Tumgik
#Cidade das Pedras Soltas
refeita · 1 year
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Você é como uma cidade que nunca conheci.
Andando por aí, a sua fama não passou despercebida por ser tão interessante quanto sedutor. Me encantei pelas histórias, pelas fábulas e pelo sotaque característico que só tua voz sabia entonar. Alguns poderiam chamar de ilusão, porém, eu não. Gosto de chamar de fantasia. Você me contou dos caminhos, das madrugadas e das taças brindando, eu te contei dos meus céus cinzentos, noites sem lua e falta de mar. Éramos como um oposto complementar, morando em corações de signos gêmeos. Era de grande sutileza nosso desencontro, pois enquanto minha verdade era fixa e racional, a sua sempre foi vaidosa. Te mimei e envaideci para criar raízes na terra, mas só te impulsionei a voar cada vez mais longe. Meu amor te inflou até cruzar mais quilômetros do que os que já separavam nossos caminhos. Nada disso foi suficiente para que não me prendesse em suas narrativas mirabolantes, cheias de vilões e vilãs, mas nenhum jamais seria você. Sempre foi o príncipe das próprias histórias, eu sempre fui vilã das minhas, éramos uma dupla sintomática irrecuperável. O problema é que sua prepotência não previu o momento em que o sintoma não me bastaria mais, em que meu lugar de vilã seria questionado e, por consequência, você também. Me distanciei da sua certeza esmagadora e percebi que meus prédios eram de areia, minhas ruas eram de brisa e as histórias eram apenas versões, não verdades. Foi então que te percebi como uma cidade que nunca conheci. Uma cidade que sempre ouvi falar dos bares, das ruas e das luzes, mas nunca pude tocar com os meus pés e respirar o ar com meus pulmões. A distância era mais que física, era total. Você não me deu dicas sobre como me encontrar diante de suas encruzilhadas, ainda que me convencesse que sim. Foi pensando nisso que pisei em sua cidade, caminhei pelas suas areias, senti tua maresia. Foi lembrando de nós que contemplei o belo horizonte pela janela, sorrindo melancólica da ironia de estar no mesmo lugar que sua vaidade pela primeira vez em tanto tempo, porém sem a chance de te olhar no olho. Olhei pelas janelas da sua capital, tão longe da minha, pensando em como nosso mundo ruiu a ponto do nosso possível momento mágico ter se tornado a sepultura de tudo que construímos e destruímos ao longo dos anos. Nossa ligação é uma cidade fantasma que em nada reflete sua metrópole litorânea, destruída lenta e apressadamente até não restar nada além de pedras soltas, onde antes havia fortaleza, hoje existem apenas destroços.
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markiefiles · 7 months
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fem!reader, menção a arma e bebida alcoólica (fiquem de boa, não rola nada ruim), cenário de filme bang bang, sexo sem proteção, implícito "enemies" to something rs, implícito um size!kink, repostagem.
Spirit Fanfics
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Pistola na mesa, barro de deserto, cavalo dos fios negros e quem o monta é o forasteiro, de chapéu de couro e rosto exalando mistério.
Você suspira, engole o whiskey envolvido em pedras de gelo, pensa que é quem procura, o forasteiro que ajudou-lhe a capturar um famoso criminoso, lembra de dividir o mesmo cavalo com ele, parte de trás, os dedos dele na tua cintura, em movimento. Pareciam até uma dupla, mas ele age feito um lobo solitário, uma lenda local. O cowboy tinha má fama, lábia boa, andava por aí sem medir consequências, provocando o xerife da cidade e outros condenados.
Não tinham nada envolvido, mas sempre que se esbarravam, era jogo de palavras, o forasteiro colocava os dedos em guarda na pistola, brincava com o cinto nas calças sempre sujas de barro e o ajeitava no quadril. Sentia certa raiva dele, tão feito de tudo, mas não dizia nada, odiava deixar de saber as coisas e ele gostava de a deixar nessa dúvida, gostava de dizer "Não tenho porque dizer isso, tenho?", a qualquer questão que fosse jogada para ele.
E você o via indo e vindo, na neblina, com o relincho do animal sendo escutado por aí, sumindo, indo pra longe de ti, vago demais.
Ele te conquistava, conquista, mesmo que não saiba. E você sabe, sabe o nome dele, o nome que nenhum outro cowboy clichê tem.
É noite, você escuta um barulho vindo das portas sanfonadas, que abrem-se, o som das botas pretas batem no chão de madeira, dá um sorriso. Cheiro de problema e pólvora, sente-se tentada, o rosto ainda é coberto pelas franjas do chapéu.
Mas já presume quem é. Song Mingi.
— O de sempre. — A voz rouquenha e baixa diz, você observa do outro canto, dá um último gole no líquido âmbar. Caminha em direção ao corpo escorado na copa, senta-se ao lado, põe a espingarda em cima da bancada, olha-o de baixo para cima.
E ele repara, solta uma risada carregada.
— Você de novo.
— Ainda não sei seu nome. — Direta, o corta, não deixa-o terminar de falar, sonsa, cria uma mentirinha porque sente necessidade de ouvi-lo falar, arrogante.
— Não sei se devo dizer meu nome para uma mulher cuja arma me ameaça.
O forasteiro alto de olhos carregando perigo responde, acha gracioso como os dentes tortinhos adornam os lábios rosados, como tudo nele é tão enigmático e flor que não se cheire, te deixa curiosa.
Tudo nele é intenso demais, enerva.
Já se viram antes, desencontros que cada vez mais deixavam-lhe ansiosa, ele sabia cavalgar, rodopiar cordas, era habilidoso com as mãos, com a pistola que carregava em sua cintura fina.
Suspirava pelo forasteiro alto, de fios ralos e platinados. Suspirava por Mingi e não lembrava-se dele sendo tão grande como agora.
— Desculpe. — Responde, deixa que a arma intervenha entre vocês dois, ainda em guarda. Volta a provocar e insistir — Agora posso saber o seu nome?
Aquele repuxar cínico nos lábios te acende e você cria pretextos, não é seguro fazê-lo, mas o modo como o pomo de Adão se move a cada gole na bebida alcoólica te faz pensar um milhão de coisas.
— Por que quer tanto saber meu nome, gracinha?
Pergunta, oh sim. A voz está embriagada, Mingi empurra o copo vazio, lhe dá toda a atenção que precisa, a postura está toda para sua visão e dispor. Troca olhares com você, te examina, os olhos persistem um pouco mais no decote que lhe expõe, pensa "Sei o que está fazendo", mas não diz nada, apenas espera uma reação sua.
— Já nos encontramos tantas vezes… — Seu tom muda, é criado um apetite, de repente você aproxima-se do corpo dele, cínica.
— Acha que isso é o suficiente? — Ele faz o mesmo, segue seus movimentos. — Eu posso saber seu nome?
O hálito dele é quente, condiz com o teu, alcoólico. Seu nariz roça no dele, os olhos desviam dos teus para os lábios, não consegue disfarçar e esconder a vontade que tem. Muito esperta, você acata sua espingarda, coloca-a novamente sobre a bancada enquanto encosta o corpo no dele, excitada.
— Eu quero um beijo teu…
Se expõe, coloca o cano metálico direcionado para o corpo dele e, Mingi te segue, adorna a pistola, trazendo a extensão da arma para a boca, faz um "shh", astuto te pega pela mão e saí do bar pouco movimentado.
E quando menos espera, está apoiada no capô de uma velha caminhonete, atrás do bar, Mingi te beija, coloca-a em seu colo enquanto seus dedos abrem os botões da camiseta dele, surrada dentro da calça.
Não tem nada de bonito no beijo, é desejo, certa raiva e aquilo te suga, deixa molinha, você geme a cada mordida que ele desconta nos teus lábios, a cada aperto que ele dá na sua cintura.
Droga, droga, Mingi te possuí, estapeia sua bunda e os dedos dele estão tão concentrados no seu pescoço, conduzindo um beijo que parece lhe roubar fôlego, sobrenatural. E quando menos percebe, a dureza te desperta, você se afasta, abre o cinto sem muito o que dizer e ele te olha, olha de um jeito que faz com que seu coração erre as batidas.
É movida por vontades, não desvencilha o olhar do dele, não deixa que nenhuma expressão de Mingi fuja do seu controle e memória. Você abaixa a maldita cueca, o adorna com a mão, quente, quente demais, o pau dele é tudo o que precisa naquele momento, nada mais importa.
A risada de escárnio dele se faz presente. O corpo dele te cobre, você está indefesa, deitada no capô do carro enquanto Mingi leva os dedos para sua calcinha; ele coloca-a de lado, passa o polegar pelas tuas dobras, diz "Você tá tão molhada gracinha..." e deixa que pincele o pau por sua conta.
Aos pouco ele invade o canal quentinho, você geme, o toma pela nuca, dominante, mas não o beija, apenas respiram um contra a boca do outro, Mingi é gostoso e tem um pau gordo que te preenche, parece até querer expulsá-lo. Você abre mais as pernas, ele apoia a mão contra o material do carro e com a outra auxilia suas pernas, junta seu quadril na pélvis dele.
— Buceta gulosa do caralho. — Sussurra contra teus lábios e tudo o que pode fazer é sorrir satisfeita, gosta dos palavrões.
Então, Mingi deixa seus seios a mostra, comanda seu tronco, o deita inteiro na lataria do carro, a mão direita corre para seu pescoço, onde ele aperta e, enquanto te fode, os lábios chupam seus mamilos, os dentes raspam, provocam, deixam as auréolas doloridinhas.
Ele acha adorável o seu gemidinho contido, enlouquece quando seu útero contraí ao redor dele.
— Goza e deixa aqui dentro, Gi. — O apelida, informal, porque sabe o nome dele.
Mingi acata seu pedido, geme grossinho enquanto te come fundo, te alarga e não tem nada de bonito nisso, só tesão, só isso e nada mais. Te beija, te devora, parte ao meio, porque gosta da ideia de leitar seu útero.
E mal sabe ele… quantas vezes vai voltar correndo pra ti, afinal, Mingi ainda não sabe o seu nome.
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chanelysz · 1 year
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pode fazer alguma coisa do mark (ou com qualquer um dos outros neos) em q ele se interessa por uma fã? ja faz 2 meses q ele falou q shippa o nct c a gente, mas isso ainda me atormenta todo os diass
tw 🫁: Mark e você namoradinhos, ídol x fã, daddy kink (?¿), menção do meu homem (vulgo Na Jaemin) , menção de sex tape .
Boa leitura!! <3
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— Eu poderia muito bem acabar com a sua carreira jogando esses vídeos na internet, com o tema "Artista de Kpop do grupo Nct, Mark Lee, é gravado no sexo, gostando de ser chamado de papai!!"
Você se refere aos vídeos eróticos que sempre gravavam em momentos agradáveis e íntimos.
Era brincadeira, óbvio.
Você terminava de repassar o último prato da pilha de louça, posicionando ele na mão de Mark, que secava os utensílios, e sorriu com um biquinho nos lábios.
O Lee ri baixinho, jogando o pano na sua direção, que pega antes de acertar seus rosto. — Aham, claro! Se eu não conhecesse muito bem você, diria que é verdade.
Se aproximou e juntos os dois corpos, bem coladinhos e quentinhos pelo aquecedor. O abraçou pelos ombros, enquanto ele rodiava sua cintura e apoiava sua cabeça no peito nu dele.
— Sabe - você começa, e não deixa de mover as mãos na nuca do rapaz, numa carícia gostosa. — me pergunto o que teria acontecido se você não tivesse me chamado para o camarim depois daquele show - o olhou por cima dos cílios.
— Eu iria te achar. - sim, é claro que iria.
Sentiu o corpo ser levantado e sentado no mármore da cozinha, que era iluminada agora somente pela luz do luar que refletia da janela enorme da sala. — Eu iria muito longe e faria de tudo por você, sabe disso, não sabe?
Sim, você sabia. Então chacoalhou a cabeça em concordância, logo, apertando o rosto do mais velho em suas mãos e o beijando. Era um selinho inocente, sem malícia e com muita, mas muita, paixão.
— Tenho vontade de reviver aquilo... - se lembrou do primeiro contato de vocês dois, em um show que o grupo havia feito na sua cidade natal.
Mesmo de lá do palco, não era difícil saber que ele olhava pra você. Não, não era somente um olhar, era um olhar de admiração, desejo, necessidade. Nunca ninguém havia feito isso com o rapaz de coração de pedra, que se ele fingia amoroso e fofo, mas por dentro, era muito difícil de quebrar a pedra e achar um cantinho aconchegante no coração daquele homem.
