantidade de expedições. No meio destes, ela encontra o de seu marido, que tinha feito parte da décima primeira. A bióloga tem uma personalidade introspectiva, por isso é de sua natureza não dar muitos detalhes sobre sua vida e seus pensamentos, essa característica fez com que seu casamento sofresse tombos desnecessários, devido a sua maneira fria de tratar o homem que amava. A própria personagem admite isso ao afirmar que nem tudo estava bem contado no seu relato.

O livro é muito bem construído, sem muito dialogo como um relato deve ser. O autor usa termos científicos, mas não de uma forma complicada e exagerada, dá para entender mesmo o leitor não tendo afinidade com a biologia.

5/5 ⭐

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QUOTES 📌 180 Graus

Aquela imagem fazia parte de seu conceito de felicidade. Como não conseguia entender esse conceito inteiramente, satisfazia-se com alguns fragmentos. De vez em quando sua roseira florescia. Encontrava então outro fragmento de felicidade. Quando Eduardo fazia cafuné, também era um fragmento. Ou quando ele não trabalhava nos fins de semana. Um dia aprenderia a encaixar esses fragmentos, como peças de quebra-cabeça. Por enquanto, tentava ao menos montar as bordas. P. 13

Porque o bom da vida está nos pequenininhos, nunca na indigestão. No diminutivo. No que finge que tenta passar despercebido. Na minúcia. Nas miudezas. Nos pequenos contrastes. Nunca no exagero, no excesso. P. 14

Mesmo estando sempre no meio da multidão, continuava sozinha. Mesmo dormindo e acordando acompanhada todos os dias. Não conseguia imaginar onde encontraria a chave da sua prisão pessoal. P. 21

Era como se não pudesse aceitar esse alguém para não perder a solidão que sempre lhe dera motivos para seguir em frente. Como se a vida perdesse o sentido se descobrisse que já era feliz. P. 46

Começava a fugir do que sempre perseguiu, o amor correspondido. E se empenhava tanto em fugir que acabava se convencendo de que o que a perseguia era o bicho-papão. O monstro do lado Ness. P. 46

Dormir para esquecer aquela dor que Clara não conseguia nem mesmo dizer onde era. Se fosse uma dor localizada, poderia consultar um médico. Como é que poderia explicar a um médico uma dor que latejava sem atingir nenhuma parte específica de seu corpo, ao mesmo tempo que parecia ocupar todos os vazios de seu organismo? P. 72

Era fácil não se molhar quando não saía na chuva. Não engordar quando não comia. Não dançar quando não havia música. Não dar beijo na boca quando estava sozinha. Era fácil levar uma decisão adiante quando todas as outras deixavam de existir, ou, ao menos, fugiam do seu alcance. Só que, quando se tem o baralho inteiro nas próprias mãos, é quase impossível olhar só para o vale de copas. P. 121

Para saber mais sobre o livro, leia a resenha aqui no @livrosatodovapor 👩‍❤️‍💋‍👨

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180 GRAUS | MÁRCIA DO VALLE | MARCO ZERO

"180 Graus" é um livro curtinho sobre as voltas que a vida dá. Maria Clara é uma mulher casada com um homem que toda mulher queria ter, tem um trabalho estável e uma vida confortável. Mas ainda assim está insatisfeita.

Aos trinta e poucos anos ela começa a se questionar se fez a escolha certa em se casar com Eduardo e se privar das liberdades de uma vida de solteira. Eduardo, apesar de suas qualidades, se prende demais ao trabalho e ela sente falta de sua atenção. Isso, somado a vontade de Clara de sair da rotina, faz com que ela crie conflitos mentais sobre tudo, principalmente sobre trair ou não Eduardo.

Paralela a história de Clara, é narrada em primeira pessoa a vida de outra mulher. Igualmente casada e realizada profissionalmente, essa mulher também está insatisfeita com a monotonia de seu casamento e tem uma obsessão pelo amigo de seu marido.

Estranhas entre si e em países diferentes, as decisões de uma cruzam com a vida da outra. As personagens são egoístas e ficam com as dúvidas, vontades e incertezas o tempo todo em suas cabeças, mas não conseguem falar com os maridos sobre isso e dar um basta no casamento, que é o que tanta as incomoda.

