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Problemas de Confiança
Difícil de desaguar
Nas margens
Das minhas páginas,
Não me torno menos mar.
Há várias estrelas em meus olhos
Mais mortas que aquelas no universo
E eu insisto em dizer que ainda brilham,
Mas a mentira escorre como cianureto
De meus lábios.
Há vícios colegas e vícios amigos,
Aqueles de encostos
Que permaneceram aqui.
Eu amo livremente,
Mas não tão livremente assim.
Porque todos os que ficariam,
Ficaram.
Mas eu tenho problemas de confiança, amor
Todos me adoravam
Com fervor.
Eu fui a Santa Puta que a igreja não abraçou,
Até não realizar mais milagres,
E ser completamente esquecida. 
Desmamada do seio de alguma deusa falecida,
Enquanto meu nome perdia o brilho.
Porque ninguém quer coisas que não têm utilidade.
Ninguém quer coisas que não têm utilidade.
E o que se faz quando
Lhe prometem uma bacia repleta de mangas,
Mas não há nada além de caroços?
Você vai embora.
Não culpo ninguém por partir,
Mas me culparam quando eu parti
Porque fragilidade é um lobo feroz
E ela devora.
Ela mastiga.
Posso ser sincera? 
Verdadeira? 
Frágil? 
Eu posso chorar no meu luto eterno
Por memórias devastadas pela guerra
Que acabaram com uma vida inteira.
A minha vida inteira?
Ou eu tenho de sorrir sempre de lado,
Se fica sério demais, 
Se eu for fundo demais,
Vai ficar desconfortável?
Eu tenho problemas de confiança, amor
E sei que ninguém ousaria me deixar
Porque sou o sonho ideal.
Mas quem ficaria?
Se também sou demais pra aguentar?
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Funeral
Meus cantores favoritos
Agora são outros,
Minha risada não soa como a mesma
De sempre.
E eu não permaneço
Nas mesmas cores
De quando te vi
Pela primeira vez.
Não que você se importe, suponho.
Embora eu me pergunte
O porquê você continua buscando
Por fragmentos 
Da pessoa por quem
Você se apaixonou
Em mim.
Não sou ela
E
Não suporto viver em eterna comparação
Entre alguém
Que jamais voltarei a ser
Eu.
Se isso não é o suficiente.
Se eu não sou o suficiente,
Então estamos em um impasse
Que será resolvido
Com a minha partida.
Me recuso a viver
Tentando buscar
O que eu fui
Um dia
Só porque você deseja
Experimentar 
Mais uma vez 
O sabor
De lábios 
Que não são mais os meus.
Não fui feita pra ser 
O ponto de partida
De uma corrida
Que nem fui convidada
A participar.
Guarde na memória
Esses momentos
Com ela,
Sabendo que é a única coisa que terá
Daqui para frente.
Estou caminhando por uma via única,
Colhendo e plantando
Mais
Para que você
Tente arrancar flores 
Do meu jardim,
Apenas para mantê-las
Em vasos 
Por uma semana
Em um desejo egoísta
De ter algo
Que nunca lhe pertenceu
Só porque você ama o cheiro
Que invade sua casa
Quando elas estão lá.
Você tem que parar
Urgentemente
De tentar reanimar
Um corpo que já está
Em processo de decomposição.
— Ela está morta e você não foi convidado para o funeral.
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Sei Partir
É estranho saber que eu posso ir a qualquer momento. Possivelmente vou dar sinais. Alguns. Muitos. Nenhum. Depende do motivo pelo qual estou indo, mas costumo ir silenciosamente o que é irônico, normalmente sou barulhenta, vibrante e ainda sim, prefiro partir como uma nuvem de fumaça. E não adianta dizer que não se importa, que não liga, que eu fui e em algum momento você vai achar alguém pra me substituir... Boa sorte.
Não, é sério! De verdade, boa sorte encontrando algum tapa buraco desavisado pra esse seu vazio de desesperanças e sonhos perdidos, vai ser pior do que procurar agulha no palheiro. Eu não sou melhor que ninguém, embora eu seja sim, muito melhor do que muitas coisas.
O que eu sei é que você está se afundando até o pescoço de mentiras contadas pra satisfazer seu ego, evite o afogamento e pegue a bóia que eu estou te oferecendo: a verdade é que eu sou difícil demais de esquecer e você não sabe lidar com isso.
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Eu sou meu algoz e minha sepultura. Os mortos não se escondem nas sombras do meu cemitério, mas caminham como gados na meia-noite fria em pleno sol escaldante de minha cabeça. Eles são brutais. Não me deixam em paz, tentando sempre me tocar com seus dedos arroxeados. Eles se reúnem em volta do vento fúnebre, sempre a cantar.
Aqui jaz uma amante das artes, enlouquecida pelo mundo, envaidecida pela própria sede de algo que ela nem reconhece, assassinada pelas próprias mãos em um estrangulamento tão lento quanto o seu definhar.
Aqui jaz minha memória profunda e cicatrizes atrozes de uma mágoa tão grande e medonha que se tornou um espectro, aguardando silenciosamente como um obsessor atrevido, se sentindo traído, dentro de meu armário repleto de esqueletos que tento com tanto afinco guardar.
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Santiago de Chile.
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Na maior parte dos dias, me sinto uma criança brincando de ser adulta com minhas responsabilidades maiores que meu corpo e anseios que fazem transbordar meus copos.
Sou solitária como um adulto, mas não fumo charutos como um. Sei usar palavras difíceis como um adulto, mas não sei ferir pessoas com elas como um. Não sou inocente como um adulto, mas desejo a companhia — nem que seja da morte — como um.