Depois de te secar, e minuciosamente, flertar com você, o show inteiro, desce do palco com uma ideia só... Te encontrar sigilosamente e te fazer dele.
"Fala sério, tô parecendo um emocionado, porra!" Pensou, se massacrando internamente.
— Ei, cara - chamou o segurança — preciso de uma ajuda!
Minutos depois você aguardava ansiosa e nervosa, se perguntando o que havia feito para que o segurança te segurasse pelo braço e lhe pedisse, educadamente, para que o seguisse. Mas a dúvida logo cessou, percebendo que o corpo que se aproximava de você era de Mark, o fucking Mark Lee.
Se assustou ligeiramente e sorriu, tampando a boca com as mãos. Porra, porra, porra!!
— Tava' te procurando, gatinha.
Você sorri, e aperta as pernas na cintura do rapaz.
— Foi uma boa jogada. - elogiou, e voltou a beija-lo.
— E-eu sei, linda. - solta murmúrios por não conseguir falar, pela junção de bocas ali. — Vamos repetir, mas dessa vez eu como você no camarim do Jaemin. Tô doido pra ver a reação dele e dar o troco naquele moleque.
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skzoombie · 5 months
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!tortura psicológica! !violência verbal!
Kibum caminhava lentamente na calçada úmida pelo chuvisco fraco de que caía do céu. Terceiro dia consecutivo que a cidade seguia sem um sol ardente que normalmente exigia um protetor solar de fator cinquenta para aturar o raios solares extremos.
Ele caminhava chutando algumas pedras no chão, pisava em cima de poças de água e apertava o moletom para mais colado do corpo enquanto colocou as mãos dentro dos bolsos da calça de malha esportiva.
Se aproximou devagar para perto de um cerco que protegia as pessoas de caírem de um barranco que dava acesso a um lago. Uma paisagem quase impossível de se enxergar pelo excesso de plantas altas que cobriam parcialmente a visão.
O menino fechou os olhos para sentir o vento fresco se intensificar por conta da mata que estava a frente, e por minutos deixou as humilhações que sofre diariamente fluir juntamente com a natureza, imaginou tudo sumindo para longe e nunca mais voltando.
Ele deu um suspiro fraco e abriu os olhos novamente, percebendo que a realidade não mudaria como em sua imaginação. Caminhou o olhar entre a plantação que estava a frente e enxergou por breves segundos entre as plantas, o que parecia ser uma pessoa com vestimentas de palhaço, parada próximo ao lago. A pessoa estava de costas mas virou o corpo lentamente na direção do menino, ergueu uma mão e ficou acenando enquanto abria um sorriso que parecia ter rasgado o rosto pintado de branco.
Kibum sentiu um arrepio subindo por todo o corpo e o couro cabeludo começou a coçar, quando percebeu que a mão que estava abanando não era do palhaço, mas um braço inteiro de outra pessoa. A coisa levou a parte solta do corpo até a boca e mordeu arrancando metade, apenas com os dentes.
-Porra.
[...]
Ele havia corrido para casa quando tudo ocorreu a duas horas atrás, quando chegou quase não conseguir respirar por conta da pressa que veio. Subiu as escadas até o quarto e jogou a mochila das costas no chão. Coçou o corpo inteiro com o nervosismo, a situação tinha sido a pior e mais assustadora comparada com a de uma semana atrás.
[...]
Era um final de dia, o expediente na biblioteca da cidade estava acabando, havia apenas um adolescente sentada em uma das mesas de madeira com abajur acesso. Metade das luzes do local estavam apagadas enquanto kibum guardava alguns livros que restavam organizar nas prateleiras.
-Senhor - escutou uma voz falar no final do corredor das prateleiras, virou o corpo com o susto e encontrou o adolescente olhando para ele.
-Que susto - respondeu no reflexo e outro sorriu fraco.
-Eu queria encontrar um outro livro pra levar para casa - comentou baixo.
-Claro, só vou terminar de guardar e procuro para você - respondeu concordando e percebendo o se afastar para voltar a mesa que estava sentado.
Kibum caminhou entre os corredores até o salão principal onde ficavam as mesas de leituras e estudo, quando parou em frente ao local não encontrou ninguém. Deu mais dois passos e olhou em volta, ainda sem ter a visão da pessoa de anteriormente, possivelmente estava procurando o livro sozinho.
-Key - escutou alguém chamando com um tom de voz doce.
Ele virou o corpo rápido, sentiu o coração palpitar e parecer que saltaria do peito. Apenas uma pessoa chamava ele por esse apelido, alguém que havia morrido a mais de dez anos atrás.
-Ei, key - escutou novamente e tentou olhar entre as prateleiras para ver se encontrava alguém parado.
-Por que você me abandonou? - a voz perguntou e o homem caminhou para mais próximo do que parecia ser uma criança parada no fim de um dos corredores.
-Meu Deus - kibum sussurrou levando a mão até a boca e sentindo o corpo tremer todo ao ter a visão do que estava chamando ele. - Você não está...
-Morto? - a criança completou abrindo um sorriso irônico - Sim, você me matou.
-Não, sabe que não foi bem assim - começou a justificar rapidamente caminhando para mais próximo - Se eu não saísse dali, eles iam me bater e depois meu pai me mataria em casa.
-Assim como aconteceu comigo? - rebateu com um olhar que começou a escurecer. - Você é uma bichinha assassina.
-Não! Para com isso, não sou assassino. - respondeu afastando o corpo e sentindo lágrimas se acumularem.
-VOCÊ SABIA QUE ELES ESTAVAM ME MATANDO COM AQUELES SOCOS MAS PREFERIU SAIR CORRENDO - o tom de voz da criança foi ficando mais grave - VOCÊ É A PORRA DE UMA BICHA MEDROSA, QUE DEIXOU UMA CRIANÇA DE OITO ANOS MORRER.
-MEU PAI NÃO PODIA SABE, NÃO TINHA ESCOLHA - gritou de volta caminhando para trás cada vez mais.
-Saber o que? Que você é um assassino ou um viado? - falou retornando com tom de voz calmo de anteriormente.
-CALA A BOCA - o homem berrou alto e saiu correndo pelo lugar quando percebeu que a criança estava correndo atrás dele com um olhar que parecia de um demônio.
As luzes começaram a piscar forte quando a criança soltava uma gargalhada alta e grossa, gritando a pior ofensa possível. Bichinha medrosa assassina!
[...]
Ele caminhou rumo ao banheiro e optou por tomar um banho para aliviar os arrepios, agradeceu que o pai não havia chegado ainda, um susto daquele seguido por palavras de baixo calão do homem mais velho, acabaria desmoronaria kibum em segundos.
Por segurança trancou a porta do banheiro, deixou a toalha sobre a pia e parou para encarar o próprio reflexo no espelho. Será que a sua aparência era de um assassino? Talvez o olhar parecesse ás vezes, ou possivelmente o sorriso.
psiu
Escutou um som repentinamente, afastou da pia e olhou a volta do banheiro coberto de azulejo verde musgo nas paredes, caminhou até a cortina que protegia a visão de quem tomava banho atrás, puxou com força o material para verificar se não havia ninguém.
psiu
Novamente se seguiu a voz até que reparou um barulho de fundo, pareciam conversas paralelas, misturado com risadas e um cheiro de ferro subindo no ambiente.
-Vem se divertir com nós, key - escutou a pessoa falando a frase - Aqui você pode ser o que quiser.
Kibum deu passos lentos para próximo da pia, a mão começou a tremer e escutou as conversas crescendo cada vez que se aproximava, até os sons ficarem mais compreensível quando percebeu que saia de dentro do ralo.
-Key, vem rápido se não vou desistir de jogar bola com você - a frase saiu com um riso de criança no final.
-Por que você continua me seguindo? - o homem perguntou para o ralo e começou um choro incessante - ME DEIXA EM PAZ.
-Você vai me abandonar de novo? - o tom da criança começou a engrossar até parecer algo tão profundo que jamais poderia ser replicado.
Ele se afastou ligeiramente quando percebeu o tom mudando, tropeçou em um pequeno tapete que tinha no chão e segurou na cortina para não cair. Escutou um estouro na porta, alguém batendo com força, a raiva da pessoa do outro lado parecia estremecer o banheiro inteiro.
-Filho, tudo bem? - o pai - Abre pra mim.
Um tom de voz idêntico ao do homem porém havia duas coisas de errado. Não era o horário dele chegar em casa, e o mais estranho, ele nunca o chamou de filho.
-ABRA A PORTA - um grito foi escutado e a porta tremeu com maior força - Por favor, filho.
O som repentinamente parou, kibum caminhou para perto da madeira e pulou de susto quando as batidas retornaram porém muito mais intensificadas. Pareciam ser milhares de pessoas batendo ao mesmo tempo, gritando juntas e forçando para quebrar.
-ME DEIXEM EM PAZ - ele gritou chorando.
Entrou dentro da banheira e sentou todo encolhido em um canto esperando que tudo aquilo passasse o mais rápido possível. Todos começaram a gritar juntos uma frase, alto o suficiente para quase ensurdecer o homem que já suava de medo naquele momento.
Bichinha medrosa assassina!
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khulthuskaotika · 2 days
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 Re-entrando na Zona Interna
Novas Zonas Malvas
Ouço os grilos noturnos lá fora, acendo um cigarro, há silêncio no ambiente, noite pelas ruas de terra, sinto falta do coaxar dos sapo nos brejos e charcos mais ao longe; gosto destas coisas. Matagais na escuridão, terra úmida, vaga-lumes brilham com sua luz fantasmagórica e o topo das grandes árvores parecem (são) deuses antigos disfarçados sob a noite sem estrelas recoberta por nuvens cinzentas e pesadas. Tudo é Silêncio... fumaça do cigarro vagabundo ao redor, dentro de mim, algo sempre velho, solitário, carrancudo; sempre queimando, nunca apagando.
Velho, novo... recomeço depois de tantos anos caminhando dentro do Abismo, a destruição vociferante pelas garras de tantos monstros do mar negro, que se pela loucura ou estupidez decidi ousar mergulhar; juramentos realizados, selamentos, chamadas; mas, como num sonho avisado tempos antes, era nestas plagas abissais onde estavam os Tesouros mais escondidos. O que sou hoje é a percepção que nada seria certeza, não há nenhuma, não estou nessa de "atravessar" nada; não atravessei, mergulhei e lá fiquei, aprendendo ou perecendo, a me tornar um habitante do próprio Abismo. Me tornei um eremita de mim mesmo, um exilado, fugitivo e carregando todos os Preços das escolhas feitas, (e outras muito mais adiante), mas o eremita precisa do escriba, ele não aguenta tantas palavras em sua cabeça, tantos pensamentos, tantos delírios criados constantemente; uma mente entorpecida por natureza, desajustada, gritante, fomentadora de revoltas e venenos tóxicos que precisam sair, ganhar Forma através de palavras. Lembro como iniciei isto pela primeira vez naqueles inocentes meandros de Outubro de 2010, algo ainda daquela introdução continua bem vivo para o Agora, não escrevo sobre coisa alguma, ou pseudo sabedorias ou conhecimentos genuínos a transmitir à alguém, não tenho nada bonito a mostrar como nestas culturas de hoje em voga se costuma demonstrar por estas redes digitais; não sou doutor em nada e muito menos especialista em alguma coisa, não escrevo receitas ou "como fazer tal e qual coisa", não possuo nada disto a escrever. É apenas o angustiante Desejo de colocar estas monstruosidades que vivem em minha Mente desde que nasci e comigo cresceram e envelheceram, mudou muita coisa desde aquele ano de 2010, para melhor? Não... para pior? Também não... apenas algo, diferente. Obvio, a "pegada" de agora será mais, digamos, "pesada" (?), insana (?), solta (?), estúpida (?), estranha (?)... enfim, o que minha Mente perturbada e doente produzir... e posso-lhes garantir, há muitas coisas e poucas habilidades com as Palavras para tentar pô-las em texto.