Por isso, tomam suas decisões sem se importar com a dor do outro, que poderia pelo menos ser minimizada com um termino tranquilo e sem traições. Em contrapartida, a empatia que eu nutria por Eduardo também reduziu drasticamente com o final do livro.

O final foi surpreendente, porque a principio eu achava que as duas mulheres eram uma só e a narração em primeira pessoa se tratava de desabafos em cartas. Quando consegui desassociar as duas tudo começou a fazer sentido. Apesar do tema, a leitura é leve e capaz de despertar diversas reflexões sobre as decisões que tomamos e a necessidade de sempre inovar, para que a rotina não nos sufoque.

Assim como em "Onde Guardo as Bobagens Que Eu Contava Só Para Você?" (outro livro da autora) a escrita da Márcia é maravilhosa, sempre dando significado a cada detalhe e fazendo com que em um piscar de olhos eu devore o livro todo.

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QUOTES 📌 Sombras Sobre as Estrelas

Mas os questionamentos e as inquietações nunca desistiram de me provocar a ser heroína em busca de minha própria história, e não esperar pela chegada de um príncipe encantado, para me libertar das amarras sociais. Mas sim, questionar e revisitar a herança do meu passado, e descobrir que a heroína, era eu mesma! P. 11

A vó dizia que quando o sol sai do céu, é porque confia no brilho da esposa dele. Aí ele fica olhando de longe o brilho dela. P. 50

O homem só vai aprender a dominar a natureza, quando aprender a dominar si próprio. Muitos vão buscar fora, por séculos, o que só pode encontrar dentro. Cada coisa, cada planta, pertence aonde nasceu. Índio pertence a essa terra. P. 53

Podemos ver os galhos abrigando as folhas, flores e frutos, mas a sustentação e os nutrientes necessários para nutrir a árvore, vêm das raízes que estão abaixo da superfície. Está oculta aos nossos olhos. Os galhos são como o nosso mundo exterior; e as raízes, aquilo que não sabemos de nós mesmos. Precisamos adentrar na terra para saber o que está debaixo dela, mas que pulsa através das flores e frutos. Olhar verdadeiramente para as nossas raízes, é dar luz a nós mesmos. P. 54

Visitar o passado é a chance que a vida nos dá, para olhar de novo e ressignificar aquilo que, pela lógica, não se pode mudar. P. 63

Um pássaro me falou, que a vida é uma música que a gente tem que parar para escutar. P. 66

O céu negro tem as estrelas para mostrar que até na escuridão existe pontos de luz. P. 74

Se alguém odeia Mauá, o ódio pertence nessa pessoa, não em Mauá. Logo, a pessoa que odeia Mauá, precisa lutar com o ódio dela. Mauá já é livre! P. 92

Para saber mais sobre o livro, leia a resenha aqui no @livrosatodovapor 🦅

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SOMBRAS SOBRE AS ESTRELAS | GISLAINE AZEVEDO

"Sombras Sobre as Estrelas" é a continuação de "O Sangue de Afrodite", escrito pela psicóloga Gislaine Ferreira Azevedo.

Agora o foco é em Apolo, filho de Diana e Júlio. Crescido e apaixonado por botânica e por astronomia, ele vai viajando por lugares incríveis em busca de conhecimento. Na Amazônia, vai visitar tribos indígenas, conhece uma ONG, se apaixona pela floresta e decide ficar.

Enquanto isso, dentre as sete mulheres da Ordem das Mulheres, responsável por ajudar a resolver questões importantes pelo mundo, estão Maya e Naomi. As duas acabam encontrando Apolo em Machu Picchu antes dele ir para o Brasil, e Naomi e Apolo criam uma conexão.

Naomi viaja pelo espaço-tempo, e os dois em anos diferentes, vivem as suas missões em prol da causa indígena.

Os debates sobre gênero continuam presentes e também são acrescidas discussões sobre os conflitos entre pessoas ambiciosas e os índios, tanto no passado quanto no presente; homofobia; xenofobia; preservação da natureza e a vida no crime.

