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DIA 14 DE ABRIL DE 2024: “ A SENHORA DE DUBUQUE”, ALBEE PURO E DURO NO TRINDADE ***** E UM BIFE NA SALA MARIA KEIL DA CERVEJARIA TRINDADE NA COMPANHIA DE AMIGOS E DA MINHA FILHA RENATA . DOMINGO QUASE PERFEITO EM TEMPO DE VIUVEZ: ontem assistimos no Trindade a teatro de alto nível com interpretações excelentes. Imperdível .Sim, é Edward Albee puro e duro o de A Senhora de Dubuque, peça estreada em 1980 na Broadway sem grande êxito , mas que, nos últimos anos, tem tido sucesso , no circuito Off Broadway e em Londres . Do autor de “Quem tem medo de Virginia Woolf” estreou por fim em Portugal ,. Devemos a Álvaro Correia este olhar de Edward Albee sobre uma certa burguesia na América dos anos 70 do século passado, onde ressoam os nossos dias. Com Cucha Carvalheiro, Manuela Couto e Fernando Luís nos papéis principais seus parceiros do seu tempo da Comuna .A peça começa com três casais a jogar às 20 perguntas , em casa de Jo e Sam. Apesar da tensão criada pelo jogo, e pelo álcool, o grupo parece estável e divertido. Contudo, isso altera-se e a animosidade surge e as boas maneiras vão-se esfumando. Até que aparece inesperadamente um novo casal, uma mulher elegante, de vestido preto, e um homem sofisticado, e isso expõe ainda mais o potencial destrutivo do grupo.Apenas a anfitriã doente cria uma relação empática com a enigmática mulher. A pergunta inicial coloca-se: será a sua mãe ou um anjo da morte? Este é o ponto fulcral da peça que estreou em 1980 na Broadway uma das peças malditas de Edward Albee. Motivado pela vontade de voltar a trabalhar com Cucha Carvalheiro e Manuela Couto, atrizes com quem partilhou o palco durante vários anos na Comuna, Álvaro Correia descobriu em A Senhora de Dubuque “uma peça que parece ressoar de uma maneira mais forte, hoje, do que na época em que foi escrita”. Albee escreveu-a “ao longo de uma década, desde finais dos anos 60 [do século XX], os anos da presidência de Nixon, passando entretanto pelo Watergate, que pôs em causa a confiança na democracia, e pelo fim da guerra do Vietname.” Álvaro Correia descortina neste “teatro de múltiplas camadas” um retrato da decadência do país mais poderoso do mundo – e “a maior democracia” – a partir da decadência das suas elites intelectuais. O declínio do Tio Sam através de “uma burguesia consumida pelo álcool, invariavelmente destrutiva e que se insulta sem piedade”. Como refere Correia, “esta peça é, a par de A Delicate Balance, aquela que em Albee nos oferece a melhor metáfora sobre o nosso declínio civilizacional.”A melhor maneira de apresentar essa metáfora é através da morte, e A Senhora de Dubuque é uma peça sobre uma mulher a morrer, um marido que a cuida e uma misteriosa personagem que surge, “quem sabe se do inferno”, para encaminhar a alma da mulher moribunda. Em volta, “instala-se o caos, a crueldade, a tensão permanente e a risibilidade.”Álvaro Correia sublinha ainda uma característica desta peça, a forma como as personagens, oito no total, falam para o público, “como se fosse necessária uma nona personagem, o público como cúmplice”.Quando todos se retiram, surgem na casa Elizabeth e o seu companheiro negro, Oscar (Alberto Magassela). Com Jo a repousar no quarto, Sam surpreende-se com aquela inesperada presença e interpela-os sobre o porquê de ali estarem. Elizabeth anuncia ser a mãe de Jo, mas Sam sabe muito bem que a anunciada “senhora de Dubuque” não o é. Ela é um “anjo da morte, inspirada na figura de Hécate, deusa grega a quem se atribuiu ser senhora das encruzilhadas. E está ali para encaminhar Jo para a morte.” Com cenografia e figurinos de Nuno Carinhas e desenho de luz de Manuel Abrantes . Felizes com a experiência fomos depois jantar na cervejaria Trindade na sala Maria Keil .