Acendo mais um cigarro, os grilos negros da noite continuam a cantar lá fora no mato como demônios do deserto, eu os escuto, queria saber sua Língua Secreta, como o coaxar dos sapos no pântano escondido no Passo da Picada, velha estrada de fuga de africanos escravizados cortando o riacho, onde vimos espíritos de jovens moças adentrando o matagal adentro para o bambuzal; onde coisas invisíveis pularam dentro da água como nas lendas antigas do Caboclinho D'água e outras histórias do Folclore brasileiro. Há Magia velha neste lugar onde me exilei, memórias de sangue, dor, solidão nas pedras vulcânicas negras que formam toda esta cidade tombada historicamente... casa com o que foi sendo criado dentro de minha alma, coisas que já estavam lá, coisas que foram sendo germinadas, coisas que eu mesmo criei. Malditos cigarros baratos, acabam depressa, prefiro um bom charuto; as regras do velho jogo continuam, há Anarquia aqui, muita, mas muita anarquia, não sigo regras gramaticais novas ou velhas, porque também, não sou nenhum "literato" ou mesmo fingir ser, escrevo do meu jeito e testarei qualquer coisa ou técnica de contar alguma coisa que me interessar, como um William S. Burroughs falido; um Jack Kerouac solto e vagabundo. Neste espaço haverá as coisas que sempre propus desde aquele início, só que de uma forma mais velha, e mais sombria, louca e desenfreada, porque a idade passa e as coisas se desenvolvem dentro de si; só desejo soltar as Palavras e Pensamentos, Imaginações. Criar Mundos que já trafegam a tempos em minha cabeça, Demônios novos, Novos Monstros; miscigenação... termo odiado e obliterado como algo de camadas inferiores, do "incivilizado" selvagem subdesenvolvido... obvio, nos ensinaram a pensar assim, a Mistura "enfraquece o sangue puro"... como adoram os Colonialistas e Fascistas de plantão até hoje. Mas lembre-se, este espaço também não será sobre defesas de nenhum movimento estupidificado pelas massas e grupos destes confusos tempos "internéticos", há Anarquia aqui como falei, mais venenosa e selvagem que toda estas distorções e re-interpretações de símbolos e causas. O Mundo já está estúpido demais e este estúpido aqui só jogará para fora o que simplesmente está dentro de si; ele não tentará salvar nada ou propor algum modo de como mudar as coisas... ele já está preocupado e angustiado demais em como mudar algo ainda mais dentro dele. Um aviso aos detentores desta cultura "teto de cristal", não me preocuparei com as "novas regrinhas" ou modinhas ilusórias sobre termos e palavras que "ofendem", ou militâncias tão censuradoras como qualquer Ditadura... deuses, espero que esta plataforma hoje em dia permita-me escrever como escrevia antigamente... e não aja como estas burras "Redes Sociais" e suas (Des)Inteligências Artificiais. 
Simplificando, escreverei o que sair de minha Cabeça! Sempre escrevi por Inspirações, e não por Mecanizações, sempre foi um Ritual escrever, muitos velhos escritos, inocentes textos se tornaram verdadeiros Feitiços, Auto Magia, eu Encantava a mim mesmo, minha própria vida... e nisto fui bom pra cacete! Hoje, revendo todo aquele passado, como produzo tanta loucura e mutação com simples e estranhas e mal escritas palavras saltando de meus dedos nervosos, pensamentos selvagens mais rápidos do que as mãos pudessem escrever, inocências tornadas Sigilos textuais revirando minha vida, me jogando para outras dimensões sem aviso algum, produzindo sonhos ao adormecer, invocando coisas que até hoje não saberia dizer o que seriam... só com Palavras; Mas, não era isso que todos aqueles velhos assim ditos auto proclamados "Magos" diziam ser a tal "Magia"? Palavras. Palavras acumuladas em velhos grimórios, receitas populares de feitiçaria, velhas Bruxarias. Tudo com Palavras e Arte; concordo com o famoso Alan Moore, Magia como Arte, Arte como Magia; sempre foi assim... Arte da Vida, Arte como Vida. Não me refiro a esta coisa mostrada em moda hoje me dia, esta coisa "acadêmica", comercial, olho as coisas a volta pelas telas digitais e tudo parece um "show business" dos mais Famosos e uma massante matéria de uma inútil revista Forbes com a lista dos mais "Sucessos do Mercado".
Não há sucesso aqui, não há nada acadêmico aqui, diabos... nem sei quem hoje em dia lê a merda dum blog! Rio silenciosamente para mim mesmo, e me pergunto - Importa? - É meu Espaço para que eu possa não ser engolido pela minha própria Loucura crescente, e ao mesmo tempo alimentar meu Demônio com Sede e Fome de Criar, parir formas aberrantes de pensamentos e visões num deserto de areias vermelhas sob noites dominadas por estranhas estrelas e grilos vociferando por todos os lados... e eles continuam lá fora, ouço-os e minha mente tenta se conectar com eles e as Línguas Secretas da Noite. Há silêncio e um zunir de mil seres escondidos nas matas e folhas verdes, umidade do orvalho noturno e algo parado e ao mesmo tempo em movimento... só quem entende a Noite pode perceber isto; realidades divididas, Dia-Noite, mundos divididos e os mesmos sob camadas e véus diferentes.
Pedirei desculpas antecipadas sobre erros e palavras mau escritas, não sou Escritor, perdi minha pena nem sei qual foi o mês... mas objetivo, tentarei aumentar o nível de loucura e aberração do que fiz nas velhas versões deste espaço desde quando ele tinha outro nome, isto eu tentarei. Este recomeço ainda está em construção, o visual do blog, imagens, etc... aviso que detesto estas modas minimalistas de hoje, sempre fui fã do visual das velhas Internet's, nestes tempos tudo nesta porcaria tem um ar ou objetivo de "Negócios" ou "Pequenas Empresas & Grandes Porcarias", não sou "Empreendedor" (detesto este termo!), muito menos um Empresário, se vendesse alguma coisa através deste espaço me auto-proclamaria como mero Comerciante, como um Padeiro, Açougueiro, Feirante, etc. Mas não vou vender nada aqui, ou venderei? Quem vai saber? Khulthus Kaotika foi um nome criado algum tempo, não sabia o que era isto naquela época, muita coisa ao mesmo tempo, hoje sei o que ele é, uma Marca, uma marca sobe tudo o que sou, tudo o que me compõe, tudo o que está dentro de mim, um Glifo pessoal, que na verdade pode ser de muita gente mais que se conecta com estes mesmos inframundos, estas mesmas Zonas Internas, estas Zonas Malvas. 
Enfim, não sei mais o que escrever para esta introdução, que já está grande demais, tentando explicar o não explicado, o que terá aqui será o mesmo (mais avançado) chorume radiativo psicótico literário de antes - que espero - mais desenvolvido, mais aberrante, mais estranho, mais sem vergonha, mais sujo e desajustado, porco e nada saudável!
- Tentando re-encontrar os velhos brinquedos de antigamente.
- Maldição, uma música tema para esta nova introdução, nem lembro mais direito da maioria das coisas  que ouvia naquela época...
- Este buraco sujo aqui é como um papo informal num boteco cospe grosso qualquer.
- Este blog ainda está em construção! Anões trabalhando!
- Finalmente! Achei a maldita música para tema deste infame retorno silencioso.
- Realmente, como dizia Walter Jantschik e sua Ordo Baphometis, este blog é um Golem... um Golem do Pântano!
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ayferrou · 2 years
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                                                𝘓𝘢𝘥𝘪𝘦𝘴 𝘢𝘯𝘥 𝘨𝘦𝘯𝘵𝘭𝘦𝘮𝘦𝘯, 𝘸𝘦𝘭𝘤𝘰𝘮𝘦 𝘵𝘰 
                                𝑺𝒐𝒖𝒍'𝒔 𝑩𝒓𝒐𝒕𝒉𝒆𝒍
Whatever you've H E A R D about Soul Brothel, it doesn't compare to [ 𝒓𝒆𝒂𝒍𝒊𝒕𝒚 ].                            It's more than just a (( moment )) or a performance. It's the  C - L - O - S - E - S - T  you'll ever come to 
                                                                                 your animal instinct.
     Costumavam dizer que o Bordel Soul era o que de mais requintado a arquitetura do Castigo tinha a oferecer. Hoje, porém, não é isso o que sua fachada esverdeada e desgastada pela ação do tempo manifesta. Se um dia o casarão de três andares foi referência para o luxo da Cidade de Baixo, hoje o empregar de tais adjetivos junto ao seu nome é, nada mais, do que gozação. A fachada caída deixa isso evidente. Mesmo assim, ainda ostenta certa fama, principalmente por ser um dos locais favoritos de conspiradores, pois o assassinato dos Dubois, o assalto à princesa Einlonwy e o furto a loja de tecidos Graziella foram planejados ali. Também é favorecido pelos comerciantes, por estar localizado perto da fronteira para a Cidade de Cima e do Porto usado pelo Jolly Rogers. Isso, contudo, também faz com que piratas banguelas, fedorentos, brutos e praticamente pobres, sejam seu maior público. Isso sem falar dos ratos, claro!
     Sua construção data a criação do Castigo, e isso pode facilmente explicar porque o edifício de três andares foi feito com pedras argamassadas e madeira. O lance de cinco degraus de escada, revestidos de pedra, possui ondulações de desgaste, provocadas pelo atrito dos solados grossos das botas que sempre sobem e descem por ali. Mesmo com a Cidade de Baixo sofrendo com a escassez de energia, há uma lâmpada vermelha e solitária que brilha, incansavelmente, sobre a porta principal do estabelecimento, atraindo e indicando aos seus frequentadores que sim, é ali. Além da luz vermelha, Úrsula garantiu que a própria porta levasse a cor, contudo, devido aos desgastes temporais, hoje ela apresenta uma coloração amarronzada, além de servir de ninho para carunchos. Ainda, para se certificar de que saberiam que o casarão era o Bordel, a Bruxa do Mar instalou uma plaquinha com o próprio sobrenome em sua fachada — essa, também, já perdeu-se com o passar dos anos.
     Assim que adentra pela apertada, mas ainda assim, porta principal, você se depara com um ambiente barulhento, mal cheiroso e ainda mais abafado do que as ruelas quentes da Cidade de Baixo. A balbúrdia é esperada, contudo, por conta do número de pessoas transitando em seu interior, e também por isso Úrsula arrumou um homem que lhe prestasse serviços como segurança há anos, o fiel Craig. Após informar a palavra chave para ele, e ter sua entrada autorizada, o ambiente se abre à frente de seus olhos.
     A esquerda da entrada, existe o pequeno palco em meia-lua, onde as consideradas apresentações principais ocorrem. Embora o palco conte com um microfone e também um piano — o segundo tendo sido presente de James Hook, quando a dona do estabelecimento ainda estava livre para fazer acordos —, os dois são pouco utilizados hoje em dia, e por diversos outros fatores além de estarem quebrados. O palco, também, já teve seus dias de glória, mas atualmente algumas das madeiras encontram-se soltas ou com buracos provocados pelos carunchos, de modo que dançar ali é, na verdade, uma competição com o piso, para descobrir quem chama mais atenção. As cortinas, um dia rubras e com braçadeiras douradas, hoje são mais notadas pelos buracos nos tecidos, provocados pelas traças, e também não fecham, por conta das corrediças que não correm.
     Pelo salão, algumas mesas encontram-se espalhadas, para que os frequentadores possam assistir a apresentação da noite e, também, avaliar as opções disponíveis para um encontro íntimo. Ao fundo do salão, existe o bar. Este um pouco mais bem cuidado por nunca ter sido responsabilidade apenas de Úrsula, mas sim de uma espécie de sócia que ela arrumou, nossa querida Tourmaline. Apesar disso, ainda é evidente o desgaste dos bancos e balcão, as bebidas duvidosas que sequer possuem rótulos e a decoração espantosa. Tudo o que é consumido ali deve ser pago, exceto pelo famoso shot denominado Sangue de Mégara — ou boa noite Cinderela. À direita do bar, um lance de escadas leva seus funcionários e frequentadores para o segundo andar, onde ficam localizados os quartos. Uma porta abaixo da escada, contudo, leva as pessoas para os cômodos que pertencem aos filhos de Úrsula — espaços comuns de uma casa, com cozinha, quarto e banheiro, nada muito exagerado —, e seu acesso obviamente é restrito.
     Soul é considerado o melhor bordel de Storydom, o que não é significativo, pois há um total de apenas um na cidade — se for discutir isso com Úrsula no Isolamento, se prepare! Projetado com seis quartos, ele abriga cerca de seis a doze prostitutas, mas as mais conhecidas e notáveis ​​são Ayfer, Hellish, Freya Larou, Alex e Neil.
