Tumgik
#álter ego
cherrywritter · 2 months
Text
Encontro
Regal Hotel – Upper East Side, Gotham 
3ª semana de março – Ano 2020
Desde a explosão em Cadmus ocorrida em 2011  após a operação não autorizada de três jovens adolescente, que resultou na descoberta de uma nova arma em que os vilões produziram com maestria e em curto prazo de tempo, Bruce Wayne não conseguia descansar a cabeça em seu travesseiro por se questionar constantemente se haveria mais armas como aquela. Mesmo que a Liga tivesse assumido as instalações, ao menos as que tinham conhecimento, quando se tratava de Lex Luthor e da L.U.Z – conselho autoproclamado de sete membros que tentam trazer os fatores que supostamente são necessários para que a humanidade evolua e que foram neutralizados pela Liga da Justiça – nada poderia ser garantido.
Cadmus tinha sua fama de sempre esconder cada vez mais seus segredos, um maior que o outro, e isso enlouquecia àqueles que zelavam pela segurança de toda uma sociedade. A Liga da Justiça podia fazer muito sobre o combate contra a L.U.Z, mas Lex Luthor se tornava um oponente pessoal tanto para Bruce Wayne quanto para Clark Kent. Ambos tinham suas identidades ou álter egos conhecidos por ele. Além disso, Lex tinha suas companhias em ambas as cidades, circulava livremente e era capaz de qualquer coisa para se tornar ainda mais poderoso e letal. Já se comprovava esse fato com a criação de uma arma atualmente conhecida como Superboy e sua cópia letal.
Alfred Pennywood era, de certo, o homem em que Bruce mais confiava, além de Lucius Fox, a quem seu patrão ofereceu o direito de gerenciar as Empresas Wayne, e em Jim Gordon, o comissário de polícia e também fiel amigo. Naquela noite, assim como diversas outras, ele havia escutado as movimentações nos rádios dos policiais do Departamento de Polícia de Gotham City (DPGC) e da Unidade de Crimes Especiais (UCE) avaliando se havia alguma a se destacar. Durante esse processo, tentava descriptografar mais um arquivo sigiloso das instalações de Cadmus.
Sempre olhando atentamente para o computador, uma descrição ativou o alerta da caverna fazendo com que Alfred parasse tudo que estava fazendo. Tiroteio, vítimas baleadas ou mortas e uma refém. O criminoso destacado não era qualquer pé de chinelo de alguma gangue, da máfia ou trabalho solo. Era o velho Coringa. Esse combo fez com que Alfred ativasse às pressas o comunicador e informasse Batman sobre o ocorrido em Cape Carmine, Rio Leste – um dos municípios de Gotham que era cheio de gangues formadas por jovens.
Batman, com a informação e até um pouco incrédulo com a situação, se atirou em queda livre do topo do Regal Hotel para encontrar seu inimigo ou um imitador muito entusiasmado. Às vezes isso acontecia. Sempre tinha um louco de Arkham que escapava e desejava honrar o rei do crime de Gotham. O vento gelado batia e cortava a pele do rosto. As noites ao fim do inverno eram as piores para fazer uma ronda pela cidade. Faltava pouquíssimo para que o meio de março chegasse e a primavera desse as caras com o mesmo ar gélido. A capa teimava em não abrir e fazia com que o vigilante repensasse se havia feito o certo. Ele quase bateu em um outdoor antes de conseguir abrir a capa e trabalhar com a aerodinâmica que havia a projetado. Os ventos também não estavam ajudando muito no controle da direção. Batia vez ou outra em uma escada de emergência ou em paredes dos edifícios. Não era a noite mais agradável por mais que já estivesse nessa dupla jornada há quatorze anos. Tedioso e frustrante. Talvez a única emoção fosse realmente encontrar o Coringa e levá-lo mais uma vez para o Arkham Asylum. Pequenos delitos e jovens criminosos já não lhe traziam o prazer de uma luta e muito menos distraia-o de seus pensamentos conturbados.
Coringa estava em uma loja de conveniência vinte e quatro horas. Não foi difícil encontrá-lo, pois os tiros eram bem audíveis de longe. Estava com uma garota em seus braços em um mata leão desengonçado e com uma pistola 9mm com silenciador grudada em sua têmpora. A garota que estava contra o tronco do vilão não devia ter mais do que quatorze ou quinze anos. Ela apenas segurava para baixo com as duas mãos o braço que a asfixiava levemente. Alguns policiais estavam na redondeza tentando cobrir o perímetro e fazer com que o vilão desistisse de sua investida, mas não seriam mais de grande ajuda. Estavam baleados, jogados ao chão e sem nenhuma viatura por perto.
Mais tiros
Os civis, apavorados, viram os últimos policiais da linha de frente caírem secos no chão. Os gritos e choros se tornaram mais intensos e dolorosos, os policiais escondidos estavam a todo instante pedindo reforços pelos rádios e sendo ignorados. Se saíssem dali poderiam ser atingidos pelo louco, se ficassem talvez também se tornassem mais baixas. Estavam sem saída. Um adicional à situação era a loja praticamente destruída. Parecia que Coringa havia jogado bombas ali antes de começar a atirar e fazer vítimas. Não demorou para que a pistola voltasse a beijar a têmpora da jovem.
A jovem parecia não se impressionar como se aquele cenário fosse comum ou normal em sua vida, pois demonstrava tédio para com toda a situação. Até mesmo revirava os olhos enquanto Coringa sussurrava insanidades ao pé de seu ouvido dizendo que a levaria de volta para casa. Apenas parecia incomodada com o toque gélido da arma contra sua pele, já que tentava sutilmente se desvencilhar do bocal. Sua roupa estava banhada de sangue, seu rosto também tinha sangue escorrido, mas ela continuava serena.
Batman então notou sua primeira movimentação: ela começou a rodear o ambiente com seus olhos azuis marinhos. Parecia procurar por algo revirando a loja de cima a baixo e jurou que em certo momento ela o encarou. Não conseguia se mover. Estava intrigado com aquela cena e com medo de cometer um erro. Qualquer deslize resultaria em mais uma morte. A morte de uma inocente que tinha toda uma vida pela frente. 
Quando seu equipamento captou a risada gutural do Coringa, Batman sentiu seu coração acelerar em um misto de angústia e ansiedade. Você se acha muito esperta, pirralha, Coringa dizia com um sorriso nojento perto do pescoço da jovem. Bruce não estava conseguindo manter o personagem. Estava com medo e com cenas de déjà vu dançando em sua memória o fazendo recordar de um passado recente. Não queria sofrer mais perdas do que já tinha passado. Perdas, era com isso que ele lidava todos os dias junto aos seus demônios e, com isso, tentava ajudar a todos a superar tais sentimentos. 