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DIA 13 DE ABRIL DE 2024 :A EXPLOSÃO DA LIBERDADE PELOS OLHOS DO TEATRO FLORESTA DE CARTAZES NO FOYER , « A SORTE QUE TIVEMOS «  NA SALA PRINCIPAL , EXPOSIÇÃO COM A EPHEMERA NA GALERIA DO TEATRO . NO JOAQUIM BENITE A LUTA PARA QUE A DIREITA NÃO ENTERRE O 25 DE ABRIL : para celebrar o cinquentenário do 25 de Abril a Companhia de Teatro de Almada apresenta a produção “ A sorte que tivemos um espectáculo sobre Abril “ . Em entrevista a encenadora Teresa Gafeira esclareceu que deu total liberdade aos quatro dramaturgos a quem encomendou os textos - apenas com ressalva na ideia retirada de Espinoza da contraposição do estado de tristeza ao estado de alegria- para o filósofo a tristeza induz a letargia e pelo contrário a alegria potência a acção . Gafeira fundiu os textos de Antonio Cabrita, Jacinto Lucas Pires , Patrícia Portela e Rui Cardoso Martins sem nunca identificar o que é de cada um e juntou depoimentos e vídeos da época .Os textos movem-se todos no período revolucionário excepto o de Jacinto Lucas Pires situado no  “agora”.  Esta colagem de textos retalhados não diacrónica gera um caleidoscópio de perspectivas para um público cuja maioria não viveu o 25 de Abril .Actores muito empenhados e música original de Martim Sousa Tavares .No foyer do teatro azul está uma fantástica explosão de antigos cartazes de teatro de combate e na Galeria está a exposição A EXPLOSÃO DA LIBERDADE PELOS OLHOS DO TEATRO Co-apresentação: Arquivo Ephemera / CTA com documentação de José Pacheco Pereira e Rita Maltez e concepção plástica de José Manuel Castanheira. Desde o teatro de arte até à ‘revista à portuguesa’ – de cariz mais popular e satírico -, que os mais diversos grupos levaram à cena na segunda metade da década de 70. Na Galeria do Teatro olhar para o País com que os soldados do MFA e os artistas que participaram nessas campanhas se depararam, entre 1974 e 1975. O meu olhar e sempre muito duro e crítico sobre estas evocações do 25 de Abril . NÃO ESQUEÇAM QUE EU FUI DOS QUE TERESA GAFEIRA VIU EMBARCAR .

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DIAS 13-14 DE ABRIL DE 2024 : FIM DE SEMANA NO TEATRO -HOJE EM ALMADA “ A SORTE QUE TIVEMOS “ UMA PEÇA COMEMORANDO ABRIL E AMANHÃ NO TEATRO TRINDADE “ A SENHORA DE DEBUQUE “ DE EDWARD ALBEE.; ESPARGOS VERDES COMPRA DO DIA : o tempo está contado e tenho que o aproveitar enquanto consigo …Hoje na companhia dos amigos Ferro vamos a Almada assistir a “A sorte que tivemos !”um espectáculo da CTA sobre Abril com textos , de António Cabrita, Jacinto Lucas Pires, Patrícia Portela e Rui Cardoso Martins | música original de Martim Sousa Tavares | com encenação de Teresa Gafeira.Como de costume jantamos no restaurante do teatro e aproveitaremos para ver a galeria do teatro a exposição “ a explosão da liberdade nos olhos do teatro” . No domingo iremos em Lisboa ao Teatro da Trindade ver a “ Senhora de Debuque “ de Edward Albee . Tenho a alegria de ter a companhia da Renata . Iremos depois jantar a cervejaria Trindade o icónico bife. A compra do dia foram uns espargos verdes biológicos de uma produtora do Magoito . O calibre invulgar e da dimensão do dos espargos brancos de Navarra !