Sou uma criança com responsabilidades de um adulto, mas não com a alma de um. E no mundo, percebi há pouco, há mais crianças — como eu — brincando de ser adultos... E isso me faz sentir menos solitária, mas não me faz sentir mais segura.
Essas crianças grandes são perigosas e eu não sei como me sentir ao estar em suas mãos.
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Queria que você me olhasse como se eu fosse a única pessoa no cômodo. Como se eu fizesse seu coração acelerar. Como se eu fosse o que você procurava o tempo todo e depois encontrou... Como se eu fosse o que você deseja.
A Garota Que Pegou Fogo
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The Lucky One
Por que eu me culpo tanto? Foi você que nunca quis descobrir o motivo das minhas risadas estrondosas às três da manhã ou o porquê eu amava tanto aquela banda e aquela artista ou a quantidade de livros que já li na vida. Você nunca tentou entender as minhas roupas ou os versos que eu escrevia quando minha mente não parava. Nunca tentou entender quem ou o que. Muito menos como. Nem o que estava atrás de mim ou em minha frente, a não ser que fosse você. Você nunca me viu, só me quis como todos eles quiseram e eu deveria me sentir bonita o suficiente pra chamar essa atenção, mas é extremamente confuso porque eu não me sinto bonita, apenas usada.
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Razorblade, wood, fire and charcoal are the tools, and this is the fantastic outcome: “Pyrography artist” Alex Peter Idoko Arts, his technique and process will blow your mind. You cannot imagine how Alex Peter Idoko creates this kind of magic? The artist shares a lot of videos that document the process, so have a look! 
#beautifulbizarre #alexpeter_idoko #pyroart #surreal #queen #mask #wood #blade #fireart #magic #contemporaryart #visualart
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A Falta Que Sua Falta Faz
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Estou sozinha, Amélia. Sinto sua falta. Dói como espetadas de agulha acidentais no dedo, aquelas que arrancam uma gota de sangue e passa tão rápido que tudo o que sentimos é o fantasma da dor. No entanto, desta vez são milhares de agulhas, espetando incessantemente o meu corpo. Não sei como parar. Não sei da onde vem. Não sei se deveria pedir ajuda, acredito que todos temos essas espetadas que vão e voltam e eu deveria lidar com isso. Sozinha. Estou perdida, Amélia e sem você aqui... Estou perdida, com dores por todos os lugares e sozinha.
Sinto falta da sua risada, suas piadas inteligentes, toda a sua confiança que me era bem-vinda e o seu otimismo. Sinto falta dos seus passos de dança. Quando você dançava com o mundo como se este fosse seu aliado, quando não havia luta. Quando não havia um show e cortinas bem a mostra. Quando você era uma força indestrutível. Quando você existia com todo o seu carinho espontâneo, vivaz... Acho que sinto sua falta porque não consigo ser metade do que você foi. Eu sempre vou ser o fantasma da sua luz incandescente e isso dói mais que a falta de você; saber que não manterei sua memória viva do jeito mais assertivo e honroso possível.
Tenho de me despedir, Amélia, mas não consigo, a falta que sua falta faz são as migalhas que me levarão até o caminho certo... Se é que ele existe.
— Carta aos Mortos - Todas as versões de Mim
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“A pior ofensa que você pode fazer a uma pessoa insegura é gostar dela.”
— Tati Bernardi. 
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Mentirosa
Nunca menti para os meus pais... 
Até quando me perguntaram
se ninguém nunca tinha me tocado
e eu disse que não,
mesmo que ele continuasse me sentando em seu colo
e tirando de mim
momentos que pertenciam a mim.
Uma inocência que pertencia a mim.
Uma vida que pertencia a mim.
Uma liberdade que pertencia a mim.
E me destruísse de dentro pra fora como veneno.
Depois disso, toda verdade que saía de mim era uma mentira escandalosa
eu tinha que ser quem eles deixaram em casa
mas ele já havia tirado isso de mim também.
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Ela me colocou em sua boca até que eu me desfizesse em cinzas... Essa garota fez com que eu renascesse com o toque de sua língua e não tem ideia disso.
A Garota que Pegou Fogo
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Páginas Queimadas
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Meu coração comporta diários
que seu cérebro nunca viu
e nunca vai ouvir falar novamente.
Páginas e páginas de prazer e de segredos pérfidos...
Tranco-os como se fossem meu bem mais precioso
e lhe ofereço uma das chaves,
deixando que pense que é um pedaço de confiança.
Sei que você vai entrar enquanto eu não estiver olhando,
me lerá como se eu fosse seu livro favorito,
depois rasgará todas as páginas
e as queimará para encobrir as provas.
Sei que fará isso porque todos os outros fizeram.
E é exatamente o que você faz,
não se dá ao trabalho de tentar mostrar que é diferente
e eu não choro porque não vale a pena.
Mas meus olhos lacrimejam e eu me congratulo, enquanto me amaldiçoo 
por imaginar
por um mísero segundo
que você poderia me perguntar se pode ler,
guardar sua chave,
ler tão lentamente quanto uma poesia destruidora
e acariciar as páginas com suavidade contra seu peito como uma canção de ninar.
Destruo a chave, guardando o ensaio de um roteiro preestabelecido pela minha mente ansiosa.
Meu coração comporta diários
com páginas queimadas, rasgadas 
e com vestígios do desespero sôfrego com o qual foram lidas.
Acho que aprendi a dar uma chave de cada vez e ensaios falsos tarde demais.
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