Batman colocava a mão no sinto de utilidades quando foi atacado por uma onda de choque que fez com que seus equipamentos emitissem um som agudo antes de pararem. Tudo estava em pane. Houve uma explosão de luz logo em seguida o que ajudou ainda mais a deixar o vigilante desorientado. Batman acabou se sentando no parapente do prédio para tentar recuperar seus sentidos e entender o que havia acontecido. Segundos mais tarde os equipamentos do traje voltaram a funcionar e fora possível ouvir Alfred chamar pelo patrão com certa apreensão. Está tudo bem, Alfred, disse Bruce, e voltou a observar a cena de cima com surpresa.
O Cavaleiro das Trevas custou a acreditar no que via. A jovem tinha um ferimento novo na cabeça, provavelmente causado por um tiro, mas estava bem. Ela caminhou até os policiais e se agachou para verificar os sinais vitais de cada um que havia caído. Até mesmo conversava com uns dizendo que tudo ficaria bem e que ela chamaria ajuda. Nos mortos, o distintivo era colocado acima do peito. Coringa, por sua vez, se encontrava no chão com uma certa queimadura ou cicatriz recém feita, descargas elétricas eram vistas transpassando seu corpo e saindo dele também. Estava desmaiado e já não era mais uma preocupação.
A jovem retornou à loja, se agachou para pegar a pistola caída próxima ao corpo do vilão e a desmontou como peças de lego. Não tinha dificuldade alguma e habilidade incompreensiva. O Cavaleiro da Trevas jurou ver a arma com o cano amassado quando ela alcançou novamente o chão. Se aproximando do balcão, ofereceu a mão para uma mulher que estava escondida ali e a ajudou a se sentar. A observou como se a verificasse e caminhou até o telefone. Digitou três números, mas não foi possível entender com quem estava falando devido aos equipamentos terem fritado. Logo depois fez o mesmo movimento. E, por fim, viu que havia um lanche na abertura entre a cozinha e o balcão. O pegou, caminhou até próximo a viatura e se sentou no capô para se alimentar.
Sua serenidade era tamanha que Batman tinha certeza de que não era uma garota normal. Talvez fosse mais um meta humano, pensou. Ou talvez fosse um ciborgue. Ela então movimentou a mão direita e mais descargas elétricas foram emitidas. O poste de luz estourou, os equipamentos internos da loja de conveniência e locais específicos que pareciam onde câmeras estavam instaladas. Batman então notou que havia uma máscara que cobria seu nariz, boca e todo o maxilar. Não queria ser reconhecida. Vendo as luzes das sirenes se aproximarem há uns oito quarteirões do local, o Cavaleiro notou a jovem se levantar e subir um prédio e frente pela escada de emergência. Ela ficou ali por mais instantes até ver que tanto a polícia quanto as ambulâncias haviam chegado. Depois deu as costas para o cenário e caminhou pelos telhados.
A jovem desceu para as ruas quatro quarteirões do incidente. Caminhava por aqueles becos e vielas sem qualquer preocupação e parecia não ligar por estar cheia de sangue a cobrindo. Alguns homens tentavam a tocar ou puxar para perto, mas ela desviava, os socava ou os jogava contra a parede. Outros eram afastados apenas por seu olhar e Batman não resistia em segui-la mais e mais por aquela cidade. Estava interessado, curioso e preocupado. Talvez fosse um golpe de sorte tê-la encontrado, mas até onde ela iria e como estava sobrevivendo eram grandes questionamentos. Não maior do que a questão de saber sua origem e o motivo de Coringa estar tão interessado nela.
Bowery – Upper East Side, Gotham 
Mais tarde
Foi uma caminhada de pelo menos meia hora desde Cape Carmine, em Robbinsville, até o Beco do Crime, em Bowery. Ela havia feito com que ele atravessasse um limite que nunca imaginou que ousaria fazer fora do dia do aniversário de morte de seus pais, Thomas e Marta Wayne. Por um momento, Batman hesitou em continuar aquele caminho, mas não iria parar agora. Aquela jovem acabou com seus equipamentos e tinha conseguido lhe dar uma bela dor de cabeça após os zunidos cessarem.
A jovem estava instalada no topo de um prédio abandonado da região. Batman tinha a certeza de que ali ainda havia água e também percebeu que havia um estoque de comida, um colchão velho e algumas trocas de roupa. Deu passos cautelosos, mas logo parou quando um arrepio percorreu sua espinha. Ela estava olhando fixamente para ele enquanto limpava o rosto. Batman teve a certeza de que, por mais negro que estivesse aquele cômodo, ela estava o vendo. Aqueles olhos intensos e azuis brilhantes o reviraram dos pés à cabeça e fizeram com que a mesma dúvida que sentiu ao aceitar Tim se dissipasse. Ele a queria e tinha certeza de que ninguém em sã consciência ousaria enfrentá-la. Não, pensou, você está confiando demais em alguém que não conhece.
Se ela não fosse sua amiga, teria que ser sua inimiga e isso o apavorava. Não saberia se teria equipamentos para pará-la ou se haveria algo que poderia pará-la. Ao mesmo tempo ele tinha um sentimento estranho por ela como se já a conhecesse, como se sentisse carinho e quisesse praticar seu lado paternal para com ela. Era novo e extremamente confuso. Confuso por ser uma garota, confuso por essa ânsia e desejo de tê-la por perto. Provavelmente fosse sua idade chegando, fosse as conversas que Alfred tinha com ele sobre herdeiros, sobre família e como o legado Wayne acabaria com ele. Poderia ser o que faltava em sua vida para continuar a ter um sentido em sua jornada.
A jovem mexeu naquele monte de alimentos, se sentou perto de um balde com água e usou um pano para continuar a limpar o corpo. Ela continuava o encarar e se alimentava sem pressa. Parecia ter bastante fome. Não tinha preocupação alguma com a presença dele, mas também poderia estar fingindo que ele não estava ali. Talvez esperava alguma atitude, mas Bruce não conseguia se sentir preparado para iniciar um diálogo. Ela então suspirou.
- Vai dizer o que quer comigo ou vai continuar parado como um dois de paus? Logo vai amanhecer desse jeito. Pode te dar câimbras. – Tinha confiança em seu tom de voz e sua voz. Uma voz sutilmente rouca, mas ainda feminina. – Não finja não me escutar, eu vejo a energia do seu corpo.
- Eu sou. – Ela não o deixou terminar. 
- Bruce Patrick Wayne. Eu sei quem é. Sua cabeça é bem obscura e perturbada. Não parou de pensar sequer um segundo desde que começou a me seguir em Cape Carmine. É por isso que se fantasia de morcego e vaga pelas noites? Para tentar silenciar sua mente? – Bruce se recompôs. Não esperava tal abordagem. Não esperava tais poderes.
- Não é muito educado entrar na cabeça das pessoas sem autorização. – Disse desconfortável e inquieto. Ela se parecia com ele.