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27 DE MARÇO A 1 DE ABRIL DE 2024 : EM BERLIM UM ANEL DE WAGNER MUSICALMENTE MAGNÍFICO COM ENCENAÇÃO DEFEITUOSA DE TCHERNIAKOV ;. LOUVOR A PHILIP JORDAN E À ORQUESTRA (1) : em Berlim assisti a um “Anel do Nibelungo” de Richard Wagner de enorme qualidade musical com um elenco estelar ! A Staatskapelle herdeira da batuta de Barenboim respondeu com grande nível à competência wagneriana de Jordan neste “Anel”com ritmos, mais lentos que o habitual. O maestro suíço mais que maestro de orquestra sinfónica é em primeiro lugar, um homem de ópera. Desde 2009, foi director musical da Ópera de Paris que levou a níveis de excelência . A partir de 2020, assumiu a Ópera Estatal de Viena, posto que abandonará em 2025 .( Não espanta numa casa onde até Mahler e Karajan lutaram para sobreviver no comando,) O polémico director Bogdan Roščić, decidiu abolir o cargo de director musical a partir de 2025 ..Este foi um Anel muitas vezes “silencioso”,o oposto da famosa gravação de Georg Solti com a Filarmónica de Viena. Isso não quis dizer, no entanto, que a leitura tenha perdido qualquer coerência - longe disso. Assistente de Barenboim durante três anos na sua experiência wagneriana destaque para a direção da famosa produção de Kosky de “Die Meistersinger von Nürnberg” no Festival de Bayreuth de 2017 e a reposição do “Anel do Nibelungo “da produção de Robert Lepage no MET de Nova Iorque em 2019 .Foi fantástico aproveitar esta maratona . Especial na vivência do ANEL é que nos sentamos com o mesmo público, com os mesmos cantores, a mesma orquestra, o mesmo maestro e partilhamos algo. E quando vemos as mesmas pessoas sentadas ao nosso lado, começamos a falar uns com os outros - a partilhar. Essa é a ideia do festival que Wagner imaginou. As pessoas comprometem- se juntas, numa experiência intelectual e emocional, e isso torna-se numa experiência humana transcendente que nunca se esquece. Ainda por cima na Vaquiria tive amigos e na última opera tive a companhia do Miguel .!…..(continua com os cantores e a encenação …)

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DEPOIS DAS COMPRAS A MEDITAÇÃO ESSENCIAL PERTO DO MAR. TENHAM UM BOM FIM DE SEMANA

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GASTRONOMIA EM BERLIM (1) : GENDARMERIE UM CLÁSSICO . BOA COZINHA E EXCELENTE ATMOSFERA A CURTA DISTANCIA DO MEU O HOTEL . DESTAQUE PARA UMA RARA SALADA DE ALCACHOFRAS : a estratégia desta minha última visita a Berlim implicou voltar ao hotel onde estive com a Zaza em 2008 -o Westin Grand colado à Komische Opera e a 900 metros da Staatsoper Unter der Linden . A vantagem adicional é que está também a curta distância de restaurantes de alto nível como o Bocca di Bacco o Brochardt e o Gendarmerie . Deles farei uma breve análise . Começo pelo Gendarmerie onde fui várias vezes e onde almocei com o Miguel antes do Gotterdamerung. Destaque para a étagère, para o bife tártaro e para a espantosa salada de alcachofra !Serviço irrepreensível .O cenário da Gendarmaria é uma homenagem à capital alemã. Na entrada, um "Gendarm" recebe os clientes- uma escultura de madeira revestida de chumbo, projetada por Jean-Yves Klein. O artista também, criou o maior relevo de madeira do mundo "Bacchanal" para a Gendarmerie. A cozinha comandada pelo chef Muttalib Missmann serve clássicos de Berlim em interpretação moderna, como "Königsberger Klopse" (almôndegas) ou "Hühnerfrikassee" (fricassee de frango). No verão, desfruta—se dum lugar bonito de Berlim, o Gendarmenmarkt, enquanto sentados no terraço. Preços moderados .Altamente recomendado .Hoje almocei aqui em Colares um tártaro mas tenho de comprar o aro para o enformar….

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EM BERLIM. NA NEUE GALLERIE. “ JOSEPHINE BAKER ÍCONE EM MOVIMENTO “: Foi em 1925 que Josephine Baker (1906-1975) apareceu pela primeira vez em Berlim com a Revue Nègre no Nelson Theater em Kurfürstendamm .Reflectindo sobre esse centenário a Neue Nationalgalerie criou uma exposição sobre Josephine Baker e o seu papel inspirador não apenas como artista, mas também como lutadora de resistência, ativista dos direitos civis e figura cultural transformadora. Para os afro-americanos no início do século XX, o desempenho - fora do palco e nele - era a chave para a sobrevivência. Os curadores tomaram isso como ponto de partida para uma exposição que é tão cinematográfica quanto académica . Concentrando-se na presença icónica de Baker no cinema , grande parte inclui vídeos que funcionam como uma espécie de arquivo vivo, onde o público pode vê-la . Uma das partes mais chamativas da exposição está na entrada: o vídeo de Terri Francis - Josephine Baker Watches Herself (2023) uma compilação das performances de Baker, incluindo no Folies Bergère por volta de 1926-27, onde vemos imagens de uma jovem Baker numa mise en scène sensual. Mãos nos quadris, interpreta Fatou, uma mulher usando uma saia de banana, contorcendo o seu corpo numa paisagem tropical . Ao fundo, homens negros em tronco nu sentados no chão , batem nos tambores enquanto ela balança os quadris .Através das fotografias de Karl Gustav Vollmoeller, o poeta e patronode Baker, vemos como conscientemente criou uma versão erótica de si mesma Incitando os desejos carnais dos europeus já em 1926. Apelidada de 'Vênus Negra', estrelou o sucesso de bilheteira , Siren of the Tropics (1927); pouco depois, aparecia em outdoors nos Campos Elísios e tinha um affaire com Le Corbusier ( autor do retrato que mostro ).. 'Icon in Motion' apresenta a complexa identidade de Baker em forte contraste com a natureza rudimentar de suas primeiras performances na Europa. Gostei.