     Os quartos não possuem muito padrão além, é claro, da falta de organização, a ausência de janelas e a existência de uma cama. É comum, inclusive, que os residentes improvisem varais para pendurar suas poucas peças de roupa ali dentro, evitando que outros as furtem. Além disso, todos eles possuem mofo subindo pelas paredes, o que deixa o ambiente com um cheiro úmido não muito agradável. Outra semelhança entre os cômodos é a presença de uma penteadeira, para que seus residentes possam se arrumar, e o excesso de almofadas que escondem a situação tenebrosa em que se encontram as roupas de cama. Rachaduras também são comuns, mas isso não apenas nos quartos, como em todo o edifício.
     Uma porta quase secreta, ao final do corredor do segundo andar, leva apenas pessoas autorizadas ao terceiro andar, onde o escritório onde um dia Úrsula administrou o Bordel fica. Hoje esse cômodo se mantém trancado pela família Soul, sendo visitado raramente por seus filhos — nenhum deles ainda assumiu a direção do casarão desde a prisão da mãe.
     Ademais, aqueles que necessitam trabalhar ali, ainda precisam aceitar as condições impostas pela cafetina — que mesmo presa há dez anos, ainda manda e desmanda no seu negócio. A maior condição, além dos cuidados básicos com saúde e higiene, para que nenhuma delas acabe grávida e pare de gerar lucros, consiste na porcentagem que fica com a Casa, tratando-se de 70% de todos os lucros que cada prostituta tiver.
Apesar de tudo, o movimento no Bordel Soul ainda é grande, e se possuírem o patrocínio desejado, quem sabe o estabelecimento não possa se expandir em um futuro próximo?
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imagines-1d-zayn · 8 months
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Taormina.
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Capítulo anterior.
Capítulo 2 - Benjamin.
***
— Eu não acredito! — Robert ri alto e eu me sinto ainda mais irritado e frustrado. Ele não deveria me apoiar e incentivar? Não é para isso que amigos servem? — E o que você pretende fazer?
— Eu não sei, Robert, e é exatamente por isso que estou pedindo sua ajuda. — Respondo sem paciência. — Eu não sei o que fazer e muito menos porque eu disse uma idiotice dessas, logo para quem. — Bufo. 
— Você tentou se livrar e acabou se enrolando mais ainda. — Ele constata, mexendo a cabeça de um lado para o outro em negação. — Logo você, um ótimo advogado, o mais renomado e astuto, caiu em uma dessas… — Ele faz um barulho de reprovação e eu sinto vontade de socar a cara dele. 
— Bacana, Robert, é muito bom falar contigo. — Ironizei e ele riu mais. 
— Você já pensou em contar a verdade para ela? 
— Nossa, como é que eu não pensei nisso antes! — Falo além da irritação. Outra ideia estúpida: conversar com Robert sobre minha ligação com minha mãe. — Contar e ouvir o dobro do que já estou ouvindo? Não, obrigada. 
— Qual é, Scott, foi você quem se colocou nessa roubada, não eu. Não precisa me atacar com sete pedras. — Ele projeta um bico falso, e eu reviro os olhos. 
— Mas você também não está me ajudando. — Massageei minhas têmporas, tentando, em vão, pensar em alguma ideia ou alguma coisa que me ajude a sair dessa situação de merda que eu mesmo me meti. 
Olho para além das portas de vidro da minha sala e vejo Roberto, nosso cliente, chegando. No mesmo segundo, vejo Isabella, vestida com roupas sociais pretas e elegantes, o cumprimentando com um sorriso genuíno nos lábios e um aperto de mão firme. 
Roberto era meu cliente, e sempre foi ótimo lidar com ele. Mas, um dia, eu não pude atendê-lo em uma reunião, então pedi que Isabella conduzisse a reunião naquele dia. Dois dias depois, ele me chamou em seu escritório e me disse que gostava muito de mim, admirava meu trabalho e meu profissionalismo e que eu era sem dúvidas um ótimo advogado. Eu temia que poderia ter acontecido algum problema e que seria uma conversa para ele dispensar meus serviços.
Mas, tudo isso foi para dizer que ele queria que a partir daquele dia quem o atendesse fosse Isabella, e não mais eu. 
Quando a contei, ela quase não acreditou. Disse que era impossível e que eu estava curtindo com a sua cara. Mas eu não estava, e ela sorriu largo quando jurei a ela que era a mais pura verdade. 
E, obviamente, ela sempre aproveita esse acontecimento para me alfinetar. 
— Cara, você precisa andar com babador. — Robert diz e eu volto a encará-lo. Começo a pensar o que tenho por perto e que posso arremessar em sua cabeça. 
— Vai se foder, Robert! — Esbravejo e o imbecil gargalha alto. — Se você não vai me dizer nada útil e não se vai me ajudar, suma da minha sala! — Ele levanta as mão, se rendendo. 
Os próximos minutos se passam em silêncio. Meu amigo está relaxado em meu sofá, com um pé apoiado em minha mesa de centro. Seus olhos estão fixos em algum ponto da decoração, e ele faz uma cara estranha, típica de quando tenta pensar em algo. 
— Você pode contratar alguém. — Ele solta a informação.
— O quê? — Pergunto um tanto confuso, sem entender do que ele está falando. Ele decidiu falar sobre contratações de novos funcionários agora?
— É, você pode contratar alguém. — Seus olhos se focam em mim de novo. — Sabe, para fingir ser sua namorada. Nessa cidade, eu aposto que existe alguém que possa fingir ser a tal da sua namorada incrível por alguns dias. 
Pondero a situação. A ideia não é de todo mal, no fim das contas. Mas, ao mesmo tempo, é a pior ideia de todas. Minha mãe é uma pessoa extremamente inteligente, e minha irmã é pior ainda. Uma palavra errada, e elas descobriram na hora que é tudo uma farsa. 
Contratar alguém… essa pessoa não vai saber nada sobre mim, e nem eu sobre ela. Terei que ficar medindo as palavras, pensando em respostas para tudo e qualquer pergunta que ocorra. Nem a melhor das entrevistas poderia prever o que minha família é capaz de perguntar. 
— Isso não vai dar certo. A chance de dar errado é gigantesca, e tornaria tudo ainda pior. — Bufo. — Acho que vou dizer apenas que minha namorada teve uma emergência e não pode estar presente. — Robert ri e se levanta.
— Você conhece sua família melhor que eu. Acha mesmo que essa desculpa daria certo? 
Sem dizer mais nenhuma palavra, ele apenas passa por mim, aperta meu ombro e sai da minha sala. 
*
Uma semana se passa e eu ainda não faço ideia do que eu vou fazer sobre minha viagem para a casa da minha família. O certo, obviamente, seria eu dizer a elas que eu menti e que não, eu não irei acompanhado. Mas, como bom covarde que sou, não estou disposto a encarar as consequências do meu erro e nem de ouvir retaliações. 
Chego ao escritório cansado, mais uma noite mal dormida, pensando no que eu poderia fazer. 
Contratar alguém para se passar por minha namorada. Uma atriz… Isso poderia dar errado de muitas formas, minha mãe saberia no primeiro segundo que batesse os olhos nela e não sentisse um mínimo de intimidade, companheirismo e tudo mais que uma convivência com uma pessoa traz. 
A desculpa de que minha possível namorada teve uma emergência ou que é uma modelo que vive em viagens eu já usei. E, claro, nem minha irmã e nem minha mãe acreditaram. Até o meu pai riu da minha cara e disse que teria que me esforçar mais. 
— Sem ideias ainda? — Robert aparece do meu lado, caminhando junto comigo. 
— O que você acha? — Ele dá uma risadinha. Ele abre a boca para falar, mas é interrompido antes disso.
— Bom dia, rapazes! — Isabella diz assim que dobra o corredor e vê Robert e eu lado a lado. Nós dois sorrimos para ela.
— Bom dia, Bella! — Robert é o primeiro a dizer e passa o braço ao redor do seu pescoço, o deixando apoiado em seu ombro.
— O que você quer? — Ela pergunta, desconfiada. Não a julgo. 
— Uma ajudinha com um assunto de planejamento sucessório. Preciso concluir uma apresentação para um cliente e nada melhor que a perita do assunto me dar uma opinião. — Isabella sorri e concorda com a cabeça.
— Tudo bem, eu ajudo você. 
— Você é um máximo! — Robert aponta para ela, sorridente e feliz. — Me avise quando puder. — E se afasta de nós, cumprimentando quem mais passa na sua frente. Isabella o acompanha com o olhar e ri fraquinho. Seus olhos encontram os meus de novo.
— Bom dia! — Eu digo por fim, já que antes não tive a oportunidade, graças a Robert. 
— Quando você tiver um tempinho na sua agenda, me avisa? Eu queria te repassar umas coisinhas sobre o ‘Caso Symmer’. 
— Claro, podemos falar no fim do dia? Tenho algumas reuniões agora. — Ela concordou, sorrindo. 
— Está ótimo!
Ela se despede e se afasta. Minha primeira reunião é online, com uma de minhas equipes que ficam em uma filial do meu escritório em Boston. A reunião é muito mais administrativa do que técnica, e flui bem. Depois atendo um cliente, depois outro, e mais um.  
No fim do dia, Isabella aparece na minha sala e começa a falar o que precisa sobre um processo que estamos tocando. 
— Como foi a viagem? — Pergunto, me sentando no sofá, e ela me acompanha. Isabella tinha passado a última semana fora, acompanhando algumas investigações de um novo processo, bem delicado. — Não nos falamos desde antes de você ir… 
— Esclarecedora. — Ela responde, com um sorrisinho nos lábios. — Eu ainda não recebi o laudo, mas pelo pouco que pude acompanhar, a mentira ali é bem grande. E é sobre isso que eu queria falar com você,  quero sua opinião. 
Isabela começa a falar, apresentando todos os seus argumentos e observações sobre o caso como um todo. 
Mas, sem que eu possa impedir, minha mente divaga e eu me perco em meus pensamentos. Minha cabeça volta para o assunto que tem me tirado o sono: a viagem para a casa da minha família e sobre o que vou fazer no que diz respeito à mentira que contei quando estava com a cabeça quente. 
Era estranho pensar que ir para a casa da minha família tinha virado um tormento na minha vida. Eu sempre gostei de voltar para casa, de estar com meus pais, com a minha família. Aquele lugar sempre foi o meu lar, apesar de tudo que aconteceu, eu me sentia bem naquela cidade. 
Mas dessa vez, tudo que eu sinto é irritação, além de não ter a mínima vontade de ir. Maldita boca grande a minha! Maldita a pressão da minha mãe! Maldita a minha irmã, tudo isso só está acontecendo por culpa dela! 
Eu sempre fui bom em encontrar saídas para todos os problemas, eu sou um advogado, afinal. Mas parece que o buraco em que eu me meti não tem saída. Eu penso, penso, penso, e nada que eu possa fazer me vem à cabeça. 
Contratar alguém… Ir com alguém é a melhor opção, mas é exatamente esse o problema. Não tenho ninguém que possa me acompanhar. Pagar uma atriz de uma agência qualquer poderia ser uma ótima saída, se eu não conhecesse minha mãe. Qualquer escorregadinha, mesmo que mínima, colocaria tudo a perder, e ficaria tudo ainda pior. 
Essa pessoa precisaria me conhecer, o mínimo que fosse. Preciso estar seguro para fazer isso. Essa mulher precisa combinar comigo, o mínimo que seja. Ela precisa ser inteligente, precisa gostar de algumas coisas que eu também gosto, precisa ser bonita. 
É, Benjamin, você precisa mesmo é aceitar a derrota e se preparar para os olhares e fofocas. 
Foco meus olhos em Isabella de novo, tento voltar a prestar atenção no que ela está falando. Mas minha concentração parece ter ido dar uma volta, porque no instante que foco meus olhos em seu rosto, seus lábios carnudos prendem minha atenção. Eles se movem rápido, acompanhando a rapidez com que ela fala e expõe suas ideias. 
Encaro seus olhos esverdeados, e eles estão fixos em mim, brilhantes, vivos. Seus cílios longos piscam devagar, e seu nariz pequeno se mexe um pouco enquanto ela fala. 
Suas mãos se movimentam enquanto ela expressa suas opiniões, sinal de que ela está agitada e animada. Meus olhos se focam por alguns segundos no seu colo; seus seios estão bem marcados pelo decote discreto do seu vestido preto. 
Isabella é linda, inteligente, e uma ótima advogada, a melhor do meu time. 