- Eu sei, mas se eu não entrar coisas ruins podem acontecer. A mente nunca esconde segredos. – Ela sorriu. – Segredos são péssimas armas contra você. Acredito que entenda isso tão bem quanto eu. Sua vida é rodeada de segredos. 
- Então por que perguntou o que quero com você se já sabe o que vim fazer aqui?
- Pergunto para ter a certeza de que consegue pronunciar seus desejos em voz alta. Sei que quer me levar com você e me oferecer abrigo, mas não esperava que eu o lesse. Ninguém espera, na verdade. É desconfortável saber que outra pessoa está dentro da sua cabeça. Agora mesmo seu subconsciente está o questionando se sou realmente confiável e se deve fazer isso, mas está com um impasse porque sei sobre suas identidades e tudo que gira em torno disso. 
- Isso não vai fazer com que eu mude de ideia. Tenho certeza de que minha residência é muito mais confortável do que um bairro cheio de criminosos e dominado por mafiosos. 
- Dentro das opções. – Ela deu de ombros, pegou uma mochila em meio a um monte de coisas empilhadas e a colocou por cima dos ombros. – Só estou indo pela água quente. 
- Achei que fosse pelo colchão macio e roupas limpas. – Bruce a fez sorrir. – E a comida que está aqui?
- Tem mais pessoas usando este esconderijo quando não estou. Vão fazer bom uso. Não se preocupe se eu desmaiar. É normal. Eu costumo acordar em algumas horas ou em um dia. Não mexa na minha mochila. Odeio que mexam nas minhas coisas.
- Como quiser. Vai descer pela escada ou vai se jogar daqui de cima?
- Não seja bobo! Vou me jogar, é claro.
Mansão Wayne – Bristol, Gotham 
2ª semana de setembro 
Havia dias em que o velho senhor inglês, que já não tinha muitos fios brancos em sua cabeça, questionava-se sobre o motivo de seu patrão ter trazido uma meta humana para a Mansão Wayne que não estava completamente adequada para alguém assim. Foi uma confusão nos primeiros dias, pois a cela de contenção não era o suficiente para conter as explosões que a jovem tinha durante o dia. Foram noites de sono perdidas, sistema da batcaverna destruído e até mesmo alguns equipamentos que estavam fora da rede. Ela era forte demais e só de ouvir que seu patrão a colocaria para treinar em alguma das salas de simulação já fazia com que seus pelos fininhos se erguessem.
Porém, por mais que houvessem as complicações diárias com sua chegada, a jovem sempre dava o seu melhor para manter tudo funcionando. Tinha energia de sobra e dormir não era uma necessidade. Alfred não sabia o que fazer para mudar isso. Era incansável. Uma versão que seu patrão com certeza gostaria de ser para combater freneticamente o crime de Gotham. Mesmo assim, ela parecia sentir dor. Por vezes seguidas ele a via se sentar no chão da cela de contenção ou se colocar em posição de yoga chamada postura da criança. Sempre fechava os punhos com força e se contraía. Isso causava descargas elétricas que pairavam e percorriam seu corpo em velocidade desumana.
Não podia negar que era esforçada, dedicada e comprometida a tudo que se propunha fazer. Ela também adorava quando seu companheiro de treino ia encontrá-la naquela sala. Um sorriso surgia de ponta a ponta do rosto e seus olhos brilhavam. Tim levava comida, passava horas deitado com ela e a ajudava a treinar. Se tornaram grandes amigos no primeiro dia e, com ele, foi aprendendo a ter confiança em seu estilo de luta e ter tato para não assassinar o primeiro que tocasse. Sua vontade era de conviver livremente pela sociedade sem causar danos colaterais e ser um exemplo. Queria causar boa impressão e boa imagem para a família.
A jovem também era ardida e sincera. Lia e relia a mente de Bruce e fazia questão de o responder antes mesmo que ele anunciasse a pergunta. Isso o deixava furioso e fazia a diversão de Alfred. Era bom ver aquele jovem rapaz quebrando a cabeça tanto quanto ele quebrou para o criar e educar. A garota não se comparava nem um pouco a leveza que Tim havia trazido a casa e a falta de rebeldia. O velho mordomo apreciava os momentos que tinha com o Projeto Caos a ensinando etiqueta, carisma e o belo ar inglês de lidar com as coisas. Ela estudava com ele todas as manhãs, tirava as tardes para pesquisar ainda mais sobre o que gostava de aprender. Sua evolução educacional chegou a um nível em que ele já não tinha mais respostas. 
Quando o controle total ressurgiu, a jovem ganhou o direito de passear livremente pela propriedade e fazer o que bem entendesse por ali. Bruce e Alfred chegaram a pensar que ela fugiria, mas, superando as expectativas, a jovem se demonstrou ainda mais fiel. Estudou todos os casos em que Batman havia trabalhado, pesquisou as inúmeras tecnologias, fatos, conhecimentos, memórias. Lia de sete a dez livros por dia, fazia suas anotações, desenvolvia teses e observava tudo ao seu redor. Era crítica e empenhada. Não parava. Havia dias em que o velho mordomo não sabia dizer onde ela se encontrava. Adorava vagar pela propriedade com os pés descalços, conhecer e apreciar de maneira verdadeira a natureza, o clima e a vida. Amava se sentir livre.
Bruce, sempre chamando a atenção de jornalistas e paparazzis, deu mais fome aos abutres comprando roupas femininas e as levando para a mansão. Notícias e boatos começaram a circular pela cidade, o que fez com que o último playboy de Gotham repensasse sobre suas atitudes para com a garota. Nos primeiros meses ele a tratava apenas como a arma de Cadmus, o Projeto Caos, mas, ao perceber seu erro, repensou em sua atitude e em como levaria tudo isso. Bruce se tocou de que deveria escolher um nome para a garota. Havia tardes em que ele passeava de um lado para o outro com uma revista de nomes como se fosse uma mãe escolhendo o nome do filho em meio ao pré-natal.
A movimentação na propriedade e a presença da jovem chamou mais ainda a atenção da imprensa, que começou a atacar. Manchetes e mais manchetes com fotos borradas da jovem vagando pela mansão ou pelo terreno. Não havia outra saída. Já não poderia mais esconder. Estavam até mesmo cogitando em ser um caso de abuso de menor e Bruce não poderia deixar que a reputação de sua família fosse manchada com tamanho absurdo e calunia. Por isso, junto a Alfred e após escolher o nome de sua filha, esta legítima, organizou uma festa de apresentação para a sociedade. Fora uma festa deslumbrante de quinze anos dando o nascimento de Victoria Wayne, apelidada carinhosamente de a Princesa de Gotham.