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DIA 5 DE ABRIL DE 2024: NO PALÁCIO ANJOS INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO “ JOÃO ABEL MANTA LIVRE “: não podia faltar à inauguração da exposição “João Abel Manta livre” no Palácio Anjos, em Algés. A exposição é inaugurada, no mês em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, . Esta exposição patrocinada pela Câmara de Oeiras pretende celebrar a liberdade que nos foi concedida nessa data. .Profundo conhecedor da obra de meu primo sempre considerei redutor o foco na sua actividade como cartoonista politico mas no momento actual não poderia ser mais oportuna a recuperação do seu combate artístico contra o fascismo. Esta é, sem dúvida, a mais abrangente e vasta exposição até hoje do trabalho pluridisciplinar de João Abel Manta (que englobou pintura, desenho, cartoon, ilustração, design gráfico, conceção de painéis de azulejos e tapeçarias, cenografia e figurinismo para teatro). O conjunto de obras em exposição conta com empréstimos do Museu de Lisboa (EGEAC) do MNAC Museu do Chiado, de colecionadores particulares e do acervo da família. A exposição nos vastos espaços do Palácio Anjos é mais uma pujante afirmação da memória da longa carreira, de um artista genial cujo trabalho marca os anos mais importantes do último século português . A exposição tem curadoria de Pedro Piedade Marques, e a colaboração de uma das netas do artista, Mariana Manta Aires que falaram ao numeroso público presente . Pela Câmara de Oeiras falou o Vice Presidente . Houve também um cocktail com vinho Carcavelos em que não participei . O chalet Miramar vulgo , Palácio Anjos, foi construído em 1875 por um comerciante e capitalista lisboeta. Na década de 80, foi adquirido pela Câmara Municipal de Oeiras, que o adaptou a novos usos,. A intervenção mais marcante viria a registar-se em 2005/2006, quando se realizaram obras profundas no edifício com vista ao acolhimento e funcionamento do Centro de Arte Manuel de Brito (CAMB), até 2018 .A partir de 2019 já sem a CAMB Palácio Anjos manteve a sua missão de sensibilizar o público para a arte Moderna e Contemporânea.

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NA NEUE NATIONALE GALERIE “GERARD RICHTER 100 OBRAS PARA BERLIM “: eu e a Zaza fomos sempre grandes admiradores de Richter. Não nos escapou em Lisboa no MNAC em 2004 a colecção Beckmann e em Londres na Tate Modern a colossal retrospectiva “Panorama “ em 2011. Desta vez embora amputado do perfume da Zaza não me podia escapar “GERARD RICHTER 100 OBRAS PARA BERLIM” a exposição que mostra pela primeira vez o empréstimo a longo prazo da Fundação de Arte Gerhard Richter para a Neue Nationalgalerie. O trabalho central da exposição é o ciclo “Birkenau” (2014), que consiste em quatro pinturas abstratas de grande formato. É o resultado do longo e profundo exame de Gerhard Richter do Holocausto e sua representação. As obras são baseadas em quatro fotografias do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, que o artista transferiu para quatro telas usando carvão e tinta a óleo e depois gradualmente pintou sobre elas de forma abstrata. Com cada camada de tinta, o modelo pintado desaparece pouco a pouco até que finalmente não se torna visível. O trabalho também inclui um grande espelho de quatro partes que é colocado em frente às quatro imagens de Birkenau, criando outro nível de reflexão.Além do ciclo Birkenau, quase 90 outras obras do artista de várias fases criativas desde a década de 1980 estão em exibição, incluindo “Occupied House” (1989), “4900 Colors” (2007) e “Strip” (2013/2016). A exposição inclui também obras do grupo de fotos pintadas, nas quais Richter aborda a tensão entre fotografia e pintura num novo nível.A apresentação foi criada em estreita colaboração com o artista. O plano no futuro é apresentar as obras de Gerhard Richter em contextos sempre novos por meio de intervenções curatoriais e artísticas de artistas de diferentes áreas.A exposição é com curadoria de Joachim Jäger e Maike Steinkamp. Fiquei muito impressionado .Mais uma vez penso como a Zaza teria adorado o sentido profundo desta exposição .

