Tumgik
dentesguardados · 2 months
Text
Tumblr media
André Masson (French, 1896-1987) - La vie d'une fleur, oil and Ripolin on panel, 45.7 x 55.3 cm (1957)
1K notes · View notes
dentesguardados · 2 months
Note
contato com o leitor é algo que tem alguma importância de fato/faz diferença ou é está mais atrelado ao rol das obrigações da profissão?
Na imensa maioria dos casos eu não vejo como obrigação, embora existam essas situações também: às vezes me pego comparecendo a um evento, conversando com pessoas sobre meus livros ou dando atenção a leitores na internet porque faz parte do jogo, porque é uma questão de cordialidade. Mas em geral me engajo com os leitores por interesse próprio, porque essa troca ajuda a dar sentido aos livros e ao meu trabalho, à motivação e vontade continuadas de seguir escrevendo e publicando. Em anos recentes experimentei como nunca antes o quanto o empuxo da criatividade e da motivação pra seguir escrevendo é frágil e pode simplesmente se esvair. Uma contato bacana com um leitor pode me resgatar desse fosso. Porque me lembra que a expressão é o encontro de uma coisa com outra, ela não se propaga no vácuo. Busco moldar meu contato com leitores privilegiando as formas que me parecem mais verdadeiras e recompensadoras: por exemplo, os diálogos suscitados pela minha newsletter, por esse blog, por encontros presenciais, por emails enviados por alguém que me leu. O contato mediado por redes sociais, pela disputa de atenção na timelines e na cloaca do "conteúdo" das mídias digitais, esse considero uma distração e um fardo. Vou tentando achar as medidas, reduzindo o que me traz opressão espiritual ou senso de obrigação, alimentando o que incrementa minha satisfação com aquilo que faço e a satisfação de quem me procura pra compartilhar, agradecer, elogiar, criticar, corrigir, perguntar.
0 notes
dentesguardados · 2 months
Note
Oi, Daniel!
Tu já leu o Mark Fisher? Li uma entrevista sua em que citam o Fisher (não me lembro se foi você que falou, necessariamente), mas fica aí a pergunta. Abração
Li Realismo capitalista. Foi importante pra cristalizar meu entendimento sobre o verdadeiro peso do mecanicismo e do economicismo sobre as mazelas individuais na vida nesse milênio: Fisher tinha uma retórica convincente e quase poética pra falar dessas coisas a um público millenial, trazendo as análises de cultura pop et cetera. Lembro de achar que a esperança dele -- de que o realismo capitalista, longe de um fim da história, é uma oportunidade pra pensar e instalar novas formas de política e mercado -- era um pouco mal formulada, pouco convincente. Mas em retrospecto acho que foi uma avaliação injusta. Como culpá-lo? Qual é o pensador que ousa ir além de diagnósticos lúcidos e retoricamente eficientes hoje em dia? A resistência anticapitalista que nos cabe às vezes parecer ser mais uma questão de honra e ética do que um objetivo revolucionário.
0 notes
dentesguardados · 2 months
Note
Oi, Daniel!
Tu já leu “Lolita” ou alguma outra coisa do Nabokov? Curte?
Li Lolita e não fez minha cabeça. É esteticamente admirável, mas não é o tipo de investigação da alma humana que me comove. Não li outros do Nabokov. Mas gosto muito das lições de literatura dele, recentemente reeditadas pela Fósforo.
0 notes
dentesguardados · 2 months
Note
Fez facul? Se sim, que curso e p q?
Eu fiz publicidade e propaganda na UFRGS. Fui parar lá porque gostava de design gráfico e achava que terminaria trabalhando com isso. Sobre a publicidade eu não tinha entendimento nenhum, mas o curso rapidamente me despertou aversão e senso crítico em relação a ela (tudo começou quando um professor tentou me convencer que o marketing não cria necessidades e apenas identifica as que o consumidor já possui; saí daquela aula com uma raiva que transbordou em toda minha visão de mundo). Devo à faculdade de comunicação da UFRGS meu início como escritor: foi lá que conheci outros alunos interessados em literatura e publicação online, e onde cursei disciplinas optativas que eram, na prática, oficinas de escrita ministradas por professores das Letras. Demorou um semestre pra eu saber que nunca seria publicitário e que dedicaria meus esforços a escrever ficção, publicar e trabalhar no meio literário.
