POEMAS AOS HOMENS DO NOSSO TEMPO.
X
Amada vida:
Que essa garra de ferro
Imensa
Que apunhala a palavra
Se afaste
Da boca dos poetas.
PÁSSARO-PALAVRA
LIVRE
VOLÚPIA DE SER ASA
NA MINHA BOCA.
Que essa garra de ferro
Imensa
Que me dilacera
Desapareça
Do ensolarado roteiro
Do poeta.
PÁSSARO-PALAVRA
LIVRE
VOLÚPIA DE SER ASA
NA MINHA BOCA.
Que essa garra de ferro
Calcinada
Se desfaça
Diante da luz
Intensa da palavra.
PALAVRA-LIVRE
Volúpia de ser pássaro
Amada vertigionsa.
Asa.
2 notes
·
View notes
Forever
Sentia meus lábios entorpecerem e a minha visão se tornar turva a cada segundo que se passava. Os olhos vidrados nas luzes que piscavam incansavelmente, num ritmo singular e à sua própria melodia.
Azul, lilás e rosa.
Num jogo de luz e sombras, que ora iluminavam seu rosto, ora afastavam-no do meu alcance. Eu me guiava pelo seu riso. Seus dentes a mostra e o som da sua gargalhada única, e cada vez mais distante, me ajudavam a encontrar o caminho de volta para casa.
Do colchão da sala de estar ao ambiente fechado e escuro que nos beijamos pela primeira vez. O local estava cheio; o ar rareava. Era difícil respirar em meio à tantas pessoas a nossa volta; mas, deitadas, eu conseguia sentir o toque das suas mãos acariciando minhas coxas. Um cenário que, agora, mal consigo sentir. De ambas as formas. Mas, naquele momento, era a nossa realidade.
A música alta, o calor dos corpos, a bebida que já fazia efeito. O carnaval que nos ocupava o peito. O entusiasmo de nos reencontrarmos naqueles instantes: onde tudo começou e onde tudo teve seu fim.
Acreditávamos que o infinito era nosso ponto de encontro, mas nós nunca o tivemos. Os abraços, os beijos, os carinhos que percorriam a pele, o entrelaçar de dedos e o arrepio do encaixe. Tudo já era anunciado.
Infinito,
enquanto dure.
meleazedume
5 notes
·
View notes
HUNTER SCHAFER | Ralph Lauren, January 2020
7K notes
·
View notes
Tenho habitado memórias suas mais do que gostaria. Lembro do teu cheiro no incenso que queima à beira da janela ou no shampoo com aroma adocicado que me recorda seu peito junto ao meu.
Em segundos, milhares de pensamentos me invadem e me fazem questionar 'e se?'. E se os problemas tivessem sido menores? E se as dores não tivessem nos dilacerado? E se não tivéssemos nos perdido em meio aos erros e acertos e dúvidas intermináveis? E se você ainda dividisse um colchão comigo?
Tento dar fim às ideias e aos ideais que minha cabeça cria com a tentativa de respirar o máximo que posso, mas o ar se esvai. Conto até três na expectativa de recobrar a consciência e entender que tudo vai ficar bem, assim como o mantra que tento entoar todas as vezes que adentro a sala sem cor da psicóloga para contar que já não sinto mais sua falta. Mas minha boca fala e a linguagem do meu corpo entrega o que tento esconder.
Te procuro aqui dentro para, enfim, tentar te colocar para fora. Não ouço mais seu riso atravessando o corredor,
mas sua falta ainda ecoa em mim.
1 note
·
View note
Credits belong to owner x
620K notes
·
View notes