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ACARINHADO EM BERLIM PELO MARTIM MENEZES E PELA ANA ARAÚJO - BOLEIA PARA O HOTEL , CONVITE PARA JANTAR NO BOCA DI BACCO E PARCEIROS NA DIE WALKÜRE DA STAATSOPER ! : vai para alguns anos ficamos amigos no FB por afinidades goethianas muito raras - runners que gostam de ópera !! Dito isto as diferenças são enormes - eu fui um vigoretico tardio que não passou de meias maratonas com tempos modestos enquanto o jovem e famoso advogado tem um tempo de 2:48 h na maratona de Berlim e a Ana fez o km abaixo de 5 minutos . A Zaza não corria mas era um nadadora excepcional . Nesta viagem finalmente aconteceu um encontro com estes “alter egos” superlativos . Foram fantásticos comigo .! Boleia para o Westin Grand Hotel (onde regressei porque dormi lá com a Zica na viagem dos meus 70 anos ) e um convite para jantar no trendy Boca di Bacco Este restaurante tem culinária tuscana de alto nível e uma garrafeira excelente . Deliciamo-nos com tagliolini al tartufo bianco e um excelente vinho Monte Carbonara escolhido pelo meu anfitrião . Terminamos com uma grappa excelente . Recordei os meus tempos de Milão . No dia seguinte foi a estreia wagneriana da Ana com a Die Walkure na Staatsoper Unter der Linden . Teve sorte a encantadora amiga porque o nível musical da performance foi altíssimo e o elenco estelar onde se destacou a Siegelinde da lituana Vita Mikneviciute . Fui mais cedo para encomendar uma garrafa de champagne para festejar este encontro com os meus amigos nos intervalos da longa opera . Espero que em breve assistam a um Anel do Nibelungo completo . São tão jovens que poderão ouvir a Brunhilde de Lise Davidsen que será a melhor do século XXI .No fim do alumbramento da música de Wagner acompanharam-me até ao hotel . Um dia quase perfeito…O programa dos jovens incluía a 8a sinfonia de Bruckner pela Berliner e a Piqué Dame na Deutsche Oper ! …

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EM BERLIM O PEREGRINO DE MUSEUS VISITOU “TENSÃO EXTREMA. -ARTE E POLÍTICA ” IMPORTANTE MOSTRA NA NOVA NEUE GALLERIE : estando em Berlim era impossível não visitar o restauro premiado da Neue National Gallery obra fascinante de Mies van der Rohe e o seu programa de exposições .Qual é o melhor título para uma exposição sobre arte criada entre 1945 e 2000? A Neue Nationalgalerie em Berlim criou "Zerreissprobe" — traduzido para o inglês como "Extreme Tension" para a sua nova exposição permanente .Da performance à arte pop, é um passeio pela história da arte moderna e mostra a complexa relação entre arte e política e sociedade. "Zerreissprobe representa as convulsões radicais após 1945", diz a co-curadora Maike Steinkamp.

Isso fica particularmente claro na seção "Experiências Existenciais" da exposição. Mostra como os artistas reagiram com profunda incerteza aos horrores da guerra e ao colapso cultural do Holocausto após 1945. O medo e o tumulto interior são refletidos nas figuras espinhosas e longas do escultor suíço Alberto Giacometti, . Os buracos negros insondáveis nos relevos sombrios do artista americano Lee Bontecou clamam por orientação, assim como o surrealismo anexado à "boneca articulada" do artista de Dresden Wilhelm Lachnit (1899-1962). A divisão política e militar do mundo entre o Oriente e o Ocidente, a luta entre ideologias pela soberania de interpretação e propaganda, fornece um teste de resistência completamente diferente. Isso também pode ser visto nas artes visuais. Uma batalha artística pela direção rompe entre figurativo e abstrato. Na Europa Ocidental e nos Estados Unidos, artistas mais jovens voltam -se para novas formas abstratas de expressão. O artista alemão K.O. Götz (1914-2017), por exemplo, lança tinta na tela e cria estruturas abstratas e informais. Os americanos Mark Rothko (1903-1970) e Morris Louis (1912-1962) pintaram grandes campos de cores, às vezes monocromáticos. É patente uma controvérsia de arte entre abstrato e figurativo.