Vic encheu os olhos da comunidade com tamanha educação e carisma. Mostrou etiqueta, polidez e maestria para conversas profundas. O cenário que trouxe uma pequena mancha logo foi apagado pela belíssima atitude honrada de Bruce. Era impossível negar que ela se parecia com ele e assumir sua paternidade mostrou que o jovem Bruce Wayne estava completamente dedicado a honrar seus deveres para com ela. Contudo, ali também nasceu uma pequena jornada de brigas e desconfiança, até porque o senhor Wayne havia apresentado sua filha ao mundo, mas não contou com as formalidades para apresentar a Dick Grayson.
Victoria estava treinando no subsolo com Tim. O jovem estava com as pernas em volta do tronco de Vic, que decidiu ir para luta em solo jogando o corpo para trás para cair em cima das pernas de Tim e causar desconforto, o fazendo soltá-la por segundos preciosos. Ela rodou o corpo e ficou por cima o encarando com um sorriso estampado de satisfação. Vic segurou os punhos de Tim em cima da cabeça e bateu três vezes no tatame antes de o soltar e se levantar. Alongou o pescoço e encarou o mais novo a espera de um novo round. Ele não a decepcionou e seguiu para a troca de golpes. Tim girou e a acertou um golpe na nuca, trazendo certo desconforto. Então foi a vez de ela girar e chutar o peito de Tim, que caiu seco no chão. Vic correu em direção ao irmão e se ajoelhou desesperada. Não demorou para que ele caísse na gargalhada e a fizesse rir também. 
- Idiota! Quase me mata de susto! Pensei que tinha quebrado suas costelas! 
- Tinha que ver sua cara! Você caiu de novo, Vic! Palmas para o melhor ator desta casa! – Tim ria e se sentava de frente para Vic. – Não vai me quebrar, já disse. Confie em você. Esses golpes já estão bem calibrados. – Tim a viu arrepiar e olhar em direção as paredes. – O que foi, Vic? 
- Sei que está aí, senhor Wayne. Ainda tem medo de mim? – Bruce parou por uns instantes, apesar de pensar que estava acostumado com tudo aquilo. Ele, respirando fundo, adentrou a sala e se aproximou calmamente com as mãos nas costas. 
- Projeto Caos. – Aquelas eram as duas palavras que Victoria não gostaria mais de ouvir. Pareciam que tiravam sua legitimidade e sua nova e amada identidade.
- Vou dar um tempo para vocês. – O mais novo se levantou, cumprimentou Bruce com um estalar de mãos e saiu direto para o elevador. 
- Então conseguiram os arquivos. – Sorriu não muito surpresa e ajeitou sua postura para logo em seguida passar a mão na nuca. O maldito golpe de Tim, pensou. – Agora pode saber tudo sobre mim. 
- Foi difícil, mas consegui encontrar os arquivos sobre você. Nove anos e ainda me surpreendo de ainda ter acesso aos arquivos ultrassecretos. 
- Luthor é um homem esperto, mas é uma pena que use isso ao seu favor e para a destruição e dominação da sociedade. 
- Gostaria de me confirmar o que o dossiê diz sobre você? – Bruce perguntava enquanto pegava um banco de madeira para se sentar. – Ou apenas dizer o que você sabe? 
Quando Bruce se sentou, ela pôde perceber o arquivo em suas mãos. Era como reviver todas as vezes que presenciava um dos cientistas anotarem suas evoluções ou falhas. Cada imagem, cada seção. Tudo passava por seus olhos como um filme. Também a fazia lembrar das anotações que fez durantes os dois anos nas ruas de Gotham. Os problemas, as novas sensações, as idas e vindas de vários poderes, os apagões que tinha e até os dias em que se sentia completamente humana. Um turbilhão de emoções a cobria. Mesmo assim, se controlando e respirando fundo, ela removeu as faixas que envolviam suas mãos e encarou aquele que ela ainda estava se acostumando a chamar de pai. 
- Sou um projeto de engenharia genética. Tive uma base de seis super-heróis da elite da Liga, conhecidos como os fundadores da Liga da Justiça, incluindo o senhor. Além disso, tive desenvolvimento pessoal, treinamento de furtividade, letalidade e de lutas. Me ensinaram magia e controle das minhas células de maneira minuciosa, mas os processos não foram concluídos. Não fui produzida como o Projeto Kr, que demorou dias. Eu realmente fui criada do modo tradicional para que pudessem ter maior controle da minha personalidade, das minhas ações e dos meus pensamentos. Fui treinada minuciosamente para a perfeição, mas a genética foi mais teimosa que a criação e educação que me deram. 
- E como escapou de lá? – Vic não gostava de lembrar dessa parte, então decidiu resumir os fatos.
- Consegui causar uma falha de segurança. Não foi muito difícil, já que eles mesmos me ensinaram como fazer. – Sorriu. – Depois disso vim para Gotham. Nadei até Tricorner Yards e de lá me afundei pela cidade até chegar em Cape Carmine. Não há lugar melhor para o Caos que a cidade que é conhecida por isso. Me misturei aos criminosos para que Lex não me encontrasse e me levasse para mais uma das instalações de Cadmus para terminar o que havia começado. – Ela apertava os lábios lembrando das explicações que lhe davam sobre seu nome e sobre o que era. 
- Sabe que pode desabafar comigo. 
- Eles insistiam em explicar o motivo do nome do projeto. Eu ainda consigo ouvir suas vozes repetindo inúmeras vezes. Caos significa vazio primordial ilimitado e indefinido que deu a origem aos seres e realidades do universo. Que eu também era uma força catabólica e de separação, mas como um vazio, eu deveria ser preenchida por conhecimento. Alguns chamavam de yin e yang.
Um silêncio se instalou entre os dois. Bruce sabia que aquele assunto, por mais que ele acreditasse e presenciasse a maturidade que a filha tinha, de alguma forma, representava seus demônios. Ele tinha certeza de que Victoria havia passado por muito mais além daquilo, mas também respeitava o fato dela não estar pronta para conversar abertamente sobre. 
- Bom... Tenho boas notícias. – Ele começou a se levantar e a colocar o banco no lugar onde havia encontrado. – Uma surpresa, na realidade. 
- Vai me deixar fazer o teste de nivelamento para a universidade?! – Victoria já estava com o brilho nos olhos que Bruce tanto amava, mas ele iria desapontá-la. 
- Não, mas vou te apresentar a alguns amigos da Equipe de Operações Especiais. Tenho certeza de que está preparada para isso. 
- Bruce... eu não vou fazer parte da equipe enquanto o senhor não liberar o teste. Eu quero cursar a universidade. Dick estudou, Tim também. O senhor é um gênio formado em quase todas as áreas existentes neste mundo. É um polímata! Por que eu não posso ser um prodígio como vocês? Também tenho o direito de estudar. 
- Filha... – Bruce queria argumentar, mas foi impedido pela rapidez da filha.