— O que você vai fazer no final de semana? 
A pergunta me escapa sem que eu possa pensar. Demoro alguns segundos para entender o que eu realmente perguntei, e o que me passou pela cabeça quando essa pergunta saiu pelos meus lábios.
Isabella para de falar, franze a testa e inclina levemente sua cabeça para o lado. Seus olhos encaram os meus, e ela pisca mais algumas vezes.
— Você… — limpo a garganta. — Já tem algum compromisso? — Ela desvia seu olhar por alguns segundos e depois volta a me encarar.
— Você bebeu? — Ela aponta para o bar que tenho na minha sala. 
— Não. — Respondo sem titubear. 
— Como assim o que eu vou fazer no final de semana, Benjamin? Você ouviu alguma coisa do que eu falei até agora? 
— Você sabe a resposta… — É verdade, ela sabe a resposta. Eu não ouvi absolutamente nada do que ela falou. 
— Ok… — Ela se recosta no sofá. — Eu estava praticamente fazendo uma Alegação Final aqui, e fui ignorada com sucesso. Quanta consideração… — Ela resmunga, mas vejo um pequeno sorriso no canto dos seus lábios. 
— Desculpe, juro que não foi minha intenção. Eu estava com a cabeça longe, pensando…
— No que eu vou fazer no final de semana? — Ela me interrompe, e agora seu sorriso já tomou conta dos seus lábios. Maneio minha cabeça. 
— Mais ou menos. — Me levanto, indo até o bar e preparo duas doses de Whisky. Entrego uma para ela e me sento de novo. — Preciso de um favor seu. 
— Que tipo de favor? — Ela toma um pouco a bebida âmbar. 
— Preciso que você faça uma viagem comigo. — Ela continua me encarando por alguns longos segundos.
— Eu sei que eu sou boa em pegar as coisas no ar, mas vou precisar que você seja um pouco mais claro e direto. Eu realmente não estou entendendo nada. — Ela diz com um sorrisinho e eu respiro fundo. 
— Eu vou para a casa da minha família, vou passar quatro dias lá, e preciso de uma companhia. Melhor, preciso que você vá comigo. E finja que é minha… acompanhante. 
Isabella fica imóvel, não diz nenhuma palavra e não demonstra nenhuma reação. Até ela explodir em uma gargalhada alta e gostosa. Eu quase rio junto com ela. Eu faria isso, se o nervosismo já não tivesse tomado conta de mim. 
Ela continua rindo por algum tempo, e eu continuo sério, esperando ela se acalmar e se recompor. Quando ela nota que eu continuo sério, sua crise de riso para de modo brusco e ela fica séria de repente.  
— Isso é sério? — Concordo com a cabeça. — Por quê? — Agora sua expressão é de choque e confusão. 
— Porque eu preciso ir para lá, preciso estar com minha família durante esses dias, e cometi o grande erro de dizer que eu iria acompanhado, cedendo à pressão da minha mãe. Acontece que eu não tenho ninguém para ir comigo, e não estou com paciência e nem com vontade de colher os resultados dessa minha mentira. 
— E por que eu? 
— Porque nós já temos uma convivência, um relacionamento, já nos conhecemos. Sabemos lidar um com o outro, nos damos bem, somos amigos. Seria mais fácil acreditarem, do que pegar uma desconhecida qualquer. 
— Benjamin, isso é loucura. Você está me pedindo para simplesmente ir para a casa da sua família e mentir para todos eles assim, descaradamente? 
— Não é como se você nunca tivesse mentido antes… — Murmuro e ela me olha com um olhar entediado. 
— Tá, mas era por uma boa causa. — Ela se justifica. 
— Dessa vez também, é uma boa causa, é por mim! — Ela estreita os olhos para mim, mas fica em silêncio. Me pergunto no que ela está pensando, ou o quão louco ela está me achando agora. 
— Isso é realmente uma loucura. — Ela repete. — Eu já menti antes sim, mas nada nunca se comparou a isso. Eu não consigo fazer isso, Benjamin. Eu sinto muito. — O nervosismo agora dá lugar ao desespero. Não tinha cogitado antes levar Isabella comigo, mas agora que essa ideia surgiu na minha mente, é como se fosse minha única saída, e eu preciso disso para sobreviver.
— Você pode sim, claro você pode. Eu realmente estou desesperado, Isabella. Jamais te pediria algo assim se não fosse mesmo importante e urgente. — Me levanto e alcanço o sofá que ela está sentando com apenas dois passos, e me sento ao seu lado. Seus olhos sempre fixos em mim. — Eu preciso muito da sua ajuda. Serão poucos dias…
— Quantos dias? — Sua pergunta me dá uma pontinha de esperança.
— Cinco dias, no total. — Ela parece assustada com minha resposta. 
— Tá, recapitulando. Você quer que eu viaje com você por 5 dias, que eu finja ser sua namorada e minta para toda sua família durante esse tempo. É isso? 
— Exatamente isso. — Ela balança a cabeça e desvia seu olhar do meu. 
— Isso é loucura… — Ela diz baixinho, mas eu consigo ouvir. 
— Por favor, por favor! Eu preciso de ajuda, eu preciso da sua ajuda. — Insisto, suplico, imploro. — Eu faço o que você quiser em troca, qualquer coisa. Desde que você aceite meu pedido. — Seus olhos encaram os meus de novo, agora há determinação neles.
— Qualquer coisa? — Seus olhos estreitam, e seus lábios se repuxaram minimamente. Aí está ela, Isabella Hyvland, ela vai negociar. Eu conheço muito bem essa expressão, já vi várias vezes, e nunca o lado oposto saiu ganhando. 
— Qualquer coisa. — Confirmo, sabendo que eu posso me arrepender muito. 
— Quero o caso Symmer  para mim. Ela vai ficar comigo, e eu vou tocá-lo, e vou fazer a audiência, sozinha. 
Eu disse, não disse? Eu sabia, ela não iria nunca perder uma oportunidade de ouro como essa. Ela é boa, ela é muito boa e muito sagaz. 
Respiro fundo.
— Tudo bem, eu concordo. O caso é seu.
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selektakoletiva · 8 months
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MAPIANU Nº2
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Entre drills, traps e boombaps de fina estirpe, soltamo mais uma edição de MAPIANU com os lançamento do ano.
CHELSEA REJECT - BUBBLE GIRL
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Terceiro álbum de estúdio deste jovem talento de Nova York, berço de grandes nomes do Hip-Hop. Aqui nesse trabalho, segue o bom trato nas linhas e na escolha dos beats, que imergem em um universo própria da rapper.
Transitando entre o boombap, trap e beats mais experimentais do que o costumeiro, Chelsea deslancha entre uma das emcees mais embaçada, quando o quesito é flow e barras. E o híbrido repertório sem perder a postura só vem pra confirmar isso. 'Bubble Grl' tem 10 faixas e conta com a participação de CJ Fly, Anthony King, T'Nah & LIFEOFTOM.
BIG BLLAKK - ERREJOTACULTDRILL, VOL. 2
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Se formos falar de Drill no Brasil, temos obviamente que citar nome do rapper carioca Big Bllakk, uma das grandes referências nacionais. Mas nem tudo são flores, muito menos pra quem vem de baixo, e para que Bllakk chegasse até aqui, um longo e trabalhoso caminho teve de ser percorrido. Depois de singles com certo estrondo na mídia e feats com SD9 e produções de Apoena, foi com Derxan, em uma parceria digna de Romario e Edmundo para o Brasil Grime Shows, que as a melhoria começou a piar. Foi também com o mano Derxan que soltou sua primeira mixtape, 'Músicas Para Fumar Balão', lançada pela Pineapple Storm Records. Big Bllakk solta agora a versão 2.0 do EP 'Errejotacultdrill', que já tinha enxamiado a cena, em agosto de 2021. Com flow mais afiado e a dicção em dia, Bllakk retrata as noites e rondas pela 'cidade purgatório da beleza e do caos.'
O Extend-Play de 7 faixas e +1 bônus, com participações cirúrgicas de Juyè, LEALL, Sant e MG CDD. Já os beats, que trazem também um pouco a atmosfera da orla carioca, com sambas e bossas sampleadas e contrastando com as letras de Big. Os instrumentais são assinados em sua maioria por $amuka, que em collabs com produtores do calibre de Ávila No Beat, Erick Di, Nansy Silvvz, Babidi e Pedro Apoema, fazem o disco crescer ainda mais. Mais um bom lançamento do MC carioca, e mais uma da família Rock Danger!
KURT SUTIL - ME PERGUNTA COMO FOI MEU DIA
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"Pergunta Como Foi Meu Dia" é o terceiro disco do manaura Kurt Sutil, um dos artistas mais criativos da nova safra de rappers, se destacando no underground brasileiro, sobretudo nortista. Carlos Wendel, vulgo Kurt Sutil, 22, é um cidadão que como qualquer um tem suas ascenções e crises, mas como é sabido, as condições de raça, classe e geografia atravessam o globo. E no Brasil, terceiro mundo, não seria diferente. No álbum - o artista que se inspirou em Kurt Wagner, o Noturno dos filmes X-Men - desenha bem em linhas e flows agressivos as dificuldades de um jovem afro-índigena. Com 11 faixas, o terceiro disco do rapper não trata só de questão de raça e das mazelas do povo do norte, mas também de amores, relacionamentos, exaltando também a sua área, e os seus, consequentemente. Entre boombaps e traps, "Pergunta Como Foi Meu Dia" conta com participações pontuais de Keys Carvalho, Greeg Slim, Will o índio, Ligeirinho AM, Andreww e os camaradas Bêonin, Bukana e DaPortela em duas faixas cada. Beats de JXX$, RVL$, Vittor Clover, Wander Reiss e a parceria de Rob & Dotghostit. O seu faixa Custic também assina 4 faixas no disco, além do mago do norte VXamã Goldfingah. Abençoado por tupã, Kurt segue... de Tapuá pro mundo!
PUMAPJL (FT. SONOTWS) - AUTODOMÍNIO
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Mais um trampo da dupla do Febre90's, um dos grandes destaques da cena do Hip-Hop Brasileiro. Puma já se garante por demais, com Sono na retaguarda lançando as pedras, aí já é certeza de qualidade....
Com todos os instrumentais assinados pelo paulista de Jundiaí, o carioca do morro da Mangueira traz um flow de malandro posturado, como de praxe, tratando das vivências pós-sucessada do seu último trabalho, também com TWS, "Naturalidade EP".
O disco, apesar de curto, é objetivo. Se antes, em Naturalidade, pumapjl rimava sobre os balões no morro, e história de sua infância, personagens de sua vida e afins, hoje ele põe no papel as vivências de autocontrole e autodomínio nessa nova fase da sua vida artística e pessoal, com perspectivas totalmente diferentes de quando surgiu na cena. E segue contrariando estatísticas nessas 7 faixas, conseguindo dialogar com seu trabalho anterior, sem cansar flow ou lírica, e ainda estourar com um som não habitual entre o mainstream, sujo e mais orgânico, cheio de picotadas de jazz, música brasileira e batidas crocantes. Aliás, a drumkit do tio Sono, é brincadeira....
É isso, espero que tenham curtido. Até uma próxima!
Kelafé!
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ojoaofrango · 1 year
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☮ — eu juro que vi SKELETON 13 lá no píer de santa monica! PEACE MALLISON é um HOMEM CISGÊNERO de 23 anos. pelo que eu soube, ele estuda CIÊNCIAS ATMOSFÉRICAS na universidade e trabalha como INFLUENCER DIGITAL. dizem que PEACE é muito OBSERVADOR, mas também pode ser um pouco DESINIBIDO. na luz do sol da california, se parece bastante com BIBLE SUMETTIKUL.