Na RDA e em outros países socialistas, por outro lado, o Realismo Socialista foi elevado ao mais alto nível. Era para mostrar os trabalhadores e agricultores como eram; a arte do estado como propaganda. Mas também havia artistas da RDA que desafiaram as diretrizes políticas, como Harald Metzkes ou Werner Tübke (1929-2004). E a arte figurativa também vive em muitos estúdios no Ocidente, por exemplo, nas pinturas e esculturas de Pablo Picasso (1881-1973) ou Henry Moore (1898-1986).No campo da tensão entre política e sociedade, a arte encontra seu papel. "A arte muitas vezes funciona como um sismógrafo, na medida em que pode captar as tendências mais cedo do que em qualquer outro lugar", diz a curadora Maike Steinkamp. Uma Marina Abramovic nua dançando até cair, por exemplo, ou Rebecca Horn, cuja mulher nua com um unicórnio na cabeça atravessa a paisagem, tornam-se pioneiras da libertação das mulheres. A nova e colossal exposição permanente da Neue Nationalgalerie, que vai até 28 de setembro de 2025, mostra tudo isso e muito mais. Teria surgido uma “luta” com MZ para a compra do catálogo . Em sua homenagem vou encomenda-lo pela internet .Voltarei lá com o Miguel .

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DIA 29 DE MARÇO DE 2024 EM BERLIM A INSTALAÇÃO DE LUCY RAVEN “READY MIX” NA NEUE GALLERY :na minha primeira visita à Neue Nationalgalerie comecei pela instalação vídeo Ready Mix (2021) de Lucy Raven no piso superior do edifício Mies van der Rohe , que lida com os temas do trabalho, tecnologia e os mecanismos ocultos do poder. A partir desta extensa instalação , os visitantes tem uma linha de visão direta para o poço de construção do edifício "berlin moderno", e o trabalho faz referências visuais e temáticas diretas ao local de construção monumental do novo museu . A abertura da exposição coincidiu com a colocação da primeira pedra do edifício, projetado por Herzog & de Meuron.Lucy Raven fez a instalação de filme imersivo Ready Mix, 2021, no local de uma fábrica de cimento em Bellevue, Idaho. O trabalho explora propriedades de força, pressão e materialidade (tanto geológicas quanto sintéticas) dentro do contexto do oeste dos Estados Unidos. A Neue Nationalgalerie convidou Lucy Raven para expor o Ready Mix por ocasião do início do “moderno de Berlim”, que está em construção ao lado. Apresentado no salão superior do edifício Mies van der Rohe, o filme permite apreciar os legados complicados do Modernismo, com seus espaços urbanos desenvolvidos, e a celebração de formas construídas que incorporavam matérias-primas como o concreto. Além disso, levanta questões de durabilidade, sustentabilidade e autonomia da arquitetura como uma forma moderna de cultura e função visual.Lucy Raven (nascida em 1977) é de Tucson, Arizona. Viver e trabalha em Nova York. Tem um BFA em arte e um BA em história de arte pela Universidade do Arizona, Tucson, em 2000, e um MFA pela Milton Avery Graduate School of the Arts do Bard College, Annandale-on-Hudson, Nova York, em 2008. O seu trabalho tem sido exibido em todo o mundo, incluindo Wiels, Bruxelas, Bélgica (2022); Dia Chelsea, Nova York, EUA (2021); Serpentine Galleries, Londres, Reino Unido (2016–17); Columbus Museum of Art, Ohio, EUA (2016); Portikus, Frankfurt, Alemanha (2014); e o Hammer Museum, Los Angeles, EUA (2012).Raven ensina na Cooper Union School of Art em Nova York.Vídeo a preto e branco, som quadrafónico, tela de alumínio e madeira compensada e estrutura de assentos de alumínio 45 minutos Diretor e editor: Lucy Raven