- Pai, eu não aceito. Já lhe disse minhas condições. Se acha que estou preparada para a equipe, eu vou e me sinto lisonjeada por isso, mas eu quero a minha universidade antes e não aceito ser apresentada sem a garantia do teste. 
Bruce suspirou por longos instantes. Ele sabia que seu sangue corria naquelas veias e que sua genética, se assim fosse como ele desejava e imaginava, estaria gritando em seu corpo. Victoria, alguns dias depois de finalmente pisar na Mansão Wayne, se deslumbrou com todo conhecimento e tantos diplomas que o multimilionário tinha. O renomado senhor Wayne então se tornou exemplo e fonte de inspiração. Ela queria ser como ele e isso a fez ser completamente direta sobre seus objetivos após começar ter aulas mais profundas com Alfred. Victoria tinha sua vontade indomável e seria questão de tempo até que ela desistisse de ser a boa menina e ir atrás de seus sonhos por conta própria. Ela lhe daria trabalho assim como ele havia dado ao mordomo e tutor Alfred Pennyworth.
De fato, se tornaria malvisto se não a colocasse em alguma instituição para que começasse a estudar. Era o que ele havia feito com Dick e Tim e não poderia negar isso a filha. A sociedade começaria a cobrá-lo e isso afetaria a imagem das Empesas Wayne. Adiar já estava fora de questão, apesar de sua pequena insegurança paternal continuar gritando em seu subconsciente. Vencido e exausto, ele apenas suspirou. 
Todos têm medo, Bruce, mas também devem enfrentá-los
- Tudo bem. A levarei para fazer o teste na segunda-feira. Farei isso pessoalmente.
- Promete? – Ele afirmou com a cabeça.
- Agora você virá comigo para a apresentação? – Questionou em tom negociador.
- Claro, senhor Wayne. Apenas após a realização do teste. – Sorriu com audácia. – Só então será um prazer acompanhá-lo nesse passeio excitante até o quartel general da Equipe de Operações Especiais. – Victoria ouvia a risada abafada de Alfred do outro lado da parede e isso a fazia sorrir ainda mais. Em pouco tempo tudo estava melhorando drasticamente. Agora ela tinha um nome, casa e família.
-  Victoria, já disse para parar de invadir a mente alheia. – Disse a repreendendo.
- Eu sei, mas não resisti. – Com orgulho e um pouco de travessura, Victoria beijou o rosto do pai e seguiu para o quarto. Uma pequena vitória já lhe significava muito.
22 notes · View notes
snaerror · 2 years
Text
𝐘𝐕𝐄𝐒 𝐋𝐀 𝐁𝐎𝐔𝐅𝐅
                                    ʸ   ˢ ᵒ ʸ  ʳ ᵉ ᵇ ᵉ ˡ ᵈ ᵉ
o show já tinha começado a um tempo. ice já tinha consumido uma quantidade questionável de álcool, não o bastante pra estar fora de si mas pra ficar animado com as músicas café com leite do ex príncipe sapo porque digamos que ele preferia algo mais explícito e de baixo nível, ainda assim não era como se fosse deixar de dançar mesmo que ariel cantasse ópera. seria um desperdício ter aquela bunda se não fosse pra rebolar em qualquer oportunidade possível. ❪ eu já não sei o que fazer, duro pé rapado, com salário atrasado, ahh, eu não tenho mais por onde correr, já fui despejado, o banco levou o meu carro... ❫ a voz do snaer soava quase como um grito animado em coro com o resto das pessoas presentes no show, vez ou outra contrastando com um riso porque não fazia sentido nenhum alguém como ele cantar uma m musica como aquela como se identificasse. haviam alguns olhos sobre si e ele ignorava todos, mas um em especial era difícil, o de @yvcsstlabouff​ ele sorriu de canto se aproximando do amigo percorrerem o corpo do outro com os olhos, admirando a roupa, yves já sabia como estava já que ele que era o responsável. ❪ gostei do novo estilo, combina com você. ❫ o que não combinava não é mesmo? infelizmente ele só usava aquele tipo de roupa mais punk quase se encontrava como alex e particularmente seu álter ego parecia querer tomar seu corpo no momento porque quando o refrão começou sentiu uma necessidade de aproveitar a chance, parecia que um tipo de euforia atingiu o príncipe de gelo que começou a dar algumas saradas enquanto continuava cantando quase em um show nada particular na frente do la bouff. ❪ e se ficar comigo é porque gosta do meu rá rá rá rá rá rá rá lepo lepo. ❫ 
Tumblr media
7 notes · View notes
actualidadmotor · 1 month
Text
Karma Gyesera: El álter ego de Fisker presenta su berlina eléctrica
En estos días hemos sabido que Fisker Inc está pasando por una mala situación financiera. La empresa creada por el... http://dlvr.it/T47MyY
0 notes
aimeepadilla · 2 months
Text
Sugerencia de escritura del día¿Tienes un segundo nombre? ¿Tiene algún significado especial?Ver todas las respuestas Por Aimée Padilla cada uno lleva consigo una historia única, un relato entrelazado con lazos familiares y caprichos del destino en donde no tenemos ningún control. Mi segundo nombre, Elena, es uno de esos nombres que se oculta a los demás, asomándose solo entre los miembros más cercanos de mi círculo íntimo. Elena, ese nombre que resuena como un eco entrañable cuando alguien de la familia decide invocar mi segunda identidad. Pero, ¿de dónde proviene este nombre? ¿Hay algún significado especial detrás del nombre? Elena, derivado del griego Helénē, evoca imágenes de la antigua Troya y la figura mítica de Helena, cuya belleza desencadenó una guerra. Mi abuela materna, la original Elena en mi vida, nunca llegué a conocerla ya que falleció antes de que yo naciera. Es curioso cómo un nombre puede tejer conexiones a través de generaciones. De hecho en la familia hay otras Elenas, pero nos distinguimos porque, como buenas latinoamericanas acostumbramos a usar dos nombres. En mi caso, Elena no fue una elección inspirada por algún significado transcendental. No, mi segundo nombre es más bien un tributo personal a mi abuela, una manera de honrar su memoria. Ahora, el verdadero misterio radica en cómo un nombre que solo resuena en la intimidad familiar se escabulle en mi vida cotidiana. Cuando alguien en la calle grita “Elena”, no puedo evitar preguntarme si acaso se refieren a otra persona, porque créanme que ¡no volteo! Elena está reservado para la familia, y para mí es inconcebible que ese grito vaya dirigido a mí. En el juego de identidades, Elena es mi carta secreta, mi álter ego reservado para cenas familiares y eventos especiales. Al hablar conmigo misma, suelo adoptar la personalidad del segundo nombre: “Elena, ¿qué opinas sobre esto?” como si estuviera consultando a un oráculo. Y aunque no tenga un significado especial más allá de las conexiones familiares, Elena añade un toque de intriga y diversión a mi vida diaria. Así que, mientras continúo siendo “Elena” para la familia y “el otro nombre” para el resto del mundo, abrazo con humor esa dualidad de identidades que me ha regalado la historia familiar. ¿Elena? Sí, así es como me llaman en casa.