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take your car to work i'll take my board &&’ when you're out of fuel i'm still afloat.
past. o filho da atleta love mallison, medalhista olímpica pela tailândia no surf e encantada com santa monica decidiu criar raízes na cidade californiana. um casamento que não durou muito, mas dele logo nasceu peace e uma aposentadoria na carreira do surf, logo a mallison tinha um restaurante de frutos do mar & comida tailandesa enquanto peace crescia. vivia entre a escola e as aulas de surf, uma paixão que passou quase como genética da mãe pro filho. fazia por hobby, sempre odiou competições e chegava a desmaiar quando tinha que competir. era o amigo burrinho da classe, que nunca sabia a resposta e acabava arrancando risadas de todos os colegas por responder absurdos criativos ao invés da resposta certa. uma hora ou outra ele transformou isso na sua personalidade para chamar mais atenção, peace sempre adorou um pouco de atenção. quando bateu um pouco na adolescência que mostrou um lado um pouco mais galanteador dele mesmo, com piadas ruins e chegadas clichês, mais arrancavam risadas das meninas do que realmente conseguia alguma coisa, talvez por isso sempre foi bastante amigo das garotas assim como os garotos. gostava de pensar em si mesmo como uma borboleta social e, por isso, peace sabia de tudo que acontecia de um lado e de um outro. fosse na sua ou na outra turma, na escola desse quarteirão ou de outro bairro. um fofoqueiro nato, charmoso e brincalhão, pouco antes da formatura ele começou a investir nas redes sociais.
present. mesmo que não tivesse nenhuma aspiração clara ou um objetivo que nascia do coração para seguir pela sua vida, peace demorou um pouco para entrar na universidade e cursar ciências atmosféricas. nunca foi de admirar profissões, mas sempre quis ser o homem do tempo na televisão local, uma celebridade para a segunda e a terceira idade. estar na frente das câmeras era o seu destino, afinal! pessoalmente orgulhoso do seu perfil no instagram com alguns milhares de seguidores e ainda tendo tempo para pegar uma onda no começo ou final do dia. sair da casa da mãe não foi nada fácil, ele era o filhinho querido dela e sempre seria, mas o apartamento ficava mais próximo das aulas e ainda perto de uma prainha, tudo que ele precisava na sua vida.
personality. aquele tipo de pessoa que solta o comentário mais estúpido que você pode pensar na roda de amigos. que vai te chamar para uma festa na cidade vizinha e falar que conhece alguém para te arranjar o que está precisando. um amigo, que talvez esteja esperando uma chance para te dar um beijo. um pouco irritante quando fica no meio e começa a puxar a atenção para ele, mas nessa altura já é orgânico. com esse pensamento de protagonista do filme pastelão e vivendo a vida como se fosse morrer no dia seguinte. a câmera sempre está ligada e ele sempre está tirando fotos, seja do prato que vão comer no almoço ou da vista bonita dessa sacada no hotel que estão hospedados. ama viajar e combinar as viagens. passa horas no facetime com a mãe e sempre recebe comida caseira dela, é uma negação na cozinha, mas adora comer. tem um senso estético invejável, sabe se vestir bem e decorar bem os locais em que ele vive. sob a mínima influência de álcool possível ele chega a flertar até com uma pedra.
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tattokizss · 1 year
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Aposto que você não sabia, mas sim! NANA NAYEON KWON é moradora de Windham! Pertencente à família KWON, ela tem VINTE E QUATRO ANOS e trabalha como TATUADORA. Como toda boa cidade pequena, as fofocas correm soltas, e já fiquei sabendo que ela é CRIATIVA, mas também FECHADA. Eu pessoalmente já a vi, e sabe o que achei? Que ela é a cara de HAN SOHEE. Engraçado, não? Típico de um morador daqui!
HEADCANONS: 
É difícil pontuar quando a arte entrou na vida de Nayeon. Na infância, é claro, ela já dava sinais de que talvez não tivesse nascido para as pedras preciosas, observando as flores no jardim de casa ou nas ruas de Seoul e pintando nos cadernos com aquarela; mas talvez isso só tenha realmente amadurecido nela quando as brigas começaram e o divórcio se tornou uma realidade. 
A arte foi a fuga de Nayeon, que sempre preferiu ser chamada de só Nana. E embora soubesse que deveria traçar outro caminho para honrar o sobrenome e os negócios da família, ela não resistiu à tentação. 
Quando o pai se mudou para a América, apesar de Nana guardar rancor de ambos os progenitores, escolheu ir com ele. Não falava muito com o homem, mas o contato com a mãe se tornou ainda mais escasso. Nayeon não se lembra a última vez que respondeu à uma mensagem ou atendeu à uma ligação de Nari. Nem mesmo em seu aniversário ou nas datas comemorativas.
Em Windham, ganhou a liberdade de abrir o seu estúdio de tatuagem depois de descobrir que a sua arte, o seu amor por ela, estava mais ligado ao tipo que se eterniza na pele de alguém e não em uma tela — mas com a condição de trabalhar como vendedora na loja da família. Nana então é a dona do NANA, um estúdio de tatuagem localizado acima de uma floricultura — e as suas maiores inspirações para os desenhos continuam sendo as flores.
ESTÚDIO DE TATUAGEM:
NANA: o estúdio de tatuagem de Nana Kwon fica localizado na parte de cima de uma floricultura. É um lugar pequeno, mas bonito e arejado, adornado por flores. Suas paredes são cobertas de desenhos variados, todos feitos por Nana, tendo sido inspirados por clientes da tatuadora. Ela é a única que trabalha no local, é algo que é totalmente seu. 
EXTRA:
Sua técnica de tatuagem é minimalista e aquarela, típica dos tatuadores coreanos.
Nana é homossexual.
EM BREVE MAIS!
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musicshooterspt · 2 days
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Westway Lab: um laboratório para novas descobertas
Tendo já começado o Espaço de Criação e de Conferências PRO em Guimarães, na passada quarta-feira, 10 de Abril, o Westway Lab começou o seu Festival no dia 12 de Abril. As hostilidades foram abertas no Centro Cultural Vila Flor (CCVF) por Luís Severo, seguindo-se Bardino, Silly, Riça e Capicua. No sábado, o dia começou com uma série de concertos abertos à comunidade e em diversos locais da cidade, nos quais se incluíram Remna, Sónia Trópicos, Grand Sun, debdepan, J.P. Coimbra, Corvo, Melquiades, Franek Warzywa e Młody Budda e Trigaida. A partir das 21h30, os concertos concentraram-se de novo no CCVF, começando com Júlia Mestre. Conferência Inferno, UTO, Unsafe Space Garden e NewDad foram os actos seguintes. Para encerrar, o Westway Lab organizou uma Festa de Encerramento, no CAAA, que contou com os DJ Sets de A Boy Named Sue, Rodrigo Areias e Jorge Quintela.
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A honestidade de Luís Severo
Foi, então, no Auditório do CCVF que o Festival WestWay Lab teve o seu início e tomou forma pelas mãos de Luís Severo, que sozinho ao piano nos agraciou com a honestidade e sensibilidade com que escreve os seus temas. Após as duas primeiras músicas a solo no piano onde nos falou sobre amores e desamores, certezas e incertezas, angústias e felicidades, Luís Severo agarrou a guitarra acústica e Catarina Branco tomou o piano e apoiou na voz. 
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Foi em “Cedo ou Tarde” que se juntou um coro de duas vozes aos dois artistas já no palco para nos expressar que viver é um desafio, não só connosco mesmos, mas também face aos tempos que se impõem. Porém, como explicou Luís Severo antes de começar: “este é um daqueles dias que é bom” e, até ao final da sua performance sentida, o artista teve, ainda, tempo para estrear duas músicas novas, uma delas de nome “Insónia” que como disse “não a preciso de explicar, o seu nome fala por si mesmo”.
A conjugação inteligente e intrigante entre o jazz e a electrónica dos Bardino
No Café Concerto do CCVF, os Bardino subiram ao palco para nos fazer dar um ‘pézinho de dança’ fora da caixa. Foi para apresentar o seu último disco “Memória de Pedra Mãe”, mas não só, que o trio constituído por Nuno Fulgêncio (bateria), Diogo Silva (baixo) e Rui Martins (teclados e vozes) desafiou a ‘classificação em caixinhas’.
Caracterizando-se por uma fusão de eletrónica, rock e jazz com nuances de krautrock, fusion jazz ou ambiente electrónica, os Bardino fazem-nos viajar no passado, no presente e no futuro, mas estando sempre presentes no momento.
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E, do mesmo modo que o seu recente álbum se inicia com a frase “Tenho uma história bonita, tenho uma história linda (…)”, o trio portuense ecoou perante uma plateia surpreendida e curiosa com a audácia que uma linda história contou.
Silly: um coração que tanto almeja e se agiganta a cada melodia
Foi com o “Intro” encaixado no segundo tema “Encontrar”, tal como acontece no seu álbum de estreia “Miguela”, que Silly iniciou a viagem por um coração que tanto almeja e se agiganta a cada melodia. Com uma aura complexa demais para ser colocada por palavras, Maria Bentes (Silly) e Fred – que também colaborou na concepção deste trabalho – fizeram-nos viajar com as rimas reflectidas e sentidas e com a conjugação perfeita entre as batidas, os teclados, a guitarra e todo o ambiente criado pelo inteligente jogo de luzes e fumos.
“Coisas Fracas”, “Silêncio”, “No Que Procurei”, “Água Doce”, “Solitude”, “Herança”, “Cavalo à Solta” ou “Inquietação” foram alguns dos temas percorridos pelos artistas, acrescentando-lhes sempre diferentes nuances ao registo do álbum e, assim, ganhando ainda mais vida. Entre “Miguela”, Silly presenteou o público com um cover de “Prognósticos” de B Fachada, um tema que a artista admite cantar como se tivesse sido da sua autoria, de tal sentir a canção como sua.
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E, nesta espécie de bolha em que estivemos imersos imperou e prosperou a tranquilidade e a delicadeza mesmo quando a viagem relatava um mundo nem sempre feliz ou nem sempre leve ou o quão intranquilo, inquieto e perdido um ser humano se pode sentir. No entanto, a mensagem é evidente: em toda a parte é possível encontrar um pouco de amor e um pouco de compreensão e é a isso que nos devemos agarrar mesmo quando temos que seguir “em frente diante o vento forte”.
E foi mesmo com “Vento Forte” que Silly e Fred encerraram esta experiência imersiva que durou pouco mais de 45 anos, que nos permitiu estar noutra realidade e onde “Miguela” é mais e mais um pouco de nós e do que sentimos e nos é tão complicado expressar.
Os vegetais delirantes de Franek Warzywa e Młody Budda
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Foi através de pouco mais do que um sampler, de uma guitarra e da voz que Franek Warzywa e Młody Budda deram uma performance surpreendentemente enérgica que cruzou os mais diferentes géneros musicais de uma forma “esquizofrénica”.
Tendo-se tornado virais no TikTok e tendo ganho notoriedade entre o público após um concerto explosivo no OFF Festival, o duo polaco não esconde que canta sobre temas como os vegetais, nomeadamente batatas, mas também sobre o seu computador que está constantemente a avariar. Havendo ainda tempo para falar sobre o sol e sobre o mau tempo que tanto se sente nas terras de onde são oriundos.
No CAAA apresentaram os seus visuais relativos a este tal computador que tanto avaria e durante cerca de 40 minutos cruzaram géneros musicais que rapidamente transitavam: num momento soava a pop, no seguinte estaríamos perante nuances de metal core e, no mesmo tema, poderia ainda existir tempo para uma sonoridade mais electrónica. Mas, rock, math rock, techno são também opções e energia e entrega não lhes faltou!
Trigaida: a herança búlgara cruzada com a electrónica
Bem sucedidos no Got Talent da Bulgária de 2022, Trigaida são um fenómeno recente na electrónica contemporânea da Bulgária. “Elate” é o álbum de estreia da banda e é uma fusão única entre o folclore tradicional búlgaro e a música eletrónica.
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Parte das influências são também o drum‘n bass, o dubstep, o trip hop, oferecendo assim sonoridades que chegam ao jazz contemporâneo, à world music e ao neoclássico e, tal se fez sentir no CAAA, em Guimarães.
Com Ivan Shopov enquanto produtor e MC, Asya Pincheva na voz e Georgi (Horhe) Marinov na gaita de foles e didgeridoo, os Trigaida surpreenderam o público que não deixou de expressar o seu entusiasmo e de dançar ao som desta herança combinada com o contemporâneo.
Julia Mestre: uma contadora de histórias nata
Com um ambiente intimista, o público presente no Auditório do CCVF foi plateia atenta e deliciada perante a doçura de Julia Mestre. A vocalista de Bala Desejo fez-nos viajar pelos temas do seu mais recente álbum “Arrepiada” (2023), mas não só.
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Acompanhada apenas pela sua guitarra e através da sua voz, a cantora brasileira contou histórias. As história que criaram as suas músicas e as suas letras, como foi caso de “Chuva de Caju” que nos fala sobre o encontro da artista com Ana Caetano; “do do u”, um romance da artista com alguém que esteve pelos Estados Unidos da América durante três meses e veio a falar um misto de português com inglês; ou “Deusa Inebriante”, que foi a forma que a Julia Mestre encontrou para lidar com o facto de não ter conseguido despedir-se de um familiar próximo que caiu num “sono profundo” em período de covid-19.