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31 DE MARÇO DE 2024 : DOMINGO DE PÁSCOA EM BERLIM NA COMPANHIA DO IRMÃO MIGUEL .ALMOÇO NO FAMOSO BORCHARDT E DEPOIS VISITA À NEUE GALERIE PARA A IMPORTANTE EXPOSIÇÃO “ EXTREME TENSION ART BETWEEN POLITICS AND SOCIETY. 1945-2000” AMANHÃ O FIM DA TETRALOGIA COM GOTTADERMERUNG : o Miguel chegou ontem para uma visita relâmpago com o fim de assistir ao Crepúsculo dos Deuses do Anel da Staatsoper Unter den Linden . Depois de terminado o magnífico Siegfried de ontem regressado ao hotel esperei por ele e foi com grande alegria que o vi chegar . Hoje tínhamos um programa que desenhei para este domingo de Páscoa inusitado . Começamos por almoçar no histórico restaurante Brochardt favorito de Gerard Schroeder e nosso . Eu deliciei-me com um raro “Kalbsleber Berliner Art” e o Miguel com um gigantesco Wiener Schnitzel .No icon da gastronomia alemã o fígado de vitela é enxaguado, seco, polvilhado com farinha dourado na sertã onde as cebolas foram salteadas anteriormente temperado com sal e pimenta e coberto com cebola e maçãs. Depois abandonei ( com gosto ) a ideia de ir ver Happy Days de Beckett no English Theater por actores irlandeses para levar o Miguel a ver na renovada Neue National Gallery a importante exposição “Extreme Tension Art between Politics and Society 1945-2000 “.A arte da segunda metade do século XX é marcada por uma enorme diversidade de materiais, meios e métodos. Ao mesmo tempo, dificilmente outra era foi tão caracterizada por divisão, ruptura e transformação quanto o período após a Segunda Guerra Mundial. Holocausto e guerra, agitação e emancipação, Guerra Fria e a queda do Muro de Berlim levaram não apenas a tensões dentro da sociedade, mas também a um realinhamento fundamental na arte visual. A exposição aborda temas artísticos e sociais centrais do século XX em 14 seções, incluindo realismo e abstração, política e sociedade, cotidiano e pop, feminismo, identidade e natureza e ecologia. A mostra abrange trabalhos-chave da Alemanha Ocidental e Oriental, Europa Ocidental e EUA, e ex-países socialistas. As obras em exibição vem do movimento de arte informal e da pintura de campo de cores norte-americana, arte pop e minimalismo, bem como da arte conceptual de artistas como Marina Abramovich, Joseph Beuys, Francis Bacon, Lee Bontecou, Rebecca Horn, Valie Export, Wolfgang Mattheuer, Louise Nevelson, Bridget Riley, Pipilotti Rist e Willi Sitte. A coleção é complementada por uma série de obras e artistas, como Kiki Kogelnik e Ewa Partum, ainda não representados na coleção. Colossal ! No dia seguinte será o epílogo da Páscoa dos irmãos com chave de ouro com o Crepúsculo dos Deuses .

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DIA 29 DE DE MARÇO DE 2024 :SEXTA FEIRA SANTA SOLITÁRIO EM BERLIM . NUM PAÍS ONDE A CULTURA CONTA NÃO SÓ A STAATSOPER UNTER DER LINDEN FOI RENOVADA - TAMBÉM O FOI A NEUE GALERY OBRA ICONICA DE MIES VAN DER ROHE E DE FORMA EXEMPLAR - ESTA LÁ UMA EXPOSIÇÃO COLOSSAL - “ EXTREME TENSION ART BETEWEEN POLITICS AND SOCIETY 1945 -2000“ : cerca de meio bilião de euros custaram estas obras de profundas renovações em duas instituições marcantes da vida cultural de Berlim . Foram feitas com enorme inteligência . A ópera ficou cor de rosa mas mantém todas as suas características incluindo as cadeiras . (Veremos o que irá acontecer às cadeiras da sala Garrett do D. Maria) … . Nunca vi legendas de tal qualidade e obviamente que a grande cápsula de reverberação não é patente . Na Neue a intervenção arquitectónica foi de respeito religioso para a caverna do génio . A exposição EXTREME TENSION ART BETEWEEN POLITICS AND SOCIETY 1945 -2000“ e fabulosa . mas também a de Gerard Richter e a instalação de Lucy Raven .Só me lembrei como teria sido difícil tirar de lá a Zaza …. Amanhã Siegfried e chega