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
lettersivp · 2 months
Text
Te quiero". ¿Me quieres? ¿Para qué? ¿Me quieres para un día, para una noche o para que sea efímera en tu cama y no nos volvamos a ver? Dime para qué me quieres. Si me vas a prometer el mundo, el mundo de una noche y después vas a desaparecer o si después no vas a decir nada y te vas a quedar a mi lado unas cuantas vidas más. Joder, dime para qué me quieres, si tengo que ir haciendo las maletas a tus brazos o mejor me abro de piernas porque es para lo único que valgo. Para ti. Dímelo, que de ti depende este naufragio de mi álter ego descontrolado y sus impulsivas ganas de tirarse por el acantilado porque cree que le saldrán alas antes de besarte la boca y no se la hostiará contra el suelo. Dímelo, que esta niña incrédula del amor busca un abrazo que apriete cada vez más fuerte pero no se los deja dar porque les tiene miedo. Pánico a que esos mismos abrazos no le suelten, o a que la dejen demasiado rápido. Dímelo, porque si no la condenarás a buscar tus ojos entre la multitud y a llorarte cada noche en la ventana, dímelo, porque ya no sé si le queda tiempo a esta indomable chica en llamas. Que las cenizas de lo que una vez fuimos han volado en dirección contraria, se me han metido en los ojos y ahora no hay ni dios que los abra.
0 notes
trastornadosrevista · 3 months
Text
VUELVE EL FESTILAPTRA A CIUDAD CULTURAL KONEX
Celebrando su octava edición, el FestiLaptra regresa el próximo sábado 17 de febrero a partir de las 18 hs, y hasta bien entrada la madrugada, al Ciudad Cultural Konex. Con una destacada grilla que incluye a más de 10 bandas del género indie, el festival promete ser una experiencia inolvidable para todos los asistentes.
Tumblr media
Los bandas confirmadas para esta edición son: Santiago Motorizado, 107 Faunos, Antolín, Bestia bebé, Hojas por el Barrio, Javi Punga, Koyi, Las Ligas Menores, Media hermana, Nina Suarez, Reno y Tigre Ulli. Además, está programada una poderosa puesta en escena y una feria donde se podrán encontrar más de cincuenta lanzamientos del sello Laptra, disquera emblemática de la música indie argentina, que actualmente está celebrando 20 años de actividad.
Más que una productora discográfica independiente, Laptra es un referente cultural indispensable al momento de comprender la necesidad de apostar por la autogestión. Originaria de la ciudad de La Plata, aunque también con un pie en Buenos Aires, esta etiqueta formó un colectivo que reunió a grupos y solistas atravesados por una manera afín de atender al hecho artístico.
Para celebrar esa identidad sonora, así como su gestión por los proyectos emancipados, empoderados y atrevidos, la disquera concibió a mediados de la década pasada su propio espacio de exposición: el FestiLaptra.
Durante una misma jornada, los distintos actores del sello recrean los clásicos de sus respectivas obras, al mismo tiempo que aprovechan la convergencia para dar cuenta de su actualidad creativa. Es un festejo que versa sobre el crecimiento de Laptra, así como de la profundidad de un relato que nació con los grupos El Mato a un Policía Motorizado y 107 Faunos.
Los grandes artistas confirmados al FestiLaptra evidencian no sólo el crecimiento, sino también la pluralidad estética y generacional del catálogo de esta productora platense, cuyo gen encontró la inspiración en la dinámica y épica de sellos internacionales de la talla de Matador, Sarah, Creation y 99 Records.
Vale la pena destacar que de la mano de Laptra apareció el año pasado “Algo para decir”, el álbum debut solista de Nina Suárez que, en los balances de fin de año de los medios especializados en música, rankeó entre los mejores discos de 2023.
Como contraparte del indie raudo de la hija de Rosario Bléfari, en este capítulo del FestiLaptra se podrá disfrutar igualmente del dream pop Media Hermana. A mediados de 2023, la dupla lanzó a través del sello su nuevo trabajo, el EP Ideograma.
Asimismo, Súper terror, el más reciente disco de El Mató a un Policía Motorizado, fue publicado por Laptra conjuntamente con Primavera Label, brazo discográfico del festival español Primavera Sound. Se trata de la primera vez que un álbum de una productora independiente argentina es considerado, casi por unanimidad, el “Álbum del año” en todas las encuestas que se hicieron en nuestro país. La salida de ese trabajo coincidió con los 20 años de la fundación del grupo, lo que funcionó como excusa para su presentación en el mítico estadio Luna Park, plaza que aún les quedaba pendiente por hacer. Si bien El Mato no será de la partida en esta versión del FestiLaptra, sí estará su bajista y cantante, Santiago Motorizado, quien despidió el 2023 con un tándem de shows memorables, en el patio del Konex, acompañado por varios músicos amigos.
Bestia Bebé también tocará su flamante y contundente álbum, El Verano. Por su parte el hiperactivo Reno hará lo mismo con su disco, Caricia. En tanto que Antolín revisitará una vez más su patente de 2022, Ladrón de almuerzos.
Las Ligas Menores adelantarán sus próximas canciones durante su intervención, mientras que su ex bajista, María Zamtlejfer (ataviada por su álter ego Trigre Ulli), seguirá defendiendo su disco La bruma.
Este encuentro artístico será una ocasión idónea para disfrutar nuevamente del repertorio clásico de 107 Faunos, así como del mítico Javi Punga, y de los inigualables Koyi y Hojas por el Barrio.
Las entradas ya se encuentran a la venta a través de Ticketek.
0 notes
unblogparaloschicos · 5 months
Text
TV: Marshall Gregson
Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media
Tara Gregson (la maravillosa Toni Colette) parece una esposa y madre ejemplar: ama profundamente a su siempre paciente esposo Max (John Corbett), a su hija, la típica adolescente rebelde Kate (la ganadora del Oscar y luego Capitana Marvel, Brie Larson) y a su hijo, el intelectual y cinéfilo empedernido Marshall (Keir Gilchrist, prácticamente un especialista en papeles de jóvenes con problemas mentales, a quienes interpretó en el filme "It's Kind of a Funny Story" o la serie "Atypical"). Sin embargo, el panorama familiar la convierte en la más problemática del clan, puesto que, de vez en cuando, emergen de algún lugar de su mente otros personajes indeseables que complican cada día.