“el fuego del amor”, “Sentimentos Blues” ou “Sonhos e Ilusões” que, no álbum de 2023 tem a participação de MARO, foram mais alguns dos temas que Julia Mestre nos ofereceu com a gentileza e sensibilidade que lhe é tão intrínseca.
Conferência Inferno: um exorcismo às ansiedades
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Foi para apresentar o “Pós-Esmeralda”, mas sem esquecer temas do seu primeiro LP, que o trio do Porto se juntou no Café Concerto do CCVF. Com o punk e o new wave no seu ADN, Raul Mendiratta, Francisco Lima e José Miguel Silva entregaram-nos as suas canções negras que exaltam os espíritos.
Com a energia punk sempre em crescendo e os ritmos new wave como uma constante, a ironia, a agonia e o êxtase que tanto é característica do trio não foram excepção nesta performance. Foi uma ode a este pandemónio em que vivemos que prova que, no desespero, entre chorar e dançar, dancemos e berremos e exorcizemos as ansiedades.
“Perdi a conta dos passos, não consigo contar. Encontro a múltipla no escuro sempre a pairar. Encosto os drunfos à parede, eu não consigo parar. Cedo-te múltiplo futuro sem vacilar. Somos todos corpos. A distopia pródiga”, ecoaram os Conferência Inferno para encerrar o ritual.
O je ne sais quoi dos UTO
Presenciar os UTO foi como entrar num espaço celestial. Neysa Mae Barnett e Emile Larroche constituem a dupla parisiense que, como tem vindo a ser habitual neste festival, não é simples classificar. Não é só pop, mas também não se reduz a vagas noções de electrónica.
Assim, o trip hop, o dream pop, o techno ou o synth pop ajudam a criar um ambiente fantasmagórico e alienígena deste duo que teve como seu álbum de estreia “Touch The Lock” (2022) e que, segundo o Pitchfork é “prismático”, no sentido em que é uma introdução perfeita ao maravilhoso e estranho mundo de Neysa e Emile, onde a imaginação e a liberdade imperam.
Através da voz, dos sintetizadores e da guitarra, os UTO abriram-nos a porta ao seu mundo vasto e preenchido de coisas que não se vêem, mas tanto se sentem.
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A exaltação humorística dos Unsafe Space Garden
Oriundos de Guimarães, os Unsafe Space Garden tratam as confusões existenciais de forma peculiar e entre os ingredientes estão o humor, a energia, a cor, o absurdo, o caos e a intimidade e, tudo isto, faz que o momento seja muito mais do que só um concerto.
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Alexandra Saldanha, no sintetizador e na voz; Nuno Duarte, na guitarra e na voz; Filipe Louro, no baixo e na voz; Diogo Costa, no sintetizador e nos samples; José Vale, na guitarra; e João Cardita, na bateria tornam a sua sonoridade única, percorrendo sonoridades mais electrónicas com timbres mais jazz que chegam ao rock, post-rock e, até mesmo, ao post-metal.
Em cinco anos, lançaram quatro trabalhos discográficos: o EP “Bubble Burst” (2019), o LP “Guilty Measures” (2020), o LP “Bro, You Got Something In Your Eye - A Guided Meditation” (2021) e, o seu mais recente, “Where’s the Ground” (2023) e somaram uma avalanche de concertos em território nacional, incluindo o Tremor e o Primavera Sound Porto. E a ideia é simples: comunicar o que se sente sem pudor e com uma pitada de ironia e de humor, pois faz parte aceitar toda a confusão e arrebatamento que na vida acontecem e de que tanto falam nos seus temas. O concerto no Café Concerto do CCVF não foi diferente.
NewDad: comunicar o que não tem outro modo de ser expressado
Da Irlanda directamente até Guimarães, os NewDad vieram apresentar o seu novo e álbum de estreia “Madra” (2024), uma fusão magnífica entre o dream-pop, o post-punk e o shoegaze que pretende comunicar aquilo que não tem outro modo de ser expressado e os NewDad fazem-no de forma exímia, como se sentiu na Box do CCVF.
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É explorando emoções profundas que a cantora e guitarrista Julie Dawson expressa o que lhe corre dentro da alma: serena, mas ciente do furacão que se pode viver por dentro. A ela se junta Sean O'Dowd (na guitarra solo), Cara Joshi (no baixo) e Fiachra Parslow (na bateria) que ajudam na criação de um ambiente que nos faz entrar numa catarse para também nós lidarmos com as nossas lutas emocionais: “See, it's easy for you. It's easy for you to forget. Because you're not in my head. You're not in my head”, exalta “In My Head”, por exemplo.
“Madra” (a palavra irlandesa para cão) foi apresentado de fio a pavio e demonstrou a evolução sonora da banda que existe desde 2018, explicando na perfeição os concertos lotados na sua tour no Reino Unido e na Irlanda. Porém, na sua estreia em Portugal, Julie quis fazer algo novo e ofereceu-nos uma versão mais intimista de “White Ribbons”: apenas ela e a guitarra, encerrando uma performance que comprova que os voos elevados de NewDad ainda estão apenas a começar.
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Fotografia e Texto: Catarina Moreira Rodrigues
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donnaballerxna · 6 months
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parte 2 (viagem no campo/labirinto) @byronsb
Uma vida de mistérios, aventuras, desafios e provocações também. A constatação foi quase um baque, pensaria nas implicações do conhecimento recém adquirido mais tarde. A atenção despendida ao cavalheiro era repleta de interesse e curiosidade, sentia-se ávida para absorver qualquer revelação desconhecida por si. Comove-se ao ouvi-lo falar da família, uma informação que estava conseguindo em primeira mão, visto que nunca ouvira falar algo do tipo a respeito do barão. Por mais que não tivesse um grande interesse em fofocas, a Arboleda se esforçava para ouvir quando Swami era pronunciado aos sussurros. Conteve o ímpeto de lhe fazer alguns comentários e questionamentos, se limitando a um balançar de cabeça afirmativo diante da pergunta a respeito da conversa sobre a parte perigosa da cidade. Conseguiu controlar as feições do enojar que sentiu ao se lembrar da forma como a mãe falava dos habitantes daquela parte da cidade, tinha plena consciência do horror que marcaria as feições da matriarca se ao menos suspeitasse do que a filha fazia por lá acompanhada de Lucy. A revelação que se seguiu lhe causou um certo choque, algo tão inesperado que não conseguiu disfarçar, no entanto, não era algo ruim. A verdade (ou parte dela) sobre as origens de Byron se encaixava perfeitamente no quebra-cabeças complicado que era entendê-lo. O choque foi devido à constatação de como as origens do cavalheiro fazia sentido, algumas peças soltas se encaixavam agora, frases soltas proferidas por ele antes agora se revelavam com um novo peso e significado. Não gostou de perceber que ele havia se afastado e por isso se aproximou um pouco, o tecido do vestindo se movendo conforme se arrastava pelo banco de pedra. Teve o cuidado de manter uma certa distância, a sensação de que haviam chegado num ponto decisivo fez com que agisse com mais delicadeza, pousando uma das mãos sobre a dele. Buscou seu olhar antes de finalmente falar. “Infelizmente não posso dizer que entendo por completo tudo o que passou, visto que nunca experienciei tais necessidades nem de longe. Porém… e espero de coração que não me interprete mal… lamento profundamente que você tenha passado por essa realidade, da mesma forma que lamento por aqueles que vejo sempre vou até a parte perigosa da cidade. Você teve sorte de Louis o encontrar e o ajudar”. A mão livre foi erguida de modo a pousar sob a face masculina, deslizando o polegar por sua bochecha. Os olhos transbordando uma emoção desconhecida misturada com admiração e compaixão. “Não sei muito o que dizer sobre tudo isso” Confessou num sussurro. “Agora faz sentido certas coisas que diz. Byron, não me importo que você não seja parente de Louis ou que tenha comprado o título de barão. Sei que títulos e status são importantes em nossa sociedade, mas não quer dizer que eu concorde com essa importância… a maioria das pessoas que se importam com esse tipo de coisa são vazias, ao menos é assim que me parecem. Senhores e senhoras tomados de ego, orgulho e vaidade, completamente vazios de vida, como se apenas existissem para ostentar os títulos e vestimentas sem acrescentar nada de bom na sociedade em si. Sou uma dama que sonha em se tornar bailarina, que já pensou em fugir para a França e largar tudo para trás sem se importar que seu sobrenome passaria a não valer nada na sociedade, mas que poderia fazer parte da história do ballet em algum momento”. Sem contar que teria liberdade para ajudar aqueles de origens mais baixas sem qualquer preocupação e sem precisar se esconder como havia fazendo em companhia de Lucy há algum tempo. “Eu… tenho uma pergunta. Por favor, sinta-se livre para recusar responder. É que estou intrigada. Acho que posso considerar que confia em mim e não ousaria obrigá-lo a ver a pintura em sua antiga residência...” Mesmo que quisesse obrigá-lo não sabia onde era o tal imóvel de qualquer forma. “Do que você tem medo para não conseguir ver a pintura?” Perguntou finalmente o que havia concluído diante de sua quase certeza do que se tratava a tal pintura e da afirmação de que o obrigariam ir até a casa vê-la.
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swftpoet · 7 months
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The enemy by your side | J. Miller
(o inimigo ao seu lado)
 
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WC:
avisos: menção a suicídio, assassinato, serial killer, violência, tentativa de estupro.
Isso aqui é o reflexo de uma pesquisa psicológica que estou trabalhando na universidade, um braço da pesquisa na verdade, acabou por render algumas ideias e Joel foi o escolhido para brilhar, o trabalho está divido em partes, sem datas para postagem.
Boa leitura ;)
me conta o que achou no final, sua opinião importa muito!
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| não importava o quão ruim ele poderia ser, ou a maneira como ele a machucava, no final ela sempre voltaria, porque seu lugar era com ele, ela pertencia a ele. |
| parte um: estamos banhados de sangue, meu amor |
A vida não era boa a anos, mas tirar a própria vida nunca havia sido uma opção, não até aquele final de semana, o fato de um colega de trabalho ter sido vitima do serial killer que assombrava a cidade a anos e a policia não estava nem perto de pegar, pode ter sido o ponto de pressão que faltava, não, aquele definitivamente tinha sido o empurrão para o abismo. Afinal não era justo que alguém tão bom morresse e você continuasse ali...
Foi com esse pensamento que a decisão se tornou límpida como a água de uma fonte cristalina.
Então, após uma noite inteira trancada no quarto escrevendo cartas e despedidas aqueles que eram próximos, verdadeiramente próximos, como Tommy, seu antigo amigo do colégio que havia ido para o exército, ou anne a garota simpatica da cafeteria que você ia todas as manhãs, ela merecia saber a verdade. Horas e Horas de escrita como se aquilo fosse a coisa mais importante, e era. Depois de todas as coisas separadas, você dirigiu até o parque nacional, estacionou em uma vaga particular e foi caminhando para a trilha pelo caminho mais longo, pensando nas escolhas e caminhos que te levaram até ali, as respostas não te agradavam. tão submersa na sua própria dor, que não o viu chegar, nem se aproximar até que tudo se tornou escuro e silencioso.
***
Joel não gostava da cidade, a trilha do parque nacional, mesmo que fosse perigosa especialmente com um assassino a solta, trazia a ele uma paz que nenhum outro lugar poderia. Os sons dos insetos e outros animais, o cheiro da grama sempre úmida ou a sensação das folhas arranhando sua pele quando ele saia da trilha e se embrenhava entre as árvores. Joel amava aquilo tanto quanto amava sua filhinha Sarah, e era por isso que ele fugia, em alguns momentos, seu monstro interior precisava ser libertado e não era justo que Sarah fosse aquela que presenciaria isso, portanto, ali no meio de nada além da vegetação, ele podia ser aquele que a sociedade jamais permitiria. Ele fugia por Sarah, e por todas as garotas que precisavam ser salvas.
Naquele noite, fazia mais calor que o normal, o que significava que haveriam pessoas nas trilhas, tudo que ele não gostaria. Para evitar ao máximo almas indesejadas, Joel foi pelo caminho mais longo, com mais curvas perigosas, com mais possíveis predadores. O único caminho onde ele esperava encontrar um assassino, não uma mulher gritando por sua integridade.