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DIA 27 DE MARÇO DE 2024 :O ALUMBRAMENTO DA MÚSICA DE WAGNER NUMA RENOVADA STAATSOPER UNTER DER LINDEN , UM OURO DO RENO DE ALTÍSSIMO NÍVEL E UM ENCONTRO COM ROLANDO VILLAZON : no dia do teatro foi primeiro dia do 2o Ciclo do Festival da Ópera Estatal de Berlim. A sala onde estive com a Zaza há 10 anos para um D.Giovanni dirigido por Barenboim foi renovada com inteligência . O encontro com a a música de Wagner produz- me e sempre o mesmo alumbramento . A orquestra esteve a altíssimo nível dirigida de forma soberba por Philip Jordan .A prestação vocal também foi magnifica . Regressado ao hotel onde no bar encomendei uma ceia ligeira aí encontrei Rolando Villazon que está hospedado no Westin .Fui felicita-lo pela sua excelente prestação de Loge .E fantástico o poledrico talento do tenor mexicano que da Traviata de Salzburgo veio a este difícil papel wagneriano . Imitando Martim Menezes pedi uma selfie Voltarei a uma análise mais detalhada desta e das outras operas do ciclo .

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DIA 21DE MARÇO DE 2024 : LER A POESIA DE BRECHT E TEATRO MOÇAMBICANO   NA CULTURGEST COM   “AS AREIAS DO IMPERADOR “; AO JANTAR UMA FOCACCIA DE CEBOLA CARAMELIZADA :  no dia mundial da poesia li poemas de Bertold Brecht na reedição da Relógio de Água de 2023 da tradução de Paulo Quintela . Se há poesia que sofra com a tradução e a de Brecht mas é o que há … .Ao fim do dia decidi assistir a As Areias do Imperador, na Culturgest, em Lisboa.Através da adaptação do romance As Areias do Imperador, do autor moçambicano Mia Couto, Victor de Oliveira prossegue o caminho em torno das relações entre a Europa e África e transporta-nos para o final do século XIX, no meio de um Moçambique devastado por guerras políticas”.Da escuridão, surge, sozinha, Imani. “Sou uma raça. Sou uma tribo. Sou um sexo. Sou o que me impede de ser eu mesma. Sou negra. Sou dos Vatxopi, uma pequena tribo no litoral de Moçambique”, profere, ao introduzir a peça. Quando a música começa a soar e as luzes se acendem, Imani já não está em palco. Este é agora habitado por uma árvore, feita em rede cor creme. É nesta região, no antigo Império de Gaza liderado pelo imperador Ngungunyane, que se desenvolve a relação entre Imani e o sargento Germano e em que nos é aberta a porta à história do colonialismo português neste país. Uma história de amor impossível, carregada por 15 intérpretes moçambicanos, portugueses e franceses que, através do destino desses dois seres, nos dão a ver a grande História.O espetáculo conta com boas interpretações de Ana Magaia, Bruno Huca, Daniel Pinto, Elliot Alex, Eunice Mandlate, Horácio Guiamba, Isabelle Cagnat, Josefina Massango, Lucrécia Paco, Klemente Tsamba, Mário Santos, Miguel Moreira, Miguel Nunes, Sofaida Moyane e do próprio Victor de Oliveira.. Bela música e vídeos sofisticados . Todavia saí ao intervalo ao fim de 2 horas de espectáculo por cansaço físico . 3 horas e meia só para Wagner ou Verdi . Mas recomendo aos admiradores de Mia Couto. Antes tinha jantado uma focaccia de cebola roxa caramelizada e um copo de branco na Cafetaria Copenhagen. Poucos espectadores no Auditório , talvez meia centena …

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OS PÂNTANOS DE UM PAÍS « RASCA «  : NUMA DECISAO IRRESPONSÁVEL O PRESIDENTE MARCELO MERGULHOU O PAÍS NO CAOS . NOS 50 ANOS DO 25 DE ABRIL A ASSEMBLEIA TRANSFORMA-SE NUMA TABERNA COM 50 ARRUACEIROS DE EXTREMA DIREITA ELEITOS PELO TIK-TOK POR XENÓFOBOS , FASCISTAS BOLSONARISTAS , EVANGÉLICOS ,BRASILEIROS DE DUPLA NACIONALIDADE , E EMIGRANTES TRATADOS COMO LIXO . O FECALOIDE JORNALISMO PORTUGUÊS BOLSA A TODAS AS HORAS A VERBORREIA DE UM CORTEJO DE COMENTADORES , POLITOLOGOS , ESPECIALISTAS E OUTROS IDIOTAS .. NESTE MOMENTO DA MINHA LONGA VIDA TENHO UMA GRANDE NÁUSEA