Marshall tiene, al comenzar la serie, catorce años. Chico hipersensible y responsable que, sin embargo, padece episodios de enuresis (se orina inconscientemente en su cama). En cierta ocasión, le echa el ojo al apuesto Jason (Andrew Lawrence) cuando ambos preparan un espectáculo cristiano. La relación parece encaminarse hacia buenos rumbos (incluso, en un momento de embriaguez, le "roba" un beso cuando su Adonis parecía dormido; éste se despierta y le devuelve el gesto, apasionadamente), pero "T", el álter ego adolescente de Tara, hace su aparición para lanzarse apasionadamente sobre el muchacho justo en el instante en que el pobre de Marshall ingresa al granero en el que estaban. Conclusión: Jason se va avergonzado, "T" queda anonadada y Marshall incendia el lugar.
Tras reconciliarse con su madre, Marshall descubre que en la escuela hay una mesa en la que suelen sentarse chicos gays. Allí es donde conoce al temperamental Lionel (Michael Willett) y a su amigo Alex (Tye Olson). Sin embargo, el adolescente comienza a cuestionar su sexualidad y forma pareja con su también compañera Courtney (Zosia Mamet). La relación dura un tiempo hasta que, tras un encuentro sexual poco placentero entre ambos, Marshall confirma a sí mismo y a su familia que, en efecto, es gay. De ahí en adelante, la perspectiva de su vida lo impulsará a una mayor búsqueda sobre sí mismo, aunque casi siempre estará acompañado por Lionel y su mirada ácida que no dejará de meterlo en problemas... drogas incluidas. Y lo dejará por un tiempo para caer en los brazos de Noah (Aaron Christian Howles) mientras ambos preparan un cortometraje sobre la experiencia de vivir con una madre con personalidades múltiples para presentar en un festival de cine en Nueva York. Sólo para admitirse que nunca ha dejado de amar a Lionel.
Creación de la ganadora del Oscar Diablo Cody ("La joven vida de Juno", 2007), la serie, que tuvo tres temporadas entre 2009 y 2011, fue producida por el gran Steven Spielberg para la cadena Showtime. La historia de una pobre mujer que padece trastorno de identidad disociativo (es decir, de vez en cuando le surgen personalidades múltiples) y cómo su problema influye en su familia, transita entre el drama y grandes pinceladas de humor negro.
youtube
1 note · View note
akuworld777 · 7 months
Text
Habia empezado como una broma, capas una venganza, habia sido una noche larga, el Bart y Tim estaban jugando verdad o reto, mientras Cassi dormia, probablemente si ella no estuviera dormida esto no ubiese sucedido pero ella estaba dormida, Tim acababa de hacer un reto y ahora le tocaba a él, Tim lo miró con su sonrisa característica esa que ponía siempre que se le ocurría un plan para arruinar la vida de un villano o la que ponía cuando planeaba bromas a Bruce. La pregunta de si prefería verdad o reto se sintió extra difícil pero decidió que el mejor curso de acción era reto, lo cual mucho más adelante lamentaría.
Tim pronunció el reto con puro deleite "Escribe en tu cuenta de Twitter de superboy feliz día del padre y menciona a superman y Lex Luthor"
En ese momento cabe destacar el no esperaba que se fuera tanto de las manos, en realidad pensó que esto habia sido bastante tranquilo para Tim, así que acepto el reto y publico exactamente eso.
Superboy✅ @Superman @LexLutho. 16 junio
Feliz día del padre a mis papás
Después de eso ignoró su celular y jugo un par más de rondas antes de decidí ver una película y luego dormir.
A la mañana siguiente se puede decir tranquilamente que todo Estado Unidos estaba entrando en crisis y pronto hubieron #como? #SuperLex #Delodioalamor #LexySupermansonex #PoresoLexloodia #Sondoshombres¿como? #biologiaextraterreste #LexLuthor #Superman
Y mientras dormia sin saber nada de esto avían otras dos personas que no podían hacer eso.
-----------------------------------------------
Lex esta a teniendo un buen día, ayer avían vendido bastante usando la temática del día del padre y ahora el se proponía relajarse.
Ni dos minutos después de ese pensamiento fue que escucho la vos de su secretaria Mercy pidiendo hablar rápido, eso era extraño de ella por lo que le permitió pasar para ver que sucedía, si en ese momento lo hubiese sabido no la abría dejado entrar y abría permanecido ignorante todo el tiempo que pudiera
Mercy le mostró una tableta en Twitter, al principio no entendió que pasaba hasta que vio el comentario, o no, no ,no ,no, ni lo dudo y grito por el departamento de Relaciones Públicas esto tenía que tratarse ahora.
Dos horas después todo el mundo parecía coincidir que lo que tenía que hacer era reclamar a Kon como su hijo y decir que superman lo habia engañado...
-------------------------------------------------------
Clark estaba teniendo un gran día, su hijo Jon le habia dado un regalo ayer por el día del padre y hoy lo llamaron por el trabajo por que aparentemente tenia una gran historia para que el trabajara...
La historia era sobre el, bueno no sobre el sobre superman y eso no sería realmente raro ya que habia echo muchas historias antes sobre su álter ego el problema era que esto era sobre Kon, sobre su supuesta relación con Lex y su supuesta biologia extraterrestre que aparentemente podía embarazar hombres....
No lo pueden culpar por llamar a Bruce apenas se entero eso habia sido un reflejo y se dio cuenta bastante tarde de que llamar a Bruce lo ayudaría y lo condenaría por que ni dos minutos después de llamar vio como Bruce Wayne contestaba el mensaje se su hijo y básicamente lo reclamaba como sobrino o novio de su hijo el mensaje era muy largo y muy Brucie como para poder darte cuenta de todo incluso si lo leías mucho te seguías sobrecargado con la energía Himbo del mensaje, aunque eso ayudó ya que los # cambiaron de gritar sobre como el y lex tenían algo a gritar sobre como Bruce aparentemente conocía y era amigo de lex o superman o los dos y aparentemente era el padrino.
#quehijodeBruceestasaliendoconsuperboy #TimDrake #Superboy/Tim #DickGrayson #Superboy/Dick #CassandraCain #Superboy/Cass #Bruceelpadrino #Bruceelmejorpadre #Bruceelmejortio #BrucetioSuperboysobrino
Holis este au lo avia visto en un tik tok así que la idea original no es mía, actualmente perdí el video y no se quien fue el que lo hizo aunque se que fue una mujer además de que era en inglés así que todos los créditos a ella y si alguien puede encontrar el tik tok no dude en ponerlo en la comentarios así la menciono aquí 🥰
1 note · View note
4rtific · 8 months
Text
9 DEER
9 Deer es uno de los Álter Egos de Isaí “Vacnor“. Ampliamente reconocido en la escena del Electro Dance por su fuerza y fluidez. Su incursión en el baile contemporáneo y el sonido puerquísimo de techno es inconfundible para un degustador de la música electrónica futurista y elegante.