Veja, o Miller jamais se imaginou como um herói, mas em hipótese alguma ele ignoria pedidos de ajuda no meio da floresta. Ele teria ido ao socorro de qualquer um, mas não teria feito o que fez, jamais teria pego uma pedra e batido contra o crânio de um homem. Não teria lutado contra esse mesmo até que estivesse a um passo de perder a própria consciência e vida, para ser justo com Sarah, foi apenas naquele momento, quando o ar já fazia falta a seus pulmões que ela apareceu em sua mente.
***
Quando Joel acordou você estava lá, junto com alguns políciais e uma ambulância, ele estava na maca dentro do transporte. Sua mão junto a dele, seus olhos aliviados quando ele acordou.
As vozes estavam confusas, muita informação. Mas você estava ali, e parecia bem. O que de certa forma, o aliviou. Joel estudou sua expressão, parecia sombria e distante, mas sua cabeça nublada não o deixava ver além daquilo, mas Joel sabia que havia muito mais, tantas perguntas, tanto sob sua superfície, tudo que ele queria era desvendar isso. Cada segredo seu. Naquela noite as estrelas se alinharam e levaram ele até você, dali para frente você pertencia ao lado de Joel Miller, e Deus protegesse qualquer filho da puta que tentasse machucar você.
***
Você o acompanhou até o hospital, ainda em estado de choque por tudo que tinha acontecido.
Tudo que tinha acontecido.
Era bizarro pensar em como você saiu para se matar, foi atacada por um predador sexual e o matou, mas não sem ajuda. Você podia ter terminado com tudo, mas voltou atrás quando alguém que você não conhecia se arriscou por você. Colocou à sua vida em foco. Deixar tudo para trás depois disso parecia errado.
Mais errado que segurar a mão dele durante todo o trajeto até o hospital. Se ele tivesse alguém, céus ele deveria ter alguém, e esse provavelmente não iria gostar de te ver ali. Mas você permaneceu.
Quando o sol apareceu e Joel abriu os olhos, a mulher sentada ao seu lado no quarto o surpreendeu. Uma vozinha sussurrando o quão fácil você deveria ser. Sua figura adormecida, com os lábios entreabertos e cabeça pendendo para um lado, respiração controlada e olhos trêmulos, provavelmente sonhando. Aquilo deveria ser uma pintura digna de substituir a Gioconda de Da Vince.
Os céus o abençoaram com aquela visão.
Quando você acordou ele se preparava para sair.
— Você está bem? Já recebeu alta?
Sua voz estava alerta, o que revelou seu sono leve. Joel se perguntava a razão daqiilo, era sempre assim? O que te aflingia?
O que realmente importava era que ele estava disposto a te proteger.
— Uh, bom dia para você também!
— Me desculpe, eu só fiquei extremamente preocupada.
— Culpado. entendo seu lado, sem você eu teria morrido.
— exagero, sem você eu teria sido estuprada, e isso seria pior que a morte. Muito obrigado, sr..
— Joel Miller. Já que estamos quites, precisamos conversar sobre o que aconteceu.
Os olhos dele escureceram, aquilo causou um arrepio nela. Joel não queria te assustar, mas ele não estava errado. Aquilo tinha que ser discutido, especialmente quando alguém havia morrido.
— Não é nescessário.
— é claro que é, querida, ambos fomos atacados.
Seus olhos fugiam dele. Como se estivesse escondendo algo.
— Eu fui atacada, você foi uma vítima.
Joel deu um passo para encontrar ela, seu corpo se elevando enquanto ela queria recuar, mas não o fez.
— Você também foi, temos pesos compartilhados...
— Sr. Miller, com todo o respeito, você não sabe de nada..
Joel suspirou levando as mãos ao rosto, estava ficando cansado da teimosia daquela mulher.
— Você tem razão, viva com os pesadelos que isso irá te trazer. Sozinha...
***
Sozinha...
Aquela palavra ecoa em sua mente enquanto j homem se afasta deixando o frio ocupar o calor que ele proporcionou apenas por se aproximar. Você sente a brisa imaginaria te arrepiar, especialmente pela verdade que ele acabou de dizer. Um medo real demais se afunda em seus ossos, se emaranha em suas entranhas. Flashes da noite passada, quando sua versão mais selvagem e assustada surgiu e você ativou o modo de sobrevivência e violência sem culpa. Agora essa culpa estava se enrolando em torno do seu dedo, sozinha e sem ninguém para compartilhar ou dividir o peso.
Joel Miller sumiu pela porta te deixando lá, sozinha e com medo.
O impulso de seguir o homem existe mas seus pés não recebem seus comandos. Seu corpo entra em choque, sua respiração pesa e para. O pânico te dominando lentamente enquanto a memória do sangue fresco de seu agressor parece retornar ao seu corpo. O peso da pedra em sua mão é tão real que seus dedos se curvam para seu formato, para encontrar o nada em sua palma.
Um policial entra no quarto, você é puxada para sua realidade novamente: assassina!
não que ele a vejam dessa forma, mas é inegável, existe sangue em suas mãos e você nunca poderá pagar isso. Joel entra em seguida dele, e antes que qualquer um deles fale, o Miller te pega pelo braço e te guia para fora do quarto.
— Sr. Miller, preciso falar com ela. 
— Ela passou por um grande estresse, não vai falar nada agora.
 O policial não gostou de ser contrariado, sua expressão revelava isso.
— Ela pode falar por conta própria? ou isso é um direito só seu?
 Uma mulher alta questiona, chamando a atenção para ela, o cabelo preso em dezenas de tranças chama a atenção, mas não só ele, tudo nela é notável: a postura, voz grave que se projeta além, o terninho com caimento perfeito, tudo e tudo. 
 Joel não tira os olhos dela antes de responder, mas você o faz, corada com as palavras dele.
— Minha namorada é perfeitamente capaz de falar por conta própria, mas, devido ao grande estresse da noite passada, eu preferia poupar ela.
— Bom, porque ela mesmo não fala isso?
Ele te devolveu o olhar, cheio de ternura e compreensão.  Onde estava o homem que te abandonou sozinha minutos atras? quem era aquele que tinha tanta devoção nos olhos?
Aquilo não deveria te encantar, então por que estava fazendo isso?
— Prefiro falar quando estiver mais descansada. Ao menos uma noite de sono e um banho quente?
 Joel envolveu seus ombros com um braço e deixou um beijo em seu cabelo, enquanto, sem esperar qualquer resposta, te guiava para longe daqueles olhos incriminatórios. 
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se-desvencilhar · 8 months
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Enjoy the silence
Te vejo dançar nessa floresta, faço mandinga pra te encontrar, além da minha ilusão, utopia. Te vejo dançar com fogo pro ar, brincando de anarquia. Te vejo dançar, louco de tudo, fugindo do mundo, da dor que é fracassar. Te vejo dançar, marcando a cidade, seus demônios a solta a pixar
666 te vejo dançar comigo na selva de pedra.
Bruxo subversivo, eu te vejo dançar.
-moshpunk
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esobreela-blog · 9 months
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tem algumas coisas que ando pensando, eu adquiri um fodase realmente eficiente, n me importo com namoradas de amigos de trabalho ciumentas, com gente que julga o que faço, que dá pitaco no meu trabalho, que ridiculariza o que visto ou uso.
Embora tudo isso simplesmente não me afeta e nem faz sentido pra mim, outras partes do meu eu vieram de comboio de contrapartida, elas assumem um papel de autocrítica muito meticulosa, mas tbm aprendi a usar isso no sentido de que, ninguém critica melhor que eu então tudo que faço tem um valor ainda maior pra mim e isso basta.
Existe uma bolha nova, uma ao qual me faz feliz, não extraio tudo de mim para o outro e se o silêncio for necessário eu prático tenho preguiça de falar para que a insegurança não me alcance, só não faz sentido sendo que o meu Palácio mental que antes era um projeto hoje é real, acho que já estou na parte de decorar e mobiliar de acordo com as cores que escolhi pras minhas paredes.
Acho confortável morar sozinha, acho muito bom encontrar as coisas onde deixei, bagunçar e arrumar o que eu mesma causei, acordar e dormir dps das metas que eu mesma trassei, é difícil no começo, eu tive medo, solidão, ansiedade e depressão.
Convidei pessoas que consumiram o que tinha de melhor para oferecer e que foram embora e ainda deixaram a louca e o chão sujo pra eu limpar, e agora eu apenas trago bagagens e presentes aqui para dentro mas pessoas são da porta para fora ou um encontro na cidade mas nunca na minha casa.
O triste de projetar é ter a sensação de já ter vivido o que se vive hoje, e só quero novidade pra não ter que buscar a sensação em memórias que não me trazem nada além da melancolia inútil de artista.
E no meio de tantas certezas e aprendizados me sobra a grande questão que ainda não resolvi, onde anda o amor do outro? O meu eu guardei para que não estragarem, na geladeira não se não fica duro que nem pedra, nem em conserva se não o perfume enjoa, mas guardo no meu coração que me nutre de vida para que um dia possa viver.
As vezes eu penso que de tanto calejar talvez eu fosse realmente frágil mas minha inteligência me fez dosar a morte até que só lhe sobrasse o fim do fim onde pra mim é o tempo certo, pq tão no começo me geraria um novo ainda mais trabalhoso.
Mas é raro é joia a ser lapidada e eu mesma falo isso e esqueço que no meu mundo tudo tem magia, e se for tem que ter no mínimo um encantamento para saber que existe uma porta e ela nem precisa de chave, é do tipo que abre se merece e encaixa para poder passar.
Bom apesar de ter encontrado, eu não quero mais visitas, e nem inquilinos coabitação o mesmo espaço que eu, uma combina quando a bolha estourar e quiser fluar sobre uma outra maior e talvez em conjunto.
O detergente é bom.
Lava pessoas da vida
E solta bolhas lindas que brilham com o sol
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terraquea-mortal-20 · 10 months
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09/07/23 - S.A/L.S.
Eu me faço casa!
Andei sozinha, Em cada esquina da cidade, Engoli mentiras, Que até me deram saudades.
Regrados por escassez, Curas são apenas desculpas? Subimos até o topo, Nós já sabíamos nadar? (Rock, solos de guitarra, ou como MBP)
Fundo com rádio ligado, Afogo meus limites! Completa de teias e rabiscados, Dias que nem sei quem sou…
O que mais queremos da vida? Existir já te consola? O que era muito, Se tornou uma gaiola…
Hoje eu te vejo amor! Sim, eu te vejo!
Pedras dentro do quarto, Flores dentro dos vasos, Quase nada é imperfeito!
Que algum anjo me socorra, As notas vibram em uníssono! Se existe algo além daqui, Devo te perdido em algum sonho!
Em que mundo te desencontrei? Já me imagino descalça! Com camisas Rock n Roll, Dando shows de gravata.
Dois heróis despidos, Sem inutilizar os freios… Tão artificial e tão concreto, O que mais poderíamos ter feito?
Crescemos meu bem, E olha você aqui agora!
Dormindo do lado esquerdo, Matinal e tão sem jeito, Minha mais inocente droga!
Unidos por uma dor, Quero-te a ti por inteiro! Meu último roteiro, O mar pra gente é tão pequeno…
Se entorpeça e enlouqueça comigo agora, Na luz desse teu olhar! Contratos de bocas, Histórias de junho soltas, São lágrimas pra rolar!
Consegue me enxergar agora? São nossas fotos na estante! O ódio virou novela, Lapidamos um diamante!
Será que só essa vida basta? São muitas calhas entre falhas! Espumantes sem nenhum troféu, Vidros virando céu, Sem me abandonar!
Paixão são só loucuras, Me rastejava pelo chão… (sugestivo: no som de eco)
Se viver é algo curto, Que o infinito seja um vilão!
Reparar bem nessas coisas, É caso para loucos, Quem um dia me pediu muito, Perto de ti é mesmo tão pouco…
Que o futuro chegue pra nós, Em fases de lua cheia! Até os romanticos são cruéis, Que você nunca se esqueças!
Na curva do "Eu te amo", Há uma estrada muito longa! Sobre vazios de antigos motéis, Vou me deixando toda nua… A, a, a, a, a, a, aaa…
(piano, percurssão baixa)
Percebi que eu tinha tudo, Tudo de nada, E estando com você…
Eu me faço casa… (2x)
Eu me faço casa! (final com solos de guitarra)
Eu me faço casa!
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