1 note · View note
dentesguardados · 2 months
Note
sem querer soar polemista nem te pôr em encrenca com figuras nacionalmente conhecidas... mas o que tu acha do Paulo Coelho? no exterior, ao saberem que eu era brasileira e eventualmente entrar em assuntos de literatura, foi o único autor brasileiro mencionado/lido por estrangeiros que conheci. e eu nunca o li.
abraço.
Não li quase nada do Paulo Coelho também, passei os olhos em trechos de livros, aquela coisa. Não sei se eu consigo achar algo dele. Foi um fenômeno cultural e de mercado que aliou uma prosa competente às ondas da auto-ajuda e do misticismo new age. Suscitou muitas polêmicas em torno dos critérios do público e das editoras, da imagem do Brasil lá fora, da alta e baixa literatura et cetera. E passou. Quando penso nele o que mais sobressai é que se posicionou publicamente na resistência ao neofascismo recente no Brasil, e também que defendeu a pirataria como recurso de acesso universal aos livros, apoiando os downloads ilegais da própria obra. Fez ler muita gente que não lia, mas ao custo de normalizar uma escrita rasa e complacente com o leitor. De todo modo, Paulo Coelho nunca me pareceu ser uma discussão que interessava. E o fato de ser o autor brasileiro mais reconhecido quando se interpela estrangeiros (ao lado talvez de Jorge Amado) diz algo sobre a cultura brasileira e nossas políticas culturais, diz algo sobre os apelos da escrita Paulo Coelho, mas também diz algo sobre o juízo estético dos estrangeiros, que não podemos idealizar como leitores necessariamente sofisticados.
1 note · View note
dentesguardados · 2 months
Text
Os grandes causadores de violência tomaram coragem ao considerar como a força mecânica, cega, é soberana em todo o universo. Olhando o mundo melhor do que eles, nós encontramos maior encorajamento se considerarmos como as forças cegas inumeráveis são limitadas, combinadas em um equilíbrio, levadas a concorrer para uma unidade por algo que não compreendemos, mas que amamos e nomeamos beleza. -- Simone Weil, O enraizamento
4 notes · View notes
dentesguardados · 2 months
Photo
Tumblr media
garden of tears, 2010, lieko shiga
128 notes · View notes
dentesguardados · 2 months
Text
Tumblr media
7 notes · View notes
dentesguardados · 3 months
Note
Olá, Daniel! É correto afirmar que os personagens das suas obras são figuras melancólicas?
É correto. Mas pode ser incorreto também. Ou correto e incorreto ao mesmo tempo. Ou nem correto nem incorreto.
0 notes
dentesguardados · 3 months
Note
Galera, vc é gremio ou colorado?
Sou gremista. Mas de uns anos pra cá me desinteressei quase por completo do futebol. Segue sendo um bom pretexto ocasional pra beber ou falar besteira com amigos, mas nem sei o que acontece com o Grêmio. Um efeito colateral de escrever o perfil do Felipão pra Piauí foi entender que eu nunca tinha gostado de futebol; tanto o esporte em si quanto o ecossistema todo, os valores, a cultura. Mas há ocasiões -- jogos decisivos, Copa do Mundo -- em que o encantamento renasce temporariamente.
2 notes · View notes
dentesguardados · 3 months
Text
“When I first started falling by choice, I noticed a blind spot. Somewhere after the beginning and before the end of the fall, there was darkness.” 
-- Nancy Stark Smith
4 notes · View notes
dentesguardados · 3 months
Text
Tumblr media
151 notes · View notes
dentesguardados · 3 months
Text
Tumblr media
(x)
420 notes · View notes
dentesguardados · 3 months
Text
Tumblr media
6K notes · View notes
dentesguardados · 3 months
Text
“Nostalgia for a lost world can be clothed in numerous forms, and generally it is the act of cowards, of those who only know how to whine for what they claim to love, who avoid or know how not to come across the possibility of fighting. Behind the façade, there is first of all only nervous depression, violent and incoherent noise, aesthetic reverie and chatter. When one man among others, in this world where the simple representation of the act has become an object of nausea, tries to engage the fight for the ‘recovery of the lost world,’ he creates a void around himself, he meets only the infinite evasion of all those who have taken upon themselves the task of knowledge and of thought: for it is almost impossible to imagine a man who thinks without having the constant worry of eliminating from the course of his reflections everything that could contract and threaten to explode.”
— Georges Bataille, Acephale, pg. 103
54 notes · View notes
dentesguardados · 3 months
Text
Tumblr media
Rick Amor (Aus 1948)
Shark in a Wave (2002)
Oil on canvas
2K notes · View notes