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
abyssreal · 11 months
Text
🎨  *  ―   𝙐𝙉 𝙋𝙊𝘾𝙊 𝙎𝙊𝘽𝙍𝙀 𝙆𝙀𝙉.  (  como recordatorio: la historia de ken está en constante revisión para adaptarla conforme a su evolución en el rol.  )
han jinwoo, tercer hijo del músico soohyuk, alcanzó fama internacional a los 13 años al protagonizar la comedia musical de disney channel enter the dragon, interpretando a miles song y su álter ego. el triunfo inmediato de la serie, lo llevó a firmar con hollywood records un mes después de su estreno en televisión. durante sus cuatro temporadas y dos películas, grabó de forma simultánea los álbumes de la banda sonora y sus primeros trabajos como solista. al tiempo que se embarcaba en varias giras musicales, convirtiéndose en el artista más exitoso en la historia de la compañía. tras el fenómeno causado en el público, tanto en audiencias como en las listas de ventas, el muchacho que se dio a conocer mundialmente como "ken" consolidó su estatus de ídolo adolescente, siendo acompañado por el título de «rey de disney» que marcaría la etapa como estrella juvenil del artista.
0 notes
jagerhernan · 1 year
Text
📽️ Cine Teatro Paramount en Caseros
Este jueves 2 de marzo continuá disfrutando de la cartelera de #EspacioINCAA en el Cine Teatro Paramount (3 de febrero 2561, Caseros), con “EL MÉTODO TANGALANGA”. ▶ Sinopsis: Buenos Aires, 1962. La vida de Jorge Rizzi, un tímido empleado corporativo, da un giro cuando participa de una sesión de hipnosis que lo libera de sus inhibiciones. Esta experiencia saca a la luz a su álter ego desenfrenado…
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
gwendolynespace · 1 year
Text
Ghost-Spider (Spider-Gwen)
Una adolescente de espíritu libre que encontró su vocación de superheroína después de que una araña radiactiva la mordiera, lo que le dio poderes arácnidos. Como Ghost-Spider, ayuda a quienes lo necesitan, pero tiene que mantener su álter ego en secreto ante su padre, el capitán George Stacy, quien piensa que Ghost-Spider es más una amenaza que una heroína.
Poderes, capacidades y equipamiento:
Resistencia, agilidad, fuerza sobrehumana.
Puede adherirse a superficies con manos y pies.
Sentido arácnido que le avisa cuando hay peligro.
Disparadores de telarañas orgánicos con los que puede crear hilos, capullos o alas de telaraña. Con las alas, puede planear en corrientes de aire.
1 note · View note
objiowillian · 1 year
Text
¡NUESTRO ÁLTER EGO!
Literalmente, el ego es el “yo” y el alter ego es el “otro yo”. Del primero somos conscientes. Es lo que llamamos personalidad, aquellos rasgos que nos definen y nos diferencian.
El alter ego, en cambio, habita más en nuestro mundo inconsciente .
Para crear a tu alter ego, elige a alguien o a algo que admires.
Puede ser una persona, un objeto o un animal que posea ciertas cualidades o “superpoderes” que te parezcan deseables.
El alter ego[1]​[2]​[3]​ (que en latín significa «el otro yo») es un segundo yo, que se cree es distinto de la personalidad normal u original de una persona. El término fue acuñado en el siglo XX cuando el trastorno de identidad disociativo fue descrito por primera vez por los psicólogos.[4]​ De una persona que tiene un alter ego se dice que lleva una doble vida.
Representación artística para comprender el concepto del alter ego.
Un significado distinto del alter ego se puede encontrar en el análisis literario, en el que se describen los personajes en diferentes obras que son psicológicamente similares, o un personaje de ficción cuyo comportamiento, lenguaje o pensamientos intencionalmente representan los del autor. También se utiliza para designar el mejor amigo de otro personaje en una historia. Asimismo, el término alter ego se puede aplicar a la función o persona asumida por un actor[5]​ o por otros tipos de artistas.
La existencia del otro yo fue reconocida por primera vez en el año 1730. Anton Mesmer usó la hipnosis para separar el alter ego. 
El alter ego también se utiliza para referirse a los diferentes comportamientos de una persona que pueden aparecer en ciertas situaciones. Algunos términos relacionados incluyen el avatar, el doppelgänger, y la doble personalidad.
Datos web
0 notes
adominguezs · 1 year
Photo
Tumblr media
Pink Floyd - The Wall Año 1979. Edición USA. Remasterizado 2016. Rock Progresivo. Pink Floyd Records. Es el undécimo álbum de estudio y el segundo doble, publicado en 1979. Se grabó entre abril y noviembre bajo la dirección del productor Bob Ezrin y de los miembros de Pink Floyd David Gilmour y Roger Waters. Fue lanzado el 30 de noviembre del mismo año en el Reino Unido y el 8 de diciembre en los Estados Unidos. Este disco doble es un álbum conceptual que nos retrata la vida de una estrella ficticia del rock llamada Pink, basado en las vivencias del mismo Waters, convirtiéndolo así en una especie de álter ego antihéroe. Descrito por Roger Waters, Pink se reprime debido a los traumas que la vida le va deparando: la muerte de su padre en la Segunda Guerra Mundial, la sobreprotección materna, la opresión de la educación británica, los fracasos sentimentales, la presión de ser una figura famosa en el mundo de la música o su controvertido uso de drogas sumado al asma, entre otros, son convertidos por él en «ladrillos de un muro metafórico» que lo aísla, construido con el fin de protegerse del mundo y de la vida, pero que le conduce a un mundo de fantasía autodestructiva. Pink Floyd - Roger Waters - Voz, Bajo. - David Gilmour - Guitarra. - Richard Wright - Teclados. - Nick Mason - Batería. Producción - Bob Erzin - Productor. - Roger Waters - Productor. - David Gilmour - Productor. - James Guthrie - Remastered. - Bernie Grundman - Remastered. - Joel Plante - Remastered. #musiccollection #coleccióndemúsica #vinilos #viniloschile #viniloslp #rock #sharemusic #compartirmúsica #lp #vinylrecords #pinkfloyd (en Villa Presidente Rios, Higueras) https://www.instagram.com/p/Cm5Vbl8Ockx/?igshid=NGJjMDIxMWI=
0 notes
soy--contradiccion · 1 year
Text
Mañana serás tú álter ego
¿Qué mejor que probar champ en ranked?
Obviamente no hablo de un juego...
Pero, usted juegue...
Kemásdá ¯⁠\⁠_⁠(⁠ツ⁠)⁠_⁠/⁠¯
Mire que este será el momento más adecuado e impertinente para hacerlo,
Lo cual lo hace más interesante
¿O NO?
Pues sí, como sea... Da igual
Pues sí, como sea...
Pues sí...
Pues ¿Cómo era?
1 note · View note
emeeelebe · 2 years
Text
Tumblr media Tumblr media Tumblr media
Álter ego, técnica mixta, 2022.
1 note · View note