A cultura indígena é bem descrita durante o livro e a transcrição dos mitos e lendas desse povo traz grandes ensinamentos ao leitor. As referências (filosóficas, sociológicas, musicais...), sempre apresentadas de maneira simples, são responsáveis por deixar a história ainda mais rica.

As cenas ocorrem de maneira que dá sempre vontade de continuar lendo e em alguns momentos o impacto de algumas verdades me fez parar para refletir e absorver, se tornando uma leitura bem significativa.

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QUOTES 📌 A Fúria do Amaldiçoado

O velho dissera a mim que vermelho era a cor da vingança. Era verdade, a minha só estava começando. P. 12

Somos os espectros da savana, os anseios daqueles que um dia lutaram contra os homens, daqueles que um dia se viram impotentes perante a fúria descomunal de um império. Somos a maldição, trazemos a maldição. Somos a alcatéia. P. 27

O pavor fora seu aliado, o medo seu inimigo e a matança sua realidade. P. 67

As lembranças corroem nossa mente, entram por caminhos tortuosos e avançam até os profundos casulos da dor. Uma dor latente que nem o tempo pode curar. Rasgam com os confins da sanidade, fazem-nos transitar entre a realidade e a fantasia na esperança de recuperar o que perdemos. A cicatriz mental machuca mais do que a exposta, mas também nos ensina mais. Em todo o sofrimento há o aprendizado, e as piores dores nos fazem melhores pessoas. P. 73

Os animais são assim, têm mães e filhas, resguardam uns aos outros, vivem em bandos para acorrerem dos perigos da natureza, escolhem líderes para os guiarem até a concórdia. Os animais são menos cruéis do que os humanos, pequena, os verdadeiros animais que eles tanto desprezam são os próprios seres humanos. P. 77

Nossa vida sempre será regada a pessoas boas e más. Entretanto, o feito dos maus sobrepuja o dos bons porque ele marca profundamente nossas memórias. Às vezes, é preciso dez ações benignas para curar uma conduta maléfica e, ainda que esquecemos das dores e dos pesares que os feitos ruins transportam, as cicatrizes permeiam a vida. É dessa nascente que o ódio germina, das dores incuráveis e da impotência em suturar o mal. P. 81

São as boas ações que fazem de nossa vida um remédio para os males, que curam as feridas, senhor. P. 93

É por isso que os feitos bons sobrepujam os ruins, senhor, porque eles nos fazem felizes, e a felicidade cura qualquer mal, até a ferida mais profunda. P. 94

Enquanto continuar remoendo o passado, nunca estará inteiro no presente. P. 164

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O LEÃO DO OESTE: A FÚRIA DO AMALDIÇOADO | ANDRÉ CARVALHO | NOVO SÉCULO

"A Fúria do Amaldiçoado" é o primeiro livro da série "O Leão do Oeste", ambientada na África Subsaariana. Kankou Musa é o protagonista, amaldiçoado e furioso, que no ínicio dá um susto no leitor pela sua sede de matar, o que dá, num primeiro momento, a sensação de que a história é narrada pelo vilão.

Mas no decorrer da leitura é possível perceber as motivações do personagem e a necessidade de ele fazer o que faz, em prol de sua vingança, mas também da vida de outras pessoas, que são constantemente escravizadas pelo seu próprio povo.

Kankou Musa é também chamado de Leão do Oeste por causa da maldição que carrega, que o faz se comunicar com os animais, ver pelos olhos deles e liderá-los. Essa maldição escolhe pessoas comuns e as transforma em motivo de medo, fazendo com que elas sejam perseguidas e mortas da pior maneira. Kankou Musa sobreviveu e tem um objetivo: vingar a morte de Candice, uma pobre criança assassinada por causa da maldade do império.

O livro tem fortes características culturais e históricas da África e é notável como o autor se preocupou em fazer boas pesquisas antes de escrever. O volume é bem curto, acredito que mais para ambientar o leitor no universo da série.

A narração é fluida e detalha sem exagero e sem escassez as situações apresentadas. Além disso, os animais são uma graça e é impossível não se apegar a eles. Essa é mais uma das séries que preciso de uma continuação urgente.

(Contém cenas de violência.)

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